Este documento contém uma coleção de poemas escritos por João Felipe Gomes sobre temas como solidão, família, amizade, amor e reflexões sobre a vida. Os poemas abordam sentimentos como tristeza, depressão e saudade através de descrições poéticas do cotidiano e pensamentos sobre o significado da existência humana.
3. Estes são alguns poemas, postados no
blog Lugar do Leitor, reunidos então
numa só antologia.
4. HOMENS
O céu está estrelado
Conseguimos vê de todos os lados
Homens tristes e calados
Silêncio que os fazem
Serem chamados de incapacitados
Homens quem podem falar
Homens que podem criar um conceito
De todos vivermos num mundo
Sem o preconceito
Ou sem a discriminação
Se eles por isso lutassem
Não viveriam na solidão
Mas com ela vivem
E sem preocupação
Eles já não se importam
Vivem num mundo sem porta
E sem iluminação
Preconceito sinônimo de desrespeito
Discriminação sinônimo de solidão
Com estes dois sinônimos eles vivem
Anônimos ocultos e sem compreensão
5. TRISTE FAMÍLIA
Sair de casa sem avisar
Não sei se vou voltar
Talvez por aqui vou ficar
Pois não tenho ninguém
Para se preocupar.
Deus meu quando voltarei?
Talvez nunca!
Pois lá não tenho o que fazer
Por aqui fico olhando o sol
Por aqui fico tristemente só.
Em casa tenho tudo
Menos tudo que luto
Luto pela harmonia
Na minha infeliz família.
Lá em casa ninguém coopera
Fazem do dia uma miséria
Miséria que me faz não querer voltar
Para o tão indesejado lugar
6. DESCULPAS
Leio Livros por não ter amigo
Não há amigo melhor do que o livro
Nos livros encontramos amizades
Que nos faz viver numa eterna felicidade
Através das personagens
Criamos uma imagem
Imagem que leva-nos a uma passagem para
Um mundo com homens
E mulheres de muita coragem
Os homens não lêem os livros
Por isso recebem gritos da mãe Solidão
Se eles lessem, Mãe Solidão morreria
E ficaria guardada num bom livro de ficção.
7. DESCRIÇÕES
Chamo-Me João
João pé de feijão
O João que tem fortes dores no coração
Coração novo, mas cheio de depressão
Depressão infeliz é a minha que sempre luto para dizer
não
Agora tão triste estou,
Sozinho segurando esta pena
Tristeza pela qual me comoveu
A escrever este poema
Poema triste com muita dor
Não só apenas consegue descrevê-lo
Como descreve também o autor
Autor que guarda muito rancor
Por aqui fico com aminha dor
Por aqui fico com a minha depressão
Depressão que luto para substituí-la
No meu já velho coração
8. A NOITE FRIA DO INVERNO
Na noite fria do inverno andei,
Andei sem destino, na intenção de encontrar
A paz que sempre sonhei
Na vida não conseguimos nada fácil
E sem a paz que desejava voltei
Na minha solene volta desejei muito mais:
A paz que os homens tanto lutam,
Mas por ela não defendem
Talvez um dia eles lembrem
Mas infelizmente será tarde de mais
Deus, porque tanto sofremos?
Se tu sabes que não suportamos a dor
A dor que nos inferniza,
Dor que nos faz querer parar
Mas em ti ó Deus confiamos
Temos a plena confiança que
Tu guardarás um lugar para os teu
E neste lugar felizes viveremos
Enquanto o criador criar o pleno lugar
Aqui fiquemos andando sem destino
Perdidos nos pensamentos,
Pensamentos pelos quais cobiçamos a paz
A paz vamos obtê-la no tão desejado lugar.
9. A VERDADEIRA PAIXÃO
A Cidade é uma correria
Quando de dia todos cumprem
O seu objetivo do dia
No finalzinho da tarde
Todos já têm cumprido
O seu objetivo levado à cidade
E a cidade de noite?
É habitada por quem
Creio que seja por aqueles
Que já estão sem ninguém
Quando de dia alguns trabalham,
Outros vendem o que tem de melhor:
O corpo
Que depois de vendido voltam para casa
E no dia seguinte voltam
Até a cidade com o corpo imundo
Deixando suja a cidade tão bem limpa
Por aquele que a criou
Deus, porque existe a prostituição?
Se nosso corpos foram criados para
Vivermos numa doce paixão
10. A MÃE QUE NÃO TIVE
Mãe tu foste para mim a melhor coisa que Deus fez
Sempre me apoiastes nas horas que mais desejei.
Tu não podes estar mais aqui do meu lado
Mais tu sempre estará no meu coração.
Mãe eu sinto tanta saudades de ti.
Oh mãe por que tu foste embora?
Não me querias mais?
Se for isto, volta...
Que eu fico no teu lugar.
Mãe tu tens o segredo da vida dentro de teu interior
Tu me reproduziste com muito amor
Aqui estou eu tristemente só
Esperando por ti, aqui ficarei esperando-te
Para me levar contigo para sermos feliz.
Oh mãe volta para sermos felizes.
Volta para fazermos coisa que ainda não tivemos a
oportunidade de fazer.
Volta para mim mamãe, volta e vem me ver.
11. MAR TRAIÇOERO
Comparo o mar como a vida
Tudo que nela se faz, vai e volta
Se hoje eu estou triste, amanhã estou alegre
O mar é do mesmo jeito, hoje ele está fazendo
Um maremoto e amanhã ele fará uma onda
Tão calma que acalmará toda a tua tristeza
Por isso que agora eu estou na praia
Tentando me acalmar, eu estou esperando pela onda
Que tu disseste que se eu lá fosse iria me ajudar
Por ela já esperei tanto que não agüento mais
Aqui vejo de tudo e principalmente o mar que
Está sendo traiçoeiro comigo e disse-me para voltar
Aqui estou eu novamente, na frente do mar
Já caminhei tanto que meus pés me imploraram para parar
Parei, não quero saber de mais nada e nem ninguém
O mar já não me ajuda, sou um caso perdido
Sem quere saber de nada, entrei no mar
Ensopei-me por completo e me deixei flutuar.
12. MOTIVOS
Só escrevo poesia à noite
De dia não tenho razão de escrever
Escrevo apenas à noite e aproveito
Para apanha de acoite
Junto com a solene solidão
Solidão porque me bate?
Se eu não mereço isso
Talvez eu devo merecer
Se não Deus não me
Deixaria passar por isso
Solidão retira-se de mim
Vai procurar aqueles
Que já não estar infeliz
Pois João quer voltar a
Ser um menino alegre e feliz
A solidão ainda não foi
De mim ela não quer sair
Já encontrou um lugar
Para morar e fazer-me infeliz
Com ela vou viver até Deus
Revelar-me o que será de mim
13. NO SILÊNCIO DA NOITE
No silêncio da noite junto com a minha solidão
Segui sem destino, sem rumo, apenas com os meus lívidos
passos
Que me faziam andar sem eu ter uma noção de onde
chegar
Andei até demais e não encontrei nada
Mas eu nada procurava apenas queria andar livremente no
tão cálido
Silêncio da noite que fazia companhia a minha miserável
surdez
Surdez que me deixava surdo e eu não tinha certeza se
era a noite
Que estava calada ou meus ouvidos desligados
Não ouvia o canto dos pássaros nem o barulho do forte
vento
Que me batia agressivamente no meu corpo, minha alma
estava cansada e
Com vontade de se partir ao meio e virar duas, mas
mesmo assim divididas
Elas ainda seriam chamadas de solidão e tristeza
Que denominaria apenas uma pessoa: eu mesmo
Um ser sem destino, sem ponto de chegada
Um ser que camufla tanto os sentimentos que acha que
está dividido
Ambas as partes desta divisão tão mírifica consegue me
descrever em
Tristeza, solidão e por que não: João?
14. SAUDADE
Saudades é a melhor palavra para
Dizer o que sinto por ti
Sinto saudade do teu corpo
Hoje te tenho só no pensamento
As poucas imagens que foram gravadas
De ti não me completam, pois eu o quero
De verdade só para mim
Não quero fragmentos lhe quero inteiro
Lembrar de ti dói, mas é uma dor inevitável
E um sofrimento opcional
Sofro por ti por saber que tu existes
E que tu não podes está aqui por causa da distância
A vida pediu para você partir, ir embora, me deixar só...
A vida sempre é traiçoeira, ela nunca faz o que queremos
Viver é uma dor estupenda
Recordo-me de ti, da tua voz, do teu cheiro e do teu
sorriso
Antes de ti ter eu era apenas uma sombra, sem luz e sem
cor
Vivia nas trevas e a escuridão era a minha companhia
Eu era carente de luz e tu quando chegasse perto de mim
me clareou
Trouxe-me a luz que me haviam roubado
Meus olhos foram em direção aos teus e
Neles encontrei uma luz submissa a minha escuridão
Fui em direção também aos teus cálidos lábios
Neles encontrei um doce veneno
Este veneno entrou pela minha boca e saiu agora com
toda força
Pelas minhas mãos.
15. LOUCOS SIM, NORMAIS NÃO
Que a loucura me domine por completo
Se eu sou normal e todos me reconhecem com louco
Então que a minha insanidade seja proveitosa
Que a minha mente torne-se mentecapta
Talvez assim sendo, enxergarei o mundo com um olhar
ingênuo
Neste mundo temos que nos passar por perdedores da
razão
Então, portanto vamos ser loucos
Vamos desfrutar daquilo que gostamos
O que importa é ser feliz
Sendo louco ou não sempre será um ser
Um ser que tem uma escolha dentro de si
Que a loucura a todos domine e que
Desperte em cada um o olhar ingênuo
Que tem se mostrado tão pouco no
Meio de pessoas tão normais.
16. LAGRIMAM DESAFIADORAS
Lágrimas desafiam o meu olhar
Apesar de elas não saberem a razão da descida
O meu coração inchado encontra-se
Minha mente concentrada em algo triste
Faz com que os meus olhos fiquem molhados, molhados
de lágrimas
Que a tristeza da minha mente mostre-se enganadora
Talvez assim sendo, poucas lágrimas me desafiarão...
Apenas te peço meu Deus:
Que a dor não me seja indiferente
Que a morte me encontre distraidamente
Que o medo me seja passageiro e
Que a solidão seja apenas
O desfecho disso que chamamos de vida.
17. PEDIDOS
Apenas te peço meu Deus:
Que a dor não me seja indiferente
Que a morte me encontre distraidamente
Que o medo me seja passageiro e
Que a solidão seja apenas
O desfecho disso que chamamos de vida.
18. CENÁRIOS
A vida é um cenário que Deus fez
Nele vivemos como atores
Atores que não tem uma formação
Neste vasto mundo, vivemos como cobaias
Temos que aprender a encenar
Mas a encenação está sendo feito agora
E se não prestarmos atenção temos
Que sair da peça teatral que é a VIDA.
19. DE REPENTE
Algo inusitado acontece com o meu corpo
Depois de anos sem tê-la
Achei até que ela havia deixado de existir
Só bastou a platéia não comparecer
Que ela ressurgiu, havendo então
A ressurreição da solidão
O meu corpo mostrou-se leve e inseguro
Não queria tê-la, uma vez, porém,
Que a escolha não me pertence
O responsável por isso
São os meus atos, os meus impulsos
Como uma cena teatral que apresenta vários atos,
A minha vida impulsionada mostra-se
Com a solidão presa nos meus movimentos
Os meus olhos enxergam o mundo de outra maneira
Sendo eu, o personagem perfeito
De uma noite de grandes espetáculos
O teatro encontrava-se vazio, minha vida também
A única coisa que me restou depois de tantas perdas, foi a
voz
Gritei:
- Meu Deus! - Gritei mais alto o que pude,
Ele não me ouviu
Nada aconteceu; o eco da minha voz
Preencheu todo o cenário vazio
Nas cadeiras onde todos deveriam estar sentados
Ressurgia o vazio, a angústia e o choro
Chorei, não teatralmente; mas sim de verdade
Os meus coitados olhos derramaram lágrimas
Sem saber por quê
Minha mente lhes ordenava dizendo:
- Apenas chore, ele está triste
20. O desarollo foi constante e nisto muitas
Lágrimas escorreram, desordenadamente pela minha face
O choro me ajudou, me senti mais leve
O cenário continuou o mesmo: intacto
A não ser pelo tempo que havia passado,
Nada se modificou
Sendo o mundo este cenário e a sociedade esta platéia
Eu não necessito de mais nada
Como um teatro em reforma ficou a minha vida
Cansado de incorporar tanta gente parei por aqui
Não quero ser mais ninguém, nem eu mesmo
Ser ou não ser? – eis a questão, já dizia Shakespeare
Eu prefiro não ser
Não vou ter compromisso com nada e não vou precisar
Decorar falas, até porque só escrevem enredos mal
escritos
Que roteirista é esse que nem se quer escrever sabe?
21. OTEMPO E A VIDA
tempo passa
Não pára
Concentra-se nos
Teus pensamentos
E perceberás que a
Vida não pára, passa.
22. MORRER
Dores rebocam o meu corpo,
Cansado de tanto sofrimento
E amargura, com a morte
Marco um encontro.
Morrer não é tudo,
Antes o retorno daquilo
Que ainda não foi.
Morrer seria uma pausa
Para o sofrimento,
O melhor seria aguentar
Calado sem refletir muito.
Até porque, se a reflexão
Marcar sem pena
A minha mente,
Eu morreria de dores de parto
Para gerar aquilo que eu já
Sei que não existe:
SOLUÇÃO.
23. QUE IMPORTA?
Eu não era o que sou agora
Não sinto falta dos dias que passaram
Os dias apenas passam, passam e passam
E infelizmente mais velho vou ficando
Quero viver cada dia da minha vida
Lutando para que haja o amanhã
Sei também que o amanhã pode
Não nascer mais para mim
Mas que importa? Eu já nasci
O amanhã pode não surgir
Mas eu surgi, e este meu surgimento
Ocorreu nesta minha monótona vida
Vida, que todos os dias vivo
Nesta ligação de segundos
Que me perturbam e faz-me
Questionar o surgimento do amanhã
O que quero eu com amanhã?
Mal tenho capacidade para viver o HOJE
24. UM PRESENTE DA VIDA
Sensata me é a minha loucura
Tento vê-la nos meus semelhantes
Mas nenhum se encaixam a ela
Não sei se a cruel da sensatez
A reservou especialmente para mim
Sem exagerar muito
Eu a recebo: ALEGRE e ÚNICO.
25. O MARCADOR DAS HORAS
Porque às vezes eu entendo
Que a minha vida é um
Relógio que trabalha incansavelmente
Todo um período
E depois quase sem forças
Tenta ser o que foi no segundo anterior.
O meu relógio não marca apenas segundos
Marca também as longas horas que eu fico parado
E o meu dono acha que eu por não estar funcionando
Não vivi aquele momento
Pobre de quem pensa como ele
Vivo tudo, funcionando ou não,
Pois o instante é concebido a todos.
E indiferente de se estar funcionando ou não:
PASSA-SE.
26. DEFINIÇÕES
Triste me é o momento
Pobre agora é o instante
Desconfortável é essa rotina
Infeliz é a minha existência
27. Todos os poemas apresentados aqui são
de autoria de João Felipe Gomes, autor
do blog Lugar do Leitor