O documento introduz os principais períodos e estilos artísticos da história da arte, incluindo a arte pré-histórica, arte egípcia, arte grega e arte romana. Discute as características marcantes da arquitetura, escultura e pintura em cada período, com foco na arte egípcia e grega.
1. INTRODUÇÃO A HISTÓRIA DA ARTE
Os historiadores de arte, críticos e estudiosos classificam os
períodos, estilos ou movimentos artísticos separadamente, para
facilitar o entendimento das produções artísticas.
Não há coincidência com a linha do tempo histórica, pois a
partir de 1848 consideramos o início da Arte Moderna e o
movimento Pop Art o início da Arte Pós -Moderna. Porém, optamos
por apresentar a arte por meio da linha do tempo histórica,
por considerarmos ser mais didática.
ARTE PRÉ-HISTÓRICA
Um dos períodos mais fascinantes da história humana é a Pré -História. Esse
período não foi registrado por nenhum documento escrito, pois é exatamente a
época anterior à escrita. Tudo o que sabemos dos homens que vive ram nesse
tempo é o resultado da pesquisa de antropólogos, historiadores e dos estudos da
moderna ciência arqueológica, que reconstituíram a cultura do homem.
ARTE EGÍPICIA
Uma das principais civilizações da Antigüidade foi a que se desenvolveu no Egito. Era uma civilização
já bastante complexa em sua organização social e riquíssima em suas realizações culturais.
A religião invadiu toda a vida egípcia, interpretando o universo, justificando sua organização social e
política, determinando o papel de cada classe social e, conseqüentemente, orientando toda a
produção artística desse povo.
Além de crer em deuses que poderiam interferir na história humana, os egípcios acreditavam também
numa vida após a morte e achavam que essa vida era mais importante do que a que viviam no
presente.
O fundamento ideológico da arte egípcia é a glorificação dos deuses e do rei defunto divinizado, para
o qual se erguiam templos funerários e túmulos grandiosos.
ARQUITETURA
As pirâmides do deserto de Gizé são as obras arquitetônicas mais famosas e, foram construídas por
importantes reis do Antigo Império: Quéops, Quéfren e Miquerinos. Junto a essas três pirâmides está
a esfinge mais conhecida do Egito, que representa o faraó Quéfren, mas a ação erosiva do vento e
das areias do deserto deram-lhe, ao longo dos séculos, um aspecto enigmático e misterioso.
As características gerais da arquitetura egípcia são:
2. * solidez e durabilidade;
* sentimento de eternidade; e
* aspecto misterioso e impenetrável.
As pirâmides tinham base quandrangular eram feitas com pedras que pesavam cerca de vinte
toneladas e mediam dez metros de largura, além de serem admiravelmente lapidadas. A porta da
frente da pirâmide voltava-se para a estrela polar, a fim de que seu influxo se concentrasse sobre a
múmia. O interior era um verdadeiro labirinto que ia dar na câmara funerária, local onde estava a
múmia do faraó e seus pertences.
Os templos mais significativos são: Carnac e Luxor, ambos dedicados ao deus Amon.
Os monumentos mais expressivos da arte egípcia são os túmulos e os templos. Divididos em três
categorias:
Pirâmide - túmulo real, destinado ao faraó;
Mastaba - túmulo para a nobreza; e
Hipogeu - túmulo destinado à gente do povo.
Os tipos de colunas dos templos egípcios são divididas conforme seu capitel:
Palmiforme - flores de palmeira;
Papiriforme - flores de papiro; e
Lotiforme - flor de lótus.
ESCULTURA
Os escultores egípcios representavam os faraós e os deuses em posição serena, quase sempre de
frente, sem demonstrar nenhuma emoção. Pretendiam com isso traduzir, na pedra, uma ilusão de
imortalidade. Com esse objetivo ainda, exageravam freqüentemente as proporções do corpo humano,
dando às figuras representadas uma impressão de força e de majestade.
Os Usciabtis eram figuras funerárias em miniatura, geralmente esmaltadas de azul e verde,
destinadas a substituir o faraó morto nos trabalhos mais ingratos no além, muitas vezes coberto de
inscrições.
Os baixos-relevos egípcios, que eram quase sempre pintados, foram também expressão da
qualidade superior atingida pelos artistas em seu trabalho. Recobriam colunas e paredes, dando um
encanto todo especial às construções. Os próprios hieróglifos eram transcritos, muitas vezes, em
baixo-relevo.
PINTURA
A decoração colorida era um poderoso elemento de complementação das atitudes religiosas.
Suas características gerais são:
* ausência de três dimensões;
* ignorância da profundidade;
* colorido a tinta lisa, sem claro-escuro e sem indicação do relevo; e
* Lei da Frontalidade que determinava que o tronco da pessoa fosse representado sempre de frente,
enquanto sua cabeça, suas pernas e seus pés eram vistos de perfil.
Quanto a hierarquia na pintura: eram representadas maiores as pessoas com maior importância no
reino, ou seja, nesta ordem de grandeza: o rei, a mulher do rei, o sacerdote, os soldados e o povo. As
figuras femininas eram pintadas em ocre, enquanto que as masculinas pintadas de vermelho.
Os egípcios escreviam usando desenhos, não utilizavam letras como nós. Desenvolveram três formas
de escrita:
Hieróglifos - considerados a escrita sagrada;
Hierática - uma escrita mais simples, utilizada pela nobreza e pelos sacerdotes; e
Demótica - a escrita popular.
3. ARTE GREGA
Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega liga-se à inteligência, pois os seus
reis não eram deuses, mas seres inteligentes e justos que se dedicavam ao bem -estar do povo. A
arte grega volta-se para o gozo da vida presente. Contemplando a natureza, o artista se empolga
pela vida e tenta, através da arte, exprimir suas manifestações. Na sua constante busca da perfeição,
o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que predominam o ritmo, o equilíbrio, a
harmonia ideal. Eles tem como características: o racionalismo; amor pela beleza; interesse pelo
homem, essa pequena criatura que é ³a medida de todas as coisas´; e a democracia.
ARQUITETURA
As edificações que despertaram maior interesse são os templos. A característica mais evidente dos
templos gregos é a simetria entre o pórtico de entrada e o dos fundos. O templo era construído sobre
uma base de três degraus. O degrau mais elevado chamava-se estilóbata e sobre ele eram erguidas
as colunas. As colunas sustentavam um entablamento horizontal formado por três partes: a
arquitrave, o friso e a cornija. As colunas e entablamento eram construídos segundo os modelos da
ordem dórica, jônica e coríntia.
- Ordem Dórica - era simples e maciça. O fuste da coluna era monolítico e grosso. O capitel era uma
almofada de pedra. Nascida do sentir do povo grego, nela se expressa o pensamento. Sendo a mais
antiga das ordens arquitetônicas gregas, a ordem dórica, por sua simplicidade e severidade,
empresta uma idéia de solidez e imponência
- Ordem Jônica - representava a graça e o feminino. A coluna apresentava fuste mais delgado e não
se firmava diretamente sobre o estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel era formado por
duas espirais unidas por duas curvas. A ordem dórica traduz a forma do homem e a ordem jônica
traduz a forma da mulher.
- Ordem Coríntia - o capitel era formado com folhas de acanto e quatro espirais simétricas, muito
usado no lugar do capitel jônico, de um modo a variar e enriquecer aquela ordem. Sugere luxo e
ostentação.
Os principais monumentos da arquitetura grega:
a) Templos, dos quais o mais importante é o Partenon de Atenas. Na Acrópole, também, se
encontram as Cariátides homenageavam as mulheres de Cária.
b) Teatros, que eram construídos em lugares abertos (encosta) e que compunham de três partes: a
skene ou cena, para os atores; a konistra ou orquestra, para o coro; o koilon ou arquibancada, para
os espectadores. Um exemplo típico é o Teatro de Epidauro, construído, no séc. IV a.C., ao ar livre,
composto por 55 degraus divididos em duas ordens e calculados de acordo com uma in clinação
4. perfeita. Chegava a acomodar cerca de 14.000 espectadores e tornou famoso por sua acústica
-se
perfeita.
c) Ginásios, edifícios destinados à cultura física.
d) Praça - Ágora onde os gregos se reuniam para discutir os mais variados assuntos, entre eles;
filosofia.
PINTURA
A pintura grega encontra-se na arte cerâmica. Os vasos gregos são também conhecidos não só pelo
equilíbrio de sua forma, mas também pela harmonia entre o desenho, as cores e o espaço utilizado
para a ornamentação. Além de servir para rituais religiosos, esses vasos eram usados para
armazenar, entre outras coisas, água, vinho, azeite e mantimentos. Por isso, a sua forma
correspondia à função para que eram destinados:
- Ânfora - vasilha em forma de coração, com o gargalo largo ornado com duas asas;
- Hidra - (derivado de ydor, água) tinha três asas, uma vertical para segurar enquanto corria a água e
duas para levantar;
- Cratera - tinha a boca muito larga, com o corpo em forma de um sino invertido, servia para misturar
água com o vinho (os gregos nunca bebiam vinho puro), etc.
As pinturas dos vasos representavam pessoas em suas atividades diárias e cenas da mitologia
grega. O maior pintor de figuras negras foi Exéquias.
A pintura grega se divide em três grupos:
1) figuras negras sobre o fundo vermelho
2) figuras vermelhas sobre o fundo negro
3) figuras vermelhas sobre o fundo branco
ESCULTURA
A estatuária grega representa os mais altos padrões já atingidos pelo homem. Na escultura, o
antropomorfismo - esculturas de formas humanas - foi insuperável. As estátuas adquiriram, além do
equilíbrio e perfeição das formas, o movimento.
No Período Arcaico os gregos começaram a esculpir, em mármores, grandes figuras de homens.
Primeiramente aparecem esculturas simétricas, em rigorosa posição frontal, com o peso do corpo
igualmente distribuído sobre as duas pernas. Esse tipo de estátua é chamado Kouros (palavra grega:
homem jovem).
No Período Clássico passou-se a procurar movimento nas estátuas, para isto, se começou a usar o
bronze que era mais resistente do que o mármore, podendo fixar o movimento sem se quebrar. Surge
o nu feminino, pois no período arcaico, as figuras de mulher eram esculpidas sempre vestidas.
Período Helenístico podemos observar o crescente naturalismo: os seres humanos não eram
representados apenas de acordo com a idade e a personalidade, mas também segundo as emoções
e o estado de espírito de um momento. O grande desafio e a grande conquista da escultura do
período helenístico foi a representação não de uma figura apenas, mas de grupos de figuras que
mantivessem a sugestão de mobilidade e fossem bonitos de todos os ângulos que pudessem ser
observados.
Os principais mestres da escultura clássica grega são:
5. - Praxíteles, celebrado pela graça das suas esculturas, pela lânguida pose em ³S´ (Hermes com
Dionísio menino), foi o primeiro artista que esculpiu o nu feminino.
- Policleto, autor de Doríforo - condutor da lança, criou padrões de beleza e equilíbrio através do
tamanho das estátuas que deveriam ter sete vezes e meia o tamanho da cabeça.
- Fídias, talvez o mais famoso de todos, autor de Zeus Olímpico, sua obra-prima, e Atenéia. Realizou
toda a decoração em baixos-relevos do templo Partenon: as esculturas dos frontões, métopas e
frisos.
- Lisipo, representava os homens ³tal como se vêem´ e ³não como são´ (verdadeiros retratos). Foi
Lisipo que introduziu a proporção ideal do corpo humano com a medida de oito vezes a cabeças.
- Miron, autor do Discóbolo - homem arremessando o disco.
Para seu conhecimento:
Mitologia: Zeus: senhor dos céus; Atenéia: deusa da guerra; Afrodite: deusa do amor; Apolo: deus
das artes e da beleza;
Posseidon: deus das águas; entre outros.
Olimpíadas: Realizavam-se em Olímpia, cada 4 anos, em honra a Zeus. Os primeiros jogos
começaram em 776 a.C. As festas olímpicas serviam de base para marcar o tempo.
Teatro: Foi criada a comédia e a tragédia. Entre as mais famosas: Édipo Rei de Sófocles.
Música: Significa a arte das musas, entre os gregos a lira era o instrumento nacional.
6. ARTE ROMANA
A arte romana sofreu duas fortes influências: a da arte etrusca popular e voltada
para a expressão da realidade vivida, e a da greco -helenística, orientada para a
expressão de um ideal de beleza.
Um dos legados culturais mais importantes que os etruscos deixaram aos romanos
foi o uso do arco e da abóbada nas construções.
ARQUITETURA
As características gerais da arquitetura romana são:
* busca do útil imediato, senso de realismo;
* grandeza material, realçando a idéia de força;
* energia e sentimento;
* predomínio do caráter sobre a beleza;
* originais: urbanismo, vias de comunicação, anfiteatro, termas.
As construção eram de cinco espécies, de acordo com as funções:
1) Religião: Templos
Pouco se conhece deles. Os mais conhecidos são o templo de Júpiter Stater, o de
Saturno, o da Concórdia e o de César. O Panteão, construído em Roma durante o
reinado do Imperador Adriano foi planejado para reunir a grande variedade de
deuses existentes em todo o Império, esse templo romano, com sua planta circular
fechada por uma cúpula, cria um local isolado do exterior onde o povo se reunia
para o culto.
2) Comércio e civismo: Basílica
A princípio destinada a operações comerciais e a atos judiciários, a basílica servia
para reuniões da bolsa, para tribunal e leitura de editos. Mais tarde, já com o
Cristianismo, passou a designar uma igreja com certos privilégios. A basílica
apresenta uma característica inconfundível: a planta retangula r, (de quatro a cinco
mil metros) dividida em várias colunatas. Para citar uma, a basílica Julia, iniciada no
governo de Júlio César, foi concluída no Império de Otávio Augusto.
3) Higiene: Termas
Constituídas de ginásio, piscina, pórticos e jardins, as t ermas eram o centro social
de Roma. As mais famosas são as termas de Caracala que, além de casas de
banho, eram centro de reuniões sociais e esportes.
4) Divertimentos:
a) Circo: extremamente afeito aos divertimentos, foi de Roma que se originou o
circo. Dos jogos praticados temos:
jogos circenses - corridas de carros;
ginásios - incluídos neles o pugilato;
jogos de Tróia - aquele em que havia torneios a cavalo;
jogos de escravos - executados por cavaleiros conduzidos por escravos;
Sob a influência grega, os verdadeiros jogos circenses romanos só surgiram pelo
ano 264 a.C. Dos circos romanos, o mais célebre é o "Circus Maximus".
7. b) Teatro: imitado do teatro grego. O principal teatro é o de Marcelus. Tinha cenários
versáteis, giratórios e retiráveis.
c) Anfiteatro: o povo romano apreciava muito as lutas dos gladiadores. Essas lutas
compunham um espetáculo que podia ser apreciado de qualquer ângulo. Pois a
palavra anfiteatro significa teatro de um e de outro lado. Assim era o Coliseu,
certamente o mais belo dos anfiteatros romanos. Externamente o edifício era
ornamentado por esculturas, que ficavam dentro dos arcos, e por três andares com
as ordens de colunas gregas (de baixo para cima: ordem dórica, ordem jônica e
ordem coríntia). Essas colunas, na verdade e ram meias colunas, pois ficavam
presas à estrutura das arcadas. Portanto, não tinham a função de sustentar a
construção, mas apenas de ornamentá-la. Esse anfiteatro de enormes proporções
chegava a acomodar 40.000 pessoas sentadas e mais de 5.000 em pé.
5) Monumentos decorativos
a) Arco de Triunfo: pórtico monumental feito em homenagem aos imperadores e
generais vitoriosos. O mais famoso deles é o arco de Tito, todo em mármore,
construído no Forum Romano para comemorar a tomada de Jerusalém.
b) Coluna Triunfal: a mais famosa é a coluna de Trajano, com seu característico friso
em espiral
que possui a narrativa histórica dos feitos do Imperador em baixos -relevos no fuste.
Foi erguida por ordem do Senado para comemorar a vitória de Trajano sobre os
dácios e os partos.
6) Moradia: Casa
Era construída ao redor de um pátio chamada Atrio.
PINTURA
O Mosaico foi muito utilizado na decoração dos muros e pisos da arquitetura em
geral.
A maior parte das pinturas romanas que conhecemos hoje provém das cidades de
Pompéia e Herculano, que foram soterradas pela erupção do Vesúvio em 79 a.C. Os
estudiosos da pintura existente em Pompéia classificam a decoração das paredes
internas dos edifícios em quatro estilos.
Primeiro estilo: recobrir as paredes de uma sala com uma ca mada de gesso pintado;
que dava impressão de placas de mármore.
Segundo estilo: Os artistas começaram então a pintar painéis que criavam a ilusão
de janelas abertas por onde eram vistas paisagens com animais, aves e pessoas,
formando um grande mural.
Terceiro estilo: representações fiéis da realidade e valorizou a delicadeza dos
pequenos detalhes.
Quarto estilo: um painel de fundo vermelho, tendo ao centro uma pintura, geralmente
cópia de obra grega, imitando um cenário teatral.
8. ESCULTURA
Os romanos eram grandes admiradores da arte grega, mas por temperamento, eram
muito diferentes dos gregos. Por serem realistas e práticos, suas esculturas são uma
representação fiel das pessoas e não a de um ideal de beleza humana, como
fizeram os gregos. Retratavam os imperadores e os homens da sociedade.
Mais realista que idealista, a estatuária romana teve seu maior êxito nos retratos.
Com a invasão dos bárbaros as preocupações com as artes diminuíram e poucos
monumentos foram realizados pelo Estado. Era o começo da decadência do Império
Romano que, no séc. V - precisamente no ano de 476 - perde o domínio do seu
vasto território do Ocidente para os invasores germânicos.
MOSAICO
Partidários de um profundo respeito pelo ambiente arquitetônico, adotando soluções
de clara matriz decorativa, os masaístas chegaram a resultados onde existe uma
certa parte de estudo direto da natureza. As cores vivas e a possibilidade de
colocação sobre qualquer superfície e a duração dos materiais levaram a que os
mosaicos viessem a prevalecar sobre a pintura. Nos séculos seguintes, tornar -se-ão
essenciais para medir a ampliação das primeiras igrejas cristãs.
ARTE PALEOCRISTÃ
Enquanto os romanos desenvolviam uma arte colossal e espalhavam seu estilo por toda a
Europa e parte da Ásia, os cristãos (aqueles que seguiam os ensinamentos de Jesus Cristo)
começaram a criar uma arte simples e simbólica executada por pessoas que não eram grandes
artistas.Surge a arte cristã primitiva.
Os romanos testemunharam o nascimento de Jesus Cristo, o qual marcou uma nova era e uma
nova filosofia.Com o surgimento de um "novo reino" espiritual, o poder romano viu-se
extremamente abalado e teve início um período de perseguição não só a Jesus, mas também a
todos aqueles que aceitaram sua condição de profeta e acreditaram nos seus princípios.
Esta perseguição marcou a primeira fase da arte paleocristã: a fase catacumbária, que recebe
este nome devido às catacumbas, cemitérios subterrâneos em Roma, onde os primeiros
cristãos secretamente celebravam seus cultos.Nesses locais, a pintura é simbólica.
9. Para entender melhor a simbologia:
Jesus Cristo poderia estar simbolizado por um círculo ou por um peixe, pois a palavra peixe,
em grego ichtus, forma as iniciais da frase: "Jesus Cristo de Deus Filho Salvador".
Outra forma de simboliza-lo é o desenho do pastor com ovelhas "Jesus Cristo é o Bom
Pastor" e também, o cordeiro "Jesus Cristo é o Cordeiro de Deus".
Passagens da Bíblia também eram ali simbolizadas, por exemplo: Arca de Noé; Jonas
engolido pelo peixe e Daniel na cova dos leões.
Ainda hoje podemos visitar as catacumbas de Santa Priscila e Santa Domitila, nos arredores
de Roma.
Os cristãos foram perseguidos por três séculos, até que em 313 d.C. o imperador Constantino
legaliza o cristianismo, dando início à 2a fase da arte paleocristã : a fase basilical.
Tanto os gregos como os romanos, adotavam um modelo de edifício denominado "Basílica"
(origem do nome: Basileu = Juíz) , lugar civil destinado ao comércio e assuntos judiciais.
Eram edifícios com grandes dimensões: um plano retangular de 4 a 5 mil metros quadrados
com três naves separadas por colunas e uma única porta na fachada principal.
Com o fim da perseguição aos cristãos, os romanos cederam algumas basílicas para eles
pudessem usar como local para as suas celebrações.
O mosaico, muito utilizado pelos gregos e romanos, foi o material escolhido para o
revestimento interno das basílicas, utilizando imagens do Antigo e do Novo Testamento. Esse
tratamento artístico também foi dado aos mausoléus e os sarcófagos feitos para os fiéis mais
ricos eram decorados com relevos usando imagens de passagens bíblicas.
Na cidade de Ravena pode-se apreciar o Mausoléu de Gala Placídia e a igreja de Santo
Apolinário, o Novo e a de São Vital com riquíssimos mosaicos.
Em 395 d.C., o imperador Teodósio dividiu o Império Romano entre seus dois filhos:
Honório e Arcádio.Honório ficou com o Império Romano do Ocidente, tendo Roma como sua
capital , e Arcádio ficou com o Império Romano do Oriente, com a capital Constantinopla
(antiga Bizâncio e atual Istambul).
O império Romano do Ocidente sofreu várias invasões, principalmente de povos bárbaros, até
que, em 476 d.C., foi completamente dominado(esta data, 476 d.c., marca o fim da Idade
Antiga e o início da Idade Média). Já o Império Romano do Oriente (onde se desenvolveu a
arte bizantina), apesar das dificuldades financeiras, dos ataques bárbaros e das pestes,
conseguiu se manter até 1453, quando a sua capital Constantinopla foi totalmente dominada
pelos muçulmanos (esta data, 1453, marca o fim da Idade Média e o início da Idade
Moderna).
10. ARTE BIZANTINA
O cristianismo não foi a única preocupação para o Império Romano nos primeiros séculos de nossa
era.Por volta do século IV, começou a invasão dos povos bárbaros e que levou Constantino a
transferir a capital do Império para Bizâncio, cidade grega, depois batizada por Constantinopla.A
mudança da capital foi um golpe de misericórdia para a já enfraquecida Roma; facilitou a formação
dos Reinos Bárbaros e possibilitou o aparecimento do primeiro estilo de arte cristã - Arte Bizantina.
Graças a sua localização(Constantinopla) a arte bizantina sofreu influências de Roma, Grécia e do
Oriente. A união de alguns elementos dessa cultura formou um estilo novo, rico tanto na técnica como
na cor.
A arte bizantina está dirigida pela religião; ao clero cabia, além das suas funções, organizar também
as artes, tornando os artistas meros executores.O regime era teocrático e o imperador possuía
poderes administrativos e espirituais; era o representante de Deus, tanto que se convencionou
representá-lo com uma auréola sobre a cabeça, e, não raro encontrar um mosaico onde esteja
juntamente com a esposa, ladeando a Virgem Maria e o Menino Jesus.
O mosaico é expressão máxima da arte bizantina e não se destinava apenas a enfeitar as paredes e
abóbadas, mas instruir os fiéis mostrando-lhes cenas da vida de Cristo, dos profetas e dos vários
imperadores.Plasticamente, o mosaico bizantino em nada se assemelha aos mosaicos romanos; são
confeccionados com técnicas diferentes e seguem convenções que regem inclusive os afrescos.
Neles, por exemplo, as pessoas são representadas de frente e verticalizadas para criar certa
espiritualidade; a perspectiva e o volume são ignorados e o dourado é demasiadamente utilizado
devido à associação com maior bem existente na terra: o ouro.
A arquitetura das igrejas foi a que recebeu maior atenção da arte bizantina, elas eram planejadas
sobre uma base circular, octogonal ou quadrada imensas cúpulas, criando prédios enormes e
-se
espaçosos totalmente decorados.
A Igreja de Santa Sofia (Sofia = Sabedoria), na hoje Istambul, foi um dos maiores triunfos da nova
técnica bizantina, projetada pelos arquitetos Antêmio de Tralles e Isidoro de Mileto, ela possui uma
cúpula de 55 metros apoiada em quatro arcos plenos.Tal método tornou a cúpula extremamente
elevada, sugerindo, por associação à abóbada celeste, sentimentos de universalidade e poder
absoluto. Apresenta pinturas nas paredes, colunas com capitel ricamente decorado com mosaicos e o
chão de mármore polido.
11. Toda essa atração por decoração aliada a prevenção que os cristãos tinham contra aestatuária que
lembrava de imediato o paganismo romano, afasta o gosto pela forma e conseqüentemente a
escultura não teve tanto destaque neste período.O que se encontra restringe a baixos relevos
-se
acoplados à decoração.
A arte bizantina teve seu grande apogeu no século VI, durante o reinado do Imperador
Justiniano.Porém, logo sucedeu-se um período de crise chamado de Iconoclastia.Constituía na
destruição de qualquer imagem santa devido ao conflito entre os imperadores e o clero.
A arte bizantina não se extinguiu em 1453, pois, durante a segunda metade do século XV e boa parte
do século XVI, a arte daquelas regiões onde ainda florescia a ortodoxia grega permaneceu dentro da
arte bizantina.E essa arte extravasou em muito os limites territoriais do império, penetrando, por
exemplo, nos países eslavos.
UM POUCO MAIS DE SANTA SOFIA
"A verdadeira beleza de Santa Sofia, a maior igreja de Constantinopla, capital do Império Bizantino,
encontra-se no seu vasto interior.Um olhar mais atento permite ao visitante ver o trabalho requintado
dos artífices bizantinos no colorido resplandecente dos mosaicos agora restaurados; no mármore
profundamente talhado dos capitéis das colunas das naves laterais, folhas de acantos envolvem o
monograma de Justiniano e de sua mulher Teodora.No alto, sobre um solo de mármore, bordada em
filigrama de sombras dos candelabros suspensos, resplandece a grande cúpula.
Embora a igreja tenha perdido a maior parte da decoração original de ouro e prata, mosaicos e
afrescos, há uma beleza natural na sua magnificência espacial e nos jogos de sombra e luz - um
claro-escuro admirável quando os raios de sol penetram e iluminam o seu interior".
ARTE ISLÂMICA
No ano de 622, o profeta Maomé se exilou (hégira) na cidade de Yatrib e para aquela que
desde então se conhece como Medina (Madinat al -Nabi, cidade do profeta). De lá, sob a
orientação dos califas, sucessores do profeta, começou a rápida expansão do Islã até a
Palestina, Síria, Pérsia, Índia, Ásia Menor, Norte da África e Espanha. De origem nômade ,
os muçulmanos demoraram certo tempo para estabelecer -se definitivamente e assentar as
bases de uma estética própria com a qual se identificassem.
Ao fazer isso, inevitavelmente devem ter absorvido traços estilísticos dos povos
conquistados, que no enta nto souberam adaptar muito bem ao seu modo de pensar e sentir,
transformando-os em seus próprios sinais de identidade. Foi assim que as cúpulas
bizantinas coroaram suas mesquitas, e os esplêndidos tapetes persas, combinados com os
coloridos mosaicos, as decoraram. Aparentemente sensual, a arte islâmica foi na realidade,
12. desde seu início, conceitual e religiosa.
No âmbito sagrado evitou -se a arte figurativa, concentrando -se no geométrico e abstrato,
mais simbólico do que transcendental. A representação figu rativa era considerada uma má
imitação de uma realidade fugaz e fictícia. Daí o emprego de formas como os arabescos,
resultado da combinação de traços ornamentais com caligrafia, que desempenham duas
funções: lembrar o verbo divino e alegrar a vista. As le tras lavradas na parede lembram o
neófito, que contempla uma obra feita para deus.
Na complexidade de sua análise, a arte islâmica se mostra, no início, como exclusividade
das classes altas e dos príncipes mecenas, que eram os únicos economicamente capaz es
de construir mesquitas, mausoléus e mosteiros. No entanto, na função de governantes e
guardiães do povo e conscientes da importância da religião como base para a organização
política e social, eles realizavam suas obras para a comunidade de acordo com o s preceitos
muçulmanos: oração, esmola, jejum e peregrinação.
ARQUITETURA
As mesquitas (locais de oração) foram construídas entre os séculos VI e VIII, seguindo o
modelo da casa de Maomé em Medina: uma planta quadrangular, com um pátio voltado
para o sul e duas galerias com teto de palha e colunas de tronco de palmeira. A área de
oração era coberta, enquanto no pátio estavam as fontes para as abluções. A casa de
Maomé era local de reuniões para oração, centro político, hospital e refúgio para os mais
pobres. Essas funções foram herdadas por mesquitas e alguns edifícios públicos.
No entanto, a arquitetura sagrada não manteve a simplicidade e a rusticidade dos materiais
da casa do profeta, sendo exemplo disso as obras dos primeiros califas: Basora e Kufa, no
Iraque, a Cúpula da Roca, em Jerusalém, e a Grande Mesquita de Damasco. Contudo,
persistiu a preocupação com a preservação de certas formas geométricas, como o quadrado
e o cubo. O geômetra era tão importante quanto o arquiteto. Na realidade, era ele qu em
realmente projetava o edifício, enquanto o segundo controlava sua realização.
A cúpula de pendentes, que permite cobrir o quadrado com um círculo, foi um dos sistemas
mais utilizados na construção de mesquitas, embora não tenha existido um modelo comum .
As numerosas variações locais mantiveram a distribuição dos ambientes, mas nem sempre
conservaram sua forma. As mesquitas transferiram depois parte de suas funções aos
edifícios públicos: por exemplo, as escolas de teologia, semelhantes àquelas na forma. A
construção de palácios, castelos e demais edifícios públicos merece um capítulo à parte.
As residências dos emires constituíram uma arquitetura de segunda classe em relação às
mesquitas. Seus palácios eram planejados num estilo semelhante, pensados com o um
microcosmo e constituíam o hábitat privativo do governante. Exemplo disso é o Alhambra,
em Granada. De planta quadrangular e cercado de muralhas sólidas, o palácio tinha aspecto
de fortaleza, embora se comunicasse com a mesquita por meio de pátios e j ardins. O
aposento mais importante era o diwan ou sala do trono.
Outra das construções mais originais e representativas do Islã foi o minarete, uma espécie
de torre cilíndrica ou octogonal situada no exterior da mesquita a uma altura significativa,
para que a voz do almuadem ou muezim pudesse chegar até todos os fiéis, convidando -os à
oração. A Giralda, em Sevilha, era o antigo minarete da cidade. Outras construções
representativas foram os mausoléus ou monumentos funerários, semelhantes às
mesquitas na forma e destinados a santos e mártires.
13. TAPETES
Os tapetes e tecidos desde sempre tiveram um papel muito importante na cultura e na
religião islâmicas. Para começar, como povo nômade, esses eram os únicos materiais
utilizados para decorar o interior das tendas. À medida que foram se tornando sedentários,
as sedas, brocados e tapetes passaram a decorar palácios e castelos, além de cumprir uma
função fundamental nas mesquitas, já que o muçulmano, ao rezar, não deve ficar em
contato com a terra.
Diferentemente da tecedura dos tecidos, a do tapete constitui uma unidade em si mesma.
Os fabricados antes do século XVI chamam -se arcaicos e possuem uma trama de 80 000
nós por metro quadrado. Os mais valiosos são de origem persa e têm 40 000 nós por
decímetro quadrado. As oficinas mais importantes foram as de Shiraz, Tabriz e Isfahan, no
Oriente, e Palermo, no Ocidente. Entre os desenhos mais clássicos estão os de utensílios,
de motivos florais, de caça, com animais e plantas, e os geométricos, de decoração.
PINTURA E GRÁFICA
As obras de pintura islâmica são representadas por afrescos e miniaturas. Das primeiras,
muito poucas chegaram até nossos dias em bom estado de conservação. Elas eram
geralmente usadas para decorar paredes de palácios ou de edifícios públic os e
representavam cenas de caça e da vida cotidiana da corte. Seu estilo era semelhante ao da
pintura helênica, embora, segundo o lugar, sofresse uma grande influência indiana,
bizantina e inclusive chinesa.
A miniatura não foi usada, como no cristianism o, para ilustrar livros religiosos, mas sim nas
publicações de divulgação científica, para tornar mais claro o texto, e nas literárias, para
acompanhar a narração. O estilo era um tanto estático, esquematizado, muito parecido com
o das miniaturas bizantina s, com fundo dourado e ausência de perspectiva. O Corão era
decorado com figuras geométricas muito precisas, a fim de marcar a organização do texto,
por exemplo, separando um capítulo de outro.
Estreitamente ligada à pintura, encontra -se a arte dos mosaicistas. Ela foi herdada de
Bizâncio e da Pérsia antiga, tornando -se uma das disciplinas mais importantes na
decoração de mesquitas e palácios, junto com a cerâmica. No início, as representações
eram completamente figurativas, semelhantes às antigas, mas pau latinamente foram se
abstraindo, até se transformarem em folhas e flores misturadas com letras desenhadas
artisticamente, o que é conhecido como arabesco.
Assim, complexos desenhos multicoloridos, calculados com base na simbologia numérica
islâmica, cobriam as paredes internas e externas dos edifícios, combinando com a
decoração de gesso das cúpulas. Caligrafias de incrível preciosidade e formas geométricas
multiplicadas até o infinito criaram superfícies de verdadeiro
horror ao espaço vazio. A mesma funç ão desempenhava a cerâmica, mais utilizada a partir
do século XII e que atingiu o esplendor na Espanha, onde foram criadas peças de uso
cotidiano.