O documento discute a importância de se ter um coração puro, livre de divisões internas e apegos materiais. Jesus criticou os fariseus por se apegarem a tradições que obscureciam os verdadeiros mandamentos de Deus. Ter um coração puro significa enxergar a realidade sem filtros do ego e do passado, conduzindo o homem à união com o divino.
3. 8 – Então chegaram a ele
uns escribas e fariseus de
Jerusalém, dizendo: Por que
violam os teus discípulos a
tradição dos antigos? Pois
não lavam as mãos quando
comem o pão.
4. E ele, respondendo, lhes
disse:
E vós também, por que
transgredis o mandamento
de Deus, pela vossa
tradição?
5. Porque Deus disse:
Honra a teu pai e a tua mãe,
e o que amaldiçoar a seu pai
ou a sua mãe, morra de
morte.
6. Vós outros, porém, dizeis:
Qualquer que disser a seu pai
ou a sua mãe: Toda a oferta
que faço a Deus te
aproveitará a ti, está
cumprindo a lei.
7. Pois é certo que o tal não
honrará a seu pai ou a sua
mãe.
Assim é que vós tendes feito
vão os mandamentos de
Deus, pela vossa tradição.
8. Hipócritas, bem profetizou de
vós outros Isaías, quando diz:
Este povo honra-me com os
lábios, mas o seu coração
está longe de mim.
9. Em vão, pois, me honram,
ensinando doutrinas e
mandamentos que vêm dos
homens. E chamando a si as
turbas, lhes disse: Ouvi e
entendei...
10. Não é o que entra pela boca
o que faz imundo o homem...
11. ...mas o que sai da boca, isso
é o que faz imundo o
homem.
12. Então, chegando-se a ele os
discípulos, lhe disseram:
Sabes que os fariseus, depois
que ouviram o que disseste,
ficaram escandalizados?
13. Mas ele, respondendo, lhes
disse: Toda a planta que meu
Pai não plantou será
arrancada pela raiz.
14. Significa que a lei de Deus é uma só
e cujos mandamentos Jesus,
sabiamente, enumerou em Seu
Evangelho para servir de roteiro
único a todos nós. As distorções,
acréscimos e desvios àquela lei,
frutos da ignorância e imprevidência
dos homens, são as plantas que o
tempo e o progresso se incumbirão
de arrancar.
15. Com o passar dos tempos os
homens foram desvirtuando o
Evangelho da sua verdadeira
essência, adaptando-o aos seus
caprichos mesquinhos. Contidos
tais caprichos, voltará ele à sua
feição normal.
16. Deixai-os; cegos são, e
condutores de cegos. E se um
cego guia a outro cego,
ambos vêm a cair no
barranco.
18. E respondendo Pedro, lhe disse:
Explica-nos essa parábola.
E respondeu Jesus: Também vós
outros estais ainda sem
inteligência?
19. Não compreendeis que tudo o
que entra pela boca desce ao
ventre, e se lança depois num
lugar escuso?
Mas as coisas que saem da boca
vêm do coração, e estas são as
que fazem o homem imundo;
20. porque do coração é que saem os
maus pensamentos,
os homicídios,
os adultérios,
as fornicações,
os furtos, o
s falsos testemunhos,
as blasfêmias.
21. Estas coisas são as que
fazem imundo o homem.
O comer, porém, com as
mãos por lavar, isso não
faz imundo o homem.
(Mateus, XV: 1-20).
23. Coração?
No significado original da cultura semita
(hebreus, assírios, arameus, fenícios e árabes)
24. Servia para designar o
conjunto de nossas
faculdades interiores, a
razão e a consciência,
como também as
tendências afetivas e a
vontade.
25. Pureza?
No significado original da cultura semita
(hebreus, assírios, arameus, fenícios e árabes)
26. Não tinha o significado de "imaculado"
como hoje, mas correspondia à idéia
de "sem mistura", sem divisão, sem
alteração:
Ouro puro: sem qualquer liga.
Ar puro: sem a atmosfera poluída das
cidades.
Vinho puro: sem mistura com outro
líquido.
27. Coração puro:
consciência sem divisão,
vontade de não dividir o
nosso coração entre
movimentos diferentes
entre si.
28. Portanto, no estado puro, o
Coração e o Cérebro são
sinônimos, porque Amor,
Sabedoria e Poder estão contidos
no Amor Divino.
SAINT GERMAIN
29. “A única felicidade, a única
harmonia possível neste mundo
não é realizável senão ...na união
pelo pensamento e pelo
coração...”
Leon Denis
Da obra “Cristianismo e Espiritismo”
30. A purificação é uma limpeza, uma
retirada de impurezas daquilo que
impede a verdadeira manifestação
do Espírito.
Adenauer de Novaes
Da obra “Psicologia do Evangelho”
31. Num sentido psicológico, poderemos pensar
que a pureza é a necessária retirada dos
conflitos internos, dos complexos oriundos
da atual e das encarnações passadas.
Tornar puro o coração é retirar o fardo das
culpas que impedem uma saída para a
percepção do amor como força
nutridora da Vida.
Adenauer de Novaes
Da obra “Psicologia do Evangelho”
32. Se nós criamos e convivemos
internamente com essas estruturas
psíquicas, podemos reforçá-las ou
eliminá-las, simplesmente mudando
nosso jeito de pensar e agir.
Hammed - Da obra “A imensidão dos Sentidos”
Psicografia de “Francisco Neto”
33. A mente é dínamo gerador de
energia de difícil catalogação, que
se expressa automaticamente,
conforme o conteúdo emocional
de que se reveste.
Joanna de Ângelis
Da obra “Dias Glorioso”
Psicografia de Divaldo Franco
34. A mente é o espelho
da vida em toda a
parte.
Emmanuel
Da obra No Pensamento e Vida
Psicografia de Francisco Xavier
35. "Indispensável cuidar do
coração, como fonte emissora
do verbo, para que não
percamos a harmonia
necessária à própria felicidade."
Emmanuel
Da obra Vinha de Luz - mens. 97)- Psicografia de Francisco Xavier
36. 9 – E quando Jesus estava falando,
pediu-lhe um fariseu que fosse
jantar com ele, e havendo
entrado, sentou-se à mesa. E o
fariseu começou a discorrer lá
consigo mesmo sobre o motivo
por que não se tinha lavado antes
de comer. E o Senhor lhe disse:
37. Agora vós outros, os fariseus,
limpais o que está por fora do
copo e do prato, mas o vosso
interior está cheio de rapina e de
maldade. Néscios, quem fez tudo
o que está de fora não fez também
o que está de dentro? (Lucas, XI: 37-40).
38. 10 – Os Judeus haviam
negligenciado os verdadeiros
mandamentos de Deus, apegando-se
à prática de regras estabelecidas
pelos homens, e das quais os
rígidos observadores faziam casos
de consciência. O fundo, muito
simples, acabara por desaparecer
sob a complicação da forma.
39. Como era mais fácil observar a prática
dos atos exteriores, do que se
reformar moralmente, de lavar as
mãos do que limpar o coração, os
homens se iludiam a si mesmos,
acreditando-se quites com a justiça
de Deus, porque se habituavam a
essas práticas e continuavam como
eram,
40. sem se modificarem, pois lhes
ensinavam que Deus não exigia
nada mais.
Eis porque o profeta dizia: “É em
vão que esse povo me honra com
os lábios, ensinando máximas e
mandamentos dos homens”.
41. Assim também aconteceu com a
doutrina moral do Cristo, que
acabou por ser deixada em
segundo plano, o que faz que
muitos cristãos, à semelhança dos
antigos judeus, creiam que a sua
salvação está mais assegurada
pelas práticas exteriores do que
pelas da moral.
42. É a esses acréscimos que os
homens fizeram à lei de
Deus, que Jesus se refere,
quando diz: “Toda a planta
que meu Pai não plantou,
será arrancada pela raiz”.
43. • A finalidade da religião é conduzir
o homem a Deus. Mas o homem
não chega a Deus enquanto não se
fizer perfeito. Toda religião,
portanto, que não melhorar o
homem, não atinge a sua
finalidade. Aquela em que ele
pensa poder apoiar-se para fazer o
mal, é falsa ou foi falseada no seu
início.
44. Esse é o resultado a que chegam
todas aquelas em que a forma
supera o fundo. A crença na
eficácia dos símbolos exteriores é
nula, quando não impede os
assassínios, os adultérios, as
espoliações, as calúnias e a prática
do mal ao próximo, seja qual for.
Ela faz supersticiosos, hipócritas e
fanáticos, mas não faz homens de
bem.
45. Não é suficiente ter
as aparências da
pureza, é necessário
antes de tudo ter a
pureza de coração.
46. Em marcha os corações puros!
Jean-Yves Leloup
Da obra “Livro das Bem-Aventuranças e do Pai-Nosso”
47. É de grande importância ter o
coração puro porque esta é a
condição de ver a realidade, de ver
as coisas tais como elas são. O
coração puro é o coração lavado de
todas as projeções, de todas as
atrações e das repulsões. Quando
perguntei ao Dalai Lama o que era o
Nirvana, ele me disse:
48. “O Nirvana é ver as coisas tais
como elas são”. Compreendi
então que eu nunca via as coisas
como elas eram e que nunca me
vi como realmente sou. Vemo-nos
sempre através do filtro de nossas
memórias felizes ou infelizes,
49. através do filtro de nosso
passado. E, às vezes, vemo-nos
como se fosse a primeira vez, com
um coração puro, sem projeções.
Então vemos a Realidade, vemos
a Grande Realidade em todas as
pequenas realidades.