O documento discute os riscos do uso de anabolizantes, incluindo efeitos colaterais graves à saúde. Apresenta dados sobre o aumento do uso destas substâncias, principalmente por jovens e adolescentes, visando ganho muscular rápido. Enfatiza a necessidade de conscientização sobre os perigos dos anabolizantes e de prevenção do seu uso indiscriminado.
2. Recente matéria em “O Globo” deixa estarrecidos
aqueles que não lidam, em seu dia-a-dia, com a
questão dos anabolizantes: “Morreu ontem no Hospital
de Base de Brasília um dos onze jovens que receberam
injeção de um anabolizante para engordar gado [...],
tinha 21 anos e teve falência múltipla dos órgãos”.
3. O que são?
Os esteróides androgênicos anabólicos (EAA ou
também conhecidos simplesmente
como anabolizantes, são uma classe
de hormônios esteróides naturais e sintéticos que
promovem o crescimento celular e a sua divisão,
resultando no desenvolvimento de diversos tipos
de tecidos, especialmente o muscular e ósseo.
4. Uso para fins estéticos: quando não é indicado
por um especialista, trata-se de uma prática
arriscada associada a vários efeitos colaterais
nocivos à saúde.
Desde os estudos pioneiros de Marcel Mauss, a
antropologia tem mostrado como o corpo
constitui-se, em todas as culturas, em símbolo
sobre o qual se inscrevem as normas culturais.
5. Quais foram os problemas envolvidos?
Uso indiscriminado de anabolizantes
Associar o corpo ideal ao uso de anabolizantes
O uso de EAAs é mais comum em jovens e adolescentes
As consequências do uso
Acesso fácil para compra r e facilidade para vender
6. Tanto adultos como jovens, atletas ou não,
estão fazendo uso desses esteroides
anabólicos.
Desde 1996:
39% em estudantes do Ens. Fundamental
67% em estudantes do Ens. Médio
84% nos jovens que estão cursando o
último ano do Ensino Médio
7. Os anabólicos podem trazer benefícios
estéticos, mas são uma espécie de
maquiagem.
8. A tentação de ganhar
músculos rapidamente leva cada
vez mais adolescentes ao uso de
esteroides.
Ribeiro faz considerações
sobre o uso de EAAs,
comparando o Brasil com ao EUA.
9. ESTADOS UNIDOS BRASIL
INÍCIO DE USO
SEXO
QUANT. DE
JOVENS QUE
USARAM
Entre 15 e 18 anos
Masculino
+ de 1 milhão de jovens
já haviam usado.
Aos 18 anos
Masculino
Não há pesquisa relativa
a quantos já tinham
usado.
Pesquisa relativa ao ano 1994.
10. Um estudo feito na Universidade Federal da Bahia,
Salvador, teve como objetivo investigar as
motivações para o uso de anabolizantes em 43
jovens.
Foi feito com 33 jovens, 12 em bairro de classe
média ou alta e 21 de bairros populares, 28
homens e 5 mulheres entre 17 e 25 anos. A classe
média possuía alta escolaridade (9 universitários e
3 com curso superior completo) há a classe
popular tinha baixa escolaridade (13 com ensino
fundamental incompleto e 7 completo, com apenas
1 cursando nível superior.
11. As substâncias mais utilizadas foram:
Durasteston, Deca-Durabolin, Deposteron,
ADE, Potenay e Winstrol.
Motivos que os levou a fazer uso dos EAAs.
12. Justificativas de alguns jovens:
Eu tava preocupado em estética, assim, ter corpo bonito,
sarado..." (sexo masculino, 17 anos, classes populares).
Queria o corpo todo simétrico, todo na medida certa, com
tudo correto, compatível com o que se deseja" (22 anos, sexo
masculino, classe média).
Me achava muito magra, eu queria ganhar corpo, ficar igual
as das revistas" (22 anos, sexo feminino classe média)
13. Nas Garotas:
Pelo Facial
Engrossamento da Voz
Aumento de pelos no corpo
Irregularidade menstrual
Aumento de apetite
Diminuição dos seios
Nos Garotos:
Aparecimento de mamas
Redução dos testículos
Impotência
Diminuição da contagem dos espermatozóides.
17. Palestras nas academias: Uma pesquisa
realizada pelo Centro Brasileiro de
Informações sobre Drogas Psicotrópicas
(Cebrid), em abril deste ano, revela que o uso
de esteroides e anabolizantes cresceu
aproximadamente 75% nos últimos 6 anos no
Brasil.
18. “Os anabolizantes aumentam a capacidade do
corpo de desenvolver massa muscular, ganhar
força e resistência. Causando Aumento da pressão
arterial, podendo favorecer um ataque cardíaco,
Piora dos níveis de colesterol, elevando o nível de
LDL (colesterol ruim) e diminuindo o de HDL
(colesterol bom). Isso pode ocasionar elevação do
risco de doenças cardiovasculares e coronárias.
19. No caso da maior incidência de uso ser nos
jovens e adolescentes, procurar unir
paiseducadoresprofissional de educação
física: a maioria dos jovens não procuram o
auxílio, sempre agem de forma solitária sem
nenhum tipo de auxílio ou consulta médica
ou se quer a ajuda de algum profissional da
área.
20. Atuação dos CREFS (fiscalização, punição):
Os CREFs junto com a vigilância sanitária
devem estar sempre juntos , a fiscalização e a
procura de seringas, comprimidos e os vidros
contendo o líquido que é para ser aplicado . A
punição mais viável sendo nas academias
seria o fechamento da mesma, ou uma
fiscalização rigorosa, por último vem a
questão de se usar as forças maiores que é
prender a pessoa que está influenciando.
21. Profissionalismo: Partindo do ponto
profissional da educação física , devem
sempre fazer seu trabalho de forma correta,
sempre manter o padrão, ser firme diante
dessa prática, mostrando o conhecimento e
sempre aconselhando os seus alunos e
informando quais são as causas e
consequências do uso de anabolizantes.
22. Projetos nas escolas: podem mostrar um
conhecimento específico, visualizando o
melhor entendimento dos alunos, alertando
os pais.
26. Pílulas e injetáveis.
Existem vários tipos de anabolizantes,
podendo ser ministrado de várias formas.
Ex: pílulas: hemogenin
injetáveis; ADE, Durateston, Deca
27. Pílulas: hemogenin
Esta droga é conhecida como o esteroide
oral mais poderoso que um fisiculturista
pode administrar. Ela ocasiona um rápido
ganho de força e volume muscular, mas,
devido à sua alta toxidade ao fígado, a dose e
o ciclo de utilização devem ser limitados, pois
sua utilização pode tornar mais pronunciados
os outros efeitos colaterais.
28. HEMOGENIN
Efeitos colaterais:Fechamento das epífises
ósseas (parada de crescimento); Crescimento
de pelos pelo corpo; Calvice; Toxicidade
hepática muito grande que pode ocasionar
hepatite medicamentosa; Possibilidade de
impotência sexual pós-uso; Azsospermia
(diminuição até ausência da produção de
espermatozóides); Atrofia testicular; Acne;
Ginecomastia.
29. Injetáveis mais comum: Durateston, Deca e
ADE.
Durateston (Testosterona cristalina)
Também é injetável, dura no corpo por cerca
de 2 a 6 meses. O efeito esperado é o ganho
de massa muscular e força. Seu ciclo pode ser
realizado mais vezes do que as demais
drogas e necessita de combinação com outro
anabolizante para um efeito mais rápido.
30. Deca Durabolin (nandrolona) – também é
injetável, dura no corpo por cerca de 18
meses, é considerado como o melhor com
relação a custo e benefício. É utilizado para o
ganho de peso, líquido, e não oferece uma
massa muscular bem definida. Também é
bastante usado para evitar que se tenha
inflamações e dores em treinos muito
puxados.
32. A.D.E.
Esse medicamento se trata de um complexo
vitamínico, composto por vitamina A, D e E, usado
na suplementação de bovinos, caprinos e equinos.
Não é um esteroide anabolizante, pois não causa o
crescimento muscular e divisão celular de células
das fibras desse tecido. É um medicamento de alta
oleosidade, devido às vitaminas lipossolúveis que
compõe a substância, normalmente injetado na
veia ou na musculatura do praticante de
musculação.
33. Efeitos colaterais do ADE: Por ser um
medicamento muito oleoso, a probabilidade
de ocasionar caroços no local da aplicação é
muito alta, demorando para que os mesmos
desapareçam. O acúmulo da substância
intersticialmente pode ocasionar infecções,
diminuição da imunologia do organismo e,
até mesmo, uma necrose dos tecidos
afetados.
36. ANATOMIA HUMANA
DIMENSÕES SÓCIO-ANTROPOLÓGICAS DA
EDUCAÇÃO FÍSICA E DO ESPORTE
FISIOLOGIA
DIMENSÕES PSICOLÓGICAS
LEGISLAÇÃO E ÉTICA PROFISSIONAL
CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA
NUTRIÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTES
37.
38. Essas práticas são criminosas e condenáveis,
merecem uma ampla investigação por parte de
nossas autoridades de Saúde Pública.
Aos jovens, cuja vontade de ter um "corpo
sarado" é mais forte do que o medo dos efeitos
colaterais, é preciso fornecer orientação
específica e detalhada sobre os múltiplos perigos
desse tipo de automedicação.
39. E como pode ser feita a intervenção diante
dessa situação? Que soluções podemos
apresentar?
A curto prazo
Transmitir informação a essas pessoas,
para que interrompam o uso de
anabolizantes e orientá-las a procurar um
médico afim de avaliar o organismo.
40. A longo prazo
A melhor forma é prevenir o uso.
(projetos, palestras e conscientizar sobre os
malefícios causados.
41. Castro R. Nanicos e Troncudos – crônica. Revista Manchete, maio
de 1998.
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