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Prado-Palos MA, et al • Atuação de enfermagem em unidades de terapia... 
37 
ARTÍCULO ORIGINAL/ARTIGO ORIGINAL 
Atuação de enfermagem em Unidades de Terapia 
Intensiva: implicações para disseminação de 
micro-organismo multirresistente* 
Nursing performance in Intensive Care Unit: implications for multiresistant 
microorganism spread 
Marinésia Aparecida Prado Palos1 
Dayane de Melo Costa2 
Elucir Gir3 
Karina Suzuki4 
Fabiana Cristina Pimenta5 
1Enfermeira, Doutora em Enfermagem, Pro-fessor 
Adjunto da Faculdade de Enfermagem 
da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 
Goiás, Brasil. 
2Graduanda da Faculdade de Enfermagem da 
Universidade Federal de Goiás, Membro do 
Núcleo de Estudos e Pesquisa em Infecção 
Hospitalar. Goiânia, Goiás, Brasil. 
3Enfermeira, Doutora em Enfermagem, Pro-fessora 
Titular da Escola de Enfermagem de 
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. 
Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. 
4Enfermeira, Mestre em Saúde do Adulto, 
Professora Assistente da Faculdade de En-fermagem 
da Universidade Federal de Goiás. 
Goiânia, Goiás, Brasil. 
5Farmacêutica, Doutora em Microbiologia, Pro-fessor 
Adjunto do Instituto de Patologias Tropi-cais 
e Saúde Pública da Universidade Federal 
de Goiás. Goiânia, Goiás, Brasil. 
Rev Panam Infectol 2010;12(1):37-42. 
Conflicto de intereses: ninguno 
Recibido en 23/1/2009. 
Aceptado para publicación en 4/5/2009. 
Abstract 
Purpose: To identify the nursing team works for multiresistant 
microorganism spread and their colonization by Methicillin-resistant 
Staphylococcus aureus (MRSA). Material and method: Prevalence 
Study carried out with nursing professionals who work in Intensive 
Care Unit of a university hospital from August 2005 to July 2006. 
We used self-administered questionnaire and saliva collection. 
Results: Of the 71 professionals, 25,4% were nurses and 74,6% 
nursing technicians. In relation to the conduct of the daily work, it 
was found that 47.9% reported use of alliance, 25.4% of clock and 
1.4% the same uniform used in another hospital. However, all said 
to perform hands hygiene. Regarding the use of personal protection 
equipment, has identified that 97.2% used and 2.8% not used. 
However, 5.6% of participants had been colonized by MRSA, 75% 
of these were nursing technicians and 25% were nurses. Conclusion: 
It is necessary to operationalize strategies that promote change in 
behavior of these professionals in the daily work. 
Key words: Nosocomial infection, intensive care unit, nursing. 
Resumo 
Objetivo: Identificar ações da equipe de enfermagem para 
disseminação de micro-organismos multirresistentes e investigar 
a colonização desses profissionais por Staphylococcus aureus 
meticilina resistente (MRSA). Material e método: Estudo de preva-lência 
realizado com profissionais da Enfermagem que atuam em 
unidades de terapia intensiva de um hospital escola de agosto de 
2005 a julho de 2006. Utilizou-se questionário autoaplicável e 
coleta de saliva. Resultados: Participaram 71 profissionais, 25,4% 
enfermeiros e 74,6% técnicos em enfermagem. Em relação à 
conduta desses no cotidiano do trabalho, verificou-se que 47,9% 
referiram fazer uso de aliança, 25,4% de relógio e 1,4% do mesmo 
uniforme utilizado em outro hospital. Entretanto, todos afirmaram 
realizar a higienização das mãos. Quanto ao uso de equipamentos 
de proteção individual, identificou-se que 97,2% utilizavam e 
2,8% não os utilizavam. Porém, 5,6% do total de participantes
Rev Panam Infectol 2010;12(1):37-42. 
encontravam-se colonizados por MRSA; destes, 75% 
eram técnicos de enfermagem e 25% enfermeiros. 
Conclusão: É necessário operacionalizar estratégias 
que promovam mudança de comportamento desses 
profissionais no cotidiano do trabalho. 
Palavras-chave: Infecção hospitalar, unidade de 
terapia intensiva, enfermagem. 
Introdução 
A ocorrência de infecções associadas aos cuidados 
em saúde (IACS) e a disseminação de micro-organis-mos 
38 
multirresistentes (MR) capazes de desencadear 
surtos graves em clientes têm sido apontadas como 
um dos grandes desafios para a atenção à saúde,(1) 
devido às suas proporções epidemiológicas, econômi-cas 
e sociais. 
Clientes internados em Unidades de Terapia In-tensiva 
(UTI) apresentam uma maior vulnerabilidade 
à aquisição de micro-organismos virulentos, princi-palmente 
MR,(2-3) devido às características desses 
clientes, como condições clínicas, comorbidades, 
extremos de idade, terapia antimicrobiana e a reali-zação 
de procedimentos invasivos e cirúrgicos,(4) que 
resultam no aumento da morbimortalidade, no tempo 
de internação e nos custos financeiros à instituição.(5-6) 
As IACS em clientes internados em UTI frequente-mente 
são causadas por MR(6-8) associadas principal-mente 
à terapia antimicrobiana inadequada e contato 
direto com os profissionais da área de saúde (PAS).(9,10) 
Dentre os MR, o Staphylococcus aureus meti-cilina 
resistente (MRSA) pode ser considerado um 
dos de maior impacto para as IACS, tanto no âmbito 
das instituições de saúde como da comunidade.(5-10) 
Relata-se que 52% dos clientes, dentre os não coloni-zados 
por MRSA na admissão em UTI, adquirem esse 
micro-organismo.(11) 
Medidas de controle das IACS devem ser instituí-das. 
Dentre os fatores contribuintes para a prevenção 
da transmissão de MR, ressalta-se adesão dos PAS às 
medidas de biossegurança.(5,10-12) 
A valorização dessas medidas, sobretudo da prática 
adequada de higienização das mãos,(13) com vistas à 
interrupção da cadeia de transmissão de micro-orga-nismos 
e o uso dos EPI, segundo as recomendações 
preconizadas,(13-15) uma vez que minimizam os riscos 
ocupacionais e contribuem para uma assistência de 
qualidade,(16) devem ser objetivo de todos os PAS. 
Compreender a atuação da equipe de enfermagem 
no cotidiano do cuidar, que implica a disseminação de 
MR, tem impacto tanto para as instituições de saúde 
como para a comunidade. Essa compreensão visa 
estabelecer procedimentos operacionais preconizados 
para a prevenção da colonização e transmissão desses 
micro-organismos pelos profissionais. 
Entende-se que a adesão desses profissionais a 
medidas não permitirá que os mesmos sejam disse-minadores 
coletivos de MR, mas sim que assumam 
o papel de multiplicadores de condutas adequadas. 
Tal impacto alcançará os usuários desses serviços, a 
equipe multiprofissional e seus familiares. 
A partir dessa compreensão acerca da temática, 
delinearam-se os objetivos: analisar o uso de EPI, a 
higienização das mãos, os comportamentos de riscos 
desses profissionais durante o cuidado, bem como 
identificar a colonização dos mesmos por MRSA. 
Material e método 
Estudo de prevalência realizado em um hospital 
escola do município de Goiânia - Goiás no período de 
agosto de 2005 a junho 2006, o qual foi aprovado 
pelo Comitê de Ética em Pesquisa Médica Humana 
e Animal do Hospital de Clínicas da Universidade 
Federal de Goiás – Protocolo CEPMHA/HC/UFG 
N.035/05. 
A população foi composta por 71 profissionais 
da equipe de enfermagem, 18 enfermeiros e 53 téc-nicos 
em enfermagem, que prestavam cuidados aos 
clientes adultos nas UTI clínica e UTI cirúrgica e que 
concordaram formalmente em participar do estudo. Os 
dados foram coletados por meio de um questionário 
autoaplicável e pela coleta de material (saliva). 
A saliva foi coletada em tubos de ensaio esteri-lizados, 
acondicionados em caixa de isopor e trans-portados 
ao Laboratório de Bacteriologia Médica do 
Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da 
Universidade Federal de Goiás, em um período de até 
48 horas. Posteriormente, alíquotas de 0,25μL foram 
semeadas, de acordo com Westergrem e Krasse,(17) em 
placas de Petri, contendo meio de cultura seletivo, 
ágar manitol salgado. O período de incubação foi de 
24 a 48 horas a 37oC. 
As colônias características de Staphylococcus 
foram contadas e submetidas à coloração de Gram, re-picadas 
em caldo e ágar cérebro e coração (Brain Heart 
Infusion Broth – BHI), incubadas a 37ºC, durante 24 
horas.(18) Em seguida, os subcultivos foram repicados 
em ágar nutriente e incubados por 24 horas a 37oC, 
um inóculo padrão de 1,5 x 108 ufc/mL (metade da 
escala 1 de McFarland) foi utilizado para a semeadura 
das placas de ágar Muller-Hinton com o auxílio de um 
swab estéril. Sobre as placas já inoculadas foram de-positados 
discos de antimicrobiano (oxacilina 1 mg).(19) 
A análise dos dados foi realizada em planilhas do 
aplicativo Excel-Windows/2007 e os resultados apre-sentados 
em tabelas e gráficos. 
Resultados 
Participaram do estudo 71 profissionais da equipe
Prado-Palos MA, et al • Atuação de enfermagem em unidades de terapia... 
Figura 1. Distribuição 
dos profissionais da 
equipe de enfermagem 
de um hospital escola, 
segundo a categoria 
profissional, o sexo, 
a faixa etária, o setor 
e o turno de trabalho 
(n=71). Goiânia - GO, 
2005-2006. 
39 
de enfermagem, cuja caracterização pessoal e profis-sional 
encontra-se na figura 1. 
Houve maior número de técnicos em enfermagem 
(74,6%). Eram predominantemente do sexo femini-no 
(81,7%). A idade desse grupo variou entre 20 e 
59 anos, sendo que a faixa etária de 30 a 39 anos 
abrangeu maior número deles (40,8%), assim como 
o setor UTI cirúrgica (52,1%). Houve predomínio do 
turno noturno (47,9%), seguido pelo integral (39,4%). 
No que se refere ao uso dos EPI, detectou-se que 
97,2% dos profissionais referiram seu uso e 2,8% 
não os utilizarem durante a assistência aos clientes. 
Dentre os profissionais que afirmaram o uso do EPI, 
identificou-se que a luva e a máscara eram utilizadas 
por 100% dos profissionais. O uso do jaleco foi refe-rido 
por 98,6% e o gorro por 89,8% dos profissionais. 
Sobre a realização da troca de EPI, entre um proce-dimento 
e outro, dentre os profissionais que afirmaram 
sua utilização, mais uma vez destacou-se a troca da 
luva (100%), seguida pela troca da máscara (81,2%) 
que as realizavam sempre (tabela 1). 
Em relação à conduta desses profissionais no 
cotidiano do trabalho, destaca-se que 47,9% faziam 
uso de aliança, 25,4% de relógio e 1,4% do mesmo 
uniforme utilizado em outro hospital (tabela 2). 
ao verificar a frequência com que esses profissio-nais 
realizavam a higienização das mãos, obteve-se 
que 100% referiram realizar sempre. 
No tocante à colonização por MRSA, identificou-se 
que 4 (5,6%) dos profissionais eram portadores desses 
micro-organismos, sendo que 3 (75%) técnicos em 
enfermagem e 1 (25%) enfermeiro. 
Tabela 1. Distribuição dos profissionais da equipe de en-fermagem 
atuantes nas Unidades de Terapia Intensiva de 
um hospital escola (n= 69), segundo a frequência de troca 
do Equipamento de Proteção Individual (EPI) na assistência 
ao cliente. Goiânia - GO, 2005-2006 
Troca do 
EPI 
Sempre Esporádico Nunca Não se aplica 
n % n % n % n % 
Luva 69 100 - - - - - - 
Máscara 56 81,2 13 18,8 - - - - 
Jaleco 39 56,5 27 39,1 2 2,9 1 1,4 
Gorro 36 52,2 21 30,4 5 7,2 7 10,1 
Tabela 2. Distribuição dos profissionais da equipe de enfer-magem 
atuantes nas Unidades de Terapia Intensiva de um 
hospital escola, segundo a referência ao uso de adornos, 
uniforme e alimentos durante a jornada de trabalho (n= 
71). Goiânia - GO, 2005-2006 
Adornos/uniforme/ 
Sim Não Não informado 
Alimentos 
n % n % n % 
Uso de uniforme limpo 58 81,7 13 18,3 - - 
Uso de aliança 34 47,9 37 52,1 - - 
Faz uso de alimentos 29 40,8 41 57,7 1 1,4 
Uso de relógio 18 25,4 53 74,6 - - 
Uso de anéis 8 11,3 63 88,7 - - 
Uso de unhas grandes 5 7 66 93 - - 
Uso de pulseiras 3 4,2 66 93 2 2,8 
Uso do mesmo 
uniforme utilizado em 
1 1,4 69 97,2 1 1,4 
outro hospital
Rev Panam Infectol 2010;12(1):37-42. 
Discussão 
Algumas condições de trabalho às quais os PAS são 
submetidos diariamente interferem, muitas vezes, no 
desempenho de suas atividades, levando-os a negligen-ciar 
as medidas de biossegurança, como por exemplo a 
categoria profissional, o local e tempo de permanência 
no trabalho, horas destinadas ao descanso reduzidas, 
trabalho noturno, bem como locais impróprios para 
o repouso, acrescentando-se aí o estresse acarretado 
pelo próprio trabalho.(20) 
Apesar dos riscos aos quais esses profissionais 
estão expostos, eles desempenham suas atividades, 
muitas vezes, sem utilizar os EPI, sem o hábito de 
higienização das mãos e, até mesmo, desprovidos de 
quaisquer questionamentos acerca de sua segurança 
pessoal.(20,21) 
Frente à relevância do controle das IACS, al-gumas 
40 
medidas de biossegurança são preconiza-das, 
dentre elas o uso racional de antimicrobiano, 
funcionários exclusivos para assistência ao cliente 
portador de MR, redução do tempo de internação, 
padronização de condutas de isolamento e de vigi-lância 
microbiológica, assim como a capacitação da 
equipe multiprofissional(10) por meio da educação 
permanente, entre outras, como as Precauções de 
Contato.(15) 
Em relação ao uso de EPI pelos trabalhadores de 
enfermagem, ressalta-se que apesar de apenas dois 
(2,8%) afirmarem não os utilizar, esse comportamento 
pode causar prejuízos a sua saúde e expor os clientes, 
a equipe multiprofissional, visitantes e familiares aos 
riscos de colonizar-se por MR, tornando-os dissemi-nadores 
desses micro-organismos desencadeadores 
de surtos graves. 
A utilização das luvas é imprescindível para evitar 
a contaminação das mãos e disseminação de MR, 
transmitidos por esta via, entre eles, o MRSA.(5,10) 
A indicação do uso de máscara é para as situações 
em que houver contato com secreções respiratórias e 
gotículas.(5,15) 
Outros fatores podem influenciar a disseminação 
de MR, como a infraestrutura do serviço e/ou o uso 
em larga escala do álcool gel, em substituição à hi-gienização 
das mãos com água e sabão, o que pode, 
muitas vezes, influenciar no uso excessivo das luvas, 
ocasionando ônus para a instituição.(25,26) 
Estudos recentes mostram a ampla adesão referida 
pelos PAS em relação ao uso de luvas(22,23) e máscara.(23) 
Resultado similar foi encontrado por Moura,(24) onde 
90% dos profissionais da equipe de enfermagem 
referiram o uso de luvas e 100% o uso da máscara 
durante o cuidado a clientes hematocomprometidos 
colonizados por MRSA. 
Ainda no que refere aos EPI, além da importância 
do uso, a troca desses equipamentos deve ser reali-zada 
corretamente. Pois, assim como sua utilização, 
a troca desses equipamentos destina-se à proteção 
de riscos de transmissão de micro-organismos vi-rulentos.( 
21) 
Sabe-se também que o uso de adornos, uniformes 
sujos ou utilizados sem troca, entre diferentes insti-tuições, 
ingerir alimentos no local de trabalho, entre 
outros, contrariam as normas de biossegurança no 
trabalho em estabelecimento de saúde. 
Nesse sentido, é vedado ao profissional o uso 
de jóias e de adornos, de alimentos, de uniformes 
sujos ou utilizados entre trocas de serviços de di-ferentes 
instituições ou mesmo no próprio no local 
de trabalho.(13) 
Entretanto, em estudo realizado com profissionais 
da equipe de enfermagem frente à colonização por 
MRSA foi referido o uso de relógio (73,8%), aliança 
(33,3%) e unhas grandes (4,8%).(27) 
Ressalta-se que, apesar de o relógio ser conside-rado 
uma jóia ou um adorno, para os PAS trata-se de 
um instrumento de trabalho. Diante dessa realidade 
propõe-se que seja confeccionado de material que 
permita a sua limpeza com água e sabão e desinfec-ção 
com álcool a 70%. Recomenda-se, também, igual 
procedimento para as alianças dos profissionais que 
as utilizam durante o turno de trabalho.(28) 
Adornos podem albergar micro-organismos, uma 
vez que o uso de anéis foi identificado como fator de 
risco para a veiculação microbiana por meio das mãos 
dos profissionais que fazem seu uso.(29) 
Esse tipo de comportamento contribui tanto 
para o aumento da incidência de IACS como 
para a disseminação desses micro-organismos na 
comunidade. Estudo realizado em UTI no Brasil 
indicou que 20% dos pacientes colonizados por 
MRSA na admissão, nessa unidade, não tiveram 
como precedente admissão ou transferência de 
outra instituição de saúde.(14) Esse resultado pode 
sugerir que esse mecanismo de disseminação 
do MRSA na comunidade pode ter os PAS como 
veiculadores. 
Vale lembrar que o Ministério da Saúde escolheu a 
Estratégia Saúde da Família para reorientar o modelo 
assistencial do Sistema Único de Saúde a partir da 
Atenção Básica. Tal estratégia é composta por PAS, 
que muitas vezes desempenham duplo vínculo de 
trabalho, ou seja, atuam tanto no ambiente hospitalar 
como na comunidade. 
Diante disso, entende-se que a fragilidade do 
comportamento desses profissionais relacionado às 
normas de biossegurança no trabalho implica a sua 
exposição aos riscos de contaminação e de disse-minação 
de micro-organismos, tanto no ambiente
Prado-Palos MA, et al • Atuação de enfermagem em unidades de terapia... 
41 
de trabalho como na comunidade e entre seus 
familiares. Tal fato nos remete à necessidade da 
atuação junto a esses profissionais, principalmente 
por meio da Educação em Serviço, com o intuito de 
ressaltar orientações necessárias sobre as precau-ções 
a serem adotadas para evitar a transmissão 
cruzada de micro-organismos,(27,28-30) bem como a 
importância que o conhecimento e a adesão a essas 
medidas por esses profissionais representam para 
o controle das IACS. 
Outra recomendação de fundamental importância 
é a higienização das mãos, pois quando realizada 
conforme preconizado é, isoladamente, a principal 
medida para a prevenção e controle das IACS, como 
as causadas por MRSA.(15-30) 
Apesar de todos os profissionais desse estudo 
terem referido a realização da higienização das 
mãos sempre, observações realizadas em unidades 
de isolamento por contato verificaram que 22% 
da população do estudo, entre eles profissionais e 
estudantes da área da saúde, não aderiram a essa 
prática.(12) Demonstrando dicotomia na conduta 
desses profissionais entre o discurso e a prática. 
É importante ressaltar que a colonização de PAS 
por MR, particularmente o MRSA, favorece a trans-missão 
e o risco de infecção aos clientes nas UTI, 
veiculados principalmente por meio das mãos desses 
profissionais.(10) 
A prevalência de profissionais colonizados por 
MRSA identificada nesse estudo foi de 5,6%; esse 
resultado reforça a relevância da implantação de uma 
política de vigilância epidemiológica para o monito-ramento 
de PAS colonizados por MR. Pois, uma vez 
colonizado, esse profissional deverá ser afastado de 
suas funções, tratado e orientado quanto ao retorno 
ao trabalho.(5,10,11,13) 
Diante desses resultados, percebe-se a fragili-dade 
da adesão desses profissionais às recomen-dações 
no tocante à colonização e à transmissão 
de MR como o MRSA. Ressalta-se, mais uma vez, 
a necessidade da elaboração de estratégias edu-cativas 
inovadoras, numa linguagem compreensiva 
para diferentes níveis culturais e educacionais, 
acerca das medidas de biossegurança. 
A divulgação de taxas e do perfil de susceti-bilidade 
antimicrobiana desses micro-organismos 
pelas instituições(22) visa assegurar o controle das 
IACS e da qualidade de vida, tanto dos PAS, dos 
clientes, como da comunidade. 
Conclusão 
• Em relação ao uso de EPI, durante o cuidado 
ao cliente, 97,2% dos profissionais referiram sua uti-lização 
e 2,8%, não. 
• Dos que afirmaram utilizar EPI, predominou o 
uso de luvas e máscara por 100% dos profissionais. 
• Quanto à frequência de troca do EPI, a luva 
se destacou por 100% dos profissionais, seguida da 
máscara por 81,2% que as realizavam sempre. 
• No tocante à frequência de higienização das 
mãos, todos (100%) os profissionais afirmaram realizar 
essa prática sempre. 
• Com relação aos comportamentos de risco 
desses profissionais, destacou-se que 34 (47,9%) 
faziam uso de aliança, 18 (25,4%) de relógio no local 
de trabalho e 1,4% do mesmo uniforme utilizado em 
outro hospital. 
• No que se refere à colonização por MRSA, 
5,6% dos profissionais eram portadores desse micro-organismo, 
sendo 75% técnicos de enfermagem e 25% 
enfermeiros. 
Considerações finais 
Evidencia-se que as ações de enfermagem têm 
implicações diretas na disseminação de MR, espe-cificamente 
o MRSA, com impactos para as IACS. 
Haja vista que apesar da grande adesão referida por 
esses profissionais às medidas de biossegurança, na 
prática sabemos que muitas vezes ela é negligencia-da, 
sendo refletida pela identificação de profissionais 
portadores de MRSA. 
Há necessidade de elaborar estratégias que 
promovam mudança de comportamento desses 
profissionais, para que cônscios da sua respon-sabilidade, 
com relação à sua qualidade de vida, 
dos clientes, dos acompanhantes/visitantes, seus 
familiares e da equipe multiprofissional, sejam 
capazes de mudar a práxis. 
Percebe-se a limitação do estudo, como também 
da necessidade de dar continuidade à investigação 
por meio de observação sistemática da atuação desses 
profissionais nas respectivas unidades. 
* Projeto financiado com recursos do Conselho 
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológi-co 
– CNPq. 
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30. Romero DV, Treston J, O`Sullivan AL. Hand-to-hand preventing 
MRSA. The nurse practitioner 2006;31(3). 
Correspondência: 
Profa. Dra. Marinésia Aparecida Prado Palos 
R. 227-A, nº 245 - apto 902 - Setor Leste Universitário 
- CEP 74610-155-Goiânia - Goiás - Brasil. 
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UTI Nursing Performance and MRSA Spread

  • 1. Prado-Palos MA, et al • Atuação de enfermagem em unidades de terapia... 37 ARTÍCULO ORIGINAL/ARTIGO ORIGINAL Atuação de enfermagem em Unidades de Terapia Intensiva: implicações para disseminação de micro-organismo multirresistente* Nursing performance in Intensive Care Unit: implications for multiresistant microorganism spread Marinésia Aparecida Prado Palos1 Dayane de Melo Costa2 Elucir Gir3 Karina Suzuki4 Fabiana Cristina Pimenta5 1Enfermeira, Doutora em Enfermagem, Pro-fessor Adjunto da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, Goiás, Brasil. 2Graduanda da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás, Membro do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Infecção Hospitalar. Goiânia, Goiás, Brasil. 3Enfermeira, Doutora em Enfermagem, Pro-fessora Titular da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. 4Enfermeira, Mestre em Saúde do Adulto, Professora Assistente da Faculdade de En-fermagem da Universidade Federal de Goiás. Goiânia, Goiás, Brasil. 5Farmacêutica, Doutora em Microbiologia, Pro-fessor Adjunto do Instituto de Patologias Tropi-cais e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás. Goiânia, Goiás, Brasil. Rev Panam Infectol 2010;12(1):37-42. Conflicto de intereses: ninguno Recibido en 23/1/2009. Aceptado para publicación en 4/5/2009. Abstract Purpose: To identify the nursing team works for multiresistant microorganism spread and their colonization by Methicillin-resistant Staphylococcus aureus (MRSA). Material and method: Prevalence Study carried out with nursing professionals who work in Intensive Care Unit of a university hospital from August 2005 to July 2006. We used self-administered questionnaire and saliva collection. Results: Of the 71 professionals, 25,4% were nurses and 74,6% nursing technicians. In relation to the conduct of the daily work, it was found that 47.9% reported use of alliance, 25.4% of clock and 1.4% the same uniform used in another hospital. However, all said to perform hands hygiene. Regarding the use of personal protection equipment, has identified that 97.2% used and 2.8% not used. However, 5.6% of participants had been colonized by MRSA, 75% of these were nursing technicians and 25% were nurses. Conclusion: It is necessary to operationalize strategies that promote change in behavior of these professionals in the daily work. Key words: Nosocomial infection, intensive care unit, nursing. Resumo Objetivo: Identificar ações da equipe de enfermagem para disseminação de micro-organismos multirresistentes e investigar a colonização desses profissionais por Staphylococcus aureus meticilina resistente (MRSA). Material e método: Estudo de preva-lência realizado com profissionais da Enfermagem que atuam em unidades de terapia intensiva de um hospital escola de agosto de 2005 a julho de 2006. Utilizou-se questionário autoaplicável e coleta de saliva. Resultados: Participaram 71 profissionais, 25,4% enfermeiros e 74,6% técnicos em enfermagem. Em relação à conduta desses no cotidiano do trabalho, verificou-se que 47,9% referiram fazer uso de aliança, 25,4% de relógio e 1,4% do mesmo uniforme utilizado em outro hospital. Entretanto, todos afirmaram realizar a higienização das mãos. Quanto ao uso de equipamentos de proteção individual, identificou-se que 97,2% utilizavam e 2,8% não os utilizavam. Porém, 5,6% do total de participantes
  • 2. Rev Panam Infectol 2010;12(1):37-42. encontravam-se colonizados por MRSA; destes, 75% eram técnicos de enfermagem e 25% enfermeiros. Conclusão: É necessário operacionalizar estratégias que promovam mudança de comportamento desses profissionais no cotidiano do trabalho. Palavras-chave: Infecção hospitalar, unidade de terapia intensiva, enfermagem. Introdução A ocorrência de infecções associadas aos cuidados em saúde (IACS) e a disseminação de micro-organis-mos 38 multirresistentes (MR) capazes de desencadear surtos graves em clientes têm sido apontadas como um dos grandes desafios para a atenção à saúde,(1) devido às suas proporções epidemiológicas, econômi-cas e sociais. Clientes internados em Unidades de Terapia In-tensiva (UTI) apresentam uma maior vulnerabilidade à aquisição de micro-organismos virulentos, princi-palmente MR,(2-3) devido às características desses clientes, como condições clínicas, comorbidades, extremos de idade, terapia antimicrobiana e a reali-zação de procedimentos invasivos e cirúrgicos,(4) que resultam no aumento da morbimortalidade, no tempo de internação e nos custos financeiros à instituição.(5-6) As IACS em clientes internados em UTI frequente-mente são causadas por MR(6-8) associadas principal-mente à terapia antimicrobiana inadequada e contato direto com os profissionais da área de saúde (PAS).(9,10) Dentre os MR, o Staphylococcus aureus meti-cilina resistente (MRSA) pode ser considerado um dos de maior impacto para as IACS, tanto no âmbito das instituições de saúde como da comunidade.(5-10) Relata-se que 52% dos clientes, dentre os não coloni-zados por MRSA na admissão em UTI, adquirem esse micro-organismo.(11) Medidas de controle das IACS devem ser instituí-das. Dentre os fatores contribuintes para a prevenção da transmissão de MR, ressalta-se adesão dos PAS às medidas de biossegurança.(5,10-12) A valorização dessas medidas, sobretudo da prática adequada de higienização das mãos,(13) com vistas à interrupção da cadeia de transmissão de micro-orga-nismos e o uso dos EPI, segundo as recomendações preconizadas,(13-15) uma vez que minimizam os riscos ocupacionais e contribuem para uma assistência de qualidade,(16) devem ser objetivo de todos os PAS. Compreender a atuação da equipe de enfermagem no cotidiano do cuidar, que implica a disseminação de MR, tem impacto tanto para as instituições de saúde como para a comunidade. Essa compreensão visa estabelecer procedimentos operacionais preconizados para a prevenção da colonização e transmissão desses micro-organismos pelos profissionais. Entende-se que a adesão desses profissionais a medidas não permitirá que os mesmos sejam disse-minadores coletivos de MR, mas sim que assumam o papel de multiplicadores de condutas adequadas. Tal impacto alcançará os usuários desses serviços, a equipe multiprofissional e seus familiares. A partir dessa compreensão acerca da temática, delinearam-se os objetivos: analisar o uso de EPI, a higienização das mãos, os comportamentos de riscos desses profissionais durante o cuidado, bem como identificar a colonização dos mesmos por MRSA. Material e método Estudo de prevalência realizado em um hospital escola do município de Goiânia - Goiás no período de agosto de 2005 a junho 2006, o qual foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Médica Humana e Animal do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Goiás – Protocolo CEPMHA/HC/UFG N.035/05. A população foi composta por 71 profissionais da equipe de enfermagem, 18 enfermeiros e 53 téc-nicos em enfermagem, que prestavam cuidados aos clientes adultos nas UTI clínica e UTI cirúrgica e que concordaram formalmente em participar do estudo. Os dados foram coletados por meio de um questionário autoaplicável e pela coleta de material (saliva). A saliva foi coletada em tubos de ensaio esteri-lizados, acondicionados em caixa de isopor e trans-portados ao Laboratório de Bacteriologia Médica do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás, em um período de até 48 horas. Posteriormente, alíquotas de 0,25μL foram semeadas, de acordo com Westergrem e Krasse,(17) em placas de Petri, contendo meio de cultura seletivo, ágar manitol salgado. O período de incubação foi de 24 a 48 horas a 37oC. As colônias características de Staphylococcus foram contadas e submetidas à coloração de Gram, re-picadas em caldo e ágar cérebro e coração (Brain Heart Infusion Broth – BHI), incubadas a 37ºC, durante 24 horas.(18) Em seguida, os subcultivos foram repicados em ágar nutriente e incubados por 24 horas a 37oC, um inóculo padrão de 1,5 x 108 ufc/mL (metade da escala 1 de McFarland) foi utilizado para a semeadura das placas de ágar Muller-Hinton com o auxílio de um swab estéril. Sobre as placas já inoculadas foram de-positados discos de antimicrobiano (oxacilina 1 mg).(19) A análise dos dados foi realizada em planilhas do aplicativo Excel-Windows/2007 e os resultados apre-sentados em tabelas e gráficos. Resultados Participaram do estudo 71 profissionais da equipe
  • 3. Prado-Palos MA, et al • Atuação de enfermagem em unidades de terapia... Figura 1. Distribuição dos profissionais da equipe de enfermagem de um hospital escola, segundo a categoria profissional, o sexo, a faixa etária, o setor e o turno de trabalho (n=71). Goiânia - GO, 2005-2006. 39 de enfermagem, cuja caracterização pessoal e profis-sional encontra-se na figura 1. Houve maior número de técnicos em enfermagem (74,6%). Eram predominantemente do sexo femini-no (81,7%). A idade desse grupo variou entre 20 e 59 anos, sendo que a faixa etária de 30 a 39 anos abrangeu maior número deles (40,8%), assim como o setor UTI cirúrgica (52,1%). Houve predomínio do turno noturno (47,9%), seguido pelo integral (39,4%). No que se refere ao uso dos EPI, detectou-se que 97,2% dos profissionais referiram seu uso e 2,8% não os utilizarem durante a assistência aos clientes. Dentre os profissionais que afirmaram o uso do EPI, identificou-se que a luva e a máscara eram utilizadas por 100% dos profissionais. O uso do jaleco foi refe-rido por 98,6% e o gorro por 89,8% dos profissionais. Sobre a realização da troca de EPI, entre um proce-dimento e outro, dentre os profissionais que afirmaram sua utilização, mais uma vez destacou-se a troca da luva (100%), seguida pela troca da máscara (81,2%) que as realizavam sempre (tabela 1). Em relação à conduta desses profissionais no cotidiano do trabalho, destaca-se que 47,9% faziam uso de aliança, 25,4% de relógio e 1,4% do mesmo uniforme utilizado em outro hospital (tabela 2). ao verificar a frequência com que esses profissio-nais realizavam a higienização das mãos, obteve-se que 100% referiram realizar sempre. No tocante à colonização por MRSA, identificou-se que 4 (5,6%) dos profissionais eram portadores desses micro-organismos, sendo que 3 (75%) técnicos em enfermagem e 1 (25%) enfermeiro. Tabela 1. Distribuição dos profissionais da equipe de en-fermagem atuantes nas Unidades de Terapia Intensiva de um hospital escola (n= 69), segundo a frequência de troca do Equipamento de Proteção Individual (EPI) na assistência ao cliente. Goiânia - GO, 2005-2006 Troca do EPI Sempre Esporádico Nunca Não se aplica n % n % n % n % Luva 69 100 - - - - - - Máscara 56 81,2 13 18,8 - - - - Jaleco 39 56,5 27 39,1 2 2,9 1 1,4 Gorro 36 52,2 21 30,4 5 7,2 7 10,1 Tabela 2. Distribuição dos profissionais da equipe de enfer-magem atuantes nas Unidades de Terapia Intensiva de um hospital escola, segundo a referência ao uso de adornos, uniforme e alimentos durante a jornada de trabalho (n= 71). Goiânia - GO, 2005-2006 Adornos/uniforme/ Sim Não Não informado Alimentos n % n % n % Uso de uniforme limpo 58 81,7 13 18,3 - - Uso de aliança 34 47,9 37 52,1 - - Faz uso de alimentos 29 40,8 41 57,7 1 1,4 Uso de relógio 18 25,4 53 74,6 - - Uso de anéis 8 11,3 63 88,7 - - Uso de unhas grandes 5 7 66 93 - - Uso de pulseiras 3 4,2 66 93 2 2,8 Uso do mesmo uniforme utilizado em 1 1,4 69 97,2 1 1,4 outro hospital
  • 4. Rev Panam Infectol 2010;12(1):37-42. Discussão Algumas condições de trabalho às quais os PAS são submetidos diariamente interferem, muitas vezes, no desempenho de suas atividades, levando-os a negligen-ciar as medidas de biossegurança, como por exemplo a categoria profissional, o local e tempo de permanência no trabalho, horas destinadas ao descanso reduzidas, trabalho noturno, bem como locais impróprios para o repouso, acrescentando-se aí o estresse acarretado pelo próprio trabalho.(20) Apesar dos riscos aos quais esses profissionais estão expostos, eles desempenham suas atividades, muitas vezes, sem utilizar os EPI, sem o hábito de higienização das mãos e, até mesmo, desprovidos de quaisquer questionamentos acerca de sua segurança pessoal.(20,21) Frente à relevância do controle das IACS, al-gumas 40 medidas de biossegurança são preconiza-das, dentre elas o uso racional de antimicrobiano, funcionários exclusivos para assistência ao cliente portador de MR, redução do tempo de internação, padronização de condutas de isolamento e de vigi-lância microbiológica, assim como a capacitação da equipe multiprofissional(10) por meio da educação permanente, entre outras, como as Precauções de Contato.(15) Em relação ao uso de EPI pelos trabalhadores de enfermagem, ressalta-se que apesar de apenas dois (2,8%) afirmarem não os utilizar, esse comportamento pode causar prejuízos a sua saúde e expor os clientes, a equipe multiprofissional, visitantes e familiares aos riscos de colonizar-se por MR, tornando-os dissemi-nadores desses micro-organismos desencadeadores de surtos graves. A utilização das luvas é imprescindível para evitar a contaminação das mãos e disseminação de MR, transmitidos por esta via, entre eles, o MRSA.(5,10) A indicação do uso de máscara é para as situações em que houver contato com secreções respiratórias e gotículas.(5,15) Outros fatores podem influenciar a disseminação de MR, como a infraestrutura do serviço e/ou o uso em larga escala do álcool gel, em substituição à hi-gienização das mãos com água e sabão, o que pode, muitas vezes, influenciar no uso excessivo das luvas, ocasionando ônus para a instituição.(25,26) Estudos recentes mostram a ampla adesão referida pelos PAS em relação ao uso de luvas(22,23) e máscara.(23) Resultado similar foi encontrado por Moura,(24) onde 90% dos profissionais da equipe de enfermagem referiram o uso de luvas e 100% o uso da máscara durante o cuidado a clientes hematocomprometidos colonizados por MRSA. Ainda no que refere aos EPI, além da importância do uso, a troca desses equipamentos deve ser reali-zada corretamente. Pois, assim como sua utilização, a troca desses equipamentos destina-se à proteção de riscos de transmissão de micro-organismos vi-rulentos.( 21) Sabe-se também que o uso de adornos, uniformes sujos ou utilizados sem troca, entre diferentes insti-tuições, ingerir alimentos no local de trabalho, entre outros, contrariam as normas de biossegurança no trabalho em estabelecimento de saúde. Nesse sentido, é vedado ao profissional o uso de jóias e de adornos, de alimentos, de uniformes sujos ou utilizados entre trocas de serviços de di-ferentes instituições ou mesmo no próprio no local de trabalho.(13) Entretanto, em estudo realizado com profissionais da equipe de enfermagem frente à colonização por MRSA foi referido o uso de relógio (73,8%), aliança (33,3%) e unhas grandes (4,8%).(27) Ressalta-se que, apesar de o relógio ser conside-rado uma jóia ou um adorno, para os PAS trata-se de um instrumento de trabalho. Diante dessa realidade propõe-se que seja confeccionado de material que permita a sua limpeza com água e sabão e desinfec-ção com álcool a 70%. Recomenda-se, também, igual procedimento para as alianças dos profissionais que as utilizam durante o turno de trabalho.(28) Adornos podem albergar micro-organismos, uma vez que o uso de anéis foi identificado como fator de risco para a veiculação microbiana por meio das mãos dos profissionais que fazem seu uso.(29) Esse tipo de comportamento contribui tanto para o aumento da incidência de IACS como para a disseminação desses micro-organismos na comunidade. Estudo realizado em UTI no Brasil indicou que 20% dos pacientes colonizados por MRSA na admissão, nessa unidade, não tiveram como precedente admissão ou transferência de outra instituição de saúde.(14) Esse resultado pode sugerir que esse mecanismo de disseminação do MRSA na comunidade pode ter os PAS como veiculadores. Vale lembrar que o Ministério da Saúde escolheu a Estratégia Saúde da Família para reorientar o modelo assistencial do Sistema Único de Saúde a partir da Atenção Básica. Tal estratégia é composta por PAS, que muitas vezes desempenham duplo vínculo de trabalho, ou seja, atuam tanto no ambiente hospitalar como na comunidade. Diante disso, entende-se que a fragilidade do comportamento desses profissionais relacionado às normas de biossegurança no trabalho implica a sua exposição aos riscos de contaminação e de disse-minação de micro-organismos, tanto no ambiente
  • 5. Prado-Palos MA, et al • Atuação de enfermagem em unidades de terapia... 41 de trabalho como na comunidade e entre seus familiares. Tal fato nos remete à necessidade da atuação junto a esses profissionais, principalmente por meio da Educação em Serviço, com o intuito de ressaltar orientações necessárias sobre as precau-ções a serem adotadas para evitar a transmissão cruzada de micro-organismos,(27,28-30) bem como a importância que o conhecimento e a adesão a essas medidas por esses profissionais representam para o controle das IACS. Outra recomendação de fundamental importância é a higienização das mãos, pois quando realizada conforme preconizado é, isoladamente, a principal medida para a prevenção e controle das IACS, como as causadas por MRSA.(15-30) Apesar de todos os profissionais desse estudo terem referido a realização da higienização das mãos sempre, observações realizadas em unidades de isolamento por contato verificaram que 22% da população do estudo, entre eles profissionais e estudantes da área da saúde, não aderiram a essa prática.(12) Demonstrando dicotomia na conduta desses profissionais entre o discurso e a prática. É importante ressaltar que a colonização de PAS por MR, particularmente o MRSA, favorece a trans-missão e o risco de infecção aos clientes nas UTI, veiculados principalmente por meio das mãos desses profissionais.(10) A prevalência de profissionais colonizados por MRSA identificada nesse estudo foi de 5,6%; esse resultado reforça a relevância da implantação de uma política de vigilância epidemiológica para o monito-ramento de PAS colonizados por MR. Pois, uma vez colonizado, esse profissional deverá ser afastado de suas funções, tratado e orientado quanto ao retorno ao trabalho.(5,10,11,13) Diante desses resultados, percebe-se a fragili-dade da adesão desses profissionais às recomen-dações no tocante à colonização e à transmissão de MR como o MRSA. Ressalta-se, mais uma vez, a necessidade da elaboração de estratégias edu-cativas inovadoras, numa linguagem compreensiva para diferentes níveis culturais e educacionais, acerca das medidas de biossegurança. A divulgação de taxas e do perfil de susceti-bilidade antimicrobiana desses micro-organismos pelas instituições(22) visa assegurar o controle das IACS e da qualidade de vida, tanto dos PAS, dos clientes, como da comunidade. Conclusão • Em relação ao uso de EPI, durante o cuidado ao cliente, 97,2% dos profissionais referiram sua uti-lização e 2,8%, não. • Dos que afirmaram utilizar EPI, predominou o uso de luvas e máscara por 100% dos profissionais. • Quanto à frequência de troca do EPI, a luva se destacou por 100% dos profissionais, seguida da máscara por 81,2% que as realizavam sempre. • No tocante à frequência de higienização das mãos, todos (100%) os profissionais afirmaram realizar essa prática sempre. • Com relação aos comportamentos de risco desses profissionais, destacou-se que 34 (47,9%) faziam uso de aliança, 18 (25,4%) de relógio no local de trabalho e 1,4% do mesmo uniforme utilizado em outro hospital. • No que se refere à colonização por MRSA, 5,6% dos profissionais eram portadores desse micro-organismo, sendo 75% técnicos de enfermagem e 25% enfermeiros. Considerações finais Evidencia-se que as ações de enfermagem têm implicações diretas na disseminação de MR, espe-cificamente o MRSA, com impactos para as IACS. Haja vista que apesar da grande adesão referida por esses profissionais às medidas de biossegurança, na prática sabemos que muitas vezes ela é negligencia-da, sendo refletida pela identificação de profissionais portadores de MRSA. Há necessidade de elaborar estratégias que promovam mudança de comportamento desses profissionais, para que cônscios da sua respon-sabilidade, com relação à sua qualidade de vida, dos clientes, dos acompanhantes/visitantes, seus familiares e da equipe multiprofissional, sejam capazes de mudar a práxis. Percebe-se a limitação do estudo, como também da necessidade de dar continuidade à investigação por meio de observação sistemática da atuação desses profissionais nas respectivas unidades. * Projeto financiado com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológi-co – CNPq. Referências 1. Pereira MS, Souza ACS, Tipple AFV, Prado MA. A infecção hospitalar e suas implicações para o cuidar da enfermagem. Texto Contexto Enferm 2005;14(2):250-7. 2. Moura MEB, Campelo SMA, Brito FCP, Batista OMA, Araújo TME, Oliveira ADS. Infecção hospitalar: estudo de preva-lência em um hospital público de ensino. Rev Bras Enferm 2007;60(4):416-421. 3. Gusmao ME, Dourado I, Fiaccone RL. Nosocomial pneumonia in the intensive care unit of a Brazilian university hospital: an analysis of the time span from admission to disease onset. Am J Infect Control 2004;32:209-214. 4. Santos SV, Costa DM, Lopes LKO, Pires FV, Peleja EB, Pe-
  • 6. reira AL. Infecções hospitalares em uma unidade de terapia intensiva de uma instituição de saúde referência no trata-mento 42 oncológico na Região Centro-Oeste. Braz J Infect Dis 2008;12(sup3):141. 5. Coia JE, Duckworth GJ, Edwards DI, Farrington M, Fry C, Humpreys H et al. Guidelines for the control and prevention of meticillin-resistant Staphylococcus aureus (MRSA) in heal-thcare facilities. J Hosp Infect 2006;635:S1-S44. 6. Lima ME, Andrade D, Haas VJ. Avaliação prospectiva da ocor-rência de infecção em pacientes críticos de unidade de terapia intensiva. Rev Bras Ter intensiva 2007;19(3):342-347. 7. Cavalcanti SM, França ER, Cabral C et al. Prevalence of Sta-phylococcus aureus introduced into intensive care units of a University Hospital. Braz J Infect Dis 2005;9:56-63. 8. Dancer SJ et al. MRSA acquisition in an intensive care unit. Am J Infect Control 2006;34:10-7. 9. Troillet N, Carmelli Y, Samore MH, Dakos J, Eichelberger K, Degirolami PC et al. 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Marinésia Aparecida Prado Palos R. 227-A, nº 245 - apto 902 - Setor Leste Universitário - CEP 74610-155-Goiânia - Goiás - Brasil. e-mail: marinesiaprado@gmail.com Rev Panam Infectol 2010;12(1):37-42.