O documento discute como o dinheiro pode corromper e influenciar as ações de todos os níveis da sociedade, ricos e pobres. O poeta destaca como até mesmo os mais nobres e religiosos podem ser levados a praticar ações desleais e imorais sob a influência do dinheiro e do interesse. Em três estrofes, o documento explora como o dinheiro pode corromper juízos, comprar lealdades e influenciar situações legais.
3. Vejam agora os espíritos especulativos
Quanto, tanto nos homens ricos como nos pobres,
Podem o vil interesse e a ambição
Do dinheiro, que nos leva à prática de todas as
más ações.
4. munidas = ‘bem guarnecidas’
tredoros = ‘traidores’
a mais nobres = ‘aos mais nobres’
cor = ‘aparência’
5.
6. O poder corruptor do dinheiro percorre
todas as camadas sociais.
«Quanto no rico, assi como no pobre, /
Pode o vil interesse e sede imiga / Do
dinheiro» (est. 96, vv. 2-4)
7. A deterioração dos valores da classe
nobre é destacada pelo poeta.
«Este a mais nobre faz fazer vilezas, / E
entrega Capitães aos inimigos» (est. 98,
vv. 3-4)
8. O dinheiro influencia a compreensão das
situações.
«Este deprava às vezes as ciências, / Os
juízos cegando e as consciências» (est.
98, vv. 7-8)
9. Nem os membros religiosos (os
sacaninhas!) escapam à influência
negativa do dinheiro.
«Até os que só a Deus omnipotente / Se
dedicam, mil vezes ouvireis / Que
corrompe este encantador, e ilude» (est.
99, vv. 5-7)
10. O domínio do dinheiro pode influenciar
situações legais.
«Este interpreta mais que sutilmente / Os
textos; este faz e desfaz leis» (est. 99, vv.
1-2)
11. Sob influência do dinheiro, o ser humano
pratica ações desleais, a não ser que
ande na catequese e veja A Missão
muitas vezes.
«Faz tredoros e falsos os amigos; / Este
a mais nobres faz viver vilezas, / E
entrega Capitães aos inimigos» (est. 98,
vv. 2-4);
«Este causa os perjúrios entre a gente /
E mil vezes tiranos torna os Reis» (est.
99, vv. 3-4)
12.
13. VIII,
96-98
[manual, p. 182]
Traição de que ia sendo vítima Vasco da
Gama é ultrapassada pela entrega de
fazendas.
O poeta adverte que o ouro (os bens, a
riqueza) a todos corrompe.
14. Lê «Retrato de um país que gosta da
cunha» (p. 183) e relaciona esse texto
com as estâncias (VIII, 96-99, p. 182) que
vimos em aula.