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TRANSFORMADORES DE INSTRUMENTO
TIPOS
• Transformadores de Potencial- TP
• Transformadores de Corrente- TC
FINALIDADE
• Fornecer alimentação elétrica a reles ou medidores com intensidades de corrente(TC) ou voltagem(TP)
proporcionais às existentes no circuito de potência.
• Prever isolação da alta tensão tanto para proteção pessoal como para os equipamentos: (reles,
medidores).
• Reduzir níveis de corrente e de tensão, tornando reles e medidores de fabricação compacta reduzindo
custos.
TRANSFORMADORES DE CORRENTE
INTRODUÇÃO
Os transformadores de corrente são equipamentos que permitem aos instrumentos de medição e proteção
funcionarem adequadamente sem que seja necessário possuírem correntes nominais de acordo com a corrente
de carga do circuito ao qual são ligados. Na sua forma mais simples, eles possuem um primário, geralmente
poucas espiras, e um secundário, no qual a corrente nominal transformada é, na maioria dos casos, igual a 5
A. Dessa forma, os instrumentos de medição e proteção são dimensionados em tamanhos reduzidos com as
bobinas de corrente constituídas com fios de pouca quantidade de cobre.
Os transformadores de corrente são utilizados para suprir aparelhos que apresentam baixa resistência elétrica,
tais como amperímetros, relés de indução, bobinas de corrente de relés diferenciais, medidores de energia, de
potência etc.
Os TC's transformam, através do fenômeno de conversão eletromagnética, correntes elevadas, que circulam
no seu primário, em pequenas correntes secundárias, segundo uma relação de transformação.
A corrente primária a ser medida, circulando nos enrolamentos primários, cria um fluxo magnético alternado
que faz induzir as forças eletromotrizes Ep e Es, respectivamente, nos enrolamentos primário e secundário.
Dessa forma, se nos terminais primários de um TC, cuja relação de transformação nominal é de 20, circular
uma corrente de 100 A, obtém-se no secundário a corrente de 5A , ou seja : 100/20 = 5A.
CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS
Os transformadores de corrente podem ser construídos de diferentes formas e para diferentes usos, ou seja:
1- TC tipo Barra
É aquele cujo enrrolamento primário é constituído por uma barra fixada através do núcleo do
transformador, conforme mostrado abaixo.
2- TC tipo enrrolado
É aquele cujo enrrolamento primário é constituído de uma ou mais espiras envolvendo o núcleo do
transformador, conforme ilustrado abaixo.
3- TC tipo janela
É aquele que não possui um primário fixo no transformador e é constituído de uma abertura através do núcleo,
por onde passa o condutor que forma o circuito primário, conforme abaixo.
4- TC tipo bucha
É aquele cujas características são semelhantes ao TC do tipo barra , porém sua instalação é feita
na bucha dos equipamentos ( transformadores, disjuntores, etc.), que funcionam como enrrolamento
primário, de acordo como mostrado abaixo.
5- TC de núcleo dividido
É aquele cujas características são semelhantes às dos tipo janela , em que o núcleo pode ser separado para
permitir envolver o condutor que funciona como enrrolamento primário, conforme mostrado abaixo.
6- TC com vários enrrolamentos primários
É aquele constituído de vários enrrolamentos primários montados isoladamente e apenas um
enrrolamento secundário, conforme abaixo.
7- TC com vários núcleos secundários
É aquele constituído de dois ou mais enrrolamentos secundários montados isoladamente , sendo que cada
um possui individualmente o seu núcleo, formado, juntamente com o enrrolamento primário, um só
conjunto, conforme se na figura abaixo.
Neste tipo de transformador de corrente , a seção do condutor primário deve ser dimensionado tendo em
vista a maior das relações de transformação dos núcleos considerados.
8- TC com vários enrrolamentos secundários
É aquele constituído de um único núcleo envolvido pelo enrrolamento primário e vários enrrolamentos
secundários , conforme se mostra na figura abaixo, e que podem ser ligados em série ou paralelo.
9- TC tipo derivação no secundário
É aquele constituído de um único núcleo envolvido pelos enrrolamentos primário e secundário , sendo este
provido de uma ou mais derivações . Entretanto o primário pode ser constituídos de um ou mais
enrrolamentos, conforme se mostra na figura a seguir.Como os amperes-espiras variam em cada relação de
transformação considerada, somente é garantida a classe de exatidão do equipamento para a derivação que
estiver o maior número de espiras . A versão deste tipo de TC é dada na figura abaixo.
Os transformadores de corrente de baixa tensão normalmente têm o núcleo fabricado em ferro-silício de grãos
orientados e está, juntamente com os enrrolamentos primário e secundário, encapsulado em resina epóxi,
submetida a polimerização, o que lhe proporciona endurecimento permanente, formando um sistema
inteiramente compacto e dando ao equipamento características elétricas e mecânicas de grande desempenho,
ou seja:
• Incombustibilidade do isolamento;
• Elevada capacidade de sobrecarga, dada a excepcional qualidade de condutividade térmica da resina
epóxi;
• Elevada resistência dinâmica às correntes de curto-circuito;
• Elevada rigidez dielétrica.
Já os transformadores de corrente de média tensão, semelhantemente aos de baixa tensão, são normalmente
construídos em resina epóxi, quando destinados às instalações abrigadas, conforme as Figuras a seguir.
Também são encontrados transformadores de corrente para uso interno, construídos em tanque metálico cheio
de óleo mineral e provido de buchas de porcelana vitrificada comum aos terminais de entrada e saída da
corrente primária conforme figura a seguir.
.
Os transformadores de corrente fabricados em epóxi são normalmente descartados depois de um defeito
interno. Não é possível a sua recuperação.
Os transformadores de corrente de alta tensão para uso ao tempo são dotados bucha de porcelana vitrificada
com saias, comum aos terminais de entrada da corrente primária. A Figura abaixo mostra um TC para uso ao
tempo isolado 72,6 kV.
Os transformadores de corrente destinados a sistemas iguais ou superiores a 69 kV têm os seus primários
envolvidos por uma blindagem eletrostática, cuja finalidade é uniformizar o campo elétrico.
CARACTERISTICAS ELÉTRICAS
Os transformadores de corrente, de um modo geral, podem ser representados eletricamente através do
esquema da Figura abaixo, em que as resistência e reatância primárias estão definidas como R1 e X1, as
resistência e reatância secundárias estio definidas como R2 e X2 e o ramo magnetizante está caracterizado pelos
seus dois parâmetros, isto é, a resistência Rη , que é responsável pelas perdas ôhmicas, através das correntes
de histerese e de Foucault, desenvolvidas na massa do núcleo de ferro com a passagem das linhas de fluxo
magnético, e Xη responsável pela corrente reativa devido à circulação das mesmas linhas de fluxo no circuito
magnético.
Através do esquema da Figura acima, pode-se descrever resumidamente o acionamento de um transformador
de corrente. Uma determinada carga absorve da rede uma certa corrente Ip que circula no enrolamento
primário do TC, cuja impedância ( Z1 = R1 + jX1 ) pode ser desconsiderada. A corrente que circula no
secundário do TC, Is provoca uma queda de tensão na sua impedância interna (Z2 = R2 +jX2) e na impedância
da carga conectada ( Z2= R2 +jX2 ) que afeta o fluxo principal, exigindo uma corrente magnetizante Ie
diretamente proporcional
A impedância do primário não afeta a exatidão do TC. Ela é apenas adicionada à impedância do circuito de
alimentação. O erro do TC é resultado sensivelmente da corrente que circula no ramo magnetizante, isto é, Ie.
É simples entender que a corrente secundária Is somada à corrente magnetizante Ie deve ser igual a corrente
que circula no primário , ou seja: Ip = Ic + Is
Considerando um TC de relação 1:1, para que a corrente secundária reproduzisse fielmente a corrente do
primário, seria necessário que Ip = Is . Como não é, a corrente que circula na carga não corresponde
exatamente à corrente do primário, ocasionando assim o erro do TC.
Quando o núcleo entra em saturação, exige uma corrente de magnetização muito elevada, deixando de ser
transferida para a carga ZC como será visto adiante com mais detalhe, provocando assim um erro de valor
considerável na medida secundária.
Para melhor se conhecer um transformador de corrente, independentemente de sua aplicação na medição e na
proteção, é necessário estudar as suas principais características elétricas.
CORRENTES NOMINAIS
As correntes nominais primárias devem ser compatíveis com a corrente de carga do circuito primário.
As correntes nominais primárias e as relações de transformação nominais estão discriminadas nas tabelas
abaixo, para relações nominais simples e duplas, utilizadas para ligação série/paralelo no enrrolamento
primário.
CORRENTE
PRIMÁRIA
PADRONIZADA
CORRENTE
SECUNDÁRIA
PADRONIZADA
RELAÇÃO
NOMINAL
CORRENTE
PRIMÁRIA
PADRONIZADA
RELAÇÃO
NOMINAL
5
10
15
20
25
30
40
50
60
75
100
125
150
200
250
300
400
500
600
800
1000
1200
1500
2000
2500
3000
4000
5000
6000
8000
5
1:1
2:1
3:1
4:1
5:1
6:1
8:1
10:1
12:1
15:1
20:1
25:1
30:1
40:1
50:1
60:1
80:1
100:1
120:1
160:1
200:1
240:1
300:1
400:1
500:1
600:1
800:1
1000:1
1200:1
1600:1
5 x 10
10 x 20
15 x 30
20 x 40
25 x 50
30 x 60
40 x 80
50 x 100
60 x 120
75 x 150
100 x 200
150 x 300
200 x 400
300 x 600
400 x 800
600 x 1200
800 x 1600
1000 x 2000
1200 x 2400
1500 x 3000
2000 x 4000
2500 x 5000
3000 x 6000
4000 x 8000
5000 x 10000
6000 x 12000
7000 x 14000
8000 x 16000
9000 x 18000
10000 x 20000
1 x 2:1
2 x 4:1
3 x 6:1
4 x 8:1
5 x 10:1
6 x 12:1
8 x 16:1
10 x 20:1
12 x 24:1
15 x 30:1
20 x 40:1
30 x 60:1
40 x 80:1
60 x 120:1
80 x 160:1
120 x 240:1
160 x 320:1
200 x 400:1
240 x 480:1
300 x 600:1
400 x 800:1
500 x 1000:1
600 x 1200:1
800 x 1600:1
1000 x 2000:1
1200 x 2400:1
1400 x 2800:1
1600 x 3200:1
1800 x 3600:1
2000 x 4000:1
As correntes nominais secundárias são adotadas geralmente iguais a 5A. Em alguns casos especiais, quando
os aparelhos, normalmente relés de são instalados distantes dos transformadores de corrente, pode-se adotar a
corrente secundária de 1 A, a fim de reduzir a queda de tensão nos fios de interligação. NBR 6856/81 adota as
seguintes simbologias para definir as relações de correntes.
• Sinal de dois pontos (:) deve ser usado para exprimir relações n como, por exemplo: 300:1;
•O hífen (-) deve ser usado para separar correntes nominais de enrolamento diferentes, como, por exemplo:
300-5 A, 300-300-5 A (dois enrolam primários), 300-5-5 (dois enrolamentos secundários);
•O sinal (x) deve ser usado para separar correntes primárias nominais, ainda relações nominais duplas, como,
por exemplo, 300 x 60~5A (correntes primárias nominais) cujos enrolamentos podem ser ligados em série
paralelo, segundo podemos ver nos TC`s já vistos;
•A barra ( / ) deve ser usada para separar correntes primárias nominais ou relações nominais obtidas por meio
de derivações, efetuadas tanto nos enrrolamentos primários como nos secundários, como, por exemplo.
300/400-5 A, ou 300-5/5 A, como visto na Figura do TC de várias derivações secundárias.
CARGAS NOMINAIS
Os transformadores de corrente devem ser especificados de acordo com a carga que será ligada no seu
secundário. Dessa forma, a NBR 6856/81 padroniza as cargas secundárias de acordo com a Tabela abaixo.
NBR 6856 - Cargas nominais para T.C. para características à 60Hz
Designação Resistência
Ω
Indutância
mH
Potência
Aparente
VA
Fator de
potência
Impedância
1 2 3 4 5 6
C 2,5 0,09 0,116 2,5 0,9 0,1
C 5,0 0,18 0,232 5,0 0,9 0,2
C 12,5 0,45 0,580 12,5 0,9 0,5
C 25,0 0,50 2,3 25,0 0,5 1,0
C 50,0 1,0 4,6 50,0 0,5 2,0
C 100,0 2,0 9,2 100,0 0,5 4,0
C 200,0 4,0 18,4 200,0 0,5 8,0
Nota: Quando a corrente secundária nominal for diferente de 5A , os valores de resistência, indutância e impedância das cargas
nominais são obtidos multiplicando- se os valores desta tabela pelo quadrado da relação entre 5A e a corrente secundária nominal.
Para um transformador de corrente, a carga secundária representa o valor Ôhmico das impedâncias formadas
pelos diferentes aparelhos ligados a seu secundário, incluindo-se aí os condutores de interligação.
Por definição, carga secundária nominal é a impedância ligada aos terminais secundários do TC, cujo valor
corresponde à potência para a exatidão garantida, corrente nominal.
Considerando um TC C200, a impedância de carga nominal é de: Ω=== 8
5
200
22
s
I
Ptc
Zs
Deve-se frisar que, quando a corrente secundária nominal é diferente de 5 A, os valores das cargas devem ser
multiplicados pelo quadrado da relação entre 5A e a corrente secundária nominal correspondente, para se
obter os valores desejados dos referidos parâmetros.
A carga dos aparelhos que devem ser ligados aos transformadores de corrente tem que ser dimensionada
criteriosamente para se escolher o TC de carga padronizada compatível. No entanto, como os aparelhos são
interligados aos TC's através de fios , normalmente de grande comprimento, é necessário calcular-se a
potência dissipada nesses condutores e soma-las a potência dos aparelhos correspondentes. Assim a carga de
um transformador de corrente , independente de ser destinado à medição ou a proteção, pode ser dada pela
equação:
∑ ××+= 2
sIZcLcCapCtc (VA) onde;
Σcap = Soma das cargas correspondentes às bobinas de corrente dos aparelhos considerados, em VA;
Is = Corrente nominal secundária , normalmente igual a 5A;
Zc = Impedância do condutor , em Ώ/m ;
Lc = Comprimento do cabo condutor , em metros.
FATOR DE SOBRECORRENTE
Também denominado fator de segurança, é o fator pelo qual se deve multiplicar corrente nominal primária do
TC para se obter a máxima corrente no seu primário até o limite de sua classe de exatidão. A NBR 6856/81
especifica de sobrecorrente para serviço de proteção em 20 vezes a corrente nominal.
Como já se comentou anteriormente, quando a carga ligada a um transformador de corrente for inferior à
carga nominal deste equipamento, o fator de recorrente é alterado sendo inversamente proporcional à referida
carga. Conseqüentemente , a proteção natural que o TC oferecia ao aparelho fica prejudicada.
A equação abaixo fornece o valor que assume o fator de sobrecorrente, em função da entre a carga nominal do
TC e a carga ligada ao seu secundário:
Fs
Cs
Cn
F ×=1 , onde:
Cs- Carga ligada ao secundário, em VA;
Fs- Fator de sobrecorrente nominal ou de segurança;
Cn- Carga nominal, em VA.
Desta forma, a saturação do transformador de corrente só ocorreria para o valor de F1 superior a Fs(valor
nominal), o que submeteria os aparelhos a urna grande intensidade de corrente. Algumas vezes, é necessário
inserir uma resistência no circuito secundário para elevar o valor da carga secundária do TC, quando os
aparelhos a serem ligados assim o exigirem, o que não é muito comum, já que eles suportam normalmente 50
vezes a sua corrente nominal por segundo.
CORRENTE DE MAGNETIZAÇÃO
Corrente de magnetização é a que circula no enrolamento primário do transformador de corrente como
conseqüência do fluxo magnetizante do núcleo.
A curva de magnetização dos transformadores de corrente fornecida pelos fabricantes permite que se calcule,
entre outros parâmetros, a tensão induzida no seu secundário e a corrente magnetizante correspondente.
De acordo com a Figura, que representa a curva de magnetização de um transformador de corrente para
serviço de proteção, a tensão obtida no joelho da curva é aquela correspondente a uma densidade de fluxo B
igual a 1,5 tesla (T), a partir da qual o transformador de corrente entra em saturação. Deve-se lembrar que 1
tesla é a densidade de fluxo de magnetização de um núcleo, cuja seção é de 1 m2
e através da qual circula um
fluxo ~ de 1 weber (W). Por outro lado, o fluxo magnético representa o número de linhas de força magnética,
emanando de uma superfície magnetizada ou entrando na mesma superfície. Resumindo o relacionamento
destas unidades, tem-se:
A corrente de magnetização varia para cada transformador de corrente, devido à não-linearidade magnética
dos materiais de que são constituídos os núcleos. Assim, à medida que cresce a corrente primária, a corrente
de magnetização não cresce proporcionalmente, mas, segundo uma curva dada na Figura abaixo, é tornada
como ordem de grandeza.
Os TC's destinados ao serviço de proteção, por exemplo, que atingem o início da saturação a 20 x In, ou a 1,5
T, segundo a curva da característica, devem ser projetados para, em operação nominal, trabalhar com uma
densidade magnética aproximadamente igual a 0,075 T. Quando não se consegue uma chapa de ferro-silício
que trabalhe a corrente nominal primária com um valor de densidade magnética igual ou inferior a 1/20 do
valor da densidade magnética de saturação, é necessário utilizar reatores não-lineares em derivação com os
terminais de carga. Logo, neste caso, a corrente deduzida da carga é igual à corrente de magnetização mais a
corrente que flui pelo reator em derivação.
É importante observar que um transformador de corrente não deve ter o seu circuito secundário aberto,
estando o primário ligado à rede. Isso se deve ao fato de que não há força desmagnetizante secundária que se
oponha à força magnetizante gerada pela corrente primária, fazendo com que, para correntes elevadas
primárias, todo o fluxo magnetizante exerça sua ação sobre o núcleo do TC, levando-o à saturação e
provocando uma intensa taxa de variação de fluxo na passagem da corrente primária pelo ponto zero e
resultando numa elevada força eletromotriz induzida nos enrolamentos secundários. Nesse caso, a corrente de
magnetização do TC assume o valor da própria corrente de carga. Logo, quando os aparelhos ligados aos TC's
forem retirados do circuito, os terminais secundários devem ser curto-circuitados. A não-observância deste
procedimento resultará em perdas Joule excessivas, perigo iminente ao operador ou leiturista e alterações
profundas nas características de exatidão dos transformadores de corrente.
A permeabilidade medição é muito elevada, magnética, em torno de 0,1 , entrando o TC em processo de
saturação a partir de 0,4 T.
Estes valores de permeabilidade magnética se justificam para reduzir ao possível a corrente de magnetização,
responsável direta, como já se observou ,pelos erros introduzidos na medição pelos TC's. A permeabilidade
magnética caracteriza pelo valor da resistência ao fluxo magnético oferecido por um determinado material
submetido a um campo magnético. Claro que, quanto maior for a permeabilidade magnética menor será o
fluxo que irá atravessar o núcleo de ferro TC, e, conseqüentemente, menor será a corrente de magnetização.
Já os transformadores de corrente destinados ao serviço de proteção apresentam um núcleo de baixa
permeabilidade quando comparada com os TC`
s de medição, permitindo a saturação somente para uma
densidade de fluxo magnético elevada, conforme se pode constatar através da curva da Figura a seguir.
Tensão secundária
A tensão nos terminais secundários dos transformadores de corrente está limitada pela saturação do núcleo.
Mesmo assim7 é possível o surgimento de tensões elevadas secundárias quando o primário dos TC's é
submetido a correntes muito altas ou existe acoplada uma carga secundária de valor superior à nominal
Quando a onda de fluxo senoidal está passando por zero, ocorrem momento os valores mais elevados de
sobretensão, já que neste ponto se verifica máxima taxa de variação de fluxo magnético no núcleo. A equação
abaixo permite que se calcule a força eletromotriz induzida no secundário do TC em função impedâncias da
carga e dos enrolamentos secundários do transformador de corrente
( ) ( )22
XtcXcRtcRcIcsEs +++= Volts , onde
Ics- corrente que circula no secundário, em A;
Rc- resistência da carga, em Ώ;
Rtc -resistência do enrolamento secundário do TC, em Ώ;
Xc - reatância da carga, em Ώ;
Xtc - reatância do enrolamento secundário do TC, em Ώ.
'1
Os valores das resistência e reatância das cargas padronizadas secundárias ,dos transformadores de corrente já
foram dadas, enquanto as resistência reatância dos enrolamentos secundários podem ser obtidas a partir dos
ensaios laboratório, cujos valores variam em faixas bastante largas. Como ordem de grandeza a resistência
pode variar entre 0,150 e 0,350 Ώ. Já a reatância também em ordem de grandeza tem valores entre 0,002 e 1,8
Ώ.
Como se pode observar através da Tabela abaixo, a tensão nominal pode ser obtida retamente, em função da
carga padronizada do TC e que é resultado do produto sua impedância pela corrente nominal secundária e pelo
fator de sobrecorrente, seja: VS = Fs X Zc X Is
Fs-fator de sobrecorrente, padronizado em 20.
CURVA
(VA)
TENSÃO
SECUNDÁRIA
(V)
TC NORMALIZADO PARA
PROTEÇÃO
CLASSE A CLASSE B
C 2,5 10 A10 B10
C 5 20 A20 B20
C 12,5 50 A50 B50
C 25 100 A100 B100
C 50 200 A200 B200
C 100 400 A400 B400
C 200 800 A800 B800
Designaçâo de um TC
Neste ponto já é possível identificar os transformadores de corrente através parâmetros elétricos básicos. Dessa
forma, a NBR 6856/81 designa um TC de serviço de proteção, colocando em ordem a classe de exatidão, a
classe quanto reatância e a tensão secundária para 20 vezes a corrente nominal. Como exemplo, transformador
de corrente C1OO, de alta reatância, para uma classe de exatidão de10% é designado por: 10A400.
Já os TC's destinados ao serviço de medição são designados pela classe de exatidão e pela carga secundária
padronizada. Como exemplo, um transformador de corrente para servir uma carga do 20 VA, compreendendo
os aparelhos e as perdas nos fios de interligação e destinados à medição de energia para fins de faturamento, é
designado por: 0, 3C25.
Fator térmico nominal
É aquele em que se pode multiplicar a corrente primária nominal de um para se obter a corrente que pode
conduzir continuamente, na freqüência e com cargas especificadas, sem que sejam excedidos os limites de
elevação de temperatura definidos por norma. A NBR 6856/81 especifica os seguintes fatores térmicos
nominais: 1,0 - 1,2 - 1,3 - 1,5 - 2,0.
Corrente térmica nominal
É o valor eficaz da corrente primária de curto-circuito simétrico que o TC pode suportar por um tempo
definido, em geral, igual a 1 5, estando com o enrola monto secundário em curto-circuito, sem que sejam
excedidos os limites de elevação do temperatura especificados por norma.
FATOR TERMICO DE CURTO-CIRCUITO
É a relação entre a corrente térmica nominal e a corrente nominal circula no primário do transformador (valor
eficaz) . É dado pela equação:
Inp
Iter
Ftcc = , onde:
Iter – corrente térmica do TC , em A;
Inp – corrente nominal primária, em A
CORRENTE DINÂMICA NOMINAL
É o valor de impulso da corrente de curto-circuito assimétrica que circula no primário do transformador de
corrente e que este podo suportar, por um tempo estabelecido de meio ciclo, estando os enrolamentos
secundários em curto-circuito, sem que seja afetado mecanicamente, em virtude das forças eletrodinâmicas
desenvolvidas.
• Se as correntes circulantes são paralelas e de mesmo sentido, os condutores se atraem,
• Se as correntes circulantes são paralelas e de sentido contrário, os condutores se repelem
• A corrente térmica é inferior inicial de curto-circuito inicial simétrica : Idin = 2,5Iter
TENSÃO SUPORTÁVEL A FREQUENCIA INDUSTRIAL
Os transformadores devem ser capazes de suportar as tensões de ensai discriminadas na tabela abaixo:
Tensão máxima do
equipamento (kV)
Tensão suportável nominal
de impulso atmosférico
(kV crista)
Tensão suportável nominal
a freqüência industrial
Durante 1 minuto
Tensão suportável nominal
de impulso atmosférico cortado
(kV eficaz)
NOTA A NOTA B ( Kv Ef) NOTA A NOTA B
0,6 **** **** 4 **** ****
1,2 **** **** 10 **** ****
7,2 40 60 20 44 66
15,0 95 110 34 105 121
25,8 125 150 50 138 165
38,0 150 200 70 165 220
48,3 250 250 95 275 275
72,5 325 350 140 357 385
A- GRANDEZAS A QUE É REFERIDO O ISOLAMENTO, NAS CONDIÇÕES PREVISTAS NA NBR
5855/81
B- Para os sistemas que satisfaçam as condições do anexo b da NBR 6856/81.
Polaridade
Os transformadores de corrente destinados ao serviço de medição de energia, relés de potência, fasímetros etc.
são identificados nos terminais de ligação primário e secundário por letras convencionadas que indicam a
polaridade para a qual foram construídos e que pode ser positiva ou negativa.
São empregadas as letras, com seus índices, P1, P2 e S1, S2, respectivamente, para designar os terminais
primários e secundários dos transformadores de corrente.
Diz-se que um transformador de corrente tem polaridade subtrativa, por exemplo, quando a onda de corrente,
num determinado instante, percorre o primário de P1 para P2 e a onda de corrente correspondente no
secundário assume a trajetória de S1 para S2. Caso contrário, diz-se que o TC tem polaridade aditiva.
A maioria dos transformadores de corrente tem polaridade subtrativa, sendo inclusive indicada pela
NBR 6856/81. Somente sob encomenda são fabricados transformadores de corrente com polaridade aditiva.
Construtivamente, os terminais de mesma polaridade vêm indicados no TC correspondência. A polaridade é
obtida orientando o sentido de execução do enrolamento secundário em relação ao primário, de modo a se
conseguir a orientação desejada do fluxo magnético.
CLASSIFICAÇÃO
Os transformadores de corrente devem ser fabricados de acordo com a destinação no circuito no qual estarão
operando os transformadores de corrente para medição e para proteção.
1. TRANSFORMADORES DE CORRENTE PARA SERVIÇO DE MEDIÇÃO
Os TC's empregados na medição de corrente ou energia são equipamentos capazes de trasformar as correntes
de carga na relação, em geral, de Ip/5 A , propiciando o registro dos valores pelos instrumentos medidores sem
que estes estejam ligação direta com o circuito primário da instalação.
Eventualmente, são construídos transformadores de corrente com vários núcleos, uns destinados à medição de
energia e outros, próprios para o serviço de proteção. Porém, as concessionárias, geralmente, especificam em
suas normas unidades separadas para a sua medição de faturamento, devendo o projetista da ação reservar
uma unidade independente para a proteção, quando for o caso.
2. FATOR DE SOBRECARGA
Além de representar uma elevada segurança aos operadores e leituristas, os transformadores de corrente têm a
finalidade de proteger os instrumentos de medida contra sobrecargas ou sobrecorrentes de valores muito
elevados. Isto é possível, porque o seu núcleo é especificado para entrar em saturação para correntes
superiores à corrente nominal vezes o fator de sobrecorrente, conforme se pode mostrar na equação:
Inp
Ips
Fs = onde:
Ips- corrente primária nominal de segurança
Inp- corrente nominal primária do TC
Já a corrente primária nominal de segurança é expressa pelo valor da corrente primária que atende a equação
IpIsKn ×≤× 9,0
Ks - relação nominal do TC;
Is - corrente que flui no secundário do TC;
Ip- corrente que flui no primário do TC.
A segurança do instrumento alimentado pelo TC será tanto maior quanto menor for o fator de segurança.
Assim, para um TC 100-5A, instalado num circuito onde a corrente primária de defeito é de 3.200A e a
corrente secundária é de 20A (TC saturado), tem-se:
Kn=100/5 = 20
Is = 4 X 5 = 20 A
Ip = 3.200 A
20 x 20<0,9 x 3.200
400 < 2.880 ( satisfaz a condição)
O fator Fs , segundo a NBR 6856/81 deve ser decidido entre fabricante e comprador desde que a equação
IpIsKn ×≤× 9,0 seja satisfeita. Em geral, Fs varia entre valores de 4 a 10. Isto quer dizer, neste último caso,
que a saturação do TC deve-se dar a partir de: 10 X 100 = 1.000 A.
O valor do fator de sobrecorrente ou de segurança é especificado para a maior carga nominal designada para o
TC. Ao se conectar cargas inferiores, o fator de segurança cresce inversamente proporcional à redução da
carga conectada. Assim um TC cujo Fs = 8, ao se aplicar no seu secundário uma carga de 50% da sua carga
nominal, o fator de segurança toma o valor de: Fs = 8/0,0, 5 = 16.
Normalmente os aparelhos de medida são fabricados para suportar por um período de 1 segundo cerca de 50
vezes a sua corrente nominal, o que permite uma segurança extremamente grande para a operação destes
equipamentos. Já a IEC 185 especifica o fator de segurança desde que seja atendida a equação:
%10100 ≥×
× FsIns
Ie
, onde Ie representa a corrente de excitação e Ins a corrente nominal secundária.
ERROS DOS TRANSFORMADORES DE CORRENTE
Os transformadores de corrente se caracterizam, entre outros elementos essenciais, pela relação de
transformação nominal e real. A primeira exprime o valor da relação entre as correntes primária e secundária
para a qual o equipamento foi projetado, e é indicada pelo fabricante. A segunda exprime a relação entre as
correntes primária e secundária que se obtém realizando medidas precisas em
laboratório , já que estas correntes são muito próximas dos valores nominais. Essa pequena diferença se deve
à influência do material ferro-magnético de que é constituído o núcleo do TC. Contudo, o seu valor é de
extrema importância, quando se trata de transformadores de corrente destinados à medição.
Logo, para os transformadores de corrente que se destinam apenas à medição de corrente, o importante para se
saber a precisão da medida é o erro inerente à relação de transformação. No entanto, quando é necessário se
proceder a uma medição em que é importante o defasamento da corrente em relação à tensão, deve-se
conhecer o erro do ângulo de fase (β) que o transformador de corrente vai introduzir nos valores medidos.
Assim, por exemplo, para medição de corrente e tensão, com a finalidade de se determinar o fator de potência
de um circuito, se for utilizado um transformador de corrente que produza um referido ou avanço na corrente
em relação á tensão, no seu secundário, propiciará uma medição falsa do fator de potência verdadeiro.
Em geral, os erros de relação e de ângulo de fase dependem do valor da corrente primária do TC, do tipo de
carga ligada no seu secundário e da freqüência o sistema que é normalmente desprezada, devido à relativa
estabilidade deste parâmetro nas redes de suprimento.
ERRO DE RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO
É aquele que é registrado na medição de corrente com TC, onde a corrente primária não corresponde
exatamente ao produto da corrente lida no secundário ela relação de transformação nominal.
Os erros nos transformadores de corrente são devidos basicamente à corrente do ramo magnetizante, conforme
se mostra na Figura do transformador de corrente equivalente, já mostrado anteriormente. A impedância do
enrrolamento primário não exerce nenhum efeito sobre o erro do TC, representando apenas uma impedância
série no circuito do sistema em que está instalado este equipamento, cujo valor pode ser considerado
desprezível. A representação de um TC após estas considerações pode ser dada pela Figura abaixo.
Entretanto , este erro pode ser corrigido através do fator de correção de relação (FCRr) e dado pela equação:
Is
IcIsFCRr += , Is é a corrente secundária de carga e Ie é a corrente de excitação referida ao secundário, em
A.
O valor desta corrente Ie pode ser determinado a partir da curva de excitação secundária do TC que, para uma
determinada marca, pode ser dado pela figura a seguir:
O fator de correção de relação de transformação também pode ser definido como sendo aquele que deve ser
multiplicado pela relação de transformação de corrente nominal RTC, para se obter a verdadeira relação de
transformação, isto é ,sem erro, ou seja:
RTC
RTCr
FCRr = onde RTCr é a relação de transformação real e RTC a relação nominal
Finalmente , o erro de relação pode ser calculado percentualmente através da equação:
100×
−×
=
Ip
IpIsRTCr
Ep , onde Ip é a corrente primária do TC
O erro da relação também pode ser expresso como: Ep=(100-FCRp) , sendo o FCRp = 100×
RTC
RTCr
.
Os valores percentuais de FCRp podem ser encontrados nos gráficos das Figuras A, B e C, respectivamente,
para as classes de exatidão iguais a 0,3- 0,6 - 1,2.
ERRO DE ÂNGULO DE FASE
É o ângulo (β) que mede a defasagem entre a corrente vetorial primária e o inverso da corrente vetorial
secundária de uni transformador de corrente, como se vê na Figura abaixo. Para qualquer fator de correção de
relação (FCRp) conhecido de um TC, os valores limites positivos e negativos do ângulo de fase (β) em
minutos podem ser expressos pela equação ( )FCTpFCRp −×= 600.2β , em que o fator de correção de
transformação (FCTp) do referido TC assume os valores máximos e mínimos:
FCTp - fator de correção de transformação percentual.
Esse fator é definido como sendo aquele que deve ser multiplicado pela leitura registrada por um aparelho de
medição (voltímetro, varimetro etc.) ligado aos terminais de um TC , para corrigir o efeito combinado do
angulo de fase β e do fator de correção de relação percentual FCRp.
CLASSE DE EXATIDÃO
A classe de exatidão exprime nominalmente o erro esperado do transformador de corrente levando em conta o
erro de relação de transformação e o erro de defasamento entre as correntes primária e secundária.
Considera-se que um TC para serviço de medição esta dentro de sua classe de exatidão nominal, quando os
pontos determinados pelos fatores de correção de relação percentual (FCRp) e pelos ângulos de fase β
estiverem dentro do paralelogramo de exatidão.
De acordo com o instrumentos a serem ligados aos terminais secundários do TC, devem ser as seguintes as
classes de exatidão destes equipamentos:
• para aferição e calibração dos instrumentos de medida de laboratório : 0,1;
• alimentação de medidores de demanda e consumo ativo e reativo para fins de faturamento: 0,3;
• alimentação de medidores para fins de acompanhamento de custos industriais: 0,6;
• alimentação de amperímetros indicadores , registradores gráficos, reles de impedância, relés
diferenciais , reles de distância, reles direcionais : 1,2;
• alimentação de reles de ação direta, por exemplo, aplicados em disjuntores primários de subestações
de consumidor: 3,0
A classe de precisão 3,0 não tem limitação de erro de ângulo de fase e o seu fator de correção de relação
percentual (FCRp) deve situar-se entre 103 e 97% para que possa ser considerado dentro de sua. classe de
exatidão. Como o erro de um transformador de corrente depende da corrente primária para ser determinada a
sua classe de exatidão, a NBR 6856/81 especifica que sejam realizados dois ensaios que correspondem,
respectivamente, aos valores de 10% e 100% da corrente nominal primária.
Como também o erro é função da carga secundária do TC, os ensaios devem realizados, tomando-se como
base os valores padronizados destas cargas que podem ser obtidos na já mostrada. O transformador de
corrente só é considerado dentro de sua classe de exatidão se os resultados dos ensaios levados para os
gráficos das Figuras do paralelogramo.
Uma análise dos paralelogramos de exatidão indica que, quanto maior for a rente primária, menor será o erro
de relação permitido para o TC. Contrariante, quanto menor for a corrente primária, maior será o erro de
relação permitido. Isto se deve à influência da corrente de magnetização. Uma outra maneira de testar esta
afirmação é observar os gráficos da Figura abaixo
Como exemplo de aplicação dos gráficos de exatidão anteriormente apresentados, a Figura acima fornece o
erro do ângulo de fase em função do múltiplo da corrente nominal de alguns transformadores de um certo
fabricante. Do mesmo modo, a Figura abaixo fornece também o erro de relação percentual, bem como o fator
de correção de relação em função do múltiplo da corrente nominal dos transformadores de corrente já
mencionados.
Através da construção do diagrama fasorial de um transformador de corrente, pode-se visualizar os principais
parâmetros elétricos envolvidos na sua construção.
Com base no gráfico fasorial já visto, as variáveis são assim reconhecidas:
Ic -corrente de excitação;
μ- fluxo magnetizante.
β - ângulo de fase;
Vs- tensão no secundário de TC;
1s - corrente do secundário;
RS X IS - queda de tensão resistiva do secundário
XS X Is - queda de tensão reativa de dispersão do secundário
Es- força eletromotriz do enrrolamento secundário
Ip -corrente circulante no primário
If -corrente de perdas ôhmicas no ferro
A representação do circuito equivalente de um transformador de corrente de ser conforme a Figura abaixo. A
queda de tensão primária no diagrama fasorial foi omitida devido aos valores de Rp e Xp serem muito
pequenos, não influenciando, praticamente, em nada as medidas efetuadas. Pode-se, também, perceber no
diagrama o ângulo de fase β formado pela corrente secundária tomada no seu inverso e a corrente primária
Ip.
Ainda com relação aos paralelogramos de exatidão, é bom frisar que a classe exatidão corresponde ao valor do
erro de relação percentual tomado para 100% corrente nominal, conforme se observa nos gráficos das Figuras
dos paralelogramos. Correntes inferiores, não menores do que 10% de In , o erro de relação é maior do o valor
dado para a classe de exatidão correspondente, porém, o transformador de corrente continua normalmente
enquadrado dentro de sua classe de exatidão.
TRANSFORMADORES DE CORRENTE DESTINADOS A PROTEÇAO
Os transformadores de corrente destinados à proteção de sistemas elétricos são equipamentos capazes de
transformar elevadas correntes de sobrecarga ou de curto-circuito em pequenas correntes, propiciando a
operação dos relés sem que estes estejam em ligação direta com o circuito primário da instalação, oferecendo
garantia de segurança aos operadores, facilitando a manutenção dos seus componentes e, por fim, tornando-se
uni aparelho extremamente econômico, já que envolve reduzido emprego de matérias-primas.
Ao contrário dos transformadores de corrente para medição, os TC's para serviço de proteção não devem
saturar para correntes de elevado valor, tais como as que se desenvolvem durante a ocorrência de um defeito
no sistema. Caso contrario, os sinais de corrente recebidos pelos relés estariam mascarados, permitindo, desta
forma, uma operação inconseqüente do sistema elétrico. Assim, os transformadores de corrente para serviço
de proteção apresentam um nível de saturação elevado, igual a 20 vezes a corrente nominal, conforme se pode
mostrar na curva da Figura abaixo, como exemplo genérico.
Pode-se perfeitamente concluir que jamais se deve utilizar transformadores de proteção em serviço de
medição e vice-versa. Além disso, deve-se levar em conta a classe de exatidão em que estão enquadrados os
TC's para serviço de proteção que, segundo a NBR 6856/81, podem ser de 5 ou 10.
Diz-se que um TC tem classe de exatidão 10, por exemplo, quando o erro de relação percentual, durante as
medidas efetuadas, desde a sua corrente nominal secundária até 20 vezes o valor da referida corrente, é de
10%. Este erro de relação percentual pode ser obtido através da equação: 100×=
Ie
Ic
Ep , onde Is é a corrente
secundária em seu valor eficaz; e Ie é a corrente de excitação correspondente, em seu valor eficaz.
Ainda segundo a NBR 6856, o erro de relação do TC deve ser limitado ao de corrente secundária desde 1 a 20
vezes a corrente nominal e a qualquer ~ igual ou inferior à nominal.
Deve-se alertar para o fato de que os transformadores de corrente com mais ma derivação no enrrolamento
secundário têm a sua classe de exatidão relacionado com a sua operação na posição que leva o maior número
de espiras.
Além da classe de exatidão, os transformadores de corrente para serviço proteção são caracterizados pela sua
classe, relativamente à impedância do seu lamento secundário, ou seja:
•classe B são aqueles cujo enrolamento secundário apresenta reatância que ser desprezada. Nesta classe,
estão enquadrados os TC's com núcleo toroidal ou simplesmente TC's de bucha;
• classe A são aqueles cujo enrolamento secundário apresenta uma reatância que pode ser desprezada.
Nesta classe, estão enquadrados todos os TC's que NÃO se enquadram na classe B.
Os transformadores de corrente, como estão em série com o sistema, ficam sujeitos às mesmas solicitações de
sobrecorrente sentidas por este, como, por exemplo a corrente resultante de um defeito trifásico.
É importante frisar que não há nenhuma assimetria na corrente de defeito a falta ocorre exatamente no
momento em que a corrente que flui no sistema passando pelo seu zero natural e em atraso da tensão de 900.
Quanto mais Limo ocorrer o instante do defeito do momento em que se dará o valor de crista da ao, menor
será o componente contínuo e, conseqüentemente, a corrente inicial de curto-circuito.
Sabe-se que o componente contínuo diminui exponencialmente com a constante de tempo do sistema elétrico,
Ct, enquanto que o componente alternado da corrente de curto-circuito permanece inalterado até o instante do
desligamento da chave de proteção, considerando que o defeito tenha ocorrido distante dos terminais da fonte
de geração. O valor da corrente de curto-circuito em qualquer momento pode ser dada pela equação :
( )






××=
−−×
−
θωθ t
Ct
T
eIcfIcc
coscos
2
onde
1
cc(t) - valor instantâneo da corrente de curt~circuito, num determinado instante T
Icf - valor eficaz simétrico da corrente de curto-circuito;
T - tempo durante o qual ocorreu o defeito até o desligamento do circuito;
Ct - constante de tempo do sistema que é proporcional à relação X/R, sendo R e X contados desde a fonte até
o ponto de defeito, em segundos;
Θ - ângulo elétrico de defasagem entre Vmax e o instante T = 0.
O primeiro termo da equação acima representa o valor do componente contínuo que decresce com o valor
crescente do tempo T de desligamento. Também, quanto maior for o Ct, maior será a duração do componente
continuo, isto é, quanto mais reativo for o sistema, maior será a duração do componente contínuo. O segundo
termo da equação, representa o valor simétrico da corrente alternada da corrente de curto-circuito.
TC em alta tensão
Exemplo de aplicação de TC´s em proteção de transformadores

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8 transformadores de corrente

  • 1. TRANSFORMADORES DE INSTRUMENTO TIPOS • Transformadores de Potencial- TP • Transformadores de Corrente- TC FINALIDADE • Fornecer alimentação elétrica a reles ou medidores com intensidades de corrente(TC) ou voltagem(TP) proporcionais às existentes no circuito de potência. • Prever isolação da alta tensão tanto para proteção pessoal como para os equipamentos: (reles, medidores). • Reduzir níveis de corrente e de tensão, tornando reles e medidores de fabricação compacta reduzindo custos. TRANSFORMADORES DE CORRENTE INTRODUÇÃO Os transformadores de corrente são equipamentos que permitem aos instrumentos de medição e proteção funcionarem adequadamente sem que seja necessário possuírem correntes nominais de acordo com a corrente de carga do circuito ao qual são ligados. Na sua forma mais simples, eles possuem um primário, geralmente poucas espiras, e um secundário, no qual a corrente nominal transformada é, na maioria dos casos, igual a 5 A. Dessa forma, os instrumentos de medição e proteção são dimensionados em tamanhos reduzidos com as bobinas de corrente constituídas com fios de pouca quantidade de cobre. Os transformadores de corrente são utilizados para suprir aparelhos que apresentam baixa resistência elétrica, tais como amperímetros, relés de indução, bobinas de corrente de relés diferenciais, medidores de energia, de potência etc. Os TC's transformam, através do fenômeno de conversão eletromagnética, correntes elevadas, que circulam no seu primário, em pequenas correntes secundárias, segundo uma relação de transformação. A corrente primária a ser medida, circulando nos enrolamentos primários, cria um fluxo magnético alternado que faz induzir as forças eletromotrizes Ep e Es, respectivamente, nos enrolamentos primário e secundário. Dessa forma, se nos terminais primários de um TC, cuja relação de transformação nominal é de 20, circular uma corrente de 100 A, obtém-se no secundário a corrente de 5A , ou seja : 100/20 = 5A. CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS Os transformadores de corrente podem ser construídos de diferentes formas e para diferentes usos, ou seja: 1- TC tipo Barra É aquele cujo enrrolamento primário é constituído por uma barra fixada através do núcleo do transformador, conforme mostrado abaixo.
  • 2. 2- TC tipo enrrolado É aquele cujo enrrolamento primário é constituído de uma ou mais espiras envolvendo o núcleo do transformador, conforme ilustrado abaixo. 3- TC tipo janela É aquele que não possui um primário fixo no transformador e é constituído de uma abertura através do núcleo, por onde passa o condutor que forma o circuito primário, conforme abaixo. 4- TC tipo bucha É aquele cujas características são semelhantes ao TC do tipo barra , porém sua instalação é feita na bucha dos equipamentos ( transformadores, disjuntores, etc.), que funcionam como enrrolamento primário, de acordo como mostrado abaixo. 5- TC de núcleo dividido É aquele cujas características são semelhantes às dos tipo janela , em que o núcleo pode ser separado para permitir envolver o condutor que funciona como enrrolamento primário, conforme mostrado abaixo.
  • 3. 6- TC com vários enrrolamentos primários É aquele constituído de vários enrrolamentos primários montados isoladamente e apenas um enrrolamento secundário, conforme abaixo. 7- TC com vários núcleos secundários É aquele constituído de dois ou mais enrrolamentos secundários montados isoladamente , sendo que cada um possui individualmente o seu núcleo, formado, juntamente com o enrrolamento primário, um só conjunto, conforme se na figura abaixo. Neste tipo de transformador de corrente , a seção do condutor primário deve ser dimensionado tendo em vista a maior das relações de transformação dos núcleos considerados. 8- TC com vários enrrolamentos secundários É aquele constituído de um único núcleo envolvido pelo enrrolamento primário e vários enrrolamentos secundários , conforme se mostra na figura abaixo, e que podem ser ligados em série ou paralelo. 9- TC tipo derivação no secundário É aquele constituído de um único núcleo envolvido pelos enrrolamentos primário e secundário , sendo este provido de uma ou mais derivações . Entretanto o primário pode ser constituídos de um ou mais enrrolamentos, conforme se mostra na figura a seguir.Como os amperes-espiras variam em cada relação de
  • 4. transformação considerada, somente é garantida a classe de exatidão do equipamento para a derivação que estiver o maior número de espiras . A versão deste tipo de TC é dada na figura abaixo. Os transformadores de corrente de baixa tensão normalmente têm o núcleo fabricado em ferro-silício de grãos orientados e está, juntamente com os enrrolamentos primário e secundário, encapsulado em resina epóxi, submetida a polimerização, o que lhe proporciona endurecimento permanente, formando um sistema inteiramente compacto e dando ao equipamento características elétricas e mecânicas de grande desempenho, ou seja: • Incombustibilidade do isolamento; • Elevada capacidade de sobrecarga, dada a excepcional qualidade de condutividade térmica da resina epóxi; • Elevada resistência dinâmica às correntes de curto-circuito; • Elevada rigidez dielétrica. Já os transformadores de corrente de média tensão, semelhantemente aos de baixa tensão, são normalmente construídos em resina epóxi, quando destinados às instalações abrigadas, conforme as Figuras a seguir. Também são encontrados transformadores de corrente para uso interno, construídos em tanque metálico cheio de óleo mineral e provido de buchas de porcelana vitrificada comum aos terminais de entrada e saída da corrente primária conforme figura a seguir. . Os transformadores de corrente fabricados em epóxi são normalmente descartados depois de um defeito interno. Não é possível a sua recuperação. Os transformadores de corrente de alta tensão para uso ao tempo são dotados bucha de porcelana vitrificada com saias, comum aos terminais de entrada da corrente primária. A Figura abaixo mostra um TC para uso ao tempo isolado 72,6 kV. Os transformadores de corrente destinados a sistemas iguais ou superiores a 69 kV têm os seus primários envolvidos por uma blindagem eletrostática, cuja finalidade é uniformizar o campo elétrico. CARACTERISTICAS ELÉTRICAS Os transformadores de corrente, de um modo geral, podem ser representados eletricamente através do esquema da Figura abaixo, em que as resistência e reatância primárias estão definidas como R1 e X1, as resistência e reatância secundárias estio definidas como R2 e X2 e o ramo magnetizante está caracterizado pelos
  • 5. seus dois parâmetros, isto é, a resistência Rη , que é responsável pelas perdas ôhmicas, através das correntes de histerese e de Foucault, desenvolvidas na massa do núcleo de ferro com a passagem das linhas de fluxo magnético, e Xη responsável pela corrente reativa devido à circulação das mesmas linhas de fluxo no circuito magnético. Através do esquema da Figura acima, pode-se descrever resumidamente o acionamento de um transformador de corrente. Uma determinada carga absorve da rede uma certa corrente Ip que circula no enrolamento primário do TC, cuja impedância ( Z1 = R1 + jX1 ) pode ser desconsiderada. A corrente que circula no secundário do TC, Is provoca uma queda de tensão na sua impedância interna (Z2 = R2 +jX2) e na impedância da carga conectada ( Z2= R2 +jX2 ) que afeta o fluxo principal, exigindo uma corrente magnetizante Ie diretamente proporcional A impedância do primário não afeta a exatidão do TC. Ela é apenas adicionada à impedância do circuito de alimentação. O erro do TC é resultado sensivelmente da corrente que circula no ramo magnetizante, isto é, Ie. É simples entender que a corrente secundária Is somada à corrente magnetizante Ie deve ser igual a corrente que circula no primário , ou seja: Ip = Ic + Is Considerando um TC de relação 1:1, para que a corrente secundária reproduzisse fielmente a corrente do primário, seria necessário que Ip = Is . Como não é, a corrente que circula na carga não corresponde exatamente à corrente do primário, ocasionando assim o erro do TC. Quando o núcleo entra em saturação, exige uma corrente de magnetização muito elevada, deixando de ser transferida para a carga ZC como será visto adiante com mais detalhe, provocando assim um erro de valor considerável na medida secundária. Para melhor se conhecer um transformador de corrente, independentemente de sua aplicação na medição e na proteção, é necessário estudar as suas principais características elétricas. CORRENTES NOMINAIS As correntes nominais primárias devem ser compatíveis com a corrente de carga do circuito primário. As correntes nominais primárias e as relações de transformação nominais estão discriminadas nas tabelas abaixo, para relações nominais simples e duplas, utilizadas para ligação série/paralelo no enrrolamento primário.
  • 6. CORRENTE PRIMÁRIA PADRONIZADA CORRENTE SECUNDÁRIA PADRONIZADA RELAÇÃO NOMINAL CORRENTE PRIMÁRIA PADRONIZADA RELAÇÃO NOMINAL 5 10 15 20 25 30 40 50 60 75 100 125 150 200 250 300 400 500 600 800 1000 1200 1500 2000 2500 3000 4000 5000 6000 8000 5 1:1 2:1 3:1 4:1 5:1 6:1 8:1 10:1 12:1 15:1 20:1 25:1 30:1 40:1 50:1 60:1 80:1 100:1 120:1 160:1 200:1 240:1 300:1 400:1 500:1 600:1 800:1 1000:1 1200:1 1600:1 5 x 10 10 x 20 15 x 30 20 x 40 25 x 50 30 x 60 40 x 80 50 x 100 60 x 120 75 x 150 100 x 200 150 x 300 200 x 400 300 x 600 400 x 800 600 x 1200 800 x 1600 1000 x 2000 1200 x 2400 1500 x 3000 2000 x 4000 2500 x 5000 3000 x 6000 4000 x 8000 5000 x 10000 6000 x 12000 7000 x 14000 8000 x 16000 9000 x 18000 10000 x 20000 1 x 2:1 2 x 4:1 3 x 6:1 4 x 8:1 5 x 10:1 6 x 12:1 8 x 16:1 10 x 20:1 12 x 24:1 15 x 30:1 20 x 40:1 30 x 60:1 40 x 80:1 60 x 120:1 80 x 160:1 120 x 240:1 160 x 320:1 200 x 400:1 240 x 480:1 300 x 600:1 400 x 800:1 500 x 1000:1 600 x 1200:1 800 x 1600:1 1000 x 2000:1 1200 x 2400:1 1400 x 2800:1 1600 x 3200:1 1800 x 3600:1 2000 x 4000:1 As correntes nominais secundárias são adotadas geralmente iguais a 5A. Em alguns casos especiais, quando os aparelhos, normalmente relés de são instalados distantes dos transformadores de corrente, pode-se adotar a corrente secundária de 1 A, a fim de reduzir a queda de tensão nos fios de interligação. NBR 6856/81 adota as seguintes simbologias para definir as relações de correntes. • Sinal de dois pontos (:) deve ser usado para exprimir relações n como, por exemplo: 300:1; •O hífen (-) deve ser usado para separar correntes nominais de enrolamento diferentes, como, por exemplo: 300-5 A, 300-300-5 A (dois enrolam primários), 300-5-5 (dois enrolamentos secundários); •O sinal (x) deve ser usado para separar correntes primárias nominais, ainda relações nominais duplas, como, por exemplo, 300 x 60~5A (correntes primárias nominais) cujos enrolamentos podem ser ligados em série paralelo, segundo podemos ver nos TC`s já vistos; •A barra ( / ) deve ser usada para separar correntes primárias nominais ou relações nominais obtidas por meio de derivações, efetuadas tanto nos enrrolamentos primários como nos secundários, como, por exemplo. 300/400-5 A, ou 300-5/5 A, como visto na Figura do TC de várias derivações secundárias. CARGAS NOMINAIS Os transformadores de corrente devem ser especificados de acordo com a carga que será ligada no seu secundário. Dessa forma, a NBR 6856/81 padroniza as cargas secundárias de acordo com a Tabela abaixo. NBR 6856 - Cargas nominais para T.C. para características à 60Hz Designação Resistência Ω Indutância mH Potência Aparente VA Fator de potência Impedância 1 2 3 4 5 6 C 2,5 0,09 0,116 2,5 0,9 0,1 C 5,0 0,18 0,232 5,0 0,9 0,2 C 12,5 0,45 0,580 12,5 0,9 0,5 C 25,0 0,50 2,3 25,0 0,5 1,0
  • 7. C 50,0 1,0 4,6 50,0 0,5 2,0 C 100,0 2,0 9,2 100,0 0,5 4,0 C 200,0 4,0 18,4 200,0 0,5 8,0 Nota: Quando a corrente secundária nominal for diferente de 5A , os valores de resistência, indutância e impedância das cargas nominais são obtidos multiplicando- se os valores desta tabela pelo quadrado da relação entre 5A e a corrente secundária nominal. Para um transformador de corrente, a carga secundária representa o valor Ôhmico das impedâncias formadas pelos diferentes aparelhos ligados a seu secundário, incluindo-se aí os condutores de interligação. Por definição, carga secundária nominal é a impedância ligada aos terminais secundários do TC, cujo valor corresponde à potência para a exatidão garantida, corrente nominal. Considerando um TC C200, a impedância de carga nominal é de: Ω=== 8 5 200 22 s I Ptc Zs Deve-se frisar que, quando a corrente secundária nominal é diferente de 5 A, os valores das cargas devem ser multiplicados pelo quadrado da relação entre 5A e a corrente secundária nominal correspondente, para se obter os valores desejados dos referidos parâmetros. A carga dos aparelhos que devem ser ligados aos transformadores de corrente tem que ser dimensionada criteriosamente para se escolher o TC de carga padronizada compatível. No entanto, como os aparelhos são interligados aos TC's através de fios , normalmente de grande comprimento, é necessário calcular-se a potência dissipada nesses condutores e soma-las a potência dos aparelhos correspondentes. Assim a carga de um transformador de corrente , independente de ser destinado à medição ou a proteção, pode ser dada pela equação: ∑ ××+= 2 sIZcLcCapCtc (VA) onde; Σcap = Soma das cargas correspondentes às bobinas de corrente dos aparelhos considerados, em VA; Is = Corrente nominal secundária , normalmente igual a 5A; Zc = Impedância do condutor , em Ώ/m ; Lc = Comprimento do cabo condutor , em metros. FATOR DE SOBRECORRENTE Também denominado fator de segurança, é o fator pelo qual se deve multiplicar corrente nominal primária do TC para se obter a máxima corrente no seu primário até o limite de sua classe de exatidão. A NBR 6856/81 especifica de sobrecorrente para serviço de proteção em 20 vezes a corrente nominal. Como já se comentou anteriormente, quando a carga ligada a um transformador de corrente for inferior à carga nominal deste equipamento, o fator de recorrente é alterado sendo inversamente proporcional à referida carga. Conseqüentemente , a proteção natural que o TC oferecia ao aparelho fica prejudicada. A equação abaixo fornece o valor que assume o fator de sobrecorrente, em função da entre a carga nominal do TC e a carga ligada ao seu secundário: Fs Cs Cn F ×=1 , onde: Cs- Carga ligada ao secundário, em VA; Fs- Fator de sobrecorrente nominal ou de segurança; Cn- Carga nominal, em VA. Desta forma, a saturação do transformador de corrente só ocorreria para o valor de F1 superior a Fs(valor nominal), o que submeteria os aparelhos a urna grande intensidade de corrente. Algumas vezes, é necessário inserir uma resistência no circuito secundário para elevar o valor da carga secundária do TC, quando os aparelhos a serem ligados assim o exigirem, o que não é muito comum, já que eles suportam normalmente 50 vezes a sua corrente nominal por segundo. CORRENTE DE MAGNETIZAÇÃO Corrente de magnetização é a que circula no enrolamento primário do transformador de corrente como conseqüência do fluxo magnetizante do núcleo. A curva de magnetização dos transformadores de corrente fornecida pelos fabricantes permite que se calcule, entre outros parâmetros, a tensão induzida no seu secundário e a corrente magnetizante correspondente. De acordo com a Figura, que representa a curva de magnetização de um transformador de corrente para serviço de proteção, a tensão obtida no joelho da curva é aquela correspondente a uma densidade de fluxo B
  • 8. igual a 1,5 tesla (T), a partir da qual o transformador de corrente entra em saturação. Deve-se lembrar que 1 tesla é a densidade de fluxo de magnetização de um núcleo, cuja seção é de 1 m2 e através da qual circula um fluxo ~ de 1 weber (W). Por outro lado, o fluxo magnético representa o número de linhas de força magnética, emanando de uma superfície magnetizada ou entrando na mesma superfície. Resumindo o relacionamento destas unidades, tem-se: A corrente de magnetização varia para cada transformador de corrente, devido à não-linearidade magnética dos materiais de que são constituídos os núcleos. Assim, à medida que cresce a corrente primária, a corrente de magnetização não cresce proporcionalmente, mas, segundo uma curva dada na Figura abaixo, é tornada como ordem de grandeza. Os TC's destinados ao serviço de proteção, por exemplo, que atingem o início da saturação a 20 x In, ou a 1,5 T, segundo a curva da característica, devem ser projetados para, em operação nominal, trabalhar com uma densidade magnética aproximadamente igual a 0,075 T. Quando não se consegue uma chapa de ferro-silício que trabalhe a corrente nominal primária com um valor de densidade magnética igual ou inferior a 1/20 do valor da densidade magnética de saturação, é necessário utilizar reatores não-lineares em derivação com os terminais de carga. Logo, neste caso, a corrente deduzida da carga é igual à corrente de magnetização mais a corrente que flui pelo reator em derivação. É importante observar que um transformador de corrente não deve ter o seu circuito secundário aberto, estando o primário ligado à rede. Isso se deve ao fato de que não há força desmagnetizante secundária que se oponha à força magnetizante gerada pela corrente primária, fazendo com que, para correntes elevadas primárias, todo o fluxo magnetizante exerça sua ação sobre o núcleo do TC, levando-o à saturação e provocando uma intensa taxa de variação de fluxo na passagem da corrente primária pelo ponto zero e resultando numa elevada força eletromotriz induzida nos enrolamentos secundários. Nesse caso, a corrente de magnetização do TC assume o valor da própria corrente de carga. Logo, quando os aparelhos ligados aos TC's forem retirados do circuito, os terminais secundários devem ser curto-circuitados. A não-observância deste procedimento resultará em perdas Joule excessivas, perigo iminente ao operador ou leiturista e alterações profundas nas características de exatidão dos transformadores de corrente. A permeabilidade medição é muito elevada, magnética, em torno de 0,1 , entrando o TC em processo de saturação a partir de 0,4 T. Estes valores de permeabilidade magnética se justificam para reduzir ao possível a corrente de magnetização, responsável direta, como já se observou ,pelos erros introduzidos na medição pelos TC's. A permeabilidade magnética caracteriza pelo valor da resistência ao fluxo magnético oferecido por um determinado material submetido a um campo magnético. Claro que, quanto maior for a permeabilidade magnética menor será o fluxo que irá atravessar o núcleo de ferro TC, e, conseqüentemente, menor será a corrente de magnetização. Já os transformadores de corrente destinados ao serviço de proteção apresentam um núcleo de baixa permeabilidade quando comparada com os TC` s de medição, permitindo a saturação somente para uma densidade de fluxo magnético elevada, conforme se pode constatar através da curva da Figura a seguir.
  • 9. Tensão secundária A tensão nos terminais secundários dos transformadores de corrente está limitada pela saturação do núcleo. Mesmo assim7 é possível o surgimento de tensões elevadas secundárias quando o primário dos TC's é submetido a correntes muito altas ou existe acoplada uma carga secundária de valor superior à nominal Quando a onda de fluxo senoidal está passando por zero, ocorrem momento os valores mais elevados de sobretensão, já que neste ponto se verifica máxima taxa de variação de fluxo magnético no núcleo. A equação abaixo permite que se calcule a força eletromotriz induzida no secundário do TC em função impedâncias da carga e dos enrolamentos secundários do transformador de corrente ( ) ( )22 XtcXcRtcRcIcsEs +++= Volts , onde Ics- corrente que circula no secundário, em A; Rc- resistência da carga, em Ώ; Rtc -resistência do enrolamento secundário do TC, em Ώ; Xc - reatância da carga, em Ώ; Xtc - reatância do enrolamento secundário do TC, em Ώ. '1 Os valores das resistência e reatância das cargas padronizadas secundárias ,dos transformadores de corrente já foram dadas, enquanto as resistência reatância dos enrolamentos secundários podem ser obtidas a partir dos ensaios laboratório, cujos valores variam em faixas bastante largas. Como ordem de grandeza a resistência pode variar entre 0,150 e 0,350 Ώ. Já a reatância também em ordem de grandeza tem valores entre 0,002 e 1,8 Ώ. Como se pode observar através da Tabela abaixo, a tensão nominal pode ser obtida retamente, em função da carga padronizada do TC e que é resultado do produto sua impedância pela corrente nominal secundária e pelo fator de sobrecorrente, seja: VS = Fs X Zc X Is Fs-fator de sobrecorrente, padronizado em 20. CURVA (VA) TENSÃO SECUNDÁRIA (V) TC NORMALIZADO PARA PROTEÇÃO CLASSE A CLASSE B C 2,5 10 A10 B10 C 5 20 A20 B20 C 12,5 50 A50 B50 C 25 100 A100 B100 C 50 200 A200 B200 C 100 400 A400 B400 C 200 800 A800 B800 Designaçâo de um TC Neste ponto já é possível identificar os transformadores de corrente através parâmetros elétricos básicos. Dessa forma, a NBR 6856/81 designa um TC de serviço de proteção, colocando em ordem a classe de exatidão, a classe quanto reatância e a tensão secundária para 20 vezes a corrente nominal. Como exemplo, transformador de corrente C1OO, de alta reatância, para uma classe de exatidão de10% é designado por: 10A400. Já os TC's destinados ao serviço de medição são designados pela classe de exatidão e pela carga secundária padronizada. Como exemplo, um transformador de corrente para servir uma carga do 20 VA, compreendendo os aparelhos e as perdas nos fios de interligação e destinados à medição de energia para fins de faturamento, é designado por: 0, 3C25.
  • 10. Fator térmico nominal É aquele em que se pode multiplicar a corrente primária nominal de um para se obter a corrente que pode conduzir continuamente, na freqüência e com cargas especificadas, sem que sejam excedidos os limites de elevação de temperatura definidos por norma. A NBR 6856/81 especifica os seguintes fatores térmicos nominais: 1,0 - 1,2 - 1,3 - 1,5 - 2,0. Corrente térmica nominal É o valor eficaz da corrente primária de curto-circuito simétrico que o TC pode suportar por um tempo definido, em geral, igual a 1 5, estando com o enrola monto secundário em curto-circuito, sem que sejam excedidos os limites de elevação do temperatura especificados por norma. FATOR TERMICO DE CURTO-CIRCUITO É a relação entre a corrente térmica nominal e a corrente nominal circula no primário do transformador (valor eficaz) . É dado pela equação: Inp Iter Ftcc = , onde: Iter – corrente térmica do TC , em A; Inp – corrente nominal primária, em A CORRENTE DINÂMICA NOMINAL É o valor de impulso da corrente de curto-circuito assimétrica que circula no primário do transformador de corrente e que este podo suportar, por um tempo estabelecido de meio ciclo, estando os enrolamentos secundários em curto-circuito, sem que seja afetado mecanicamente, em virtude das forças eletrodinâmicas desenvolvidas. • Se as correntes circulantes são paralelas e de mesmo sentido, os condutores se atraem, • Se as correntes circulantes são paralelas e de sentido contrário, os condutores se repelem • A corrente térmica é inferior inicial de curto-circuito inicial simétrica : Idin = 2,5Iter TENSÃO SUPORTÁVEL A FREQUENCIA INDUSTRIAL Os transformadores devem ser capazes de suportar as tensões de ensai discriminadas na tabela abaixo: Tensão máxima do equipamento (kV) Tensão suportável nominal de impulso atmosférico (kV crista) Tensão suportável nominal a freqüência industrial Durante 1 minuto Tensão suportável nominal de impulso atmosférico cortado (kV eficaz) NOTA A NOTA B ( Kv Ef) NOTA A NOTA B 0,6 **** **** 4 **** **** 1,2 **** **** 10 **** **** 7,2 40 60 20 44 66 15,0 95 110 34 105 121 25,8 125 150 50 138 165 38,0 150 200 70 165 220 48,3 250 250 95 275 275 72,5 325 350 140 357 385 A- GRANDEZAS A QUE É REFERIDO O ISOLAMENTO, NAS CONDIÇÕES PREVISTAS NA NBR 5855/81 B- Para os sistemas que satisfaçam as condições do anexo b da NBR 6856/81. Polaridade Os transformadores de corrente destinados ao serviço de medição de energia, relés de potência, fasímetros etc. são identificados nos terminais de ligação primário e secundário por letras convencionadas que indicam a polaridade para a qual foram construídos e que pode ser positiva ou negativa. São empregadas as letras, com seus índices, P1, P2 e S1, S2, respectivamente, para designar os terminais primários e secundários dos transformadores de corrente.
  • 11. Diz-se que um transformador de corrente tem polaridade subtrativa, por exemplo, quando a onda de corrente, num determinado instante, percorre o primário de P1 para P2 e a onda de corrente correspondente no secundário assume a trajetória de S1 para S2. Caso contrário, diz-se que o TC tem polaridade aditiva. A maioria dos transformadores de corrente tem polaridade subtrativa, sendo inclusive indicada pela NBR 6856/81. Somente sob encomenda são fabricados transformadores de corrente com polaridade aditiva. Construtivamente, os terminais de mesma polaridade vêm indicados no TC correspondência. A polaridade é obtida orientando o sentido de execução do enrolamento secundário em relação ao primário, de modo a se conseguir a orientação desejada do fluxo magnético. CLASSIFICAÇÃO Os transformadores de corrente devem ser fabricados de acordo com a destinação no circuito no qual estarão operando os transformadores de corrente para medição e para proteção. 1. TRANSFORMADORES DE CORRENTE PARA SERVIÇO DE MEDIÇÃO Os TC's empregados na medição de corrente ou energia são equipamentos capazes de trasformar as correntes de carga na relação, em geral, de Ip/5 A , propiciando o registro dos valores pelos instrumentos medidores sem que estes estejam ligação direta com o circuito primário da instalação. Eventualmente, são construídos transformadores de corrente com vários núcleos, uns destinados à medição de energia e outros, próprios para o serviço de proteção. Porém, as concessionárias, geralmente, especificam em suas normas unidades separadas para a sua medição de faturamento, devendo o projetista da ação reservar uma unidade independente para a proteção, quando for o caso. 2. FATOR DE SOBRECARGA Além de representar uma elevada segurança aos operadores e leituristas, os transformadores de corrente têm a finalidade de proteger os instrumentos de medida contra sobrecargas ou sobrecorrentes de valores muito elevados. Isto é possível, porque o seu núcleo é especificado para entrar em saturação para correntes superiores à corrente nominal vezes o fator de sobrecorrente, conforme se pode mostrar na equação: Inp Ips Fs = onde: Ips- corrente primária nominal de segurança Inp- corrente nominal primária do TC Já a corrente primária nominal de segurança é expressa pelo valor da corrente primária que atende a equação IpIsKn ×≤× 9,0 Ks - relação nominal do TC; Is - corrente que flui no secundário do TC; Ip- corrente que flui no primário do TC. A segurança do instrumento alimentado pelo TC será tanto maior quanto menor for o fator de segurança. Assim, para um TC 100-5A, instalado num circuito onde a corrente primária de defeito é de 3.200A e a corrente secundária é de 20A (TC saturado), tem-se: Kn=100/5 = 20 Is = 4 X 5 = 20 A Ip = 3.200 A 20 x 20<0,9 x 3.200 400 < 2.880 ( satisfaz a condição) O fator Fs , segundo a NBR 6856/81 deve ser decidido entre fabricante e comprador desde que a equação IpIsKn ×≤× 9,0 seja satisfeita. Em geral, Fs varia entre valores de 4 a 10. Isto quer dizer, neste último caso, que a saturação do TC deve-se dar a partir de: 10 X 100 = 1.000 A. O valor do fator de sobrecorrente ou de segurança é especificado para a maior carga nominal designada para o TC. Ao se conectar cargas inferiores, o fator de segurança cresce inversamente proporcional à redução da
  • 12. carga conectada. Assim um TC cujo Fs = 8, ao se aplicar no seu secundário uma carga de 50% da sua carga nominal, o fator de segurança toma o valor de: Fs = 8/0,0, 5 = 16. Normalmente os aparelhos de medida são fabricados para suportar por um período de 1 segundo cerca de 50 vezes a sua corrente nominal, o que permite uma segurança extremamente grande para a operação destes equipamentos. Já a IEC 185 especifica o fator de segurança desde que seja atendida a equação: %10100 ≥× × FsIns Ie , onde Ie representa a corrente de excitação e Ins a corrente nominal secundária. ERROS DOS TRANSFORMADORES DE CORRENTE Os transformadores de corrente se caracterizam, entre outros elementos essenciais, pela relação de transformação nominal e real. A primeira exprime o valor da relação entre as correntes primária e secundária para a qual o equipamento foi projetado, e é indicada pelo fabricante. A segunda exprime a relação entre as correntes primária e secundária que se obtém realizando medidas precisas em laboratório , já que estas correntes são muito próximas dos valores nominais. Essa pequena diferença se deve à influência do material ferro-magnético de que é constituído o núcleo do TC. Contudo, o seu valor é de extrema importância, quando se trata de transformadores de corrente destinados à medição. Logo, para os transformadores de corrente que se destinam apenas à medição de corrente, o importante para se saber a precisão da medida é o erro inerente à relação de transformação. No entanto, quando é necessário se proceder a uma medição em que é importante o defasamento da corrente em relação à tensão, deve-se conhecer o erro do ângulo de fase (β) que o transformador de corrente vai introduzir nos valores medidos. Assim, por exemplo, para medição de corrente e tensão, com a finalidade de se determinar o fator de potência de um circuito, se for utilizado um transformador de corrente que produza um referido ou avanço na corrente em relação á tensão, no seu secundário, propiciará uma medição falsa do fator de potência verdadeiro. Em geral, os erros de relação e de ângulo de fase dependem do valor da corrente primária do TC, do tipo de carga ligada no seu secundário e da freqüência o sistema que é normalmente desprezada, devido à relativa estabilidade deste parâmetro nas redes de suprimento. ERRO DE RELAÇÃO DE TRANSFORMAÇÃO É aquele que é registrado na medição de corrente com TC, onde a corrente primária não corresponde exatamente ao produto da corrente lida no secundário ela relação de transformação nominal. Os erros nos transformadores de corrente são devidos basicamente à corrente do ramo magnetizante, conforme se mostra na Figura do transformador de corrente equivalente, já mostrado anteriormente. A impedância do enrrolamento primário não exerce nenhum efeito sobre o erro do TC, representando apenas uma impedância série no circuito do sistema em que está instalado este equipamento, cujo valor pode ser considerado desprezível. A representação de um TC após estas considerações pode ser dada pela Figura abaixo. Entretanto , este erro pode ser corrigido através do fator de correção de relação (FCRr) e dado pela equação: Is IcIsFCRr += , Is é a corrente secundária de carga e Ie é a corrente de excitação referida ao secundário, em A. O valor desta corrente Ie pode ser determinado a partir da curva de excitação secundária do TC que, para uma determinada marca, pode ser dado pela figura a seguir:
  • 13. O fator de correção de relação de transformação também pode ser definido como sendo aquele que deve ser multiplicado pela relação de transformação de corrente nominal RTC, para se obter a verdadeira relação de transformação, isto é ,sem erro, ou seja: RTC RTCr FCRr = onde RTCr é a relação de transformação real e RTC a relação nominal Finalmente , o erro de relação pode ser calculado percentualmente através da equação: 100× −× = Ip IpIsRTCr Ep , onde Ip é a corrente primária do TC O erro da relação também pode ser expresso como: Ep=(100-FCRp) , sendo o FCRp = 100× RTC RTCr . Os valores percentuais de FCRp podem ser encontrados nos gráficos das Figuras A, B e C, respectivamente, para as classes de exatidão iguais a 0,3- 0,6 - 1,2.
  • 14. ERRO DE ÂNGULO DE FASE É o ângulo (β) que mede a defasagem entre a corrente vetorial primária e o inverso da corrente vetorial secundária de uni transformador de corrente, como se vê na Figura abaixo. Para qualquer fator de correção de relação (FCRp) conhecido de um TC, os valores limites positivos e negativos do ângulo de fase (β) em minutos podem ser expressos pela equação ( )FCTpFCRp −×= 600.2β , em que o fator de correção de transformação (FCTp) do referido TC assume os valores máximos e mínimos: FCTp - fator de correção de transformação percentual. Esse fator é definido como sendo aquele que deve ser multiplicado pela leitura registrada por um aparelho de medição (voltímetro, varimetro etc.) ligado aos terminais de um TC , para corrigir o efeito combinado do angulo de fase β e do fator de correção de relação percentual FCRp. CLASSE DE EXATIDÃO A classe de exatidão exprime nominalmente o erro esperado do transformador de corrente levando em conta o erro de relação de transformação e o erro de defasamento entre as correntes primária e secundária. Considera-se que um TC para serviço de medição esta dentro de sua classe de exatidão nominal, quando os pontos determinados pelos fatores de correção de relação percentual (FCRp) e pelos ângulos de fase β estiverem dentro do paralelogramo de exatidão. De acordo com o instrumentos a serem ligados aos terminais secundários do TC, devem ser as seguintes as classes de exatidão destes equipamentos: • para aferição e calibração dos instrumentos de medida de laboratório : 0,1; • alimentação de medidores de demanda e consumo ativo e reativo para fins de faturamento: 0,3; • alimentação de medidores para fins de acompanhamento de custos industriais: 0,6; • alimentação de amperímetros indicadores , registradores gráficos, reles de impedância, relés diferenciais , reles de distância, reles direcionais : 1,2; • alimentação de reles de ação direta, por exemplo, aplicados em disjuntores primários de subestações de consumidor: 3,0 A classe de precisão 3,0 não tem limitação de erro de ângulo de fase e o seu fator de correção de relação percentual (FCRp) deve situar-se entre 103 e 97% para que possa ser considerado dentro de sua. classe de exatidão. Como o erro de um transformador de corrente depende da corrente primária para ser determinada a sua classe de exatidão, a NBR 6856/81 especifica que sejam realizados dois ensaios que correspondem, respectivamente, aos valores de 10% e 100% da corrente nominal primária. Como também o erro é função da carga secundária do TC, os ensaios devem realizados, tomando-se como base os valores padronizados destas cargas que podem ser obtidos na já mostrada. O transformador de
  • 15. corrente só é considerado dentro de sua classe de exatidão se os resultados dos ensaios levados para os gráficos das Figuras do paralelogramo. Uma análise dos paralelogramos de exatidão indica que, quanto maior for a rente primária, menor será o erro de relação permitido para o TC. Contrariante, quanto menor for a corrente primária, maior será o erro de relação permitido. Isto se deve à influência da corrente de magnetização. Uma outra maneira de testar esta afirmação é observar os gráficos da Figura abaixo Como exemplo de aplicação dos gráficos de exatidão anteriormente apresentados, a Figura acima fornece o erro do ângulo de fase em função do múltiplo da corrente nominal de alguns transformadores de um certo fabricante. Do mesmo modo, a Figura abaixo fornece também o erro de relação percentual, bem como o fator de correção de relação em função do múltiplo da corrente nominal dos transformadores de corrente já mencionados. Através da construção do diagrama fasorial de um transformador de corrente, pode-se visualizar os principais parâmetros elétricos envolvidos na sua construção. Com base no gráfico fasorial já visto, as variáveis são assim reconhecidas: Ic -corrente de excitação; μ- fluxo magnetizante. β - ângulo de fase; Vs- tensão no secundário de TC; 1s - corrente do secundário; RS X IS - queda de tensão resistiva do secundário XS X Is - queda de tensão reativa de dispersão do secundário Es- força eletromotriz do enrrolamento secundário Ip -corrente circulante no primário If -corrente de perdas ôhmicas no ferro A representação do circuito equivalente de um transformador de corrente de ser conforme a Figura abaixo. A queda de tensão primária no diagrama fasorial foi omitida devido aos valores de Rp e Xp serem muito pequenos, não influenciando, praticamente, em nada as medidas efetuadas. Pode-se, também, perceber no
  • 16. diagrama o ângulo de fase β formado pela corrente secundária tomada no seu inverso e a corrente primária Ip. Ainda com relação aos paralelogramos de exatidão, é bom frisar que a classe exatidão corresponde ao valor do erro de relação percentual tomado para 100% corrente nominal, conforme se observa nos gráficos das Figuras dos paralelogramos. Correntes inferiores, não menores do que 10% de In , o erro de relação é maior do o valor dado para a classe de exatidão correspondente, porém, o transformador de corrente continua normalmente enquadrado dentro de sua classe de exatidão. TRANSFORMADORES DE CORRENTE DESTINADOS A PROTEÇAO Os transformadores de corrente destinados à proteção de sistemas elétricos são equipamentos capazes de transformar elevadas correntes de sobrecarga ou de curto-circuito em pequenas correntes, propiciando a operação dos relés sem que estes estejam em ligação direta com o circuito primário da instalação, oferecendo garantia de segurança aos operadores, facilitando a manutenção dos seus componentes e, por fim, tornando-se uni aparelho extremamente econômico, já que envolve reduzido emprego de matérias-primas. Ao contrário dos transformadores de corrente para medição, os TC's para serviço de proteção não devem saturar para correntes de elevado valor, tais como as que se desenvolvem durante a ocorrência de um defeito no sistema. Caso contrario, os sinais de corrente recebidos pelos relés estariam mascarados, permitindo, desta forma, uma operação inconseqüente do sistema elétrico. Assim, os transformadores de corrente para serviço de proteção apresentam um nível de saturação elevado, igual a 20 vezes a corrente nominal, conforme se pode mostrar na curva da Figura abaixo, como exemplo genérico. Pode-se perfeitamente concluir que jamais se deve utilizar transformadores de proteção em serviço de medição e vice-versa. Além disso, deve-se levar em conta a classe de exatidão em que estão enquadrados os TC's para serviço de proteção que, segundo a NBR 6856/81, podem ser de 5 ou 10. Diz-se que um TC tem classe de exatidão 10, por exemplo, quando o erro de relação percentual, durante as medidas efetuadas, desde a sua corrente nominal secundária até 20 vezes o valor da referida corrente, é de 10%. Este erro de relação percentual pode ser obtido através da equação: 100×= Ie Ic Ep , onde Is é a corrente secundária em seu valor eficaz; e Ie é a corrente de excitação correspondente, em seu valor eficaz. Ainda segundo a NBR 6856, o erro de relação do TC deve ser limitado ao de corrente secundária desde 1 a 20 vezes a corrente nominal e a qualquer ~ igual ou inferior à nominal.
  • 17. Deve-se alertar para o fato de que os transformadores de corrente com mais ma derivação no enrrolamento secundário têm a sua classe de exatidão relacionado com a sua operação na posição que leva o maior número de espiras. Além da classe de exatidão, os transformadores de corrente para serviço proteção são caracterizados pela sua classe, relativamente à impedância do seu lamento secundário, ou seja: •classe B são aqueles cujo enrolamento secundário apresenta reatância que ser desprezada. Nesta classe, estão enquadrados os TC's com núcleo toroidal ou simplesmente TC's de bucha; • classe A são aqueles cujo enrolamento secundário apresenta uma reatância que pode ser desprezada. Nesta classe, estão enquadrados todos os TC's que NÃO se enquadram na classe B. Os transformadores de corrente, como estão em série com o sistema, ficam sujeitos às mesmas solicitações de sobrecorrente sentidas por este, como, por exemplo a corrente resultante de um defeito trifásico. É importante frisar que não há nenhuma assimetria na corrente de defeito a falta ocorre exatamente no momento em que a corrente que flui no sistema passando pelo seu zero natural e em atraso da tensão de 900. Quanto mais Limo ocorrer o instante do defeito do momento em que se dará o valor de crista da ao, menor será o componente contínuo e, conseqüentemente, a corrente inicial de curto-circuito. Sabe-se que o componente contínuo diminui exponencialmente com a constante de tempo do sistema elétrico, Ct, enquanto que o componente alternado da corrente de curto-circuito permanece inalterado até o instante do desligamento da chave de proteção, considerando que o defeito tenha ocorrido distante dos terminais da fonte de geração. O valor da corrente de curto-circuito em qualquer momento pode ser dada pela equação : ( )       ××= −−× − θωθ t Ct T eIcfIcc coscos 2 onde 1 cc(t) - valor instantâneo da corrente de curt~circuito, num determinado instante T Icf - valor eficaz simétrico da corrente de curto-circuito; T - tempo durante o qual ocorreu o defeito até o desligamento do circuito; Ct - constante de tempo do sistema que é proporcional à relação X/R, sendo R e X contados desde a fonte até o ponto de defeito, em segundos; Θ - ângulo elétrico de defasagem entre Vmax e o instante T = 0. O primeiro termo da equação acima representa o valor do componente contínuo que decresce com o valor crescente do tempo T de desligamento. Também, quanto maior for o Ct, maior será a duração do componente continuo, isto é, quanto mais reativo for o sistema, maior será a duração do componente contínuo. O segundo termo da equação, representa o valor simétrico da corrente alternada da corrente de curto-circuito.
  • 18. TC em alta tensão Exemplo de aplicação de TC´s em proteção de transformadores