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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS – UFG
ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA
SETOR DE PATOLOGIA ANIMAL
Roteiro de necropsia e colheita de material
para laboratório
Prof.ª Dr.ª Veridiana Maria Brianezi Dignani de Moura
GOIÂNIA - GO
2
ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS - UFG
Departamento de Medicina Veterinária – Setor de Patologia Animal
Roteiro para realização da técnica de necropsia em pequenos animais
Paramentação
Luvas de látex;
Macacão, jaleco ou avental;
Sapato fechado (botas de borracha);
Retirar anéis, relógio ou outros acessórios;
Máscara, óculos e touca (opcionais).
Material
• faca Magarefe;
• faca de órgãos;
• costótomo (alicate de jardinagem);
• tesoura reta romba-romba;
• tesoura curva romba-fina;
• enterótomo;
• pinça dente de rato
• pinça anatômica;
• serra;
• tábua de carne;
• frasco com água;
• esponja;
• frasco com formol a 10%;
• régua;
• barbante para fixar o cadáver à
mesa.
Observações:
• Somente realizar o exame necroscópico após a autorização do proprietário ou
responsável e mediante a apresentação da ficha clínica ou prontuário do
animal.
• A técnica abaixo descrita pode ser utilizada para a abertura de cadáveres de
grandes animais, podendo variar apenas na abertura (posicionamento), que
pode ser lateral, com o animal em decúbito lateral direito.
2
TÉCNICA DE NECROPSIA
A) Exame externo
O exame externo consiste em observar e detectar alterações quanto ao
estado geral do animal, incluindo estado nutricional, presença de ectoparasitas,
escaras e escoriações, cicatrizes, presença de neoplasia, alterações cadavéricas,
exame da cavidade oral e situação das mucosas (oral, ocular, vaginal, peniana e
anal), portanto, qualquer alteração externa observada no cadáver.
A1) Identificação: espécie, sexo, idade, raça, peso, marcas características*, estado
nutricional, rigidez e alterações cadavéricas;
A2) Pelame: cor, aspecto;
A3) Pele: coloração, elasticidade, corpo estranho, umidade, lesões, parasitas;
A4) Cavidades naturais: olhos, narinas, boca, ouvidos, ânus e genitais.
B) Posicionamento
O animal deve ser, quando possível, fixado à mesa com barbantes
posicionados acima das articulações do carpo e tarso, com o cadáver em decúbito
dorsal (vista ventral – Figura 1).
Figura 1 – Posicionamento e fixação do cadáver.
3
C) Exame interno
Abertura do cadáver
(Instrumentos: faca magarefe e costótomo)
• Molhar o cadáver com o auxílio da
esponja e realizar incisão
mentopubiana superficial (Figura
2). No caso de fêmeas contornar a
vulva e, nos machos, contornar e
rebater o pênis junto à porção
caudal do animal;
Figura 2 – Incisão mento-pubiana superficial.
• Realizar pequena incisão
abdominal junto a cartilagem
xifóide, introduzir os dedos médio e
indicador no abdômen e seguir a
incisão muscular pela linha alba até
o púbis (Figura 3). A faca deve
deslizar entre os dedos que estão
sustentando a musculatura e
guiando a incisão;
Figura 3 - Abertura abdominal. Machos:
rebater o pênis (seta).
4
• Desarticular os membros
posteriores na articulação
coxofemoral e rebater os membros
anteriores lateralmente de maneira
que ocorra a exposição completa
da pelve e tórax. Seguir
dissecando a pele e subcutâneo
das regiões submandibular e
cervical;
Figura 4 – Desarticulação dos membros
anteriores e posteriores.
• Com o costótomo, realizar a
desarticulação costocondral em
todos os pontos de fixação das
costelas (Figura 4). Com o mesmo
instrumento, cortar os ramos
cranial e caudal do púbis - forame
obturador (Figura 5). Retirar o
púbis e o esterno com a faca,
cortando a porção semicircular
ventral do diafragma. Neste
momento, é possível visualizar os
órgãos “in situ” nas cavidades
torácica, abdominal e pélvica;
Figura 4 – Desarticulação costocondral
bilateral e retirada do esterno.
Figura 5 – Desarticulação e retirada do púbis.
5
• Com a faca magarefe realizar duas
incisões junto aos ramos laterais
da mandíbula, seccionando a
musculatura local. Com o dedo
indicador inverter, retirar a língua e
seguir com uma incisão em “V”
invertido junto a inserção dos
palatos (Figura 6). Desarticular o
hióide em qualquer um de seus
ramos, isolando-o lateralmente; Figura 6 – Incisão em “V” invertido.
• Em seqüência, soltar a traquéia e o esôfago entre as fáscias musculares
cervicais até a entrada da cavidade torácica. Puxar o monobloco para que este
descole em toda a extensão torácica até o diafragma;
• Seccionar o diafragma na porção semicircular dorsal, realizar pequena incisão no
rim direito e continuar seccionando o conjunto abdominal paralelamente à coluna
vertebral até a cavidade pélvica;
• Contornar a cavidade pélvica juntamente com a genitália externa e ânus de
forma que o monobloco seja liberado inteiramente do cadáver;
• Realizar exame dos músculos, ossos, articulações e cabeça, desarticulando-a
junto a articulação atlanto-occipital e, em seguida, descartar o cadáver. Manter a
mesa e os instrumentos sempre limpos, colocar o monobloco em posição ventro-
dorsal (animal em posição de estação) e iniciar a separação dos conjuntos.
Separação do Monobloco em Conjuntos
(Instrumentos: faca de órgãos, tesouras e pinças)
1) Aorta (pequena abertura na porção cranial da aorta, seguindo até a ramificação
das renais. Retirar a aorta após a abertura);
2) Língua, orofaringe, terço proximal de traquéia e esôfago (seccionar a traquéia e o
esôfago logo abaixo da tireóide);
3) Separar o esôfago, passando-o para a cavidade abdominal através do hilo
diafragmático;
4) Traquéia, pulmão e coração (remover o conjunto torácico cortando a veia cava e
os ligamentos que unem pulmão/diafragma);
6
5) Virar o monobloco na posição dorso-ventral;
6) Baço e omento (retirar baço e omento junto a curvatura maior do estômago,
contornando o pâncreas);
7) Intestinos (realizar dupla ligadura com barbante no duodeno após o pâncreas e
no reto. Seccionar o pedículo mesentérico liberando o conjunto intestinos);
8) Geniturinário (localizar as adrenais e seccionar os tecidos acima delas,
separando o conjunto geniturinário do fígado, estômago, pâncreas e diafragma,
que devem permanecer juntos, formando um único conjunto a ser separado após
a manobra de Virchow).
Exame dos órgãos
1) Cabeça: (Instrumentos: faca magarefe, serra, tesoura curva e faca de órgãos).
Realizar incisão sagital da pele desde a região supra-orbitária até o occipital.
Seccionar e retirar toda a musculatura craniana, expondo a superfície óssea da
calota craniana. Posicionar a serra transversalmente, dois dedos acima das
órbitas oculares, e serrar em sentido látero-lateral (linha pontilhada A). Realizar
mais duas linhas de corte laterais (linhas pontilhadas B e C), sempre seguindo a
face interna dos occipitais, fazendo com que as mesmas encontrem o corte
transversal. Retirar a calota craniana e as meninges. Com a tesoura curva, cortar
os nervos cranianos na base do encéfalo e retirar o cérebro inteiro da caixa
craniana (Figura 7).
Figura 7 - Cortes transversal e laterais para retirada da calota craniana e cérebro.
A
B C
7
2) Língua: (Instrumentos: faca de órgãos, pinças e tesoura reta). Iniciar o exame
com a incisão longitudinal da língua em toda a sua extensão. Cortar e examinar a
região de orofaringe (palato e amígdalas). Seccionar e examinar terço proximal
de esôfago e traquéia.
3) Tórax: (Instrumentos: faca de órgãos, pinças e tesoura reta). Traquéia: abrir toda
a extensão na porção membranosa com o auxílio da tesoura. Seguir a abertura
até os principais ramos bronquiais de cada lobo pulmonar. Pulmão: realizar
cortes transversais em toda a extensão dos lobos pulmonares e examinar a
superfície de corte. Coração: abertura do saco pericárdio e exposição do
coração. Iniciar a abertura com uma incisão que segue da base ao ápice do
coração e examinar câmaras, músculos e válvulas cardíacas (Figura 8). Para
uma avaliação cardíaca detalha o adequado é abrir o coração seguindo o
caminho do fluxo sanguíneo, iniciando pela abertura do átrio direito e seguindo
com a abertura do ventrículo direito margeando a coronária direitas junto ao
septo ventricular até a abertura da artéria pulmonar. Na sequência, realizar
incisão no átrio esquerdo e seguir com a abertura do ventrículo esquerdo
também margeando a coronária esquerda junto ao septo ventricular até a
abertura da aorta.
Figura 8 - Abertura e exame do coração.
8
4) Abdômen: (Instrumentos: faca de órgãos, pinças e tesouras). Baço: Separar o
baço do omento e realizar incisão esplênica longitudinal completa, examinando a
superfície de corte. Manobra de Virchow: Deve ser realizada antes da separação
do estômago e fígado. Abrir a porção proximal do duodeno na região anti-
mesentérica até o piloro, pressionar levemente a vesícula biliar até o
extravasamento de bile pelo esfíncter de Oddi. Separar fígado e diafragma do
estômago e pâncreas. Fígado: cortes transversais em toda a extensão hepática e
exame da superfície de corte. Abrir a vesícula biliar com o auxílio de pinça e
tesoura - examinar conteúdo e mucosa (Figura 9). Estômago: seguir a abertura
do piloro até a cárdia pela curvatura maior do estômago, com o auxílio da tesoura
e examinar o conteúdo e a mucosa estomacal (Figura 10). Esôfago: abrir em
todo o seu comprimento como uma extensão da abertura estomacal. Pâncreas:
Realizar cortes transversais e examinar a superfície de corte. Intestinos: devem
ser posicionados em forma de “zig-zag” em três curvas de intestino delgado
(duodeno, jejuno e íleo) e, em seguida, o intestino grosso. Abrir os intestinos
junto a porção mesentérica em toda a sua extensão com o auxílio do enterótomo.
Examinar o conteúdo e as mucosas intestinais.
Figura 9 - Exame do fígado.
9
Figura 10 - Abertura do estômago e exame interno.
5) Genito-urinário: (Instrumentos:
faca de órgãos, pinças e tesouras).
Rins: fixando o órgão com a
esponja, realizar um corte sagital
em ambos os rins, retirando suas
respectivas cápsulas com o auxílio
da pinça (Figura 11). Examinar a
superfície de corte. Adrenais: corte
longitudinal e exame da superfície
de corte. Bexiga: Suspender e
apoiar a bexiga com o auxílio da
pinça, realizar abertura junto à
cicatriz do úraco e seguir a
abertura da uretra, vulva ou pênis.
Fêmeas: Realizar abertura e
exame da vagina, cérvix, cornos
uterinos e ovários (Figura 12A).
Machos: Examinar testículos (corte
sagital) (Figura 12B), epidídimo e
próstata (cortes transversais).
Figura 11 - Abertura e exame dos rins.
10
A) B)
Figura 12A/B - Abertura e exame do útero e testículos.
Fonte Imagens: Popesko, P. Atlas de anatomia topográfica dos animais domésticos. Ed. Manole. v. I,II e III, 1990.
VMBDM
11
COLHEITA DE MATERIAL
EXAME HISTOPATOLÓGICO
A colheita de material para exame histopatológico deve ser realizada logo após
a morte do animal, pois quanto maior o tempo de morte, maior a possibilidade de autólise
dos tecidos. Em média, até 12 horas após a morte é possível realizar a colheita, exceto
em casos onde a enfermidade principal acelera o processo autolíco, como ocorre nas
clostridioses. Assim, se a suspeita envolve doenças que aceleram o fenômeno de
autólise, a colheita deve ser realizada, no máximo, até seis horas após a morte do animal.
Quando a colheita envolve amostras a serem retiradas “in vivo”, estas devem
ser obtidas por meio de biopsia e imediatamente fixadas em formol tamponado a 10%.
Após a colheita e fixação, o material pode ser imediatamente remetido ao
laboratório ou aguardar a ocasião oportuna, pois materiais fixados em formol são
preservados “ad eternum”.
Fixador de eleição para colheita de material para exame histopatológico:
• formol tamponado a 10%
Preparo do formol tamponado:
• Formol fórmula comercial (37,5 a 40%) 100 ml
• Água destilada 900 ml
• Fosfato de sódio monobásico 4 gramas
• Fosfato de sódio dibásico 6,5 gramas
• Acertar pH em 7,0
Obs: O fixador pode ser preparado sem a formulação tamponada e sem correção de pH,
mas o ideal é que siga a formulação descrita acima. Na impossibilidade de utilizar água
destilada, opte pela água filtrada. Caso não haja possibilidade de realizar a formulação
acima, utilize a que segue abaixo.
12
Preparo do formol não tamponado:
• Formol fórmula comercial (37,5 a 40%) 100 ml
• Água filtrada 900 ml
IMPORTANTE: Nunca enviar material para exame histopatológico sob
refrigeração ou congelado. O material fixado em formol deve ser
encaminhado em temperatura ambiente, nunca sob refrigeração.
Obs: Outros fixadores poderão ser utilizados em situações especiais, como na colheita de
tecido glandular (próstata, testículos, adrenal, pâncreas, etc). Neste caso, o Bouin é uma
boa opção.
DICAS PARA A ESCOLHA DE UMA BOA AMOSTRA:
• Lesões focais: escolher área lesão x não lesão (Figura 1);
Figura 1: Colheita de lesão focal. Pulmão. Escolher área de lesão (à direita e acima dentro
da área pontilhada) x não lesão (à esquerda e abaixo dentro da área pontilhada).
• Lesão difusa: escolher uma área que represente o todo;
• Tamanho: fragmentos de até 4cm3
(Figura 2);
13
Figura 2: Colheita de material. Fixação. Proporção fixador x amostra (20x1). Identificação.
• Evitar áreas de necrose (Figura 3) e procurar manter referencial do órgão;
Figura 3: Colheita de material. Evitar áreas de necrose (x). Escolher áreas intermediárias de
lesão e tecido normal (área pontilhada), gerando referencial do órgão.
• Representatividade: amostras muito pequenas podem não ser adequadas. Da
mesma forma, amostras grandes podem não fixar adequadamente e sofrer
autólise. Ideal: seguir medidas propostas.
Identificação
do
material
14
IMPORTANTE
• Proporção amostra x fixador: sempre utilizar o fixador em quantidade de 20
vezes o tamanho da amostra (Figura 2);
• Identificação do material: A identificação do material pode ser fixada na parte
exterior do frasco (Figura 2) e deve conter a resenha do animal e a
especificação do material, ou seja, quais tecidos foram colhidos.
• Frasco: O frasco que acondicionará o material colhido deve ter o tamanho que
suporte a proporção fixador/amostra sugerida (20x1). Contudo, deve sempre
apresentar boca larga, para que se possa retirar o material adequadamente, e
tampa de boa vedação, para evitar vazamentos e evaporação.
• Amostras de animais diferentes ou múltiplas amostras de um mesmo tecido:
Amostras colhidas de diferentes animais devem ser encaminhadas em frascos
separados. Ainda, quando houver necessidade de identificação de órgãos ou
fragmentos múltiplos, estes devem estar em frascos separados e devidamente
identificados. Ex: Colheu vários fragmentos de pele de um mesmo animal, mas
de diferentes locais e deseja a análise identificada de cada fragmento. Colher,
acondicionar em frascos separados, identificar todos e indicar o local anatômico
da colheita no respectivo frasco.
• Tempo de fixação: a depender do tamanho da amostra, o tempo de fixação
varia de 6 a 48 horas. Amostras de biopsia apresentam fixação completa em
seis horas. Amostras maiores, de até 4cm3
, estarão completamente fixadas em
48 horas.
• Trocas de formol: caso a amostra contenha grande quantidade de sangue,
como por vezes ocorre com baço e fígado, realizar a troca do formol após 24
horas de fixação. Se houver necessidade, realizar nova troca após 48 horas.
• Órgãos encapsulados: devem ser seccionados para que ocorra a penetração do
fixador. Ex: testículos, próstata, rins, etc.
15
• Viabilidade tecidual: lembrar que os tecidos apresentam diferentes tempos de
viabilidade, ou seja, alguns entram em autólise imediatamente após o óbito e
outros apresentam viabilidade maior. Assim, se deseja colher, com sucesso,
órgãos como a adrenal, executar a colheita logo após a morte do animal, pois
trata-se de um tecido extremamente susceptível ao processo de autólise.
Órgãos com grande capacidade de reserva sanguínea (fígado e baço) também
autolisam com facilidade.
• Álcool 70º: após 48 horas no formol tamponado a 10%, o material pode ser
transferido e mantido em álcool 70º, pois, após este período, o mesmo estará
devidamente fixado, podendo ser mantido no álcool 70º, especialmente se
houver a intenção de submetê-lo a exame imunoistoquímico.
FIXAÇÃO DE MUCOSAS:
• Mucosas (esôfago, estômago, intestinos e bexiga) devem ser fixadas distendidas
sobre base reta e colocadas em contato com o fixador, para evitar dobramentos
após a fixação em formol tamponado a 10% (Figura 4).
Figura 4: Fixação de mucosas. Distensão em base reta e contato com o fixador.
FIXAÇÃO DE TECIDO ÓSSEO:
• A fixação do tecido ósseo deve ser semelhante aos tecidos compactos. Colher
segmento no tamanho proposto e fixar em formol tamponado a 10%.

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Original roteiro necropsia_colheita

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS – UFG ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA SETOR DE PATOLOGIA ANIMAL Roteiro de necropsia e colheita de material para laboratório Prof.ª Dr.ª Veridiana Maria Brianezi Dignani de Moura GOIÂNIA - GO
  • 2. 2 ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS - UFG Departamento de Medicina Veterinária – Setor de Patologia Animal Roteiro para realização da técnica de necropsia em pequenos animais Paramentação Luvas de látex; Macacão, jaleco ou avental; Sapato fechado (botas de borracha); Retirar anéis, relógio ou outros acessórios; Máscara, óculos e touca (opcionais). Material • faca Magarefe; • faca de órgãos; • costótomo (alicate de jardinagem); • tesoura reta romba-romba; • tesoura curva romba-fina; • enterótomo; • pinça dente de rato • pinça anatômica; • serra; • tábua de carne; • frasco com água; • esponja; • frasco com formol a 10%; • régua; • barbante para fixar o cadáver à mesa. Observações: • Somente realizar o exame necroscópico após a autorização do proprietário ou responsável e mediante a apresentação da ficha clínica ou prontuário do animal. • A técnica abaixo descrita pode ser utilizada para a abertura de cadáveres de grandes animais, podendo variar apenas na abertura (posicionamento), que pode ser lateral, com o animal em decúbito lateral direito.
  • 3. 2 TÉCNICA DE NECROPSIA A) Exame externo O exame externo consiste em observar e detectar alterações quanto ao estado geral do animal, incluindo estado nutricional, presença de ectoparasitas, escaras e escoriações, cicatrizes, presença de neoplasia, alterações cadavéricas, exame da cavidade oral e situação das mucosas (oral, ocular, vaginal, peniana e anal), portanto, qualquer alteração externa observada no cadáver. A1) Identificação: espécie, sexo, idade, raça, peso, marcas características*, estado nutricional, rigidez e alterações cadavéricas; A2) Pelame: cor, aspecto; A3) Pele: coloração, elasticidade, corpo estranho, umidade, lesões, parasitas; A4) Cavidades naturais: olhos, narinas, boca, ouvidos, ânus e genitais. B) Posicionamento O animal deve ser, quando possível, fixado à mesa com barbantes posicionados acima das articulações do carpo e tarso, com o cadáver em decúbito dorsal (vista ventral – Figura 1). Figura 1 – Posicionamento e fixação do cadáver.
  • 4. 3 C) Exame interno Abertura do cadáver (Instrumentos: faca magarefe e costótomo) • Molhar o cadáver com o auxílio da esponja e realizar incisão mentopubiana superficial (Figura 2). No caso de fêmeas contornar a vulva e, nos machos, contornar e rebater o pênis junto à porção caudal do animal; Figura 2 – Incisão mento-pubiana superficial. • Realizar pequena incisão abdominal junto a cartilagem xifóide, introduzir os dedos médio e indicador no abdômen e seguir a incisão muscular pela linha alba até o púbis (Figura 3). A faca deve deslizar entre os dedos que estão sustentando a musculatura e guiando a incisão; Figura 3 - Abertura abdominal. Machos: rebater o pênis (seta).
  • 5. 4 • Desarticular os membros posteriores na articulação coxofemoral e rebater os membros anteriores lateralmente de maneira que ocorra a exposição completa da pelve e tórax. Seguir dissecando a pele e subcutâneo das regiões submandibular e cervical; Figura 4 – Desarticulação dos membros anteriores e posteriores. • Com o costótomo, realizar a desarticulação costocondral em todos os pontos de fixação das costelas (Figura 4). Com o mesmo instrumento, cortar os ramos cranial e caudal do púbis - forame obturador (Figura 5). Retirar o púbis e o esterno com a faca, cortando a porção semicircular ventral do diafragma. Neste momento, é possível visualizar os órgãos “in situ” nas cavidades torácica, abdominal e pélvica; Figura 4 – Desarticulação costocondral bilateral e retirada do esterno. Figura 5 – Desarticulação e retirada do púbis.
  • 6. 5 • Com a faca magarefe realizar duas incisões junto aos ramos laterais da mandíbula, seccionando a musculatura local. Com o dedo indicador inverter, retirar a língua e seguir com uma incisão em “V” invertido junto a inserção dos palatos (Figura 6). Desarticular o hióide em qualquer um de seus ramos, isolando-o lateralmente; Figura 6 – Incisão em “V” invertido. • Em seqüência, soltar a traquéia e o esôfago entre as fáscias musculares cervicais até a entrada da cavidade torácica. Puxar o monobloco para que este descole em toda a extensão torácica até o diafragma; • Seccionar o diafragma na porção semicircular dorsal, realizar pequena incisão no rim direito e continuar seccionando o conjunto abdominal paralelamente à coluna vertebral até a cavidade pélvica; • Contornar a cavidade pélvica juntamente com a genitália externa e ânus de forma que o monobloco seja liberado inteiramente do cadáver; • Realizar exame dos músculos, ossos, articulações e cabeça, desarticulando-a junto a articulação atlanto-occipital e, em seguida, descartar o cadáver. Manter a mesa e os instrumentos sempre limpos, colocar o monobloco em posição ventro- dorsal (animal em posição de estação) e iniciar a separação dos conjuntos. Separação do Monobloco em Conjuntos (Instrumentos: faca de órgãos, tesouras e pinças) 1) Aorta (pequena abertura na porção cranial da aorta, seguindo até a ramificação das renais. Retirar a aorta após a abertura); 2) Língua, orofaringe, terço proximal de traquéia e esôfago (seccionar a traquéia e o esôfago logo abaixo da tireóide); 3) Separar o esôfago, passando-o para a cavidade abdominal através do hilo diafragmático; 4) Traquéia, pulmão e coração (remover o conjunto torácico cortando a veia cava e os ligamentos que unem pulmão/diafragma);
  • 7. 6 5) Virar o monobloco na posição dorso-ventral; 6) Baço e omento (retirar baço e omento junto a curvatura maior do estômago, contornando o pâncreas); 7) Intestinos (realizar dupla ligadura com barbante no duodeno após o pâncreas e no reto. Seccionar o pedículo mesentérico liberando o conjunto intestinos); 8) Geniturinário (localizar as adrenais e seccionar os tecidos acima delas, separando o conjunto geniturinário do fígado, estômago, pâncreas e diafragma, que devem permanecer juntos, formando um único conjunto a ser separado após a manobra de Virchow). Exame dos órgãos 1) Cabeça: (Instrumentos: faca magarefe, serra, tesoura curva e faca de órgãos). Realizar incisão sagital da pele desde a região supra-orbitária até o occipital. Seccionar e retirar toda a musculatura craniana, expondo a superfície óssea da calota craniana. Posicionar a serra transversalmente, dois dedos acima das órbitas oculares, e serrar em sentido látero-lateral (linha pontilhada A). Realizar mais duas linhas de corte laterais (linhas pontilhadas B e C), sempre seguindo a face interna dos occipitais, fazendo com que as mesmas encontrem o corte transversal. Retirar a calota craniana e as meninges. Com a tesoura curva, cortar os nervos cranianos na base do encéfalo e retirar o cérebro inteiro da caixa craniana (Figura 7). Figura 7 - Cortes transversal e laterais para retirada da calota craniana e cérebro. A B C
  • 8. 7 2) Língua: (Instrumentos: faca de órgãos, pinças e tesoura reta). Iniciar o exame com a incisão longitudinal da língua em toda a sua extensão. Cortar e examinar a região de orofaringe (palato e amígdalas). Seccionar e examinar terço proximal de esôfago e traquéia. 3) Tórax: (Instrumentos: faca de órgãos, pinças e tesoura reta). Traquéia: abrir toda a extensão na porção membranosa com o auxílio da tesoura. Seguir a abertura até os principais ramos bronquiais de cada lobo pulmonar. Pulmão: realizar cortes transversais em toda a extensão dos lobos pulmonares e examinar a superfície de corte. Coração: abertura do saco pericárdio e exposição do coração. Iniciar a abertura com uma incisão que segue da base ao ápice do coração e examinar câmaras, músculos e válvulas cardíacas (Figura 8). Para uma avaliação cardíaca detalha o adequado é abrir o coração seguindo o caminho do fluxo sanguíneo, iniciando pela abertura do átrio direito e seguindo com a abertura do ventrículo direito margeando a coronária direitas junto ao septo ventricular até a abertura da artéria pulmonar. Na sequência, realizar incisão no átrio esquerdo e seguir com a abertura do ventrículo esquerdo também margeando a coronária esquerda junto ao septo ventricular até a abertura da aorta. Figura 8 - Abertura e exame do coração.
  • 9. 8 4) Abdômen: (Instrumentos: faca de órgãos, pinças e tesouras). Baço: Separar o baço do omento e realizar incisão esplênica longitudinal completa, examinando a superfície de corte. Manobra de Virchow: Deve ser realizada antes da separação do estômago e fígado. Abrir a porção proximal do duodeno na região anti- mesentérica até o piloro, pressionar levemente a vesícula biliar até o extravasamento de bile pelo esfíncter de Oddi. Separar fígado e diafragma do estômago e pâncreas. Fígado: cortes transversais em toda a extensão hepática e exame da superfície de corte. Abrir a vesícula biliar com o auxílio de pinça e tesoura - examinar conteúdo e mucosa (Figura 9). Estômago: seguir a abertura do piloro até a cárdia pela curvatura maior do estômago, com o auxílio da tesoura e examinar o conteúdo e a mucosa estomacal (Figura 10). Esôfago: abrir em todo o seu comprimento como uma extensão da abertura estomacal. Pâncreas: Realizar cortes transversais e examinar a superfície de corte. Intestinos: devem ser posicionados em forma de “zig-zag” em três curvas de intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo) e, em seguida, o intestino grosso. Abrir os intestinos junto a porção mesentérica em toda a sua extensão com o auxílio do enterótomo. Examinar o conteúdo e as mucosas intestinais. Figura 9 - Exame do fígado.
  • 10. 9 Figura 10 - Abertura do estômago e exame interno. 5) Genito-urinário: (Instrumentos: faca de órgãos, pinças e tesouras). Rins: fixando o órgão com a esponja, realizar um corte sagital em ambos os rins, retirando suas respectivas cápsulas com o auxílio da pinça (Figura 11). Examinar a superfície de corte. Adrenais: corte longitudinal e exame da superfície de corte. Bexiga: Suspender e apoiar a bexiga com o auxílio da pinça, realizar abertura junto à cicatriz do úraco e seguir a abertura da uretra, vulva ou pênis. Fêmeas: Realizar abertura e exame da vagina, cérvix, cornos uterinos e ovários (Figura 12A). Machos: Examinar testículos (corte sagital) (Figura 12B), epidídimo e próstata (cortes transversais). Figura 11 - Abertura e exame dos rins.
  • 11. 10 A) B) Figura 12A/B - Abertura e exame do útero e testículos. Fonte Imagens: Popesko, P. Atlas de anatomia topográfica dos animais domésticos. Ed. Manole. v. I,II e III, 1990. VMBDM
  • 12. 11 COLHEITA DE MATERIAL EXAME HISTOPATOLÓGICO A colheita de material para exame histopatológico deve ser realizada logo após a morte do animal, pois quanto maior o tempo de morte, maior a possibilidade de autólise dos tecidos. Em média, até 12 horas após a morte é possível realizar a colheita, exceto em casos onde a enfermidade principal acelera o processo autolíco, como ocorre nas clostridioses. Assim, se a suspeita envolve doenças que aceleram o fenômeno de autólise, a colheita deve ser realizada, no máximo, até seis horas após a morte do animal. Quando a colheita envolve amostras a serem retiradas “in vivo”, estas devem ser obtidas por meio de biopsia e imediatamente fixadas em formol tamponado a 10%. Após a colheita e fixação, o material pode ser imediatamente remetido ao laboratório ou aguardar a ocasião oportuna, pois materiais fixados em formol são preservados “ad eternum”. Fixador de eleição para colheita de material para exame histopatológico: • formol tamponado a 10% Preparo do formol tamponado: • Formol fórmula comercial (37,5 a 40%) 100 ml • Água destilada 900 ml • Fosfato de sódio monobásico 4 gramas • Fosfato de sódio dibásico 6,5 gramas • Acertar pH em 7,0 Obs: O fixador pode ser preparado sem a formulação tamponada e sem correção de pH, mas o ideal é que siga a formulação descrita acima. Na impossibilidade de utilizar água destilada, opte pela água filtrada. Caso não haja possibilidade de realizar a formulação acima, utilize a que segue abaixo.
  • 13. 12 Preparo do formol não tamponado: • Formol fórmula comercial (37,5 a 40%) 100 ml • Água filtrada 900 ml IMPORTANTE: Nunca enviar material para exame histopatológico sob refrigeração ou congelado. O material fixado em formol deve ser encaminhado em temperatura ambiente, nunca sob refrigeração. Obs: Outros fixadores poderão ser utilizados em situações especiais, como na colheita de tecido glandular (próstata, testículos, adrenal, pâncreas, etc). Neste caso, o Bouin é uma boa opção. DICAS PARA A ESCOLHA DE UMA BOA AMOSTRA: • Lesões focais: escolher área lesão x não lesão (Figura 1); Figura 1: Colheita de lesão focal. Pulmão. Escolher área de lesão (à direita e acima dentro da área pontilhada) x não lesão (à esquerda e abaixo dentro da área pontilhada). • Lesão difusa: escolher uma área que represente o todo; • Tamanho: fragmentos de até 4cm3 (Figura 2);
  • 14. 13 Figura 2: Colheita de material. Fixação. Proporção fixador x amostra (20x1). Identificação. • Evitar áreas de necrose (Figura 3) e procurar manter referencial do órgão; Figura 3: Colheita de material. Evitar áreas de necrose (x). Escolher áreas intermediárias de lesão e tecido normal (área pontilhada), gerando referencial do órgão. • Representatividade: amostras muito pequenas podem não ser adequadas. Da mesma forma, amostras grandes podem não fixar adequadamente e sofrer autólise. Ideal: seguir medidas propostas. Identificação do material
  • 15. 14 IMPORTANTE • Proporção amostra x fixador: sempre utilizar o fixador em quantidade de 20 vezes o tamanho da amostra (Figura 2); • Identificação do material: A identificação do material pode ser fixada na parte exterior do frasco (Figura 2) e deve conter a resenha do animal e a especificação do material, ou seja, quais tecidos foram colhidos. • Frasco: O frasco que acondicionará o material colhido deve ter o tamanho que suporte a proporção fixador/amostra sugerida (20x1). Contudo, deve sempre apresentar boca larga, para que se possa retirar o material adequadamente, e tampa de boa vedação, para evitar vazamentos e evaporação. • Amostras de animais diferentes ou múltiplas amostras de um mesmo tecido: Amostras colhidas de diferentes animais devem ser encaminhadas em frascos separados. Ainda, quando houver necessidade de identificação de órgãos ou fragmentos múltiplos, estes devem estar em frascos separados e devidamente identificados. Ex: Colheu vários fragmentos de pele de um mesmo animal, mas de diferentes locais e deseja a análise identificada de cada fragmento. Colher, acondicionar em frascos separados, identificar todos e indicar o local anatômico da colheita no respectivo frasco. • Tempo de fixação: a depender do tamanho da amostra, o tempo de fixação varia de 6 a 48 horas. Amostras de biopsia apresentam fixação completa em seis horas. Amostras maiores, de até 4cm3 , estarão completamente fixadas em 48 horas. • Trocas de formol: caso a amostra contenha grande quantidade de sangue, como por vezes ocorre com baço e fígado, realizar a troca do formol após 24 horas de fixação. Se houver necessidade, realizar nova troca após 48 horas. • Órgãos encapsulados: devem ser seccionados para que ocorra a penetração do fixador. Ex: testículos, próstata, rins, etc.
  • 16. 15 • Viabilidade tecidual: lembrar que os tecidos apresentam diferentes tempos de viabilidade, ou seja, alguns entram em autólise imediatamente após o óbito e outros apresentam viabilidade maior. Assim, se deseja colher, com sucesso, órgãos como a adrenal, executar a colheita logo após a morte do animal, pois trata-se de um tecido extremamente susceptível ao processo de autólise. Órgãos com grande capacidade de reserva sanguínea (fígado e baço) também autolisam com facilidade. • Álcool 70º: após 48 horas no formol tamponado a 10%, o material pode ser transferido e mantido em álcool 70º, pois, após este período, o mesmo estará devidamente fixado, podendo ser mantido no álcool 70º, especialmente se houver a intenção de submetê-lo a exame imunoistoquímico. FIXAÇÃO DE MUCOSAS: • Mucosas (esôfago, estômago, intestinos e bexiga) devem ser fixadas distendidas sobre base reta e colocadas em contato com o fixador, para evitar dobramentos após a fixação em formol tamponado a 10% (Figura 4). Figura 4: Fixação de mucosas. Distensão em base reta e contato com o fixador. FIXAÇÃO DE TECIDO ÓSSEO: • A fixação do tecido ósseo deve ser semelhante aos tecidos compactos. Colher segmento no tamanho proposto e fixar em formol tamponado a 10%.