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GEOLOGIA DA NOSSA REGIÃO
André Moreira
Diana Aguiar       12ºA
Joana Tavares
Marcelo Oliveira
O NOSSO TRABALHO
   O nosso trabalho consiste no estudo da Geologia da região em
    que se insere a nossa escola, de forma a entendermos melhor a
    sua história (Zona Centro Ibérica). Nomeadamente, as diferentes
    ocorrências geológicas situadas na Serra da Freita, por ser o local
    com maior número de ocorrências junto da nossa escola.
   Os aspectos mais importantes da geologia de Arouca, excluindo a
    metalogénese e os paleontológicos, são aspectos tectónicos
    (relacionados com a deformação das rochas, em particular dos
    metassedimentos), o metamorfismo e a génese das rochas ígneas
    (também designadas magmáticas) intrusivas (isto é, formadas em
    profundidade).
   Também é de salientar que nesta zona somos privilegiados com
    fenómenos raros da natureza, tais como, as “Pedras Parideiras”.
INTRODUÇÃO HISTÓRICA
     A região da Serra da Freita faz parte da designada Zona Centro
      Ibérica, uma das principais divisões paleogeográficas da
      península Ibérica. A configuração dos continentes durante a
      orogenia Hercínica variou muitíssimo durante a sua longa duração
      (sensivelmente dos 540 aos 280 Ma).
     A existência de conglomerados, na base das rochas de idade
      Ordovícica, fornece-nos, por vezes, indicações da variação dos
      níveis das águas. Pelo menos quatro oceanos existiram e
      desapareceram desde o inicio do Ordovícico até hoje. Dois
      desses oceanos chegaram a banhar Arouca. Muito depois do
      último oceano ter desaparecido da área do concelho, as actuais
      rochas que afloram, estiveram enterradas a cerca de 14Km de
      profundidade.

Orogenia - Processos tectónicos que afectaram a crusta terrestre ao longo dos tempos
geológicos e que ocorreram em períodos determinados, dando origem ao aparecimento
das grandes cadeias de montanhas.
 Nessa altura a península Ibérica situava-se no hemisfério
  sul; a transposição do equador ocorreu há cerca de 280
  Ma.
 Quando se deu o metamorfismo e a instalação dos
  granitos, a região situava-se na junção dos dois
  supercontinentes da altura, a Gondwana (no sul) e a
  Laurrussia (no norte).
 A orogenia Hercínica na Europa não é considerada uma
  colisão continente-continente clássica, mas a acreção de
  vários terrenos peri-gondwanicos, principalmente durante
  o Devónico, tendo terminado no final do Carbonífero com
  a formação do supercontinente Pangea.
 O metamorfismo e a instalação dos granitóides, são
  vistos como uma consequência dessas colisões.
TECTÓNICA DA REGIÃO
   Entende-se por tectónica a acção das forças resultantes da
    movimentação das placas litosféricas. Essas forças, ditas
    tectónicas, geram nas rochas (pré-existentes) estruturas,
    tais como dobras, falhas ou xistosidades. A análise dessas
    estruturas fornece dados extremamente importantes para o
    estudo     da    geologia    de     uma    dada     região.
    Na serra da Freita há evidências que apontam para a
    existência de três fases de deformação, todas elas
    compreendidas entre os 360 Ma (inicio da 1ª fase) e os 308
    Ma (fim da 3ª fase).
PRIMEIRA FASE (D1)
 A primeira fase de deformação afectou todas as rochas
  ante-Carboníferas. Gerou dobras de plano axial sub-
  vertical, de direcção NW-SE e uma xistosidade paralela
  ao plano axial.
 Esta foi a principal fase de compressão já que foi a
  responsável pelo erguimento do orógeno e, consequente
  espessamento da crusta (provavelmente à volta dos 50
  km).




Plano Axial - Plano que divide uma dobra ao meio.
SEGUNDA FASE (D2)
     A segunda fase de deformação afectou principalmente as
      zonas constituídas por rochas do grau metamórfico médio
      a alto, mais propriamente o Complexo Xisto-Grauváquico.
     Produziu dobras menores de plano axial sub-horizontal,
      com uma foliação com a direcção do plano axial. Esta
      fase é interpretada no sector como resultante de uma
      importante distensão na crusta superior (em resultado do
      colapso gravítico do orógeno que iremos referir mais à
      frente).



Complexo Xisto-Grauváquico Ante-Ordovícico- Unidade litoestratigráfica, pré-
Câmbrica e/ou Câmbrica, representada em grandes porções do nosso País, na qual
abundam os xistos e os grauvaques (estes, obviamente, metamorfizados).
COMPLEXO XISTO-GRAUVÁQUICO ANTE-
ORDOVÍCICO
TERCEIRA FASE (D3)
  A terceira fase de deformação redobrou as estruturas
   anteriores e produziu dobras assimétricas e suaves de
   amplitude quilométrica.
  A nível regional esta fase está relacionada com duas
   zonas de cisalhamento verticais (Porto-Tomar e a
   estrutura    Dúrico-Beirã).    Estas    estruturas    terão
   acomodado parte do encurtamento crustal gerado nos
   estádios finais da colisão dos dois grandes continentes.



Zona de cisalhamento- local, habitualmente tabular, onde houve deformação,
tipicamente, por movimentação, resultante da acção de forças de corte. Há zonas
de cisalhamento desde a escala microscópica à escala crustal.
MAPA GEOLÓGICO SIMPLIFICADO DO CONCELHO DE AROUCA
COLAPSO GRAVÍTICO DO ORÓGENO

    No final da 1ª fase de deformação o orógeno de que a Serra da
    Freita seria parte constituinte terá tido um espessamento
    considerável (da ordem dos 50 km). Em consequência, e por
    acção de uma zona de cisalhamento subhorizontal que se terá
    então formado, a parte superior do orogeno terá colapsado.
   O movimento dessa mega estrutura, em regime distensivo, terá
    gerado as dobras de plano axial subhorizontal características da
    2ª fase de deformação Hercínica neste sector.
   As rochas mais afectadas terão sido rochas do médio e do alto
    grau metamórfico. Segundo alguns investigadores foi nesta
    altura que se terão formado as principais rochas metamórficas:
    xistos biotíticos, xistos estaurolíticos, xistos com andalusíte.
ROCHAS PLUTÓNICAS

 A descompressão provocada pela diminuição da
  espessura da crusta, durante a exumação das rochas no
  seguimento do colapso do orógeno, terá provocado a
  fusão de material da crusta média. A sua ascensão
  (facilitada pela existência de zonas de cisalhamento
  subverticais) e a sua intrusão (ao mesmo tempo que a 3ª
  fase de deformação), consolidou no que é hoje o granito
  da Serra da Freita.
 Cerca de 3 a 7 Ma depois, terá havido a intrusão de
  magmas mais profundos (parte deles oriundos do manto).
  Esses magmas sendo mais ricos em ferro e magnésio
  originaram o que é hoje o plutão quartzodioritico de
  Arouca.
Enquadramento regional do granito da Serra da Freita e dos plutões
circundantes.
METAMORFISMO
 O metamorfismo pode ser entendido como a globalidade
  das transformações mineralógicas ocorridas nas rochas
  quando sujeitas à orogénese (metamorfismo orogénico
  ou regional), ou em resultado da intrusão de um corpo
  ígneo (metamorfismo de contacto).
 Na região da serra da Freita o metamorfismo orogénico
  foi, todo ele, gerado durante a estruturação da orogenia
  Hercínica (não há evidências de qualquer episódio
  anterior), daí que se possa designar o processo por
  tectonometamorfismo, ou seja, que ocorreu ao mesmo
  tempo que o metamorfismo.
 O metamorfismo reparte-se do baixo ao alto grau (com
  predominância do médio grau na metade sudoeste da
  Serra da Freita e do baixo grau, na metade nordeste),
  compreendendo as zonas de formação da clorite, biotite,
  da estaurolite e da silimanite. A zona de formação da
  silimanite + feldspato potássico existe apenas numa
  estreita faixa.
 Os especialistas do metamorfismo da região não são
  unânimes quanto aos momentos em que se formaram os
  principais minerais do metamorfismo da área (estaurolite,
  e os aluminossilicatos andaluzite, distena e silimanite).
   A ocorrência de distena (mineral indicativo de uma
    pressão relativamente elevada), associada a andaluzite
    é interpretada como resultante de um processo de
    sobrepressão, gerado por fluidos provenientes dos
    níveis inferiores da crusta, canalizados ao longo de
    fracturas e zonas de cisalhamento, o processo terá
    ocasionado, simultaneamente, abundantes filões de
    quartzo .
   O quadro seguinte relaciona as fases de deformação com as condições
    P-T prevalecentes durante o metamorfismo, para cada uma das zonas
    metamórficas mais elevadas (de realçar que a zona da silimanite +
    feldspato potássico tem uma reduzida expressão na região).
Diagrama das condições temperatura-pressão-profundidade existentes na Serra da
Freita durante as fases de deformação (D1, D2 e D3) que ocasionaram o metamorfismo
e condicionaram a instalação do granito. Os campos rosa, amarelo e azul
correspondem aos campos P-T de estabilidade dos três minerais, respectivamente a
andaluzite, a silimanite e a distena. A linha 1 indica o início da formação da estaurolite
(para a direita da linha) e a linha 2, o início da fusão em granitos.
DISTENA (MINERAL DE
ANDALUZITE (MINERAL
COR DE “CARNE”)       COR AZUL)
Afloramento de xisto estaurolítico localizado junto ao miradouro da Frecha da
Mizarela; notam-se abundantes cristais euédricos e centimétricos de estaurolite,
salientes devido a serem muito mais duros que os restantes minerais que constituem
a rocha (moeda de 1 Euro para escala).
ROCHAS EXISTENTES
     A geologia de Arouca é, na sua maioria, constituída por
      rochas que, vulgarmente, são designadas xistos e
      granitos.
     Na realidade as designações genéricas mais apropriadas
      são metassedimentos (como o nome indica, rochas
      metamórficas resultantes de rochas sedimentares) e
      granitóides (granitos e rochas afins). Os primeiros
      compreendem principalmente ardósias, filitos, xistos,
      metagrauvaques e quartzitos. Os segundos são granitos
      de duas micas e o quartzodiorito onde assenta a zona de
      Arouca.
Metagrauvaque- Trata-se de um grauvaque metamorfizado. O grauvaque é uma rocha
sedimentar de origem detrítica, com granulometria até 2 mm, composta por uma
elevada percentagem de fragmentos de rocha (de que resulta, normalmente, uma cor
cinzenta).
GRANITO
    O granito da Serra da Freita, tem duas micas, em geral
     granularidade média, sendo foliado; é o de maior
     representação     na    área     e   ter-se-á    instalado,
     sintectonicamente, numa zona de cisalhamento de
     orientação NW-SE da faixa metamórfica que se estende
     desde o Porto até próximo de Viseu.
    Associados a este granito ocorrem, a noroeste da aldeia
     da     Castanheira,     pequenos      afloramentos       de
     microgranitos alcalinos, pegmatitos e filões de quartzo.
    O granito de Regoufe é um plutão, semi-circular com três
     quilómetros de diâmetro, rico em albite e moscovite,
     tendo uma textura porfiróide; é também tardi-tectónico.


  Sintectonicamente - formado em simultâneo com uma fase tectónica.
 Plutão- massa de rocha ígnea formada em profundidade pela consolidação de um
 magma.
GRANITO DE REGOUFE




Porfiróide- textura de rocha na qual ocorrem cristais muito maiores que a média.
ppm- abreviatura de "partes por milhão".
QUARTZODIORITO BIOTÍTICO

    O maciço de Arouca é composto por um
     quartzodiorito  biotítico, tardi-tectónico, cuja
     mineralogia principal é plagióclase, quartzo e
     biotite.




Tardi-tectónico - formado num período tardio da fase tectónica.
GRANITO              QUARTZODIORITO
DA SERRA DA FREITA
                     DE AROUCA
As imagens inferiores foram obtidas ao microscópio em lâminas delgadas com 0,03 mm
de espessura.

IMAGEM OBTIDA COM NICÓIS                      IMAGEM OBTIDA COM LUZ
CRUZADOS (GRANITO)                            NATURAL (QUARTZODIORITO)




Nicóis- plural de nicol; o nicol é um polarizador de luz, sendo um dos componentes do
microscópio petrográfico (o microscópio com que se estudam as rochas).
   A ardósia é bastante utilizada nos telhados das casas da
    região, é composta essencialmente por minerais do
    grupo das argilas e, em menor quantidade, por pequenos
    grãos de quartzo. O quartzito é composto quase
    exclusivamente por grãos de quartzo recristalizados.




                                           QUARTZITO
As imagens inferiores foram obtidas ao microscópio em lâminas delgadas com 0,03 mm
de espessura.

IMAGEM OBTIDA COM LUZ                     IMAGEM OBTIDA COM NICÓIS
NATURAL (ARDÓSIA)                         CRUZADOS (QUARTZITO)
   O Filito é composto, essencialmente, por sericite
    (moscovite fina) e quartzo. O Xisto Biotítico apresenta
    um forte dobramento e xistosidade de plano axial.




     FILITO                              XISTO
As imagens inferiores foram obtidas ao microscópio em lâminas delgadas com 0,03 mm
de espessura.

 IMAGEM OBTIDA COM LUZ                  IMAGEM OBTIDA COM LUZ
 NATURAL (FILITO)                       NATURAL (XISTO      BIOTÍTICO)
ACONTECIMENTOS GEOLÓGICOS
ICEBERGUES EM AROUCA
 No inicio do período Ordovícico a região de Arouca situava-
  se numa plataforma marinha que se encontrava junto da
  Gondwana.
 Na passagem para o Ordovícico médio verificou-se uma
  subida acentuada do nível do oceano, e em resultado
  ocorreu a sedimentação de materiais mais finos em
  ambientes menos oxigenados.
 As oscilações do nível do mar terão provocado alguns
  hiatos deposicionais, ou seja, zonas entre as diversas
  camadas de sedimentos que são ocupadas por gelo que
  posteriormente funde, dando origem a zonas sem
  sedimentos. Nesta altura terá havido, novamente,
  abundante deposição de areias. A esta sedimentação
  associaram-se sedimentos glaciomarinhos, o que
  pressupõe um clima muito frio para essa altura.
 Há mesmo evidências aqui, como noutras partes do
  mundo (Europa, Saara, Arábia, Brasil) em rochas da
  mesma idade, de terem havido icebergues.
 Um dos fenómenos que confirma a existência de
  Icebergues é a ocorrência de concentrações de
  pequenos seixos em rochas metassedimentares de
  granulometria muito mais fina; os seixos ter-se-iam
  desprendido daqueles blocos gigantes de gelo, durante
  a sua lenta fusão.
DIAMICTITOS GLACIOMARINHOS FINI-
ORDOVÍCICOS

 Assim, no período pós-glaciário na região de Arouca
  começaram por se depositar areias, que originaram
  quartzitos maciços da base da Formação Sobrido.
 Com a progressiva subida do nível do mar estas foram
  sendo cobertas progressivamente por siltes e argilas, que
  originaram os greso-xistos onde se intercalaram os
  dropstones libertados pelos icebergs à deriva, já na parte
  média e superior da Formação Sobrido.
PEDRAS PARIDEIRAS
   Na aldeia da Castanheira ocorre aquele que é, o mais
    conhecido fenómeno geológico da Arouca, as pedras
    parideiras.
   Trata-se de um pequeno afloramento de granito com
    abundantes nódulos discóides e biconvexos de biotite,
    que se libertam da rocha-mãe por termoclastia,
    acumulando-se no solo. Os nódulos tem a mesma
    composição mineralógica do granito, pois embora
    constituídos exteriormente apenas por biotite, possuem
    um núcleo de quartzo e feldspato potássico.


Termoclastia- fenómeno de meteorização que gera fragmentação da rocha devido à
acção continuada de temperaturas altas durante o dia e frias à noite.
 Este tipo de granito é único em Portugal e raro no mundo.
  O granito da Castanheira é considerado uma "anomalia" do
  granito da Serra da Freita.
 Em 1993, foi publicado um estudo sobre a génese deste
  granito. Concluiu-se que a sua formação terá ocorrido
  devido à separação, na fase final da cristalização
  magmática do granito da Serra da Freita, de um fluido
  cloretado rico em voláteis.
 No processo ter-se-á gerado um gradiente químico que
  favoreceu a mobilização de ferro do magma residual. A
  bolha, menos densa que o magma, terá ascendido, ficando
  como que a flutuar no tecto desta porção da câmara
  magmática.
Amostra do granito nodular da
Castanheira
                                          BLOCO DO GRANITO NODULAR
                                          DA CASTANHEIRA




                                Amostras dos nódulos biotíticos do
                                granito da Castanheira
ROTA DO PALEOZÓICO
 A sua implementação foi precedida da inventariação e
  caracterização de um conjunto de geossítios localizados
  na área contígua à “Pedreira do Valério”, tendo estes sido
  seleccionados pelo seu interesse pedagógico.
 Estes locais de interesse geológico contam um capítulo da
  história geológica desta região, nomeadamente no que se
  diz respeito às rochas do Paleozóico aqui aflorantes, cuja
  formação foi contemporânea de alguns episódios
  marcantes da História da Terra ao longo de 220 milhões de
  anos durante os quais ocorreu a sedimentação das
  mesmas.
PARAGEM 1 : FERROLITO DO ORDOVÍCICO
MÉDIO
    Local onde se observa um nível decimétrico de Ferro
     Oolítico, intercalado nas ardósias da Formação Valongo e
     que assinala a transição entre os materiais de idade
     Oretaniano dos de idade Dobrotiviano, há cerca de 465 Ma.
     Este nível corresponderá a uma interrupção na
     sedimentação durante um curto período de tempo ( 2 Ma).
PARAGEM 2: VIA ROMANA
 Trata-se de um conjunto de três pequenos troços
  paralelos que fariam parte da antiga via usada desde a
  ocupação romana, na ligação de Arouca e Alvarenga a
  Lamego e ao Rio Douro, e que de alguma forma
  poderiam estar relacionados com as explorações
  auríferas da região.
 Actualmente ressaltam à vista os sulcos escavados pela
  passagem dos carros, num plano paralelo à xistosidade
  das rochas do substrato.
PARAGEM 3: OS FÓSSEIS CONTIDOS
NAS ARDÓSIAS
   Neste local será fornecido ao visitante um martelo,
    que lhe permitirá procurar fósseis nas ardósias do
    Ordovícico Médio (ca. 465 Ma), com particular
    destaque para as trilobites.
PARAGEM 4: A MESA DOS LADRÕES
   Bloco quartzítico que faz lembrar uma mesa, sobre a qual
    em meados do século XIX, e de acordo com as tradições
    e lendas da região, a quadrilha do “Zé do Telhado” teria
    procedido à divisão dos produtos roubados aos ricos
    proprietários agrícolas das redondezas.
PARAGEM 5: A CRISTA QUARTZÍTICA DOS GALINHEIROS

  Corresponde a um relevo residual que pela sua visibilidade
   e singularidade constituía na época medieval um ponto de
   referência e marco de limitação de influências territoriais. O
   topónimo “Galinheiros” deverá estar relacionado com a
   hipotética grande quantidade de galinholas que aí existiria
   na época.
  Geologicamente, trata-se de uma crista quartzítica formada
   por um processo de erosão diferencial condicionado pela
   distinta dureza das rochas aqui aflorantes. São rochas com
   445 Ma e pertencentes à Formação Sobrido, que marcam o
   início da deposição de materiais glaciomarinhos
   diamictíticos.
  Além disso, estes quartzitos são frequentemente cortados
   por filonetes de quartzo denotando a dinâmica a que
   estiveram sujeitos posteriormente à sua formação.
PARAGEM 6: AS MINAS DE OURO ROMANAS DE CANELAS
 Aqui, é possível ver evidências da utilização do fogo como
  método de desmonte e estruturas na rocha onde se teriam
  ancorado sarilhos, roldanas e outras estruturas destinadas
  à extracção da mineralização do interior da mina.
 Na envolvente é ainda possível observar um conjunto
  sequencial de quatro pequenos poços, que poderiam
  corresponder hipoteticamente a uma lavaria primitiva, e
  múltiplas “covinhas” no quartzito que não serão mais do
  que os almofarizes da moagem da rocha mineralizada.
PARAGEM 7: ICNOFÓSSEIS DOS
QUARTZITOS
   Nos quartzitos de idade Arenigiano (Ordovícico Inferior)
    é possível observar inúmeras marcas (Icnofósseis)
    deixadas pela actividade dos seres vivos que viveram
    nestas épocas geológicas remotas.
PARAGEM 8: MIRADOURO DA PEDREIRA DO
VALÉRIO

   Local de onde se obtém uma vista privilegiada sobre a
    exploração de ardósias, ao mesmo tempo que se divisam
    as diferentes litologias aflorantes na região.
PARAGEM 9: CONGLOMERADOS DO
CARBÓNICO
   Nesta paragem é possível observar um conglomerado
    clasto-suportado, resultante da erosão e desagregação
    das vertentes da bacia carbonífera há cerca de 300 Ma.
PARAGEM 10: GRAPTÓLITOS DO
SILÚRICO
   Nos xistos carbonosos muito físseis deste local é
    possível encontrar e observar uma fauna graptolítica do
    Llandovery (Silúrico).
PARAGEM 11: A GLACIAÇÃO TARDI-
ORDOVÍCICA
   Como já referimos anteriormente, é possível encontrar
    uma grande diversidade de clastos (Dropstones) inseridos
    na matriz xisto-gresosa, que testemunham uma autêntica
    “chuva de clastos” resultante da fusão dos icebergs que
    se encontravam à deriva no oceano Rheic, como
    resultado da enorme glaciação verificada na Terra há
    cerca de 445 Ma.
CONCLUSÃO
 Concluímos assim o nosso trabalho, afirmando que a
  nossa região é rica em acontecimentos geológicos que
  nos ajudam a entender melhor a sua história, sendo
  alguns deles raros no mundo.
 Podemos afirmar ainda que somos beneficiados e
  privilegiados por nos encontramos tão próximos de tais
  fenómenos. Esta proximidade, aumenta a curiosidade
  sobre os mesmos e, posteriormente, leva-nos a
  investigá-los. Amplificando o nosso conhecimento sobre
  a geologia, não só da nossa zona, como geral.

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Geologia da nossa região

  • 1. GEOLOGIA DA NOSSA REGIÃO André Moreira Diana Aguiar 12ºA Joana Tavares Marcelo Oliveira
  • 2. O NOSSO TRABALHO  O nosso trabalho consiste no estudo da Geologia da região em que se insere a nossa escola, de forma a entendermos melhor a sua história (Zona Centro Ibérica). Nomeadamente, as diferentes ocorrências geológicas situadas na Serra da Freita, por ser o local com maior número de ocorrências junto da nossa escola.  Os aspectos mais importantes da geologia de Arouca, excluindo a metalogénese e os paleontológicos, são aspectos tectónicos (relacionados com a deformação das rochas, em particular dos metassedimentos), o metamorfismo e a génese das rochas ígneas (também designadas magmáticas) intrusivas (isto é, formadas em profundidade).  Também é de salientar que nesta zona somos privilegiados com fenómenos raros da natureza, tais como, as “Pedras Parideiras”.
  • 3. INTRODUÇÃO HISTÓRICA  A região da Serra da Freita faz parte da designada Zona Centro Ibérica, uma das principais divisões paleogeográficas da península Ibérica. A configuração dos continentes durante a orogenia Hercínica variou muitíssimo durante a sua longa duração (sensivelmente dos 540 aos 280 Ma).  A existência de conglomerados, na base das rochas de idade Ordovícica, fornece-nos, por vezes, indicações da variação dos níveis das águas. Pelo menos quatro oceanos existiram e desapareceram desde o inicio do Ordovícico até hoje. Dois desses oceanos chegaram a banhar Arouca. Muito depois do último oceano ter desaparecido da área do concelho, as actuais rochas que afloram, estiveram enterradas a cerca de 14Km de profundidade. Orogenia - Processos tectónicos que afectaram a crusta terrestre ao longo dos tempos geológicos e que ocorreram em períodos determinados, dando origem ao aparecimento das grandes cadeias de montanhas.
  • 4.  Nessa altura a península Ibérica situava-se no hemisfério sul; a transposição do equador ocorreu há cerca de 280 Ma.  Quando se deu o metamorfismo e a instalação dos granitos, a região situava-se na junção dos dois supercontinentes da altura, a Gondwana (no sul) e a Laurrussia (no norte).  A orogenia Hercínica na Europa não é considerada uma colisão continente-continente clássica, mas a acreção de vários terrenos peri-gondwanicos, principalmente durante o Devónico, tendo terminado no final do Carbonífero com a formação do supercontinente Pangea.  O metamorfismo e a instalação dos granitóides, são vistos como uma consequência dessas colisões.
  • 5.
  • 6. TECTÓNICA DA REGIÃO  Entende-se por tectónica a acção das forças resultantes da movimentação das placas litosféricas. Essas forças, ditas tectónicas, geram nas rochas (pré-existentes) estruturas, tais como dobras, falhas ou xistosidades. A análise dessas estruturas fornece dados extremamente importantes para o estudo da geologia de uma dada região. Na serra da Freita há evidências que apontam para a existência de três fases de deformação, todas elas compreendidas entre os 360 Ma (inicio da 1ª fase) e os 308 Ma (fim da 3ª fase).
  • 7. PRIMEIRA FASE (D1)  A primeira fase de deformação afectou todas as rochas ante-Carboníferas. Gerou dobras de plano axial sub- vertical, de direcção NW-SE e uma xistosidade paralela ao plano axial.  Esta foi a principal fase de compressão já que foi a responsável pelo erguimento do orógeno e, consequente espessamento da crusta (provavelmente à volta dos 50 km). Plano Axial - Plano que divide uma dobra ao meio.
  • 8.
  • 9. SEGUNDA FASE (D2)  A segunda fase de deformação afectou principalmente as zonas constituídas por rochas do grau metamórfico médio a alto, mais propriamente o Complexo Xisto-Grauváquico.  Produziu dobras menores de plano axial sub-horizontal, com uma foliação com a direcção do plano axial. Esta fase é interpretada no sector como resultante de uma importante distensão na crusta superior (em resultado do colapso gravítico do orógeno que iremos referir mais à frente). Complexo Xisto-Grauváquico Ante-Ordovícico- Unidade litoestratigráfica, pré- Câmbrica e/ou Câmbrica, representada em grandes porções do nosso País, na qual abundam os xistos e os grauvaques (estes, obviamente, metamorfizados).
  • 11. TERCEIRA FASE (D3)  A terceira fase de deformação redobrou as estruturas anteriores e produziu dobras assimétricas e suaves de amplitude quilométrica.  A nível regional esta fase está relacionada com duas zonas de cisalhamento verticais (Porto-Tomar e a estrutura Dúrico-Beirã). Estas estruturas terão acomodado parte do encurtamento crustal gerado nos estádios finais da colisão dos dois grandes continentes. Zona de cisalhamento- local, habitualmente tabular, onde houve deformação, tipicamente, por movimentação, resultante da acção de forças de corte. Há zonas de cisalhamento desde a escala microscópica à escala crustal.
  • 12.
  • 13. MAPA GEOLÓGICO SIMPLIFICADO DO CONCELHO DE AROUCA
  • 14. COLAPSO GRAVÍTICO DO ORÓGENO  No final da 1ª fase de deformação o orógeno de que a Serra da Freita seria parte constituinte terá tido um espessamento considerável (da ordem dos 50 km). Em consequência, e por acção de uma zona de cisalhamento subhorizontal que se terá então formado, a parte superior do orogeno terá colapsado.  O movimento dessa mega estrutura, em regime distensivo, terá gerado as dobras de plano axial subhorizontal características da 2ª fase de deformação Hercínica neste sector.  As rochas mais afectadas terão sido rochas do médio e do alto grau metamórfico. Segundo alguns investigadores foi nesta altura que se terão formado as principais rochas metamórficas: xistos biotíticos, xistos estaurolíticos, xistos com andalusíte.
  • 15.
  • 16. ROCHAS PLUTÓNICAS  A descompressão provocada pela diminuição da espessura da crusta, durante a exumação das rochas no seguimento do colapso do orógeno, terá provocado a fusão de material da crusta média. A sua ascensão (facilitada pela existência de zonas de cisalhamento subverticais) e a sua intrusão (ao mesmo tempo que a 3ª fase de deformação), consolidou no que é hoje o granito da Serra da Freita.  Cerca de 3 a 7 Ma depois, terá havido a intrusão de magmas mais profundos (parte deles oriundos do manto). Esses magmas sendo mais ricos em ferro e magnésio originaram o que é hoje o plutão quartzodioritico de Arouca.
  • 17.
  • 18. Enquadramento regional do granito da Serra da Freita e dos plutões circundantes.
  • 19. METAMORFISMO  O metamorfismo pode ser entendido como a globalidade das transformações mineralógicas ocorridas nas rochas quando sujeitas à orogénese (metamorfismo orogénico ou regional), ou em resultado da intrusão de um corpo ígneo (metamorfismo de contacto).  Na região da serra da Freita o metamorfismo orogénico foi, todo ele, gerado durante a estruturação da orogenia Hercínica (não há evidências de qualquer episódio anterior), daí que se possa designar o processo por tectonometamorfismo, ou seja, que ocorreu ao mesmo tempo que o metamorfismo.
  • 20.  O metamorfismo reparte-se do baixo ao alto grau (com predominância do médio grau na metade sudoeste da Serra da Freita e do baixo grau, na metade nordeste), compreendendo as zonas de formação da clorite, biotite, da estaurolite e da silimanite. A zona de formação da silimanite + feldspato potássico existe apenas numa estreita faixa.  Os especialistas do metamorfismo da região não são unânimes quanto aos momentos em que se formaram os principais minerais do metamorfismo da área (estaurolite, e os aluminossilicatos andaluzite, distena e silimanite).
  • 21. A ocorrência de distena (mineral indicativo de uma pressão relativamente elevada), associada a andaluzite é interpretada como resultante de um processo de sobrepressão, gerado por fluidos provenientes dos níveis inferiores da crusta, canalizados ao longo de fracturas e zonas de cisalhamento, o processo terá ocasionado, simultaneamente, abundantes filões de quartzo .
  • 22.
  • 23. O quadro seguinte relaciona as fases de deformação com as condições P-T prevalecentes durante o metamorfismo, para cada uma das zonas metamórficas mais elevadas (de realçar que a zona da silimanite + feldspato potássico tem uma reduzida expressão na região).
  • 24. Diagrama das condições temperatura-pressão-profundidade existentes na Serra da Freita durante as fases de deformação (D1, D2 e D3) que ocasionaram o metamorfismo e condicionaram a instalação do granito. Os campos rosa, amarelo e azul correspondem aos campos P-T de estabilidade dos três minerais, respectivamente a andaluzite, a silimanite e a distena. A linha 1 indica o início da formação da estaurolite (para a direita da linha) e a linha 2, o início da fusão em granitos.
  • 25. DISTENA (MINERAL DE ANDALUZITE (MINERAL COR DE “CARNE”) COR AZUL)
  • 26. Afloramento de xisto estaurolítico localizado junto ao miradouro da Frecha da Mizarela; notam-se abundantes cristais euédricos e centimétricos de estaurolite, salientes devido a serem muito mais duros que os restantes minerais que constituem a rocha (moeda de 1 Euro para escala).
  • 27. ROCHAS EXISTENTES  A geologia de Arouca é, na sua maioria, constituída por rochas que, vulgarmente, são designadas xistos e granitos.  Na realidade as designações genéricas mais apropriadas são metassedimentos (como o nome indica, rochas metamórficas resultantes de rochas sedimentares) e granitóides (granitos e rochas afins). Os primeiros compreendem principalmente ardósias, filitos, xistos, metagrauvaques e quartzitos. Os segundos são granitos de duas micas e o quartzodiorito onde assenta a zona de Arouca. Metagrauvaque- Trata-se de um grauvaque metamorfizado. O grauvaque é uma rocha sedimentar de origem detrítica, com granulometria até 2 mm, composta por uma elevada percentagem de fragmentos de rocha (de que resulta, normalmente, uma cor cinzenta).
  • 28. GRANITO  O granito da Serra da Freita, tem duas micas, em geral granularidade média, sendo foliado; é o de maior representação na área e ter-se-á instalado, sintectonicamente, numa zona de cisalhamento de orientação NW-SE da faixa metamórfica que se estende desde o Porto até próximo de Viseu.  Associados a este granito ocorrem, a noroeste da aldeia da Castanheira, pequenos afloramentos de microgranitos alcalinos, pegmatitos e filões de quartzo.  O granito de Regoufe é um plutão, semi-circular com três quilómetros de diâmetro, rico em albite e moscovite, tendo uma textura porfiróide; é também tardi-tectónico. Sintectonicamente - formado em simultâneo com uma fase tectónica. Plutão- massa de rocha ígnea formada em profundidade pela consolidação de um magma.
  • 29. GRANITO DE REGOUFE Porfiróide- textura de rocha na qual ocorrem cristais muito maiores que a média. ppm- abreviatura de "partes por milhão".
  • 30. QUARTZODIORITO BIOTÍTICO  O maciço de Arouca é composto por um quartzodiorito biotítico, tardi-tectónico, cuja mineralogia principal é plagióclase, quartzo e biotite. Tardi-tectónico - formado num período tardio da fase tectónica.
  • 31. GRANITO QUARTZODIORITO DA SERRA DA FREITA DE AROUCA
  • 32. As imagens inferiores foram obtidas ao microscópio em lâminas delgadas com 0,03 mm de espessura. IMAGEM OBTIDA COM NICÓIS IMAGEM OBTIDA COM LUZ CRUZADOS (GRANITO) NATURAL (QUARTZODIORITO) Nicóis- plural de nicol; o nicol é um polarizador de luz, sendo um dos componentes do microscópio petrográfico (o microscópio com que se estudam as rochas).
  • 33. A ardósia é bastante utilizada nos telhados das casas da região, é composta essencialmente por minerais do grupo das argilas e, em menor quantidade, por pequenos grãos de quartzo. O quartzito é composto quase exclusivamente por grãos de quartzo recristalizados. QUARTZITO
  • 34. As imagens inferiores foram obtidas ao microscópio em lâminas delgadas com 0,03 mm de espessura. IMAGEM OBTIDA COM LUZ IMAGEM OBTIDA COM NICÓIS NATURAL (ARDÓSIA) CRUZADOS (QUARTZITO)
  • 35. O Filito é composto, essencialmente, por sericite (moscovite fina) e quartzo. O Xisto Biotítico apresenta um forte dobramento e xistosidade de plano axial. FILITO XISTO
  • 36. As imagens inferiores foram obtidas ao microscópio em lâminas delgadas com 0,03 mm de espessura. IMAGEM OBTIDA COM LUZ IMAGEM OBTIDA COM LUZ NATURAL (FILITO) NATURAL (XISTO BIOTÍTICO)
  • 38. ICEBERGUES EM AROUCA  No inicio do período Ordovícico a região de Arouca situava- se numa plataforma marinha que se encontrava junto da Gondwana.  Na passagem para o Ordovícico médio verificou-se uma subida acentuada do nível do oceano, e em resultado ocorreu a sedimentação de materiais mais finos em ambientes menos oxigenados.  As oscilações do nível do mar terão provocado alguns hiatos deposicionais, ou seja, zonas entre as diversas camadas de sedimentos que são ocupadas por gelo que posteriormente funde, dando origem a zonas sem sedimentos. Nesta altura terá havido, novamente, abundante deposição de areias. A esta sedimentação associaram-se sedimentos glaciomarinhos, o que pressupõe um clima muito frio para essa altura.
  • 39.  Há mesmo evidências aqui, como noutras partes do mundo (Europa, Saara, Arábia, Brasil) em rochas da mesma idade, de terem havido icebergues.  Um dos fenómenos que confirma a existência de Icebergues é a ocorrência de concentrações de pequenos seixos em rochas metassedimentares de granulometria muito mais fina; os seixos ter-se-iam desprendido daqueles blocos gigantes de gelo, durante a sua lenta fusão.
  • 40. DIAMICTITOS GLACIOMARINHOS FINI- ORDOVÍCICOS  Assim, no período pós-glaciário na região de Arouca começaram por se depositar areias, que originaram quartzitos maciços da base da Formação Sobrido.  Com a progressiva subida do nível do mar estas foram sendo cobertas progressivamente por siltes e argilas, que originaram os greso-xistos onde se intercalaram os dropstones libertados pelos icebergs à deriva, já na parte média e superior da Formação Sobrido.
  • 41.
  • 42. PEDRAS PARIDEIRAS  Na aldeia da Castanheira ocorre aquele que é, o mais conhecido fenómeno geológico da Arouca, as pedras parideiras.  Trata-se de um pequeno afloramento de granito com abundantes nódulos discóides e biconvexos de biotite, que se libertam da rocha-mãe por termoclastia, acumulando-se no solo. Os nódulos tem a mesma composição mineralógica do granito, pois embora constituídos exteriormente apenas por biotite, possuem um núcleo de quartzo e feldspato potássico. Termoclastia- fenómeno de meteorização que gera fragmentação da rocha devido à acção continuada de temperaturas altas durante o dia e frias à noite.
  • 43.  Este tipo de granito é único em Portugal e raro no mundo. O granito da Castanheira é considerado uma "anomalia" do granito da Serra da Freita.  Em 1993, foi publicado um estudo sobre a génese deste granito. Concluiu-se que a sua formação terá ocorrido devido à separação, na fase final da cristalização magmática do granito da Serra da Freita, de um fluido cloretado rico em voláteis.  No processo ter-se-á gerado um gradiente químico que favoreceu a mobilização de ferro do magma residual. A bolha, menos densa que o magma, terá ascendido, ficando como que a flutuar no tecto desta porção da câmara magmática.
  • 44. Amostra do granito nodular da Castanheira BLOCO DO GRANITO NODULAR DA CASTANHEIRA Amostras dos nódulos biotíticos do granito da Castanheira
  • 46.  A sua implementação foi precedida da inventariação e caracterização de um conjunto de geossítios localizados na área contígua à “Pedreira do Valério”, tendo estes sido seleccionados pelo seu interesse pedagógico.  Estes locais de interesse geológico contam um capítulo da história geológica desta região, nomeadamente no que se diz respeito às rochas do Paleozóico aqui aflorantes, cuja formação foi contemporânea de alguns episódios marcantes da História da Terra ao longo de 220 milhões de anos durante os quais ocorreu a sedimentação das mesmas.
  • 47. PARAGEM 1 : FERROLITO DO ORDOVÍCICO MÉDIO  Local onde se observa um nível decimétrico de Ferro Oolítico, intercalado nas ardósias da Formação Valongo e que assinala a transição entre os materiais de idade Oretaniano dos de idade Dobrotiviano, há cerca de 465 Ma. Este nível corresponderá a uma interrupção na sedimentação durante um curto período de tempo ( 2 Ma).
  • 48. PARAGEM 2: VIA ROMANA  Trata-se de um conjunto de três pequenos troços paralelos que fariam parte da antiga via usada desde a ocupação romana, na ligação de Arouca e Alvarenga a Lamego e ao Rio Douro, e que de alguma forma poderiam estar relacionados com as explorações auríferas da região.  Actualmente ressaltam à vista os sulcos escavados pela passagem dos carros, num plano paralelo à xistosidade das rochas do substrato.
  • 49. PARAGEM 3: OS FÓSSEIS CONTIDOS NAS ARDÓSIAS  Neste local será fornecido ao visitante um martelo, que lhe permitirá procurar fósseis nas ardósias do Ordovícico Médio (ca. 465 Ma), com particular destaque para as trilobites.
  • 50. PARAGEM 4: A MESA DOS LADRÕES  Bloco quartzítico que faz lembrar uma mesa, sobre a qual em meados do século XIX, e de acordo com as tradições e lendas da região, a quadrilha do “Zé do Telhado” teria procedido à divisão dos produtos roubados aos ricos proprietários agrícolas das redondezas.
  • 51. PARAGEM 5: A CRISTA QUARTZÍTICA DOS GALINHEIROS  Corresponde a um relevo residual que pela sua visibilidade e singularidade constituía na época medieval um ponto de referência e marco de limitação de influências territoriais. O topónimo “Galinheiros” deverá estar relacionado com a hipotética grande quantidade de galinholas que aí existiria na época.  Geologicamente, trata-se de uma crista quartzítica formada por um processo de erosão diferencial condicionado pela distinta dureza das rochas aqui aflorantes. São rochas com 445 Ma e pertencentes à Formação Sobrido, que marcam o início da deposição de materiais glaciomarinhos diamictíticos.  Além disso, estes quartzitos são frequentemente cortados por filonetes de quartzo denotando a dinâmica a que estiveram sujeitos posteriormente à sua formação.
  • 52.
  • 53. PARAGEM 6: AS MINAS DE OURO ROMANAS DE CANELAS  Aqui, é possível ver evidências da utilização do fogo como método de desmonte e estruturas na rocha onde se teriam ancorado sarilhos, roldanas e outras estruturas destinadas à extracção da mineralização do interior da mina.  Na envolvente é ainda possível observar um conjunto sequencial de quatro pequenos poços, que poderiam corresponder hipoteticamente a uma lavaria primitiva, e múltiplas “covinhas” no quartzito que não serão mais do que os almofarizes da moagem da rocha mineralizada.
  • 54. PARAGEM 7: ICNOFÓSSEIS DOS QUARTZITOS  Nos quartzitos de idade Arenigiano (Ordovícico Inferior) é possível observar inúmeras marcas (Icnofósseis) deixadas pela actividade dos seres vivos que viveram nestas épocas geológicas remotas.
  • 55. PARAGEM 8: MIRADOURO DA PEDREIRA DO VALÉRIO  Local de onde se obtém uma vista privilegiada sobre a exploração de ardósias, ao mesmo tempo que se divisam as diferentes litologias aflorantes na região.
  • 56. PARAGEM 9: CONGLOMERADOS DO CARBÓNICO  Nesta paragem é possível observar um conglomerado clasto-suportado, resultante da erosão e desagregação das vertentes da bacia carbonífera há cerca de 300 Ma.
  • 57. PARAGEM 10: GRAPTÓLITOS DO SILÚRICO  Nos xistos carbonosos muito físseis deste local é possível encontrar e observar uma fauna graptolítica do Llandovery (Silúrico).
  • 58. PARAGEM 11: A GLACIAÇÃO TARDI- ORDOVÍCICA  Como já referimos anteriormente, é possível encontrar uma grande diversidade de clastos (Dropstones) inseridos na matriz xisto-gresosa, que testemunham uma autêntica “chuva de clastos” resultante da fusão dos icebergs que se encontravam à deriva no oceano Rheic, como resultado da enorme glaciação verificada na Terra há cerca de 445 Ma.
  • 59. CONCLUSÃO  Concluímos assim o nosso trabalho, afirmando que a nossa região é rica em acontecimentos geológicos que nos ajudam a entender melhor a sua história, sendo alguns deles raros no mundo.  Podemos afirmar ainda que somos beneficiados e privilegiados por nos encontramos tão próximos de tais fenómenos. Esta proximidade, aumenta a curiosidade sobre os mesmos e, posteriormente, leva-nos a investigá-los. Amplificando o nosso conhecimento sobre a geologia, não só da nossa zona, como geral.