Efeitos a longo prazo do método Paulo Freire de alfabetização
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2. EFEITOS A LONGO PRAZO DO MÉTODO DE ALFABETIZACÃO PAULO FREIRE
3. OBJETIVO Verificar a longo prazo os níveis de proficiência em leitura e escrita de sujeitos alfabetizados pelo método Paulo Freire, em 1963, em Angicos/RN. SUJEITOS DA PESQUISA 10 ex-analfabetos
4. METODOLOGIA Household survey: - entrevistas - testes de linguagem (recepção e produção) - testes sobre os usos sociais da leitura e da escrita - exercícios sobre habilidades numéricas
5. REFERENCIAL TEÓRICO - Teoria de Freire: entrevista pessoal - Concepções de letramento: Kirsch e Jungeblut (1990) e Soares (1992) - Bases biopsicológicas e sócio-interacionistas da linguagem: Lenneberg (1967), Garton e Pratt (1989) e Vygotsky (1989) - Questão dos tetos e automatismo: Scliar-Cabral (1989) - Processamento da leitura: Stannovitch (1980), Mitchell (1982), Goodmann (1988) e Morais (1996) - Processamento da escrita: Ajuriaguerra e Auzias (1975), Kato (1986) e Scliar-Cabral (1998)
6. MÉTODO PAULO FREIRE Princípios fundamentais: - A leitura de mundo precede a leitura da palavra. - Respeito às circunstâncias de vida dos educandos. Momentos: - Aulas de cultura - Aulas de alfabetização Recursos didáticos: - Projetores de slides - Transparências
7. TABELA 1 - INFORMAÇÕES SOBRE OS SUJEITOS DA PESQUISA SUJEITO IDADE ESTADO CIVIL PROFISSÃO NÍVEL DE LETRAMENTO CONTINUIDADE PRÉ- FREIRE PÓS-FREIRE 1 67 casado pedreiro analfabeto lê e escreve não 2 66 casada dona de casa analfabeta lê e escreve não 3 52 casado agricultor 1ª série lê e escreve não 4 56 casada agricultora assinava lê e escreve não o nome 5 58 viúva dona de casa assinava lê e escreve não o nome 6 48 casada dona de casa analfabeta lê e escreve não 7 48 casada dona de casa 1ª série lê e escreve não 8 52 casada artesã analfabeta lê e escreve não 9 50 casada artesã analfabeta lê e escreve não 10 62 casada dona de casa 2ª série lê e escreve não Fonte: Dados coletados pela autora através das entrevistas.
8. TESTES DE RECEPÇÃO E PRODUÇÃO DE LINGUAGEM Recepção auditiva e produção oral Invenção de história a partir de uma seqüência de gravuras Reconto de uma história Emparelhamento de palavras escritas com gravuras Leitura em voz alta de palavras Correspondência fonológico-grafêmica e grafêmico-fonológica com pseudopalavras Compreensão de texto
9. USOS SOCIAIS DA LEITURA E DA ESCRITA Leitura de uma conta de energia elétrica Leitura de uma nota de agradecimento Leitura oral de um texto Preenchimento de uma ficha com dados pessoais Exercícios de habilidades numéricas
10. (1) DIFERENÇA (2) A Prefeita Wilma de Faria (3) determinou a demissão dos funcionários (4) admitidos sem concurso (5) depois de 5 de outubro de 88, (6) data da Constituição. Mas, a (7) Prefeita Rosalba Rosado de (8) Mossoró só demitiu os funcionários (9) nomeados a partir de 92, (10) ou seja, na administração Dix-huit. (11) Em Natal, entram também os (12) funcionários que Wilma nomeou (13) na 1a. administração 88-92. (14) Em Mossoró Rosalba, que foi prefeita (15) de 88 a 92, salvou os seus. (16) Deu um bom argumento para a Procuradoria (17) do Trabalho que está agindo nesse setor.
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13. CONCLUSÕES As bases conceptuais do método Paulo Freire propiciaram o desenvolvimento da auto-estima e da consciência de cidadania nos sujeitos da experiência.
14. Foram automatizados, em 40 horas, princípios elementares de uso do sistema alfabético na linguagem escrita: desmembramento da cadeia da fala e aplicação de algumas regras de correspondência grafêmico-fonêmica e fonêmico-grafêmica As dificuldades de decodificação impedem a leitura proficiente. A leitura claudicante ocasiona a perda de elos de coesão, pois a memória logo se esvai, desaparecendo o que foi reconhecido antes. Dificuldades de compreensão textual residem na inabilidade de fatiamento adequado das proposições do texto face à não-internalização de todos os princípios de uso do sistema alfabético.
15. A escrita é fortemente influenciada pela variedade sociolingüística e o não-domínio das convenções ortográficas socializadas. A complexidade do processamento da leitura e da escrita requer orientações seguras e contínuas. Comprovam-se as teorias que advogam a interação dos processamentos top-down e bottom-up . As informações provenientes do estímulo visual não são capazes de, por si só, proverem as condições de leitura. O processo de decodificação cumpre a função de dar a arrancada para os processamentos em nível mais alto.
16. A proficiência em leitura e escrita depende também da intensidade do uso. A falta de continuidade dos programas de alfabetização frustra expectativas e reforça a introjeção de incapacidade. O domínio da leitura e da escrita, na perspectiva de Freire, coloca em cheque as políticas de educação que reproduzem a ordem social estabelecida.
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18. ‘‘ O que se exige eticamente de educadoras e educadores progressistas é que, coerentes com seu sonho democrático, respeitem os educandos e jamais, por isso mesmo, os manipulem.” Paulo Freire (1997)