Apresentação para décimo primeiro ano de 2015 6, aula 53-54
1.
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4. O título da crónica {género
jornalístico} de Ricardo Araújo Pereira,
«Este país não é para corruptos», faz
alusão a um filme, Este país não é para
velhos. No entanto, o filme trata de um
negócio que falha, enquanto que o
5. suborno pensado por Domingos Névoa
foi oferecido mesmo, ainda que se tenha
depois concluído que não era passível
de criminalização, tendo o arguido sido
absolvido. Névoa não foi condenado
porque, segundo o tribunal, o político
que recebera o dinheiro não era a pessoa
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7. indicada para resolver o que o
subornador pretendia. Podemos dizer que
Névoa, além de desonesto, foi
incompetente, mas o que é certo é que foi
isso que o ilibou.
8. Ricardo Araújo Pereira traça depois
uma analogia entre o disposto nesta
sentença e casos hipotéticos de crimes
mais graves cujo autor tivesse errado,
sem querer, no exato destinatário da
malvadez. No último parágrafo, o cronista,
pontuando o texto com figuras de estilo
que visam a caricatura — ironia
9. («nobre título»); paradoxo/antítese
(«ilegalidade ilegal» que é legal);
trocadilhos com lugares comuns («não
é corrupto quem quer», «isto não é
corrupção que se apresente») —,
acaba por se centrar na crítica que
sempre pretendeu valorizar e que nem
se foca tanto na corrupção, mas antes
no exagerado formalismo da
administração da justiça ou na
conceção caprichosa da legislação.
10. Quanto ao primeiro parágrafo,
aproveita-se muito o conceito predicável
do «Sermão de Santo António», «Vós sois
o sal da terra». Como um dos elementos
da metáfora, o sal, significa
‘conservação’, o autor experimenta trocá-
lo por outros meios mais modernos de
preservar os alimentos, a arca frigorífica
ou a pasteurização, porque, conforme
alega, atualmente já se sabe que o sal
provoca hipertensão. Antes disso,
considerara ser
11. Portugal um país em salmoura (‘água com
muito sal’), por não se manifestar cá
nenhum resquício de corrupção. É esta
assunção (irónica, já se vê) que, mais do
que a intertextualidade com o filme, vem
justificar o título.
12. Este país não é para corruptos.
Sujeito verbo copulativo predicativo do sujeito
Portugal é um país em Salmoura.
Vós sois o sal da terra.
13. Ora aqui está um lindo decassílabo que
só por distração dos nossos poetas não
integra um soneto que cante o nosso
país como ele merece.
sujeito
= Ora um lindo decassílabo que só por
distração dos nossos poetas não integra um
soneto que cante o nosso país como ele
merece está aqui.
verbo copulativo predicativo do sujeito
14. Na altura de Cristo não era ainda
conhecido o efeito de sal na hipertensão…
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17. Glossário de narratologia, pp. 281-283
Antagonista / Protagonista
Encadeamento / Encaixe / Alternância
Personagem (redonda / plana // principal / secundária)
Narrador (autodiegético / homodiegético / heterodiegético)
Focalização (interna / externa / omnisciente)
Espaço (físico / social / psicológico)
Tempo (da história / do discurso)
Analepse / Prolepse / Sumário / Elipse /
Anisocronia / Isocronia
Narrativa (aberta / fechada)
44. Em cerca de 200 palavras, escreve o
comentário pedido no ponto 2, no cimo da
da p. 133 — destacando a dimensão crítica
comum a cartoon, crónica de RAP e
«Sermão de Santo António».
45. TPC — Escreve o texto argumentativo
pedido na p. 133, «Oficina de escrita»,
item 1. A.