O documento discute diferentes tipos de nomes, incluindo nomes próprios, antropônimos e nomes de batismo. Também aborda a arbitrariedade das palavras e como diferentes línguas podem ter designações diferentes para o mesmo conceito. Finalmente, apresenta trechos de uma música que reflete sobre como é fácil falar da vida dos outros em comparação com a própria vida.
10. Quase todas as palavras são arbitrárias, a
relação com os seus referentes é puramente
convencional. Porém, esta assunção — afinal a
mesma da citação de Romeu e Julieta —, é
contrariada com os casos das onomatopeias (que
simulam o som do objeto para que remetem) e de
certos hipocorísticos (cujo som parece traduzir a
afetividade para com a quem se aplicam).
Também o apego de alguns a ortografias antigas
(Pessoa, por exemplo, fazia questão de usar as
grafias rebuscadas de antes de 1911, ilustráveis
pelo caprichoso «rhythmo») parece decorrer da
ideia de que a forma contribui para a substância
do objeto de que seria apenas uma vestimenta.
11. A estes exemplos se pode contrapor a
variedade de designações aplicadas a um
mesmo referente (por exemplo, ‘palavra’)
providenciadas pelos milhares de línguas
que ainda existem. As palavras «word»,
«mot» e «palavra» designam o que parece
ser um mesmo conceito. E, no entanto, ...
12.
13.
14. «As vidas dos outros» (José Rebola),
Anaquim, As vidas dos outros, 2010
(cfr. p. 72)
15. Eu sou tão bom a falar das vidas dos outros
Há sempre um conselho a dar p'rás vidas dos outros
Nada é eterno e se aguentarmos todo o mal tem fim
É fácil ter calma quando a alma não me dói a mim
16. Eu sou tão bom a tornar todo o mal inerte
Se é aos outros que lhes custa que o passado
[ aperte
Mas quando a inquietude vem toda para o meu lado
Deita-se desnuda e não desgruda até me ter vergado
17. É tão simples quando estou de fora
A ver passar as nuvens pelo ar
Aplaudir, rever-me e concluir
Que eu também já lá estive e...
Já soube ultrapassar
18. Só a mim é que ninguém me entende
e a minha dor não tem como acabar
Ai quão melhor era acordar um dia
E ter as vidas dos outros todas em meu lugar
19. As vidas dos outros nunca me soam mal
Veem problemas no que é no fundo normal
Ai se eles soubessem como é viver assim
As vidas dos outros são tão simples para mim
20. As vidas dos outros nunca me soam mal
Veem problemas no que é no fundo normal
Ai se eles soubessem como é viver assim
As vidas dos outros são tão simples para mim
21. Eu sou tão bom a falar das vidas dos outros
Sempre me sei comportar nas vidas dos outros
Volta, revolta, o melhor está para vir
Solta tudo agora, não demora tornas a sorrir
22. Eu sou tão bom a apagar qualquer mau momento
E é aos outros que lhes bate à porta o sofrimento
Mexe, remexe, alguma coisa hás de encontrar
A solução é procurar
23. Eu sou tão bom a falar,
eu sou tão bom a cantar,
eu sou tão bom a contar as vidas dos outros
Eu sou tão bom a falar
Eu sou tão bom a curar
Tudo menos o meu próprio mal
24. As vidas dos outros nunca me soam mal
Veem problemas no que é no fundo normal
Ai se eles soubessem como é viver assim
As vidas dos outros são tão simples para mim
25. As vidas dos outros nunca me soam mal
Veem problemas no que é no fundo normal
Ai se eles soubessem como é viver assim
As vidas dos outros são tão simples para mim
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27.
28.
29. TPC
Usando obrigatoriamente dez dos
conectores da p. 342 — de preferência, de
filas diferentes — escreve um texto
expositivo-argumentativo, com entre 150 a
200 palavras, sobre assunto do teu
interesse.
Procura que não se note que a presen-
ça daqueles articuladores foi imposta. Su-
blinha-os.
Usa folha solta e escreve a tinta.