3. Introdução
É apresentado, neste livro, uma análise dos vários
tipos de sofrimento, físicos e morais. Joanna de
Ângelis faz uma análise dos aspectos do sofrimento,
conforme a visão budista e a cristã, propondo a
solução espírita, convidando-nos ao
autodescobrimento, à vivência evangélica, ao
comportamento lúcido advindo do estudo e da
ação iluminativa na trilha da caridade fraternal.
4. Sofrimento.
“Senhor, ajuda-me a transitar da
treva para a luz, da mentira para a
verdade e da morte para a
imortalidade.” (Upanishads).
5. Na variada gênese do sofrimento, todo
esforço para mitigá-lo, sem a remoção das
causas, não logrará senão paliativos,
adiamentos. Mesmo quando alguma
injunção premie o enfermo com uma súbita
liberação, se a terapia não alcançou as
razões que o desencadeiam, ele transitará
de uma outra problemática sem conseguir a
saúde real .
6. Fugir, escamotear, anestesiar o
sofrimento são métodos ineficazes,
mecanismos de alienação que
postergam a realidade, somando-se
sempre com a sobrecarga das
complicações decorrentes do tempo
perdido.
7. Pelo contrário, uma atitude corajosa de
examiná-lo e enfrentá-lo representa
Valioso recurso de lucidez com efeito
terapêutico propiciador de paz.
A resignação dinâmica
8. A resignação dinâmica, isto é,
a aceitação do problema com
uma atitude corajosa de o
enfrentar e remover-lhe a
causa, representa avançado
passo para a solução.
10. “ Os Fenômenos da vida pode ser
comparados a um sonho, a um
fantasma, a uma bolha, a uma
sombra, a uma orvalhada cintilante
ou a um raio luminoso, e como tal
deveriam ser contemplados.”
( Buda – O Sutra Imutável).
14. A verdade do sofrimento.
A verdade da origem do sofrimento
A verdade da cessação do
sofrimento
A verdade do caminho que leva a
cessação do sofrimento.
19. A dor macera os sentimentos,
desencoraja as estruturas psicológicas
frágeis, infelicita, leva a conclusões
falsas e estimula os estados de
exaltação emocional ou depressão,
conforme a estrutura íntima de cada
vítima.
21. A conduta moral e mental dos homens,
quando cultiva as emoções da irritabilidade,
do ódio, do ciúme, do rancor, das
dissipações, impregna o organismo, o
sistema nervoso, com vibrações deletérias
que bloqueiam áreas por onde se espraia a
energia saudável(...)
22. (...)abrindo campo para a instalação das
enfermidades, graças à proliferação dos
agentes viróticos degenerativos que ali se
instalam.
23. As tensões físicas, mentais e emocionais
são, igualmente, responsáveis pelas
doenças – sofrimento que gera sofrimento.
26. As causas profundas das doenças,
portanto, estão no indivíduo
mesmo, que se deve auto
examinar, autoconhecer-se a fim
de liberar-se desse tipo de
sofrimento.
28. De imediato o prazer gera
sofrimento.
O cotidiano demonstra que a busca
insaciável do prazer constitui um
tormento que aflige sem
compensação.
29. Quando se tem a oportunidade de
fluí-lo, constata-se que o preço
pago foi muito alto e a sensação
conseguida não recebeu
retribuição correspondente.
30. Há aquisições que proporcionam
prazer em um momento para logo
se transformarem em dores
acerbas. E o responsável por esse
resultado é a ilusão.
31. A maioria dos sofrimentos decore
da forma incorreta por que a vida é
encarada. Na sua transitoriedade,
os valores transcendem ao aspecto
e à motivação que geram prazer.
32. Esse é o sofrimento da
impermanência das coisas
terrenas. Esfumam-se como palha
ao fogo, atiçado pelo vento, logo se
transformando em cinza flutuante
no ar.
33. Somos contrariados todo o
tempo, pelo que queremos e
pelo que conseguimos.
A maioria das coisas que
planejamos, não saem como
o planejado.
35. O sofrimento resultante dos
condicionamentos abarca a
educação incorreta, a convivência
social pouco saudável, que
propiciam agregados físicos e
mentais contaminados.
37. Ao mesmo tempo, a
contaminação psíquica e física,
derivada dos condicionamentos
doentios dos grupos sociais e dos
indivíduos, promove o sofrimento
que poderiam ser evitados.
39. Os sofrimentos produzidos por causas
anteriores são sempre, como os
decorrentes de causas atuais, uma
consequência natural da própria falta
cometida. Quer dizer que, em virtude de
uma rigorosa justiça distributiva, o homem
sofre aquilo que fez os outros sofrerem.
Allan Kardec – ESE – Cap. 5 item - 7
40. O budismo ainda apresenta duas condições
para a origem do sofrimento:
Interna e externa
Resultando daí outras duas ordens:
Cármicas e as emoções
perturbadoras
48. Enquanto as provações constituem forma
de sofrimento reparador que promove, as
expiações apenas restauram o equilíbrio
Perdido, reconduzindo o delituoso á
situação em que se encontrava antes da
queda brutal.
49. Causas atuais dos sofrimentos
...quando o homem o busca mediante a
irresponsabilidade, á precipitação e a prevalência
do orgulho.
50. Na raiz de qualquer tipo de sofrimento
sempre será encontrado como seu autor o
próprio espírito, que se conduziu
erroneamente, trocando o mecanismo do
amor pelo da dor, no processo da sua
evolução.
51. A dor tem o papel de
reconduzi-lo ao amor,
de onde se afastou.
53. “ O homem tem que lutar com o
problema do sofrimento e não
com o sintoma. O sofrimento
precisa ser superado e o único
meio de superá-lo é suportando-
o. Aprendemos isso com Ele(o
Cristo)”. Jung (cartas,vol 1).
54. Saber quais são os sofrimentos.
Conhecer as origens.
Compreender o por que e para
que do sofrimento.
Interiorizar esse conhecimento.
Resignação ativa.
56. Qual é a finalidade da
encarnação dos Espíritos?
Em . LE. 132.
57. Deus a impõe com o fim de levá-los à perfeição:
para uns, é uma expiação; para outros, uma
missão. Mas, para chegar a essa perfeição, eles
devem sofrer todas as vicissitudes da existência
corpórea; nisto é que está a expiação. A encarnação
tem ainda outra finalidade, que é a de pôr o
Espírito em condições de enfrentar a sua parte na
obra da Criação.
61. “Mestre, qual o mandamento maior da
lei?” - Jesus respondeu:
“Amarás o Senhor teu Deus de todo
o teu coração, de toda tua alma e
de todo o teu espírito; este o maior
e o primeiro mandamento”.
62. E aqui tendes o segundo, semelhante a
esse:
Amarás o teu próximo, como a
ti mesmo.
Toda a lei e os profetas se acham contidos
nesses dois mandamentos.”
(S. MATEUS, cap. XXII, vv. 34 a 40.)
64. Altruísmo.
O altruísmo é a lição viva da caridade,
expressão superior do sentimento de amor
enobrecido, abre as portas à ação, sem a
qual não teria sentido sua existência.
65. Fazei aos homens tudo o que
queirais que eles vos façam,
pois é nisto que consistem a lei
e os profetas. (Idem, cap. VII, v. 12.)
66. Quem medita retamente,
crê, quer, fala, opera, vive,
esforça-se e pensa com
retidão, adquire os valores
indispensáveis à salvação.
67. Nesse estágio, a pessoa doa-se e já
não mais vive, sendo o “Cristo
quem vive” nela, conforme
afirmou o apostolo Paulo:...”(...);
logo, já não sou eu que vive, mas o
Cristo que vive em mim.” (Gálatas 2:20)
69. Uma linda manhã e uma
Feliz Semana!
Uma linda manhã e uma
Feliz Semana!
Editor's Notes
Em uma de suas conferências apresentada no livro O Mundo do Budismo Tibetano2 Tenzin Gyatso, o Décimo Quarto Dalai Lama,
expôs que: ”..., acho a lição sobre as Quatro Nobres Verdades muito profunda. Esse ensinamento
estabelece o traçado de todo o corpo do pensamento e da prática budistas, fundamentando, assim, a
estrutura básica de um caminho individual rumo à iluminação.”
A doutrina das Quatro Nobres Verdades estabelece o princípio da causalidade, uma vez que a
felicidade e sofrimento não surgem do nada, são conseqüências de causas e condições. Com isso o
pensamento e prática budistas podem ser sintetizados em dois princípios: 1) adotar uma visão de
mundo que perceba a natureza interdependente dos fenômenos; e 2) baseando-se nisso, adotar um
estilo de vida não violento e não prejudicial2.