1. Havia meses que via na programação do canal Telecine o filme “PS I love you”,
em Português: P.S. Eu amo-te, prontinho a passar, mas sempre achei que seria mais um
daqueles filmes super-românticos… Até que um dia sentei-me no sofá e a minha mãe
estava a assistir a esse filme e eu , entretida com assuntos escolares, só espreitava de
vez em quando. No fim do filme a minha mãe estava completamente fascinada com o
filme, só falava nele.
Certo é que no sábado a seguir fui à Fnac deparo-me com o livro “PS I love you”
numa das prateleiras, pelo que decidi arriscar e começar a lê-lo.
Foi o primeiro livro que li desta autora, e adorei o livro, é uma historia bastante
inteligente, que apesar de ser um romance aniquila todas as típicas historias de amor,
com um príncipe encantado e com um final feliz... Mas sim uma historia de esperança.
“P.S. I Love You “conseguimos colocar-nos do lado dos protagonistas e sentir o
medo da solidão e da morte, de forma a arrancar-nos um suspiro ou uma lágrima.
Esta história acompanha o dia-a-dia de Holly após a morte do seu marido
Gerry, que sofria de um tumor cerebral. Holly ficou simplesmente de rastos e
transformou a sua vida numa monotonia tal, até ao momento em que descobre que
Gerry antes de morreu, planeou inteligentemente uma estratégia de continuar
“presente” na vida de Holly. Por isso pensou numa forma engenhosa para lhe mostrar
que ele conhecia-a suficiente bem para a deixar no mundo sozinha e sem rumo. Gerry
escreveu a Holly uma série de cartas que a orientarão, não apenas no seu desgosto mas
também na redescoberta de si mesma. Estas cartas incentivaram Holly a aprender a
viver de novo. E se ao principio Holly pensava que não se consegue sobreviver à perda
de um grande amor, no fim desta narrativa Holly é mas do que capaz a fazê-lo.
Este livro fez-me pensar bastante. Deparei-me com a dura realidade de perder
alguém que amamos bastante e não lhe podermos dizer em vida tudo o que sentíamos
por ela e o quanto a admirávamos. E a mensagem que o livro transmite é, acima de
tudo, optimista. Apesar da escrita não ser nada de extraordinário, Cecelia Ahern
consegue emocionar o leitor com a sua história e com as verdades que encerra. Confesso
que certas partes me fizeram ficar com a lagriminha no olho.
Rapidamente percebi o titulo “P.S. I love you – O mais importante fica por
dizer…”, P.S. I love you era como Gerry acabava cada carta que deixara a Holly, e o
subtítulo é referente a Holly, ou seja, depois de Gerry falecer ela sentiu que não
mostrou o seu amor verdadeiro por ele, pensa que se ocupou mas com mesquinhices
como quem apagava a luz do que mostrar realmente o quanto o amava e o desejava.
Como já referi, a escrita não era a mais agradável, ainda por cima o livro
contém partes que estão mal traduzidas. Certo é que a minha leitura podia ter sido mais
agradável caso a tradução tivesse o mínimo de qualidade. Pontuações mal feitas,
expressões traduzidas à letra do inglês (e que deixam de fazer sentido em português),
ou então frases traduzidas de tal maneira que não deixam o texto fluírem
convenientemente.
2. No fim de ler o livro, decidi seguir o conselho da minha mãe e assistir ao filme.
Por isso mesmo, dirigi-me à sala e coloquei o DVD no leitor, um pouco relutante,
confesso, sem saber o que esperar de um livro que me deu tanto prazer ler. E no
desenrolar daqueles tantos minutos os meus olhos riram e choraram e viveram
novamente, mas de maneira diferente, o romance, a tristeza, a história daquelas
personagens.
Devo salientar que todas as diferenças entre o escrito e o visual foram
brilhantes! Desde um apaixonado tonto e desajeitado que não existe nas páginas do
livro de capa vermelha, a viagens à Irlanda com casos amorosos, que nunca sequer
fizeram falta ao livro, tudo completou, revirou e refrescou a forma de ver P.S. - I love
you.
Aconselho toda a gente tanto a ler o livro como o filme…