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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 2 
26 Dicas de Saúde 
da Medicina Oriental 
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Esta obra não pode ser alterada, traduzida ou transcrita para nenhuma finalidade sem o 
consentimento por escrito do autor. Ela encontra-se protegida pela Lei Federal n º 9.610/ 
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O conteúdo deste livro expressa os estudos do autor, sua opinião e conclusões 
pessoais. Não se trata de manual de tratamento ou de um sistema que prescinda das 
técnicas terapêuticas adequadas. Em caso de problemas de saúde, consulte um 
profissional competente. Não nos responsabilizamos por problemas oriundos de 
interpretações errôneas ou radicais do conteúdo deste livro. 
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que simplesmente viver muito: é viver 
bem, com saúde e disposição. É 
aproveitar a vida aprendendo, auxiliando 
outras pessoas e deixando as sementes 
da sabedoria para as novas gerações.
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Sumário 
INTRODUÇÃO.......................................................................... 05 
1- Uma Pessoa, Um Universo............................................... 07 
2- Diferenças Entre Medicina Ocidental e Oriental............ I10 
3- Filosofia Oriental e Saúde................................................. 14 
4- Sua Saúde é Você Quem Faz.......................................... 18 
5- Separe “Boa Forma” de “Saúde”..................................... 22 
6- Dietas Alimentares e Você................................................ 26 
7- Como Comer?.................................................................... 33 
8- Derrubando os Mitos dos Alimentos................................ 41 
9- O Estresse Nosso de Cada Dia....................................... I49 
10- Cuidando dos Pés............................................................. I56 
11- Vida Longa ao Chá!.......................................................... 61 
12- Orelhas, Reflexos do Corpo............................................. 65 
13- Emoções e Saúde............................................................ I68 
14- Respire e Controle-se....................................................... 74 
15- Cuidados na Interação com o Ambiente......................... I77 
16- Relaxe e Viva!.................................................................... 82 
17- Mitos do Exercício............................................................. 86 
18- Movimentando-se.............................................................. 92 
19- A Energia da Vida............................................................. 96 
20- Práticas Orientais.............................................................I100 
21- Modismos e Influências Externas....................................104 
22- Beber Para Viver...............................................................109 
23- Vestuário e Saúde............................................................I115 
24- Barulho, Ruído e Silêncio.................................................120 
25- Em Busca da Longevidade.............................................I125 
26- Longevidade e Sabedoria...............................................131 
BIBLIOGRAFIA.........................................................................134 
O AUTOR..................................................................................I136 
CONTATO...................................................................................137
26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 5 
INTRODUÇÃO 
Olá, amigo leitor ou amiga leitora! 
Este livro tem o propósito de ajudar as pessoas a terem uma vida 
melhor, com mais saúde. Não se trata de um livro sobre doenças, 
mas sim em como preservar a saúde. A Medicina Oriental, nosso 
tema central, se baseia na preservação da saúde e na prevenção das 
doenças. Isto é muito mais fácil do que consertar as coisas mais tar-de! 
Esta obra foi escrita originalmente em 2007, quando decidi ajudar de 
uma maneira mais ampla as pessoas a melhorarem sua qualidade de 
vida. Planejado para ser um livro vendido em livrarias e sites, foi 
colocado à venda em vários lugares na internet e enviado para aná-lise 
a diversas editoras comercias. Mas decorridos dois anos, achei 
por bem liberá-lo de vez para a população, de forma gratuita. Acre-dito 
que possa servir como valioso guia para o auto-conhecimento e 
a saúde das pessoas. Este é meu maior objetivo! 
Você verá que escrevi este livro de uma forma simples e direta, como 
uma conversa informal entre nós dois. Sem termos técnicos ou voca-bulário 
difícil em línguas estrangeiras. Nada aqui é difícil de enten-der 
ou seguir. Você vai perceber que andar com o fluxo natural da 
vida é mais fácil do que tentar resistir a ele. 
Falamos aqui sobre Medicina Oriental, assim, de forma mais ou me-nos 
genérica. Este termo que usei, “Medicina Oriental”, no meu en-tender 
engloba qualquer técnica que tenha sido desenvolvida com 
base na cultura do Oriente e fundamentado em suas filosofias nati-vas. 
Assim, tanto a Medicina Ayurvédica Indiana quanto a Medicina 
Tradicional Chinesa estão representadas nesta classificação, bem como 
técnicas terapêuticas japonesas e massagens como Shiatsu, Anmá, Do- 
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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 6 
In, Reflexologia... A lista é muito grande! O que você deve estar 
ciente é que “Medicina Oriental” significa aqui o conjunto de técnicas 
muitas vezes milenares destes povos, que diferem substancialmente 
da nossa medicina ocidental moderna. Isto é explicado já nos primei-ros 
capítulos. 
Grande parte das informações deste livro vem de meus estudos em 
filosofia oriental, em particular o Taoísmo, e em medicina chinesa, 
que é mais a minha praia. Portanto não se surpreenda com as várias 
referências à cultura e filosofia chinesa presentes aqui. Algumas des-cobertas 
da ciência ocidental também são utilizadas, pois hoje em dia 
não podemos nos afastar completamente desta área. Ser radical em 
qualquer aspecto vai contra tudo o que aprendi em 30 anos de estu-dos 
dentro da filosofia e cultura oriental. 
Este livro é sobre saúde e também sobre filosofia e espiritualidade. 
O ser humano é algo coeso, único, global, e não pode ser dividido 
em partes isoladas para ser “consertado”. Ao analisarmos a saúde 
devemos fazê-lo sempre do ponto de vista único. É isto o que signi-fica 
o termo “holístico”. 
Creio que nem seria necessário mas sempre é bom afirmar que este 
livro e seus ensinamentos não são um “guia de saúde” que possa 
substituir profissionais de saúde, tratamentos ou remédios. Este é 
um guia para se viver melhor. Problemas de saúde devem ser leva-dos 
aos profissionais competentes, pois qualquer sintoma indica que 
o mal já foi feito. Os conhecimentos aqui apresentados são extrema-mente 
úteis para prevenir e evitar estes problemas antes que se ins-talem. 
Espero que goste e utilize esta sabedoria milenar para melhorar a 
sua saúde e de sua família. Distribua em seu site ou blog, envie para 
seus amigos e familiares, mande para todo mundo. É gratuito. 
Boa leitura. 
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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 7 
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1 
UMA PESSOA, UM UNIVERSO 
Ao falar sobre Medicina Oriental, somos forçados a colocar sempre 
em primeiro lugar a premissa básica deste tipo de terapia: a unicidade 
da individualidade humana, ou seja, cada um de nós é um ser único 
e especial. 
Através disto podemos tratar cada pessoa como ela mesma, segun-do 
sua situação no momento e características próprias. Este é o fio 
principal de qualquer tipo de tratamento oriental e que difere subs-tancialmente 
da metodologia utilizada pela medicina ocidental. 
Para os orientais, cada pessoa é um conjunto de circunstâncias soci-ais, 
familiares, genéticas, kármicas e energéticas que a tornam dife-rente 
de qualquer outra pessoa do mundo. Cada ser humano é um 
pequeno universo em si mesmo, com suas próprias necessidades e 
qualidades. Então como podemos tratar 6 bilhões de seres diferen-tes? 
A resposta está na conceituação da medicina oriental, que procura 
compreender as leis universais e sua operação para podermos então 
tratar as pessoas. Independente de quem seja ou de que problema 
tenha, todos estão sujeitos às mesmas leis universais. Apenas o modo 
como respondem a estas leis é que difere completamente. Ao se co-nhecer 
as leis de atuação universais basta analisar minuciosamente a 
pessoa para se descobrir suas particularidades e oferecer um trata-mento 
compatível com ela. E apenas com ela. 
Mas é comum em Acupuntura, por exemplo, que se utilizem deter-minados 
tratamentos para pessoas com problemas semelhantes. Isto, 
à primeira vista, conduz a um tipo de “receita de bolo”, que massifica 
o tratamento. Realmente, muitos acupuntores fazem justamente uso
26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 8 
destas receitas prontas. Mas estas formulações ancestrais ou moder-nas 
são apenas o ponto de partida, pois em função disto analisamos 
a pessoa em questão e alteramos, adaptamos, a fórmula para aquele 
tipo de pessoa. E mais: adaptamos a receita para aquele momento 
em particular. 
O Taoísmo afirma que tudo no Universo está em constante mutação, 
sempre alterando seus estados. A cada sessão, devemos analisar o 
paciente para podermos compreender seu estado NAQUELE MO-MENTO 
e avaliarmos o progresso do tratamento. Isto é muito im-portante. 
A medicina oriental não apenas afirma que cada pessoa é 
diferente de outra como afirma que cada pessoa é diferente em cada 
momento. Tudo se transforma, tudo muda. 
Isto torna a Medicina Oriental uma técnica terapêutica extremamen-te 
individualizada, que olha a pessoa como se ela fosse única e obser-va 
o seu momento. Com base nisto são prescritos os tratamentos 
adequados. 
Então como posso escrever um livro dando dicas “genéricas” de saúde 
segundo a Medicina Oriental? Ora, a resposta é muito simples. Ne-nhuma 
destas dicas é imperativa, definitiva, sempre será acrescenta-da 
a sua própria observação de si mesmo. Nesta obra sempre procu-ro 
colocar as informações de um ponto de vista imparcial, de modo 
que VOCÊ escolha o que deve fazer. Este é o segredo da coisa. Car-ne 
faz mal para a saúde? Depende. Algumas pessoas não podem che-gar 
perto enquanto outras se fartam à vontade e vivem muito bem, 
com saúde e disposição. Este é um dos maiores riscos da auto-medi-cação, 
pois um remédio que é sensacional para a enxaqueca de seu 
vizinho pode ser um veneno mortal para você. Em tudo você sempre 
tem que observar: será que isto é bom para mim? Qual a minha expe-riência 
anterior nestas circunstâncias? 
Isto nos leva a um assunto que parece saído de um livro de auto-ajuda, 
mas que é fundamental na Medicina Oriental: o auto-conheci-mento. 
Quanto você se conhece? Se você é um ser único no Universo, 
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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 9 
quem pode conhecê-lo melhor do que você mesmo? 
À partir da auto-observação podemos começar a perceber como nos-so 
organismo funciona e como ele se comporta. Há algum tempo, 
quando ainda tentava me conhecer, eu fiz um prato de frango com 
pimentão que me rendeu uma noite interminável de gases. Não re-comendo 
isto para ninguém. Se perguntar por aí vão dizer que a 
culpa é do pimentão, que é indigesto. Pois bem. Através da auto-observação 
e do estabelecimento de uma dieta baseada em meu 
biotipo particular pude perceber com surpresa que a culpa era do 
frango! Posso comer pimentão até arrebentar, mesmo à noite, mas a 
carne de frango me é indigesta. Tenho um amigo que se comer pi-mentão 
ficará com o gosto dele na boca por uma semana. Claro, so-mos 
diferentes. Mas quem vai saber disto além de nós mesmos? 
O auto-conhecimento nos traz a uma outra questão que abordare-mos 
mais detalhadamente à frente, que toca na nossa responsabili-dade 
sobre nossa saúde. Costumamos deixar este encargo nas costas 
do médico ou de algum remédio “milagroso”, enquanto uma obser-vação 
atenta de nosso modo de vida irá demonstrar que podemos 
viver com saúde se respeitarmos quem somos e o que somos. Pois 
somos únicos. Apenas isto. 
Somos únicos na Criação, cada um de nós. 
Um tratamento individual e particular é a premissa da medicina 
oriental. 
O que ajuda uma pessoa, pode fazer mal a outra. 
Observar a si mesmo é a primeira diretriz de uma vida 
saudável. 
Auto-conhecimento é o fundamento da saúde. 
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RESUMO
26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 10 
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2 
DIFERENÇAS ENTRE 
MEDICINA OCIDENTAL E ORIENTAL 
O tópico anterior, nossa situação única no Universo, é a base princi-pal 
das diferenças entre a medicina ocidental, que busca uma abor-dagem 
científica estabelecida há pouco tempo, e a medicina oriental, 
que parte de soluções empíricas formuladas e testadas muitas vezes 
por centenas de anos. 
Antes temos que fazer uma conceituação que empregaremos neste 
trabalho: medicina ocidental é a técnica científica empregada hoje 
em hospitais e clínicas modernas e que se utiliza de medicamentos e 
drogas químicas diversas além de intervenções cirúrgicas. Medicina 
oriental é o conjunto de técnicas terapêuticas estabelecidas no Ori-ente 
e que podem utilizar massagem, agulhas, ervas medicinais, óle-os, 
exercícios, dieta e outros procedimentos naturais e não-agressi-vos. 
A medicina ocidental baseia-se na intervenção direta no organismo. 
Através de cirurgias e medicamentos (chamados tecnicamente de 
“drogas”) procura-se alterar artificialmente o estado do paciente para 
que ele retorne à condição definida como “normal”. Na medicina 
oriental busca-se restabelecer o equilíbrio do paciente através de seus 
próprios recursos, como massagem, exercícios, dietas e, se necessá-rio, 
Acupuntura, ervas ou outras técnicas que possam ajudar o orga-nismo 
a se recuperar. Mesmo no caso de fármacos naturais, a idéia 
central nunca é suprir o corpo com os elementos de que necessita, 
mas estimulá-lo a se recuperar espontaneamente. Enquanto a medi-cina 
ocidental busca uma solução imediata e agressiva, a medicina 
oriental busca uma solução gradual e natural para o organismo do 
paciente.
26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 11 
As diferenças saltam aos olhos pela metodologia empregada. A me-dicina 
ocidental é principalmente baseada no estudo estatístico e no 
ataque aos sintomas. Os medicamentos e tratamentos se concentram 
nas médias estatísticas dos resultados de testes controlados, primei-ramente 
com animais de laboratório e depois com pacientes voluntá-rios. 
Passando nos testes, com mais de 50% de eficiência, o medica-mento 
começa a ser vendido. 
O que intriga muitas pessoas é porque muitas vezes o tratamento 
não funciona, funciona pela metade ou tem que ser reavaliado? A 
resposta é justamente este fator médio de sucesso. Será que você 
está na faixa média da população ou pertence às partes que não pos-suem 
efeito ou possuem efeito muito pequeno? Como muitos dos 
mecanismos naturais do corpo humano são ainda desconhecidos pe-los 
médicos, procede-se muitas vezes a um tipo de tratamento por 
tentativa e erro, muito comum, ou por meio de receitas de remédios 
para uso geral, caso dos analgésicos e anti-inflamatórios que são re-ceitados 
freqüentemente quando uma pessoa tem dor e o médico 
não encontra a causa. 
Muitas vezes um medicamento é receitado e não surte efeito. Então 
ele é trocado por outro similar, de outra marca ou princípio ativo. O 
processo é repetido até que se encontre um medicamento compatível 
com o paciente ou que se tente outra abordagem. Anti-concepcional 
é um caso clássico. Minha mulher utilizou três marcas diferentes ten-tando 
evitar efeitos colaterais (ou amenizá-los). Finalmente desistiu. 
Você já deve ter passado por este tipo de coisa: troca de medicamen-tos 
sucessivos até achar um que se encaixe no seu organismo. Como 
dissemos antes, cada pessoa é uma pessoa mas a medicina moderna 
enxerga apenas a média da população. Se você está fora dela, a coisa 
se complica. 
Allen Roses, chefe do setor de genética da empresa GlaxoSmithKline 
(GSK), a maior empresa farmacêutica do Reino Unido, afirmou que 
“a vasta maioria dos remédios - mais de 90%- só funciona para 30% 
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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 12 
a 50% das pessoas”. Para isto citou um estudo sobre as taxas de efi-ciência 
de uma ampla variedade de remédios realizado por Brian 
Spear, cientista dos Abbott Laboratories, empresa de diagnóstico 
médico de Chicago. Ele constatou que as taxas de eficiência variam 
ao redor de 50%, partindo de 25% no caso de drogas contra o câncer 
a 80% de eficácia no caso de analgésicos. 
Um medicamento é testado em alguns milhares de voluntários (se 
tanto) e os resultados são extrapolados estatisticamente para toda a 
Raça Humana. Na média, ele funciona. Mas existem problemas. 
Efeitos colaterais dos medicamentos também são comuns. Aliás, co-muns 
não, quase obrigatórios. Existe uma idéia de que se não exis-tem 
efeitos colaterais o remédio (denominado tecnicamente de “dro-ga”, 
como vimos) também não está funcionando. Mas se você está 
fora da média populacional da eficiência do medicamento, você pode 
ficar só com os efeitos colaterais. 
Um aluno meu teve problemas de pressão alta e lhe receitaram uma 
droga. Funcionou por algum tempo, já que o problema era o estresse 
e o tratamento atacava apenas o sintoma – pressão alta. Ele começou 
a ter crises de tosse com a continuidade da medicação, uma tosse 
que não cessava. Ele me procurou e fiz uma terapia natural com cris-tais 
que acabou com a tosse, mas esta retornava dias depois. Ele 
acabou indo a outro médico que informou que a tosse era uma rea-ção 
alérgica comum aos medicamentos para controle da pressão. So-lução? 
Nenhuma, pois o efeito colateral faz parte do medicamento e 
ele caiu numa faixa fora dos 50% de eficiência, onde os efeitos secun-dários 
são mais sentidos. 
A medicina oriental é baseada no equilíbrio da pessoa em ressonân-cia 
com as Leis Universais. Estas leis foram formuladas depois de 
séculos de observações e experimentações com milhões de pacientes. 
Quando nos afastamos destas leis naturais, aparece a “doença”, de 
modo que a medicina oriental é particularmente preventiva, se preo-cupando 
com a manutenção da saúde. Mas uma vez instalado o 
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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 13 
desequilíbrio, a solução é retornar a pessoa a este estado harmônico 
através da readequação de seu organismo. Existem muitos métodos 
para isto, dependendo da cultura de origem (indiana, chinesa, japo-nesa, 
coreana, tailandesa, vietnamita, etc...). Mesmo os medicamen-tos 
fitoterapêuticos ou fármacos de origem natural possuem a carac-terística 
de auxiliar o organismo a retornar ao equilíbrio. Isto é feito 
com um mínimo de efeitos colaterais, exceto aqueles oriundos da 
retomada do nível saudável. Por exemplo, uma pessoa com prisão 
de ventre por alguns dias pode ter uma diarréia até seu organismo 
retornar ao normal. Mesmo na extensa farmacopéia chinesa o medi-camento 
indicado para um paciente possui em geral ao menos quatro 
componentes: um agente para o problema específico, um outro que 
amplia o efeito do agente principal, um que corta os efeitos colaterais 
do medicamento e um último que dirige o efeito do medicamento 
para a parte do corpo específica, reduzindo o risco de uma intoxica-ção 
do organismo. 
A medicina oriental também busca a causa dos problemas, seja físico, 
ambiental, emocional ou energético. Uma enxaqueca pode ser resul-tado 
de uma tomada de decisão adiada repetidamente, a prisão de 
ventre ou nódulos musculares dolorosos podem ser gerados por uma 
situação de estresse específica, etc... Os aspectos energéticos tam-bém 
são um dos fundamentos da medicina oriental e que não são 
reconhecidos pela medicina ocidental. 
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RESUMO 
A Medicina Ocidental procura atacar os sintomas e restaurar a 
saúde através de técnicas invasivas (cirúrgicas) ou pela adoção 
de drogas químicas desenvolvidas por análise estatística de re-sultados. 
Atua geralmente depois da doença se instalar. 
A Medicina Oriental baseia-se na prevenção das doenças e na 
manutenção da saúde. Para restaurar a harmonia do organismo 
pode-se utilizar de várias técnicas, sempre procurando utilizar 
os recursos próprios do paciente. Um de seus fundamentos prin-cipais 
é o trabalho com a energia vital, assunto ignorado pela 
Medicina Ocidental.
26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 14 
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3 
FILOSOFIA ORIENTAL E SAÚDE 
A Medicina Oriental se caracteriza pela forte influência de correntes 
filosóficas do pensamento oriental em seus conceitos básicos e pro-cedimentos. 
Esta influência não se dá simplesmente por motivos re-ligiosos, 
como rapidamente poderíamos afirmar, mas sim pela filo-sofia 
de vida deste povos. Sua atitude perante a Vida e o Universo 
nortearam o desenvolvimento de sua medicina. 
Por este prisma podemos notar a causa da variedade imensa de es-colas 
terapêuticas orientais, cada uma versando sobre fundamentos 
de sua filosofia própria. A maioria das técnicas de Medicina Oriental 
que conhecemos foram criadas à partir da cultura chinesa, pois sua 
influência nos povos do Oriente sempre foi muito marcante. Apesar 
disto outros países moldaram esta filosofia segundo sua própria cul-tura, 
como ocorre no Japão. Os dois grandes pólos de cultura e me-dicina 
da Ásia foram a Índia e a China, com a Ayurveda, medicina 
indiana, e a Medicina Tradicional Chinesa (MTC). 
Alguns princípios norteiam a Medicina Oriental praticada no Extre-mo 
Oriente. Via de regra estes conceitos foram formulados na China 
antiga, há muitos milênios, dentro do Taoísmo. O Taoísmo é uma 
filosofia nativa da China baseada na harmonia com o Universo e que 
busca compreender a estrutura das coisas, com princípios esboçados 
por sábios como Fu Xi, Chuang-Tzu e Lao-Tzu. Longe de ficarem 
desatualizados, muitas pesquisas modernas apenas comprovam o 
altíssimo grau de conhecimento que estes sábios da antigüidade pos-suíam. 
Vamos ver alguns destes fundamentos essenciais: 
Equilíbrio 
Muito se fala sobre equilíbrio, mas de onde saiu esta idéia? O ser 
humano está em permanente contato com as forças da Natureza e
26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 15 
extrai sua vida deste intercâmbio de forças. Quando ele está em equi-líbrio 
com o Universo, está saudável. As doenças aparecem quando 
este equilíbrio se desfaz, gerando energias conflitantes com sua na-tureza. 
A função do terapeuta é ajudar o paciente a manter ou retornar 
a este estado de equilíbrio, que definimos como “saúde”. 
Energia 
A base do Universo é energia (Chi para os chineses, Prana para os 
indianos, Ki para os japoneses e coreanos). É com base na manipula-ção 
desta energia de inúmeras formas que vamos restaurar o equilí-brio 
do paciente, pois estes desequilíbrio também ocorre no nível 
energético. Ninguém aqui está lidando com a área dos médicos oci-dentais, 
pois nosso enfoque é sempre energético, desde o diagnósti-co 
até o tratamento. Vamos falar mais sobre isto em um capítulo 
especial sobre energia. 
Holismo 
Hoje em dia ficou comum falarmos de Holismo ou técnicas holísticas. 
“Holos” em grego significa “tudo” ou “o todo”, por isso usamos este 
termo ao nos referirmos aos tratamentos alternativos, em particular 
aos da Medicina Oriental, pois tratamos a pessoa como um ser com-pleto, 
incluindo corpo, mente, emoções, conceitos, forma de pensar, 
energia, predisposições. Não existe um acupuntor especializado no 
pé, por exemplo, como existem médicos. Ou se resolve o problema 
globalmente ou ele nunca terá solução. Uma dor nas costas pode ser 
um problema emocional e uma enxaqueca pode se originar de uma 
decisão difícil na vida. Se não houver uma análise e tratamento da 
pessoa completa o problema pode não ser resolvido ou ser remedia-do 
por algum tempo, voltando depois. Às vezes ainda pior. 
O Terapeuta 
Cada terapeuta é um agente do Universo que serve como intermedi-ário 
entre as forças da Natureza e a pessoa. Como o paciente está 
desequilibrado, necessita de uma ajuda externa para retornar ao equi-líbrio, 
que é ministrada pelo terapeuta. Como vimos, o próprio paci-ente 
fará a sua cura, mas o terapeuta é importante para orientar e 
auxiliar este processo. Ele é apenas um coadjuvante que fará a religação 
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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 16 
entre paciente e Universo. 
Yin/Yang 
A polaridade complementar já confundiu muita gente. Ficaria difícil 
explicar este conceito neste pequeno espaço, mas podemos resumir 
algumas idéias. Tudo em nosso Universo manifestado possui um 
componente de forças dual formado pelo Yin e o Yang. O Yin 
corresponde a forças contrativas e o Yang a forças expansivas. Um 
não existe sem o outro e um gera o outro. São opostos complementa-res 
dos quais tudo que existe é formado. Nada existe que seja apenas 
Yin ou apenas Yang, mas sempre uma composição dos dois. Note 
que o conceito do Yin/Yang pode variar segundo fontes diversas. A 
Macrobiótica, por exemplo, utiliza uma noção de Yin/Yang muito 
diferente da Medicina Chinesa. Procure fontes na cultura chinesa e 
terá informações mais confiáveis. 
Cinco Elementos 
Os 5 elementos são um dos aspectos mais interessantes da filosofia 
chinesa, complexos porém simples numa ambigüidade típica da cul-tura 
da China. Na verdade trata-se de cinco estados energéticos que 
permanecem em constante mutação, sempre se transformando, daí 
serem chamados de Wu Xing, corretamente traduzido como “cinco 
ações” ou “cinco movimentos”. Um gera o outro e um controla o 
outro em um ciclo sem fim. Os elementos são: terra, madeira, água, 
COR 
SABOR 
ÓRGÃO 
VÍSCERA 
ESTAÇÃO 
DO ANO 
TERRA 
Amarelo 
Doce 
Baço- 
Pâncreas 
Estômago 
5ª estação 
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METAL 
Branco 
Picante 
Pulmão 
Intestino 
Grosso 
Outono 
ÁGUA 
Preto 
Salgado 
Rins 
Bexiga 
Inverno 
MADEIRA 
Verde 
Ácido 
Fígado 
Vesícula 
Biliar 
Primavera 
FOGO 
Vermelho 
Amargo 
Coração 
Intestino 
Delgado 
Verão
26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 17 
fogo e metal. A eles correspondem cores, estações do ano, sabores e 
órgãos energéticos do corpo humano como mostra a tabela abaixo. 
A interação entre estes elementos promoverá a saúde ou o 
desequilíbrio. As técnicas da Medicina Oriental utilizam os 5 ele-mentos 
como fator importante na manutenção da saúde ou no 
restabelecimento do paciente. 
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RESUMO 
A Medicina Oriental se baseia fortemente na filosofia oriental. 
A principal fonte de influência na Medicina Oriental foi a filoso-fia 
taoísta da China. 
O Taoísmo busca estabelecer uma harmonia completa com o 
Universo e compreender seu funcionamento. 
Muitos conceitos filosóficos são importantes dentro da Medici-na 
Oriental: 
Equilíbrio- entre a Natureza e o ser humano (que chama-mos 
de “saúde”) 
Energia – a base do Universo, que forma todas as coisas. 
É fundamental como pedra angular de toda a medicina orien-tal. 
Holismo – tratar sempre o ser humano de maneira com-pleta, 
corpo, mente e espírito 
O Terapeuta - é o encarregado de servir como ponte 
entre o paciente e o Universo visando auxiliá-lo em manter ou 
recuperar este equilíbrio. 
Yin/Yang - polaridade complementar que forma todas 
as coisas. O Yin corresponde a forças contrativas e o Yang a 
forças expansivas.
26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 18 
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4 
SUA SAÚDE É VOCÊ QUEM FAZ 
Uma das coisas que mais chamam a atenção na Medicina Oriental é 
que o paciente tem grande parcela de responsabilidade pela sua me-lhora. 
Como os ocidentais estão acostumados (mal-acostumados) a 
se entregarem totalmente à medicina moderna, a recuperação costu-ma 
ser mais problemática. 
O que você tem sempre que ter em mente ao procurar qualquer tipo 
de terapia alternativa é que você mesmo é o principal responsável 
por sua cura. Enfrentei vários problemas neste aspecto em minhas 
práticas terapêuticas. É muito comum o paciente não entender quan-do 
você pede que ele mude sua alimentação ou use outro tipo de 
roupa. A coisa fica pior quando percebemos que o problema princi-pal 
está na maneira em que ele percebe alguns aspectos do mundo. 
Alterar isto é extremamente difícil, embora conseguisse a cura do 
mal que o atormenta. 
Nós criamos nossa própria realidade, por isso se fala tanto em “pen-samento 
positivo” e coisas do gênero. Muitos de nossos problemas 
físicos decorrem de interpretações sobre o mundo que nos cerca, 
muitas vezes percebidos ou interpretados de maneira totalmente 
equivocada. Procurar ter uma mente aberta e flexibilidade suficiente 
para observar problemas de vários ângulos é fundamental na manu-tenção 
da saúde. 
Da mesma forma é altamente complexo cultivar opiniões fixas sobre 
vários assuntos, mesmo com respaldo “científico”. A ciência muda 
todo dia e o que hoje é certeza absoluta amanhã poderá cair por 
terra como uma tolice. 
O estado mental de uma pessoa é diretamente responsável pelo tipo
26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 19 
de problemas de saúde que tem e pela qualidade de sua recupera-ção. 
Vários estudos mostram que pessoas otimistas e com bom hu-mor 
adoecem menos e vivem mais. Nas práticas da Medicina Orien-tal, 
um estado receptivo do paciente pode ampliar centenas de vezes 
a eficácia de um tratamento. Não digo que os bons resultados sejam 
algum tipo de “efeito psicológico” ou “efeito placebo”, como muitos 
médicos mal-informados gostam de dizer, mas pelo motivo de que 
você é diretamente responsável pela sua saúde, pelas suas doenças e 
pela qualidade de sua recuperação. 
Nunca cuidei de alguém que não quisesse meus conhecimentos. A 
Medicina Oriental é real, altamente eficiente organicamente e fisica-mente, 
e não depende de crença alguma para surtir efeitos. Mas os 
efeitos se ampliam quando a pessoa que recebe o tratamento se man-têm 
receptiva e confiante. Do mesmo modo, uma pessoa altamente 
cética terá menos resultados ou de caráter mais pobre. Estudos mos-tram 
que um alto índice de ceticismo inibe o funcionamento do 
hipocampo, uma região do cérebro, e conseqüentemente reduzem a 
eficiência da Acupuntura, por exemplo. Como regra geral, sempre 
tive o cuidado de verificar se as pessoas que me procuravam queri-am 
efetivamente ser tratados por aqueles métodos que eu emprego, 
baseados na Medicina Oriental. Se houver qualquer tipo de resistên-cia, 
indico outro tratamento ou mesmo a medicina ocidental, já que 
ela não se importa com este tipo de pré-disposição do paciente (em-bora 
seja comprovado que ao menos 50% do resultado de um medi-camento 
alopático está ligado ao “efeito placebo” ou “efeito psicoló-gico”). 
A ironia disto é que a esmagadora maioria dos pacientes que 
buscam a Medicina Oriental já passou pela medicina ocidental, às 
vezes durante muitos anos, com pouco ou nenhum resultado. 
Quando se procura um tratamento alternativo, especialmente den-tro 
da Medicina Oriental, deve-se estar preparado para seguir as 
prescrições. Às vezes podem parecer desconexas ou insuficientes, 
mas o terapeuta sabe o que está fazendo. Se o paciente não seguir as 
recomendações, não pode querer ficar bem. Conversando com o Dr. 
Bokula, indiano especializado em Medicina Ayurveda, fiquei saben- 
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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 20 
do que esta era uma de suas grandes frustrações: o brasileiro não 
seguia as prescrições à risca, muitas vezes preferindo continuar do-ente 
do que deixar de comer carne de porco, por exemplo! Segundo 
ele, na Índia (onde a maioria do sistema médico ainda é o milenar e 
tradicional Ayurveda) as pessoas fazem absolutamente qualquer coisa 
prescrita pelos terapeutas pois desejam apenas restabelecer a sua saú-de. 
Aqui em nosso país temos uma população de pessoas que se 
automedicam e da mesma forma procuram interpretar as prescrições 
e tratamentos recomendados segundo sua própria lógica, embora 
nada saibam sobre as técnicas terapêuticas utilizadas. 
É comum o paciente suspender seu tratamento por iniciativa pró-pria. 
Muitas vezes iniciamos o tratamento e, assim que se livra da 
dor ou de outro incômodo, ele some do consultório. Mas o trabalho 
não acabou! Apenas aliviamos os sintomas para que se sinta melhor 
até terminar o tratamento. 
Mas ele acaba voltando, geralmente depois de alguma semanas ou 
meses, quando aquele problema não-tratado retornar... 
Ao procurar um tratamento segundo a Medicina Oriental você deve 
se manter receptivo e seguir as recomendações de maneira adequa-da. 
Por menos lógicas que estas possam parecer a você. 
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RESUMO 
O paciente é altamente responsável pelo sucesso do tratamento 
dentro da Medicina Oriental 
Deve-se manter uma atitude receptiva ao tratamento. Não é 
necessário fé ou crença, mas apenas uma mente aberta. 
Ceticismo exagerado atrapalha a eficiência do tratamento. Os 
dois extremos, tanto ceticismo quanto a fé cega, devem ser evi-tados. 
Siga todas as recomendações do terapeuta.
26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 21 
Não se submeta a tratamento se tiver qualquer ressalva quanto 
ao profissional ou técnica apresentada. 
Não existe medicina nem terapia perfeita. Nenhum profissi-onal 
sozinho, seja terapeuta seja médico, pode curar você. 
Nenhum medicamento ou tratamento isolado pode curar 
você. Apenas o conjunto terapeuta-paciente-tratamento pode 
surtir resultados. Faça a sua parte. 
Médicos não curam. Terapeutas não curam. Apenas o pacien-te 
pode curar a si mesmo, auxiliado pelo tratamento prescri-to. 
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5 
SEPARE “BOA FORMA” DE “SAÚDE” 
Muita gente se confunde com os termos “boa forma” e “saúde” e 
acham que um corpo sarado, malhado e bronzeado pertence a uma 
pessoa saudável. Nem sempre. Na verdade muitas vezes é mais fácil 
encontrar saúde na simplicidade de uma dona de casa do que na 
gatinha malhadora. Já conheci muitas pessoas que tinham uma exce-lente 
forma física e tomavam caminhões de remédios. 
Repare que tanto “forma física” quanto “boa forma” possuem a pala-vra 
“forma” como característica principal. Ou seja, a sua forma, apa-rência, 
é boa. Não significa nada em termos de saúde. Muita gente 
treina como doida e leva seu corpo até limites perigosos. Os ameri-canos 
tem um ditado muito repetido pelo mundo afora que eu acho 
particularmente ridículo: “no pain, no gain” (sem dor não há ganho). 
As pessoas acham que levar seu corpo além dos limites é vantajoso. 
Talvez para se ganhar um troféu ou algo assim , pois para a saúde é 
extremamente danoso. Quando você sente dor é o seu corpo dando 
o alarme de que o esforço é excessivo. Ultrapassar este limite pode 
ser complicado, senão agora, no futuro. 
Pense em um carro. Por que as pessoas não gostam de comprar um 
carro que pertenceu à frota de uma empresa? Porque ele está muito 
“surrado”, utilizado até o extremo. Mas todas as revisões foram fei-tas 
e o diagnóstico do motor, câmbio e suspensão estão OK. Mesmo 
assim as pessoas hesitam, pois sabem que o desgaste pode ter com-prometido 
algo ainda não descoberto. Pensamos assim de um carro, 
por que não de nosso corpo? 
Uma pessoa leva seu corpo até além de seus limites durante anos. Os 
check-ups médicos estão corretos, tudo está em ordem. Então, re-pentinamente 
acontece um rompimento de ligamento, uma tendinite,
26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 23 
uma contusão muscular, um problema de coluna, e troca-se a acade-mia 
pela fisioterapia. Isto é muito mais comum do que você pensa. Já 
cuidei de muitas pessoas com problemas deste tipo. Um rapaz apare-ceu 
com problemas no joelho e percebi que a cartilagem estava com 
problemas. Recomendei que ele fosse a um ortopedista e acabou ten-do 
que fazer uma cirurgia. Era professor de academia e ainda não 
tinha 25 anos de idade. Isto é o que se chama de “overtraining”, um 
excesso, um caso isolado, poderia-se perguntar. Mas é a filosofia de 
treinamento que vemos por aí que está errada. Mais adiante vamos 
ter um capítulo todo voltado para a movimentação do corpo e o 
exercício saudável e você vai ver, mesmo na academia, como se deve 
proceder. 
Voltando ao nosso texto, as pessoas se esforçam demais para criar 
uma aparência que pode ser aceita na sociedade. Esta é a verdade. 
Poucas pessoas se dispõe a malhar três, quatro ou mais vezes por 
semana depois de um dia agitado apenas para ficar saudável, salvo 
se for por indicação estrita do médico. A cobrança da sociedade e os 
padrões médicos de “saúde”, que mudam com o passar dos anos, 
contribui muito para este esforço. Somente as pessoas que estão aci-ma 
do peso tem noção da crueldade com que a sociedade trata aque-les 
que estão fora dos padrões. Padrões estes ditados por empresas 
e segmentos que estão preocupados em comercializar seus produtos 
e não com sua saúde. 
Veja o caso das modelos anoréxicas, por exemplo. Sabe por que elas 
tem que ser tão magras? Porque não se trata de uma pessoa, mas de 
um cabide que anda! Isso mesmo: a única função delas é mostrar as 
roupas e, para isto, elas próprias não devem chamar a atenção. Daí a 
necessidade de serem magras, pois ninguém gosta de mulheres ma-gras. 
Se assustou? Esta é a verdade, nua e crua. E posso falar com 
conhecimento de causa pela ala masculina: os homens preferem as 
redondinhas. Se duvida, procure reparar nas profissionais – não exis-tem 
prostitutas magricelas. Elas não atraem a clientela. Note tam-bém 
que as modelos-manequins são maquiadas para parecerem com 
zumbis mortas-vivas ou algum monstro da 5ª dimensão. Tudo para 
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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 24 
não ficarem bonitas e chamar mais a atenção do que a roupa. Estilistas 
não gostam de concorrência. 
Bilhões de reais são movimentados pela indústria 
da “boa forma” em publicações que trazem pessoas 
magras nas capas e ensinam como perder 5 Kg em 
uma semana, livros com a dieta definitiva, apare-lhos 
que fazem ginástica sem você se mexer, suple-mentos 
alimentares que emagrecem rapidamente ou 
permitem que você coma toda a gordura que quiser 
porque ele vai “absorver” este excesso (esta é boa!). 
Milhares de produtos são vendidos para que você 
fique em forma, de preferência rápido e sem traba-lho. 
E tudo em nome da saúde. 
Vi a algum tempo uma revista com a Angélica na capa e uma manche-te 
espalhafatosa: “Angélica magérrima”. Será que alguém acha que 
ser “magérrima” é uma boa coisa? A própria preocupação com a “boa 
forma” muitas vezes acaba se tornando uma obsessão ou um proble-ma 
emocional. Como a frustração quando não se consegue obter os 
resultados cobrados pela sociedade. No Oriente é diferente. 
O próprio modelo de aparência dos orientais é muito diferente. Na 
Índia é bonito ter algumas gordurinhas a mais, pois a população no 
geral é muito magra. Veja que os marajás sempre aparecem como 
rotundos senhores. No Japão um homem com sua barriguinha é muito 
bem visto, pois eles acreditam que o modelo ocidental de peito largo 
e cintura fina é por demais desequilibrado. Uma cintura mais larga 
dá mais estabilidade e segurança à pessoa, em vários sentidos. Nos 
negócios eles confiam mais numa pessoa de maneiras tranqüilas e 
cintura larga do que num executivo irriquieto e “em forma”. 
Na China a gordura extra nunca foi um problema. A Medicina Chi-nesa 
trata de efetuar um diagnóstico energético na pessoa antes de 
dizer se ela é saudável ou não. A compleição, isto é, a cor e aparência 
do rosto, nos diz muito mais sobre a saúde de uma pessoa do que o 
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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 25 
tamanho da sua cintura. O que importa para os chineses é relaxa-mento 
e flexibilidade do corpo. Os atletas com o corpo “durinho” 
podem ser considerados “estressados” pela Medicina Oriental. Veja 
Sammo Hung, parceiro e diretor do astro Jackie Chan: ele seria con-siderado 
obeso pelos padrões ocidentais mas o que ele faz nos filmes 
é impraticável pelas pessoas “em forma” das academias. Muitos Mes-tres 
de artes marciais chinesas estavam acima do peso por nossos 
padrões e mesmo assim exibiam uma saúde de ferro. O Mestre Wang 
Shu Jing, do estilo Baguazhang, de Taiwan, pesava mais de 150 qui-los. 
Diz-se que quando ele descia a rua a calçada trepidava. E era um 
dos melhores lutadores da Ásia! Seu golpe predileto era abraçar a 
cintura de seu adversário e dar uma “barrigada” nele, quebrando 
sua espinha. Ria, se puder. 
A utilização de exercícios físicos e a noção de saúde dos orientais é 
muito diferente. 
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RESUMO 
Boa forma e saúde são coisas distintas. 
Não se pode julgar a saúde de uma pessoa pelo seu peso ou 
“formato” 
No Oriente não se leva o fator “aparência” em consideração. 
Saúde é uma coisa mais profunda e possui uma conotação dife-rente. 
Um corpo saudável, pela Medicina Oriental, deve ser relaxado 
e flexível.
26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 26 
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6 
DIETAS ALIMENTARES E VOCÊ 
Antes de mais nada devemos sintetizar o que significa o termo “die-ta 
alimentar”. Em tom genérico, como o que utilizaremos aqui, ela 
significa “sistema normal de alimentação de uma pessoa”. Não é re-gime 
de emagrecimento, mas o hábito de alimentação das pessoas 
no dia-a-dia, pois estamos interessados em saúde a longo prazo e 
não em regimes restritos e de curta duração para algum objetivo 
específico como desintoxicação, emagrecimento, etc... Apenas como 
curiosidade, na medicina da antigüidade “dieta” significava todo o 
modo de vida, que compreendia sono, exercícios físicos, comida e 
bebida, excreção, relações sexuais, saúde mental. 
Perceba que nada do que será analisado aqui provêm de preconcei-tos 
ou ideologias alimentares, mas apenas e tão somente na análise 
de fatos através do bom senso, de fundamentos dentro da Medicina 
Oriental e eventualmente de pesquisas cientificas. Tire suas próprias 
conclusões e experimente o que for melhor para você. Alimentação é 
uma das coisas mais pessoais que temos em nossa vida. 
Dietas Restritivas 
Hoje existem centenas de tipos de dietas com restrição de algum tipo 
de alimento, incluídos os regimes de emagrecimento cada vez mais 
estranhos. Alguns exemplos de dietas e regimes restritivos: Dieta da 
Sopa, Dieta do Abacaxi, Vegetarianismo, Ovo-Lacto-Vegetarianismo, 
Crudivorismo, Frugivorismo, Dieta do Dr. Atkins, Macrobiótica, Dieta 
da Lua e outros tipos de restrição alimentar que se baseiam na idéia 
de que determinados tipos de alimentos são melhores do que ou-tros, 
que devem ser evitados a todo custo por todo mundo. 
Veja que nenhum tipo de dieta restritiva é saudável durante muito 
tempo, pois acabam causando algum tipo de deficiência alimentar.
26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 27 
Mesmo a Dieta do Dr. Atkins, tão criticada pelo mundo afora, que 
praticamente elimina os carbohidratos e favorece as proteínas ani-mais 
e gorduras, o faz por 14 dias. Depois deste período os 
carbohidratos voltam a entrar aos poucos na dieta. Isto segue uma 
regra muito interessante descoberta a respeito de dietas restritivas: 
TODA dieta restritiva favorece o organismo por até duas semanas, 
mais ou menos. Este é o tempo em que o organismo descansa da 
digestão de algum tipo de alimento e se sente bem. Depois deste 
período, as carências começam a aparecer. Por isso QUALQUER tipo 
de dieta restritiva funciona bem nos primeiros 15 dias. Daí um mon-te 
de gente tentar regimes para emagrecer absurdos como a “dieta 
do Abacaxi”, em que se come apenas abacaxi, e conseguir realmente 
emagrecer. Pelo menos nos primeiros 15 dias. 
Vamos mostrar algumas dietas restritivas mais comuns e seus pro-blemas. 
Vegetarianismo 
Este é um tipo de dieta que exclui a carne e, muitas vezes, outros 
produtos de origem animal. Eles se dividem basicamente em tr~es 
tipos: 
- Ovo-Lacto-Vegetarianos, que consomem ovos e laticínios, 
- Lacto-Vegetarianos, que não consomem ovos 
- Vegetarianos puros, ou “veganos”, que não consomem absoluta-mente 
nada de origem animal. Dentro desta classe temos o 
Crudivorismo, que é a dieta na qual se consomem apenas vegetais 
crus, sem qualquer tipo de produto animal, e também o 
Frugivorismo, dos que se alimentam apenas de frutas. Mais nada. 
Muito se fala sobre as vantagens do vegetarianismo como alimenta-ção, 
que vão de saúde perfeita até aprimoramento espiritual. Na ver-dade, 
comer ou não carne não fará de você uma pessoa necessaria-mente 
melhor. Existem vegetarianos saudáveis? Claro. Mas também 
existem milhares que são anêmicos crônicos. O ferro é o mineral que 
forma nossa hemoglobina, responsável pelo transporte do oxigênio 
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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 28 
pelo sangue. O melhor ferro que pode ser absorvido pelo organismo 
é o de origem animal, denominado “ferro M”. Sua absorção chega a 
40% contra 10% do ferro presente nos vegetais. 
O vegetarianismo é um dogma levado a sério por muita gente, que 
atribui a ele até o poder de tornar as pessoas espiritualmente mais 
elevadas. Do meu ponto de vista, acredito que cada um deve comer 
o que desejar. Mas muitos vegetarianos defendem que a única ali-mentação 
para o ser humano é a deles. Causa estranheza a ferocida-de 
e a necessidade que muitos destes adeptos tem em justificar sua 
escolha alimentar. Quer comer apenas vegetais? Faça. Mas em silên-cio. 
Não tente impor sua filosofia a todos como se fosse a salvação 
universal. Outra coisa que acho intrigante é a quantidade de imita-ções 
de carne que a maioria dos vegetarianos aprecia: almôndegas, 
salsichas, hambúrgueres e feijoada feitas com soja. Estes não comem 
carne com o corpo mas o comem com a mente... 
A saúde fica ainda mais comprometida nos vegetarianos radicais, 
que eliminam todo tipo de produto animal de suas dietas, pois a 
vitamina B12 que promove a proliferação dos glóbulos do sangue e 
faz a manutenção da integridade das células nervosas não existe no 
reino vegetal. Muitas vezes eles recorrem a suplementos vitamínicos 
artificiais ou acabam com anemias crônicas. 
Também a alimentação crua e à base unicamente de frutas reduzem a 
vitalidade humana pois o fogo é grande fonte de energização dos 
alimentos segundo a Medicina Chinesa. Aliás, na cozinha chinesa se 
tem um provérbio interessante: “cozinhar, sempre. Cozinhar muito, 
nunca”. Assim se energiza o alimento mas se preservam seus valores 
nutricionais, que são reduzidos pelo calor excessivo dos alimentos 
muito cozidos. 
Mesmo no reino animal existem pouquíssimas criaturas totalmente 
vegetarianas, pois todos os primatas (de certa forma, nossos “paren-tes”) 
são onívoros e mesmo uma vaca, ao comer o capim, consome 
insetos, ovos e larvas de insetos. Animais alimentados com feno as- 
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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 29 
pirado, 100% vegetarianos, ficam doentes. 
O vegetarianismo não possui qualquer tipo de evidência científica de 
que seja muito mais saudável que a dieta onívora (em que se come de 
tudo), ao contrário do que seus defensores alardeiam. É uma ques-tão 
filosófica e não técnica ou científica. Nem mesmo a Medicina In-diana 
Ayurveda ou a Medicina Chinesa deixam de preconizar a car-ne 
como alimento. Novamente reafirmo a sentença inicial: cada pes-soa 
é um Universo. Não existem dietas ideais para toda a Humani-dade. 
Macrobiótica 
Este é um tipo de dieta que se tornou popular na segunda metade do 
século XX. Desenvolvido por Sakurazawa Nyoiti, mais conhecido 
como George Ohsawa, foi difundido à partir da França, lugar onde 
ele se radicou. 
Divulgado como uma espécie de verdade universal que poderia cu-rar 
todos os males da Humanidade, a Macrobiótica se tornou logo 
um excelente negócio pois a maioria de seus produtos não podia ser 
encontrado no comércio normal. Lojas macrobióticas e empresas de 
produtos macrobióticos proliferaram por todo o mundo. 
A base da Macrobiótica são teorias de Ohsawa que ele divulgava 
como sendo utilizadas “no Oriente”, principalmente a interação Yin/ 
Yang. Entretanto a idéia que ele tinha sobre esta polarização se cho-ca 
frontalmente com os fundamentos da Medicina Chinesa, originá-ria 
desta idéia e seguida por japoneses e outros povos do extremo 
oriente. Não se sabe de onde a interpretação dele veio, mas não faz 
parte da Medicina Oriental. Seu grande consumo de soja, excesso de 
cereais e a limitação no consumo de frutas não são, principalmente 
em se tratando de um país como o Brasil, recomendáveis. Soja em 
excesso irrita os rins e o pâncreas dos ocidentais, pois não temos os 
dispositivos genéticos dos orientais para trabalhar com este alimen-to. 
Muito cereal presente na alimentação (70 a 90%, segundo Ohsawa) 
pode causar espessamento do sangue e diversas incompatibilidades 
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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 30 
orgânicas, pois nem todos toleram carbohidratos em excesso. A idéi-as 
de limitação no consumo de frutas é muito comum em dietas nas-cidas 
em países com clima temperado ou frio. Mesmo dietas taoístas 
que são famosas pela saúde e pela longevidade que podem proporci-onar 
são extremamente direcionadas para o clima em que foram cri-adas 
e não podem se aplicar a um país tropical como o Brasil. Aqui 
podemos e devemos usar mais frutas do que estas dietas orientais 
preconizam. 
A Macrobiótica pode ser uma interessante opção por algum tempo. 
Seu conjunto básico prevê uma dieta restritiva com 14 dias de dura-ção, 
que pode ser experimentada por aqueles que desejam tentar 
esta forma de alimentação. Mas não se pode recomendar isto para 
todos, durante toda a vida, mesmo porque ela viola os fundamentos 
da Medicina Oriental que afirma seguir. 
Dieta de Baixo Carbohidrato 
Conhecida também como “Dieta do Dr. Atkins” ou “Dieta da prote-ína”. 
Extremamente polemizada, o trabalho do Dr. Atkins não deixa 
de ser interessante. Ele se baseou nos problemas do excesso de 
carbohidratos e formulou uma dieta baseada no consumo de proteí-nas 
e gorduras. Este trabalho foi tremendamente combatido, pois 
como vimos, os dogmas referentes à carne vermelha e à ingestão de 
gordura animal são muito fortes. 
Na verdade sua idéia era sensata, pois reduzia drasticamente o con-sumo 
de carbohidratos por duas semanas, retornando aos poucos 
até limites aceitáveis. Ele desenvolveu este método depois de expe-rimentar 
com centenas de pacientes e nele mesmo. 
É interessante notar o ódio mortal que muitos desenvolveram dele e 
de seu trabalho, especialmente vegetarianos radicais. Quando ele 
morreu, grupos de vegetarianos radicais divulgaram material mos-trando 
que ele havia morrido do coração, acima do peso e com pres-são 
alta e outros problemas. Conclusão deles: a dieta era um fracas-so. 
Entretanto, ela funcionou (e continua funcionando) para milhares 
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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 31 
de pessoas. O que aconteceu, então? Ora, uma pessoa perseguida e 
atacada violentamente como ele foi por todo o tempo depois de di-vulgar 
sua dieta, desenvolve vários problemas de saúde. A tensão 
emocional, estresse, angústia e mesmo depressão que este tipo de 
perseguição pode provocar acabam com a saúde de qualquer pessoa 
e provocam muitos problemas, como a hipertensão e a obesidade. 
Cito este caso por dois motivos: mostrar o que o estresse e outras 
emoções fortes podem fazer com uma pessoa e também dar um exem-plo 
do que um mero dogma alimentar e muito radicalismo pode cau-sar. 
Dieta da Longevidade 
Segue a idéia de quanto menos calorias ingerimos, mais vivemos. 
Embora existam comprovações de laboratório (em ratos), não creio 
que uma restrição muito grande resolva alguma coisa. 
Vi a algum tempo atrás uma matéria em uma revista sobre esta dieta. 
E as pessoas que apareciam na revista elogiando a dieta eram verda-deiras 
caveiras que tentavam sorrir para mostrar o quanto eram feli-zes 
sendo pele e osso. Seus olhos encovados me deixaram uma pro-funda 
impressão, pois dentro da Medicina Chinesa damos muita 
importância à compleição, conjunto de qualidades da fisionomia como 
cor da pele, brilho dos olhos, cor dos olhos, estado dos cabelos, apa-rência 
da pele, etc... E, segundo minha experiência e meus estudos, 
todas as pessoas apresentadas na matéria estavam doentes. Pode ser 
que seus exames médicos estejam em ordem e que estejam satisfeitas 
do modo como viviam, mas estavam doentes. E isto irá aparecer, 
cedo ou tarde. Não creio que atinjam realmente a longevidade. O 
próprio site especializado neste tipo de dieta (http:// 
www.calorierestriction.org/) alerta para os vários efeitos colaterais 
e riscos deste tipo de dieta. Existem algumas fotos de membros, to-dos 
sorridentes com seus olhos fundos e rostos encovados. Não ten-te 
algo tão drástico. 
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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 32 
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RESUMO 
Não existe dieta ou método de alimentação único para toda a 
Humanidade. Cada pessoa é um caso. 
Procure se conhecer melhor e crie sua própria dieta. Tenha um 
modo pessoal de se alimentar, de acordo com sua idade, tipo 
físico, fisiologia e estado emocional. 
Dietas restritivas funcionam por algum tempo, ao redor de 
duas semanas, pois descansam o organismo da digestão dos 
alimentos faltantes. Depois disto começam a aparecer as defi-ciências. 
Cuide de você e ouça a si mesmo. 
Evite medidas drásticas ou mudanças bruscas de alimentação. 
Faça tudo devagar e naturalmente.
26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 33 
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7 
COMO COMER? 
Todo tipo de dieta realmente funciona com algum tipo de pessoa ou 
por algum tempo, por isso vemos esta verdadeira Babel sobre ali-mentação. 
Todos querem dar seu testemunho de que seu sistema 
alimentar é mais funcional, mas se esquecem de que pode funcionar 
bem apenas com eles mesmos e algumas outras pessoas. Nunca com 
todo mundo o tempo todo. 
A cada dia assistimos uma enxurrada de informações sobre alimen-tação, 
muitas vezes baseada em descobertas científicas “derradei-ras”. 
E nossa compreensão da alimentação, ao invés de aumentar, se 
transforma em confusão... Conceitos tidos como verdades caem por 
terra e antigos vilões da alimentação são elevados à categoria de 
heróis. Tudo porque a ciência ocidental se preocupa em tentar en-contrar 
leis universais aplicáveis a toda a Humanidade e ignora a 
individualidade. 
A Medicina Oriental nos mostra que, dentro de leis universais, sem-pre 
existe a individualidade. Portanto, nos conhecer melhor é um 
caminho mais seguro do que apenas seguir os estudos de outros. A 
ciência é uma referência, um guia, e não a verdade definitiva. 
Vamos ver algumas idéias gerais sobre o que comer, como comer, 
quanto comer e quando comer, dentro da filosofia médica oriental. 
O que comer 
Vimos na primeira dica que cada ser humano é um universo próprio. 
Isto vale também para a alimentação, sendo muito difícil encontrar 
duas pessoas no planeta que possam comer exatamente as mesmas 
coisas. Além das características intrínsecas de cada um de nós temos 
que levar em conta também as alterações criadas pelo meio ambiente
26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 34 
na forma de poluição, problemas no trabalho, dívidas, problemas 
familiares, entre-safra de alimentos, e outros fatores que se alteram 
continuamente. E nosso organismo precisa ser ouvido se quisermos 
comer para ficarmos saudáveis. 
A solução é o auto-conhecimento, aquela palavra tão alardeada na 
Nova Era e tão pouco compreendida. Conhece-te a ti mesmo e tudo 
te será revelado, é nossa regra primordial. Vou lhe ensinar agora a 
preparar uma dieta alimentar totalmente sua, apenas sua, baseado 
no que faz bem ou mal para você. 
Esqueça por um momento tudo o que conhece sobre alimentação: 
calorias, regimes, colesterol, fibras, açúcar, vitaminas, tudo. À partir 
deste momento você começará do zero. Pegue papel e lápis e primei-ramente 
faça uma lista de tudo o que costuma comer, o mês inteiro 
em todas as refeições. Será uma lista grande, mas necessária. Depois 
faça outra lista, de tudo o que gosta de comer. Relacione seus praze-res 
gastronômicos sem culpa. Em seguida crie uma terceira lista com 
todos os alimentos que lhe fazem mal. Pode ser uma pequena azia, 
uma indigestão, enxaqueca, qualquer tipo de distúrbio, até espinhas. 
Observe que devem ser alimentos que lhe fazem mal, e não os ali-mentos 
de que não gosta. Existe uma grande diferença entre os dois 
grupos. Se sua lista de alimentos problemáticos tiver menos de cinco 
itens, mal sinal. Você precisa se observar e se conhecer melhor. 
Agora compare a primeira lista (alimentos costumeiros) com a ter-ceira 
lista (alimentos que fazem mal). Você está no caminho certo. 
Observe cuidadosamente se os problemas de saúde que passou ulti-mamente 
não foram causados por algum alimento específico. Se teve 
uma grande dor de cabeça na noite de terça-feira e foi o único dia em 
que almoçou lingüiça, desconfie. Através desta análise você vai des-cobrir 
que pode evitar facilmente comer algo que lhe fará mal. Pense 
em como pode evitar este alimento ou substituí-lo por outro. 
Agora compare a segunda lista (alimentos preferidos) com a terceira 
lista (alimentos que fazem mal) e repare quais alimentos que gosta 
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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 35 
lhe agridem o organismo. É triste mas é a dura verdade. Muitas 
vezes algo que amamos comer nos é extremamente prejudicial. Isto 
ocorre em alguns casos onde algum sentimento nos empurra num 
processo autodestrutivo. Pode ser uma culpa, um remorso, uma bai-xa 
auto-estima, uma depressão. Nosso corpo sabe exatamente o que 
nos faz mal. Se este for o caso, procure ajuda especializada e tente 
superar este problema emocional. 
Sempre que tiver um mal-estar em algum dia, anote tudo o que co-meu 
nas 24 horas antes do problema. Pode ser que não tenha rela-ção, 
mas é essencial que você comece a compreender a simbiose en-tre 
saúde e alimentação. 
Aos poucos você começará a perceber o que pode comer ou não, em 
que quantidade e em que horário. Tudo isto é significativo e o bom 
senso sempre deve imperar. Eu, por exemplo, posso comer quanta 
carne de boi eu quiser, mas se comer carne de porco por mais de 
duas refeições meu rosto fica cheio de espinhas. De qualquer forma, 
se me oferecer um sanduíche de pernil, eu posso comer. UM sandu-íche. 
Da mesma forma o molho de tomate me agride o estômago, 
mas é pior à noite (certeza de acordar com uma baita azia de ma-nhã...). 
Entretanto, um pouco de molho de tomate no almoço, por 
exemplo, pode ser tolerado. Desde que seja pouca quantidade (o 
molho que tem em uma pizza é uma porção aceitável) e não coma 
mais nada agressivo (como pizza de calabresa dois dias seguidos. E 
à noite). 
Este tipo de informação não está nos manuais de nutrição, repletos 
de tabelas, gráficos e informações contraditórias. Você terá que apren-der 
sozinho através do auto-conhecimento. Mas você irá ter muitos 
outros benefícios ao se conhecer melhor. 
Combinação 
A combinação entre alimentos é muito importante. Ao começar sua 
caminhada de auto-conhecimento você pode perceber que determi-nado 
alimento está em sua lista negra mas que algumas vezes você o 
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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 36 
come sem problemas. A resposta pode estar na combinação dele com 
alguma outra coisa. Já contei minha experiência com o frango e o 
pimentão, se lembra? Era uma combinação malévola. Cada pessoa é 
uma pessoa e cada situação é uma situação. 
Cuidado com combinações. Parte do amido é digerido na boca mas 
se ela ficar muito ácida a digestão é prejudicada. Portanto comer 
algo com amido (pão, macarrão, arroz) depois de comer uma fruta 
ácida pode atrapalhar sua digestão. Almoçar bebendo suco de laran-ja, 
por exemplo. Via de regra, evite frutas após as refeições. As fru-tas 
passam direto pelo estômago e são digeridas no intestino, por-tanto 
se forem consumidas após outros alimentos elas terão que 
esperar sua vez até serem digeridas e fermentarão no estômago. Isto 
pode não representar nada para você mas para alguém pode ser um 
problemão. 
Estas são apenas algumas idéias gerais sobre combinações de ali-mentos. 
O melhor é verificar em sua lista negra se estes alimentos 
lhe fazem mal sempre ou só quando estão acompanhadas por outra 
coisa. 
Quantidade 
A quantidade de comida que ingerimos é uma 
das causas de muitos de nosso problemas de saú-de. 
Grandes volumes de alimentos somados ou 
relacionados com a ansiedade faz mais obesos do 
que todo o colesterol do planeta. Somos educa-dos 
a pensar que praticamente morreremos se 
pularmos uma refeição ou que ficaremos debili-tados 
e anêmicos ao seguir um regime de restrição alimentar por 
uma semana. Bobagem. Grande parte da população ingere uma quan-tidade 
de comida maior do que o necessário, sem contar que os ali-mentos 
industrializados tem muito mais “sustância” que os naturais 
e poderiam ser utilizados em menor quantidade. 
Fazer três refeições diárias parece ser algo bastante lógico, mas de- 
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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 37 
penderá de cada pessoa. Muitos ficam em jejum a manhã toda e vão 
apenas almoçar, sem problemas. Outros comem pequenas porções, 
seis ou sete vezes ao dia. Tudo dependerá do que for melhor para 
você e do seu costume, também. O fator cultural é muito influente na 
quantidade de refeições. Mas lembre-se de que deve comer se sentir 
fome e não quando tiver vontade de comer. Fome e gula são coisas 
diferentes e saber esta diferença é um passo importante no auto-conhecimento. 
Comer se tornou uma forma de preencher lacunas de 
nossa vida. Se alimentar deixou de ser uma necessidade do organis-mo 
para se tornar uma atividade qualquer que pode ser feita cons-tantemente, 
ao bel-prazer, como diz na embalagem de um salgadi-nho 
que eu por acaso li: “a maneira mais divertida de passar o tem-po”. 
Então comida agora é passatempo, diversão? 
Vários trabalhos e estudos constataram que alguma carência na quan-tidade 
de alimentação torna as pessoas mais saudáveis ao invés de 
debilitadas. O Dr. Liu Zhengcai, pesquisador e especialista em medi-cina 
chinesa, realizou um brilhante trabalho na análise da longevidade 
de anciãos chineses, todos com mais de 100 anos (e existem milhares 
na China). Ele descobriu que muitos deles se alimentavam muito 
pouco. Estudos feitos posteriormente com ratos mostraram que aque-les 
que tiveram restrições alimentares viveram mais e com mais saú-de 
do que aqueles que tinham comida à vontade. Estes desenvolve-ram 
várias patologias, como nefrite e câncer. 
Monges orientais, yogues e ascetas em geral se alimentam muito 
pouco e vivem saudáveis, o que parece comprovar este argumento. 
Mas veja que falamos “pouco” no sentido de “menos” e não no de 
“miséria”. Entre comer pouco e ficar desnutrido existe uma grande 
distância. A verdade é que geralmente comemos muito mais do que 
necessitamos, por gula, problemas emocionais ou outro motivo. 
Procure regular a sua alimentação pelo quanto você realmente deseja 
comer. Normalmente se aconselha que se ingira cerca de 70% da 
capacidade do estômago, ou seja, saia da mesa antes de ficar repleto. 
Isto dá uma sensação de leveza e tranqüilidade. Evite raspar a pane- 
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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 38 
la para não “desperdiçar comida”. Coma somente o que tiver vonta-de 
e eduque-se para conhecer a fronteira entre “necessidade” e “ex-cesso”. 
Ao forçar mais comida repetidas vezes, seu estômago se di-lata 
e seu organismo se acostuma com aquela nova quantidade. Da 
próxima vez, sua fome será maior para poder ocupar a nova capaci-dade 
do estômago e assim por diante. 
Modere sua quantidade de comida antes que necessite de uma ope-ração 
de redução de estômago... 
Época 
Estamos acostumados a comer mais ou menos do mesmo modo du-rante 
o ano todo. Isto não é muito sábio, não importa o tipo de dieta 
que utilizemos a não ser que você more em um lugar que tem apenas 
um tipo de alimento o ano inteiro, o que não acho que seja sue caso. 
Nossa alimentação deve seguir as épocas do ano, as estações do ano. 
Conhece o I Ching, o Livro das Mutações? É uma obra maravilhosa 
escrita na China antiga há mais de 3.000 anos que possui uma filoso-fia 
extremamente profunda. Segundo este livro tudo no Universo 
está em constante mutação, nada fica estático o tempo todo. Portan-to 
nossa alimentação deve seguir o padrão de mutação do Universo, 
ao menos nas estações do ano. 
O melhor seria consumir brotos, alimentos crus e frescos na Prima-vera, 
época de crescimento e recuperação da letargia do Inverno. É a 
hora certa para regimes de desintoxicação e emagrecimento. Evite 
alimentos picantes e diminua os alimentos ácidos. 
O Verão é época de plenitude, o clímax, e pede alimentos crus, frutas 
e mais líquidos, mas sem exageros. Reduza a quantidade de comida 
e faça várias pequenas refeições ao longo do dia. Evite alimentos 
salgados e diminua os alimentos amargos. 
O Outono é a hora de se preparar para o Inverno. Consuma alimen-tos 
mornos, mais “pesados” como as carnes, e sopas e caldos diver- 
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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 39 
sos. Passe a cozinhar seus legumes. Evite alimentos amargos e dimi-nua 
os alimentos picantes 
Inverno é sinônimo de redução de atividades, de uma menor movi-mentação 
devido ao frio. Frio este que pede comidas mais gorduro-sas 
e mais carnes na alimentação. Fuja de alimentos crus e coma no-zes, 
amendoim e frutos oleaginosos. Evite alimentos doces e dimi-nua 
os alimentos salgados. 
Dentro da filosofia chinesa temos 5 elementos, portanto 5 estações 
do ano. Incluímos então a chamada “5ª Estação”, no final do Verão e 
começo do Outono. Uma transição do clímax do Verão para a prepa-ração 
do Inverno. Recomenda-se alimentação mais neutra como os 
cereais. Evite alimentos ácidos e diminua os alimentos doces. 
Não vou entrar em muitos detalhes, mesmo porque grandes partes 
do Brasil não possuem as quatro estações bem definidas. A regra 
geral é procurar comer alimentos locais e da época, sempre que pos-sível. 
Aumente os alimentos quentes quando o tempo esfriar e vice-versa 
(mas cuidado com os gelados, pois atacam sua saúde). Assim 
você estará seguindo as mutações corretamente. 
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RESUMO 
A alimentação deve ser algo individual. Não existem regrais 
gerais aplicáveis a toda a Humanidade. 
Assuma a responsabilidade pela sua saúde, conforme falamos 
na dica 4 (Sua Saúde é Você Quem Faz). Se você sabe que co-mer 
sanduíche todo dia lhe faz mal e continua fazendo, o pro-blema 
será todo seu. Nenhum médico do planeta, ocidental 
ou oriental, poderá lhe ajudar. 
Procure descobrir o alimento que lhe faz mal, quando lhe faz 
mal e junto com que outro tipo de comida o efeito é pior. 
Não se esqueça de pesquisar também o que lhe faz bem. Colo-que 
estes alimentos sempre em seu cardápio.
26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 40 
Cuidado com as combinações. Nem sempre uma mesa muito 
variada é sinônimo de saúde. Muitos alimentos criam proble-mas 
quando misturados. Procure conhecer o que lhe afeta. 
Não encha completamente seu estômago. Coma apenas 70% 
de sua capacidade, mesmo que deixe a mesa com um pouco 
de fome. 
Quando estiver doente, com algo simples como uma gripe, 
procure reduzir a quantidade e a variedade de comida 
ingerida. Dê um tempo para seu organismo se restabelecer. 
Procure comer sempre os alimentos da estação do ano cor-respondente. 
Evite coisas muito fora do padrão. Nozes e ave-lãs 
consumidas no Natal, que é Verão aqui no Brasil, é um 
bom exemplo de erro. 
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8 
DERRUBANDO MITOS 
DOS ALIMENTOS 
Alimentação é sempre uma preocupação de todos que buscam uma 
vida saudável. A relação entre o que comemos e como nos sentimos 
ou somos sempre foi muito óbvia na cultura humana. Mas nas últi-mas 
cinco décadas experimentamos um grande avanço na pesquisa 
científica relacionada com a alimentação. Novos estudos analisaram 
a composição e efeitos de vários alimentos e pesquisas ampliaram 
nosso conhecimento sobre a digestão e assimilação. Embora a rela-ção 
entre alimentação e saúde seja conhecida desde os primórdios 
da Raça Humana, nunca o Homem se preocupou tanto com o que 
come e nunca ele comeu tão mal. 
No início apenas se comia o que podia ser encontrado e quando era 
encontrado. Depois passamos a criar, plantar e colher nossos alimen-tos. 
À partir do século XX passamos a contar com muito mais alimen-tos, 
de várias regiões diferentes, e passamos a efetuar grandes in-dustrializações 
na alimentação. Foi o início de diversos problemas. 
Vamos analisar agora alguns mitos da alimentação que ocorrem não 
apenas debaixo das barbas da ciência ocidental mas também em ou-tras 
correntes de pensamento. Lembre-se de que toda pesquisa ci-entífica 
é feita à partir de modelos estatísticos, conforme vimos ante-riormente, 
estando pois sujeita a funcionar apenas na faixa média. 
Também os avanços científicos acabam por derrubar “verdades” 
anteriores e acrescentar outras novas, que com o tempo também se-rão 
descartadas. Mesmo assim estas pesquisas são importantes? Cla-ro! 
Mas lembre-se sempre de que são apenas referências e nunca 
verdades absolutas. Muitas pessoas se enganam neste aspecto e diri-gem 
toda a sua vida segundo os “últimos avanços” da ciência. Mas 
os “últimos avanços” de hoje amanhã estarão caídos por terra.
26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 42 
Desenvolva seu auto-conhecimento e descubra o que é realmente 
bom para você ou não, independente do que outros digam. 
Dogmas 
A principal praga que assistimos é a dos dogmas e meias-verdades 
científicas. Pesquisas mal-feitas, superficiais, contraditórias, 
inconclusivas ou parciais muitas vezes derramam informações pela 
metade e são avidamente divulgadas pela imprensa com sensaciona-lismo 
como “a última palavra” da ciência. E estas meia-verdades ou 
equívocos se propagam e criam uma cultura resistente às mudanças 
que são normais na ciência. Tornam-se dogmas difíceis de serem 
derrubados. 
É o caso por exemplo do uso da margarina em detrimento da man-teiga. 
Esta questão será analisada melhor adiante, mas aqui cabe uma 
consideração. Nunca fui adepto da margarina e quando se ventilou 
que existiam riscos potenciais nas gorduras trans, tratei de me infor-mar 
melhor. Procurei na internet e achei um artigo excelente, de uma 
nutricionista, que explicava detalhadamente o que eram as gorduras 
trans e seus efeitos maléficos no organismo: enquanto a manteiga 
pode apenas aumentar o “colesterol ruim”, a gordura trans não só 
aumenta o “colesterol ruim” como diminui o “colesterol bom”. Con-clusão 
óbvia: é pior que a manteiga. Mas a nutricionista termina o 
artigo afirmando que, apesar de todos os problemas da gordura trans, 
comer margarina ainda é melhor do que a manteiga porque esta é 
“de origem animal”. Entendeu? Nem eu! 
A carne vermelha também sofreu com isto. Ela é acusada de ser a 
responsável por pelo menos 75% das desgraças da Humanidade, pelo 
que se nota por aí. Embora seja difícil provar tudo isto. Muitos arti-gos 
tem sido escritos contra toda esta cultura de condenação à carne 
vermelha e à gordura animal, mas isto não aparece na imprensa. 
Como bem demonstra o Dr. Drauzio Varella em seu site, “... fica 
claro que as recomendações atuais para evitar gordura animal nas 
refeições são, no mínimo, desprovidas de fundamento científico” 
(http://drauziovarella.ig.com.br/artigos/carne_introducao.asp). 
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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 43 
Quando se levantou na imprensa que a carne vermelha pode provo-car 
o Mal de Parkinson, a Academia Brasileira de Neurologia (ABN), 
através de seu Departamento Científico de Transtornos do Movi-mento, 
teve que emitir uma posição oficial a respeito disto, negando 
veementemente a veracidade das informações e mostrando que são 
estudos mal-feitos ou inconclusivos. Mas isto não chegou a ser uma 
notícia importante. 
O leite é considerado como alimento imprescindível, mais por dogma 
do que por evidências científicas. Para mostrar como funciona um 
dogma globalizado, existe uma campanha em curso para tentar im-por 
a alimentação com leite e derivados aos chineses, pois isto não 
faz parte de sua cultura. Os ocidentais não conseguem entender como 
uma criança cresce forte e saudável sem beber leite, logo os chineses 
devem bebê-lo também. Mas 99% dos chineses não toleram a lactose, 
embora sejam um mercado enorme e atraente para os laticínios. 
Muitos outros dogmas poderiam ser descritos, como o do 
carbohidrato como alimento indispensável e o consumo excessivo de 
calorias e sedentarismo como origem da obesidade. Mas podemos 
acabar queimados numa fogueira em praça pública... 
Arroz Integral 
Após os anos 60 se tornou muito comum a afirmação de que o arroz 
branco é nefasto e que o arroz integral é saudável. Isto nasceu do 
trabalho de George Ohsawa, divulgador da Macrobiótica. Segundo 
esta filosofia os povos do Oriente consomem arroz integral, e por 
isto são mais saudáveis. É um equívoco, pois os orientais consomem 
arroz branco, como se pode constatar facilmente com pessoas que 
viajaram até lá ou em filmes e fotos. Na Índia se consome o arroz 
integral, chamado de “arroz com cutícula”, como se fosse um prato 
determinado, como “arroz à grega”. A maioria consome mesmo o 
arroz branco, assim como japoneses e chineses. O arroz integral, es-curo, 
pode ser tremendamente indigesto para muitas pessoas e seu 
uso pode ser liberado após algumas experiências pessoais. Mas não 
se sinta obrigado a comer arroz integral como se sua saúde depen-desse 
disto. Os orientais não o fazem. 
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Carne Vermelha 
Este é um dos alimentos campeões de preconceito e histórias de ter-ror. 
A carne é o principal fator para que os seres humanos tenham 
desenvolvido sua inteligência, pois proporcionou proteínas abundan-tes 
e aminoácidos essenciais que desenvolveram nosso cérebro e suas 
calorias deram um espaço de tempo ocioso para que aprendêssemos 
a pensar. Repare que os animais herbívoros comem o tempo todo e 
só se preocupam com isto. 
Já mostramos que a carne vermelha e sua gordura não devem sair da 
mesa e que não existem comprovações científicas sérias sobre seus 
riscos para o coração. Também comentamos sobre a sua riqueza em 
ferro facilmente absorvido pelo organismo e na concentração em vi-taminas 
do complexo B, principalmente a B12. Também possui abun-dância 
em Zinco, essencial na cicatrização e no funcionamento do 
sistema imunológico e o seu consumo aumenta a absorção do ferro 
dos vegetais também. Além disto nossa carne brasileira vem dos 
chamados “bois verdes”, criados livres em pastos e não em 
confinamento e alimentados com rações industrializadas como os 
europeus e americanos. Por isso nossa carne é tão apreciada interna-cionalmente. 
Ainda segundo o Dr. Drauzio Varella no artigo citado anteriormen-te, 
não existe comprovação de que ingerir menos gordura animal 
diminua a probabilidade de se ter um ataque cardíaco ou possa au-mentar 
nossa longevidade. As dietas ricas em carbohidratos são mais 
perigosas para o coração do que o consumo de gordura animal. 
Leite 
O leite in natura é o grande tabu da alimentação moderna. Conside-rado 
indispensável para o crescimento das crianças e para prevenir 
problemas de carência de cálcio como a osteoporose, o leite se tor-nou 
um alimento cada vez mais indispensável. Mas nem tudo é assim 
como parece. Em primeiro lugar o leite de vaca é adequado às vacas. 
A proteína do leite de vaca é muito diferente daquela do leite huma-no 
e a maioria das pessoas não consegue digerir a lactose, a proteína 
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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 45 
do leite de vaca. Estima-se que 65% da população brasileira tenha 
intolerância à lactose. Mas continua-se apregoando que ninguém con-segue 
crescer e ser saudável sem tomar três copos de leite por dia. 
Veja que meio copo de suco de repolho tem mais cálcio do que um 
litro de leite. Além disso o processamento do leite para enfiá-lo nas 
caixinhas ou saquinhos o torna muito diferente do leite cru, mais 
saudável. Para não falar do leite desnatado, uma água branca que 
perdeu quase todos os nutrientes. Os orientais não consomem leite e 
laticínios, com exceção dos indianos. A Medicina Chinesa considera 
o leite como fator de retenção de líquidos e muco no organismo. 
Manteiga e Margarina 
Por muito tempo defendi a manteiga em detrimento da margarina. 
Era considerado maluco, pois a nefasta manteiga era de origem ani-mal, 
aumentava o colesterol, etc... As pessoas preferiam a margari-na, 
alimento sintético produzido por processos industriais e cheio 
de aditivos químicos. Talvez por influência das propagandas que 
mostravam famílias e velhinhos felizes e saudáveis por usarem mar-garina. 
Até as evidências da gordura trans aparecerem. 
Sempre se suspeitou que estas gorduras pudessem ser danosas, mas 
a indústria se calou com a falta de respaldo científicos. Quando se 
descobriu finalmente que as gorduras trans diminuíam o colesterol 
bom e aumentavam o ruim, a coisa surgiu sem grande alarde. As 
indústrias logo apareceram com substitutos da gordura trans, o que 
prova que eles já sabiam dos problemas e estudavam alternativas. 
Isto não aparece da noite para o dia. Nenhuma palavra foi dita pela 
imprensa sobre os milhões que devem ter morrido do coração por 
confiarem nos milagres da margarina. E, por força do dogma, mui-tos 
médicos e nutricionistas ainda afirmam que a margarina é me-lhor 
que a manteiga. Será? 
> Ambas tem as mesmas calorias 
> A manteiga é rica em vitamina A, D e E. A margarina tem vitami-nas 
artificias acrescentadas à sua massa pastosa. 
> A manteiga é de fácil digestão e não indispõe o organismo. É a 
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gordura com absorção mais rápida. 
> Usada na culinária, aumenta o valor nutritivo e o sabor dos ali-mentos. 
> Manteiga não engorda. 
> Por lei, a manteiga não pode ter nenhum aditivo, exceto sal. 
A margarina é fabricada artificialmente por hidrogenação de óleo 
vegetal, o que gera as gorduras trans. Mesmo que não tenham gor-dura 
trans, por usarem óleo de palma, já existem boatos de que estes 
substitutos podem fazer tanto mal ou até mais do que as trans. Na 
verdade a margarina vem de uma massa pastosa preta com forte 
cheiro de óleo que depois é purificada, clareada, colorida e 
aromatizada. É quase a mesma coisa que passar plástico derretido 
no pão. Veja você mesmo: deixe um pote de margarina aberto, em 
cima da mesa, por um mês e veja o que acontece. Nada. Nenhum 
inseto se aproxima, ela não embolora, nem fica rançosa, nem se es-traga. 
Afinal, plástico dura centenas de anos.. 
Ovos e Colesterol 
Os ovos são outro tipo de alimento banido das mesas nos anos 50 
depois da descoberta do colesterol. Mas descobriu-se recentemente 
que existem mais motivos para se comer ovos do que para não comê-los. 
Sua taxa de gorduras totais é baixa e a de gorduras saturadas, 
mais maléficas, é menor que uma fatia de queijo branco. Além disso 
o ovo é rico em colina, nutriente importante para o cérebro, triptofano, 
que se torna serotonina (substância associada à sensação de bem-estar), 
e a maioria de suas gorduras são monoinsaturadas, as gordu-ras 
benéficas. Tem poucas calorias e é de fácil digestão pela maioria 
das pessoas. É interessante que a revista Veja tenha publicado uma 
matéria sobre estas novas descobertas do ovo e tenha condenado 
seu consumo junto com as gorduras trans, por serem reconhecida-mente 
perigosas. No final, uma das formas saudáveis de se consumir 
os ovos segundo a revista é fritá-los... em margarina. Olha aí o 
dogma, de novo. 
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Calorias 
Muita gente se descabela para comer uma refeição, pois tem que con-tar 
cada caloria do prato. Esta é a ditadura das calorias, que muitas 
pessoas se sentem forçadas a seguir principalmente para perder peso. 
Já li um artigo de um médico dizendo que era fácil resolver a obesi-dade: 
era só comer menos calorias que as que gastamos. Fácil, não? 
Então porque a obesidade está se tornando praga mundial? Não tem 
nada de fácil, porque calorias e sedentarismo são apenas parte do 
processo que engloba predisposição genética, ansiedade, traumas, 
formas equivocadas de encarar a vida. É tudo muito complexo e cada 
caso é um caso. 
Contar calorias desesperadamente é fonte de ansiedade e frustração 
que acabam em estresse, depressão e... mais quilos extras! Já conheci 
pessoas que tinham uma balança na cozinha para pesar cada alimen-to 
e descobrir quantas calorias existiam no prato. Isto não é saúde, é 
neurose. Novamente temos que chamar a atenção para o fato de que 
a tabela de ingestão de calorias é montada em cima de estudos esta-tísticos. 
Isto muda dramaticamente de pessoa para pessoa, de situa-ção 
para situação e de época para época. 
Para a Medicina Oriental, emagrecer é um processo que deve englo-bar 
corpo, mente, energia e espírito. Ou na maioria das vezes não 
funciona. Existem pessoas sedentárias que comem como dragões e 
não engordam nenhum grama. Outras fazem exercícios sempre que 
podem e dietas terríveis e pouco oscilam no peso. Cada pessoa é um 
Universo. Nunca se esqueça disto. Relaxe e procure uma solução 
holística para seu problema. 
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RESUMO 
Não existe dieta ou método de alimentação único para toda a 
Humanidade. Cada pessoa é um caso. 
Existem alimentos que são problemáticos para determinadas 
pessoas e não para outras. Somente o auto-conhecimento trará 
luz para estas dúvidas.
26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 48 
“Comprovação científica” é uma referência, nunca uma verda-de 
absoluta. Use o bom senso. 
Cuidado com “últimas novidades científicas” alardeadas pela 
imprensa. Quanto mais repercussão um estudo tiver, tanto mais 
desconfiado você deve ficar. 
Prefira alimentos naturais, não industrializados. 
Como tudo na vida, coma com moderação. 
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9 
O ESTRESSE NOSSO DE CADA DIA 
À partir dos anos 80 a palavra “estresse” (e sua originária inglesa 
“stress”) bombardeou nossos noticiários. Esta seria a grande praga 
do final do século XX, previsão que se revelou mais do que verda-deira. 
Hoje o estresse é uma das principais causas da queda na qualidade 
de vida e de perda de saúde. Muito disto é um subproduto natural 
de nosso tipo de vida moderno, principalmente nas grandes cida-des. 
Em verdade, o estresse faz parte de nossa própria natureza e é 
perfeitamente natural. O seu excesso é que deve ser evitado. 
Muitas das doenças relacionadas à obesidade e ao sedentarismo na maioria 
das vezes se originam do estresse, como hipertensão, diabetes, fadigas 
crônicas, disfunções cardíacas. Incluindo a própria obesidade! 
O estresse é um estado fisiológico gerado pela adaptação do orga-nismo 
a um determinado tipo de estímulo emocional muito forte. 
Vem do inglês “stress” que significa “tensão”. Esta tensão pode ser 
desencadeada por diversos fatores, geralmente com forte influência 
do ambiente: prazos, frustrações, ansiedade, problemas emocionais, 
problemas de saúde, poluição, trânsito, compromissos. Aparentemen-te 
nada podemos fazer com relação a muitos destes fatores. Mas 
existe sempre um deles em que podemos intervir: nós mesmos. Se 
alterarmos nossa reação perante estes problemas, nossa fisiologia 
não precisará desencadear uma guerra hormonal sem vencedores. 
A primeira coisa que sempre devemos nos lembrar é que o estresse é 
um fenômeno natural, que muito nos auxilia em momentos de neces-sidade. 
A injeção de adrenalina que recebemos pode salvar nossa 
vida em um momento de emergência ou nos ajudar a passar por
26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 50 
algum sufoco. Portanto o estresse é nosso aliado. O que não pode-mos 
é manter o estado de emergência o tempo todo. Este é o grande 
problema. 
Todos nós passamos por momentos de tensão, no trabalho, em casa, 
até no lazer. Mas estes momentos devem vir e passar. Quando uma 
situação estressante é substituída logo em seguida por outra e mais 
outra, aí temos um problema. O encadeamento de situações 
estressantes mantêm nosso corpo em constante estado de emergên-cia, 
em tensão contínua. O resultado todos nós sabemos. Se ficamos 
tensos e não sentimos o alívio após a crise passar o organismo come-ça 
a se desgastar. E os problemas de saúde aparecem. 
Fica até difícil enumerar todas as complicações que podem vir do 
estresse excessivo, mas diabetes, pressão alta, transtornos psicológi-cos 
como fobias são bastante comuns. Grande parte dos casos de 
obesidade está mais associado a ansiedade (uma forma de estresse) 
e aos problemas do dia-a-dia do que com as calorias que se consome. 
Existem muitas causas para o estresse e também muitos jeitos de se 
livrar dele. Vamos ver alguns pontos. 
Expectativa: manter expectativas sobre qualquer coisa é o cami-nho 
certo para criar estresse e frustração, pois dificilmente as coisas 
acontecem exatamente como imaginamos. Costumo dizer que o ser 
humano é a única criatura que sofre por antecipação: pelo aluguel do 
mês que vem, pelo encontro de quinta-feira, pela festa de aniversá-rio 
daquele pestinha do apartamento ao lado, pela visita do cunhado 
folgado que vem filar o almoço de domingo. Muitas vezes as coisas 
não saem tão ruins e o sofrimento todo foi em vão. Da mesma forma, 
ao se esperar algo muito bom e isto não acontecer, a frustração dará 
o golpe de misericórdia na expectativa. O resultado é mais estresse. 
A solução é procurar esperar os acontecimentos do modo mais im-parcial 
possível, e agir conforme o momento, de acordo com o resul-tado. 
Os Taoístas tem um princípio denominado Wuwei, que signifi-ca 
“não-ação”. Isto simboliza não criar problemas novos ou novas 
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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 51 
situações mas reagir conforme elas aparecem. Utilizando um velho 
ditado, “preocupe-se com a travessia da ponte apenas quando che-gar 
na ponte”. 
Confinamento: ficar fechado, ter seus limites reduzidos, é um dos 
grandes incentivadores de estresse. Passar o dia trancado no escri-tório, 
atrás do balcão, dentro de casa, aumenta bastante nossa ten-dência 
ao estresse. E se depois do trabalho voltamos para um 
“apertamento” abafado, estagnado, o estresse de todo o dia aumen-ta 
ao invés de diminuir. Sempre que puder dê uma volta ao ar livre, 
de preferência em uma praça ou outra área aberta com pouca agita-ção. 
Caminhe até o local do almoço ou dê uma volta maior ao retornar 
ao trabalho. Ao sentir a tensão aumentar, saia e fique cinco minutos 
ao ar livre. Se estiver chovendo, fique na porta ou em uma janela 
aberta e observe a chuva caindo. 
Refúgio: todo animal precisa de um refúgio para se esconder, cui-dar 
da prole, se recuperar dos ferimentos da luta pela vida. E o ser 
humano não é diferente. A sua residência tem que ser este refúgio. 
Procure manter um ambiente calmo, tranqüilo. Use plantas vivas, 
flores, aquários e fontes para dar mais vida ao lugar. Incensos e óle-os 
aromáticos são muito bons, se você tiver afinidade. Ao chegar em 
casa, espreguice-se e coloque uma música suave, de preferência or-questrada, 
em um volume baixo. Não precisa ser nada “New Age”, 
mas tem que ser suave. Tome um banho tépido, nem quente nem 
frio. Coloque uma roupa macia e procure esquecer os problemas do 
dia (e não se preocupar com o dia seguinte!) 
Prazo: os prazos são um dos maiores carrascos que temos na vida 
moderna. Tudo está sujeito a horários e escalas. A tensão se agiganta 
ao se aproximar o limite de tempo estabelecido, com os devidos da-nos 
ao seu organismo. Correr atrás de prazos por algumas vezes é 
normal. O problema é quando este tipo de atitude se torna constan-te. 
Procure planejar tudo o que for fazer e dê limites de tolerância. 
Nem tudo tem que ter precisão cirúrgica. No caso de compromissos 
em uma cidade como São Paulo, dar 15 minutos de tolerância é nor- 
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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 52 
mal e aceito. Se houver um atraso maior ligue e avise. Não arrume 
nem aceite trabalhos com prazos vencidos ou muito próximos do 
fim. Isto pode mostrar eficiência profissional mas é o hospital que 
lhe mandará a conta. 
Hobby: sempre recomendei a todos os meus pacientes que encon-trem 
um hobby, uma diversão, de preferência manual. Trata-se de 
uma atividade lúdica, sem intenções profissionais, que nada tenha a 
ver com sua profissão. Este é o segredo da coisa: o hobby tem que 
ser uma atividade sem qualquer tipo de vínculo com seu trabalho. 
Quanto mais diferente, melhor. Eu trabalho com cultura oriental en-tão 
meus hobbies são modelismo e ler Ficção Científica. Nada a ver. 
Pode ser jogar xadrez, colecionar selos, pintar quadros, qualquer coisa. 
Um hobby artesanal combate o estresse de modo extremamente agra-dável. 
E é mais barato do que a conta da farmácia. Se você achar que 
não tem tempo para isto, espere sua próxima internação hospitalar e 
comece. 
Trânsito: O estresse é responsável pela atitude de luta-ou-fuga que 
todos temos frente a situações agressivas. Isto explica a tendência a 
sermos agressivos quando estressado: nosso corpo se preparou para 
uma boa briga, que acabou não acontecendo. Mas ele está em alerta, 
tenso, pronto, e qualquer coisa é motivo para desencadear a violên-cia. 
Vemos isto diariamente no trânsito das grandes cidades. Antes 
de ficar agressivo veja se é realmente necessário, se o problema é 
realmente grande e se a solução é realmente complicada. Valorize as 
coisas de modo adequado. De qualquer jeito, conte até 10 respiran-do 
fundo em cada contagem. Funciona. 
Exercícios físicos: qualquer tipo de exercício físico pode ser muito 
saudável e desestressante. Não precisa exagerar- uma leve caminha-da, 
natação, até jogar ping-pong. O importante é que se concentre no 
que está fazendo. Correr enquanto escuta música alta e pensa no 
escritório não adianta. 
Esportes radicais: hoje se tornou muito comum a prática de espor- 
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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 53 
tes radicais como rapel, escaladas livres, montanhismo, rafting. Já vi 
praticantes afirmando que eles combatem o estresse. Mas a coisa não 
é bem assim. Esportes radicais são extremamente estressantes por 
natureza própria. Mas como a carga de estresse passa, tem um limi-te, 
a pessoa normal experimenta um relaxamento final bastante agra-dável, 
pois a carga extra de adrenalina elevou os níveis de tensão até 
o pico e depois desabou. No dia-a-dia nossas emergências não “aca-bam”, 
por isso a tensão é constante. O problema é quando a pessoa 
se torna viciada em esportes radicais. É a mesma coisa de uma de-pendência 
de drogas químicas, pois trata-se da adrenalina, substân-cia 
química. A pessoa nestas condições busca emoções cada vez mai-ores 
e com mais perigo para obter uma dose crescente de adrenalina. 
Quando fica sem a prática, se sente irritado, ansioso, como a síndrome 
de abstinência do drogado. Depois da prática ele sente um tremen-do 
alívio e relaxamento, como o causado pela satisfação no uso de 
drogas. Isto não é combate ao estresse, mas uma dependência. Es-portes 
radicais podem ser saudáveis, se não acabar em obsessão. 
Ponto de vista: muitas vezes o estresse é gerado por um determi-nado 
jeito de encarar as coisas. Procure ser mais tolerante e flexível. 
A capacidade de poder ver uma mesma situação sob a ótica de outra 
pessoa conduz a uma maior compreensão dos que se encontram ao 
nosso redor e é um grande diferencial na liderança empresarial, por 
exemplo. 
Reação: a reação aos problemas do dia-a-dia deve ser analisada. 
Você percebe um problema e logo começa a pensar em uma solução 
ou você fica o dia todo reclamando dele? Lao-Tzu, grande sábio chi-nês, 
afirmou que é melhor acender uma lanterna do que amaldiçoar 
a escuridão. Busque uma solução e não se estresse com o problema. 
Artes Marciais: praticar uma arte marcial é uma boa pedida para 
se reduzir o estresse. Qualquer tipo de atividade física regular é su-ficiente, 
mas as artes marciais possuem muitas propriedades a mais. 
Se você optar por uma arte tradicional do Oriente você terá, além do 
mero exercício físico, mais concentração, disciplina e uma excelente 
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26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 54 
filosofia de vida. Particularmente eu recomendo o Tai Chi Chuan ou 
o Aikidô como ferramentas ideais para deixar o estresse comendo 
poeira e ampliar sua visão do Universo. 
Atividades orientais: além das artes marciais existem muitas ou-tras 
atividades orientais que podem ser utilizadas como ferramentas 
de redução do estresse ou como hobbies, como arranjo japonês de 
flores (Ikebana), árvores miniaturas (Bonsai), caligrafia oriental 
(Shodô), dobradura de papel (Origami). Elas induzem à concentra-ção 
e pregam a liberação do pensamento. Terapias em forma de arte. 
Massagem: feitas periodicamente, melhoram o relaxamento mus-cular 
e a circulação de energia removendo e dissolvendo a tensão. 
Qualquer tipo de massagem sempre ajuda, mas recomendo as tradi-cionais 
como Tui-Ná, Shiatsu, Anmá ou mesmo o moderno Quick 
Massage, feito em uma cadeira especial. Uma vez por semana seria o 
ideal, mas em caso de necessidade pode-se recorrer a ela sempre que 
precisar. 
Relaxamento: relaxar é a ordem para combater o estresse. Relaxa-mento 
é o oposto da tensão, logo é nosso remédio. Cada pessoa tem 
um jeito de relaxar, apenas tome cuidado para não ser enganado. 
Muitos jovens acreditam que escutar o som no volume máximo rela-xa. 
Nada disto. Ele atordoa. Procure espreguiçar-se ao longo do dia 
e quando sentir um músculo tenso faça o seguinte: inspire profunda-mente, 
prenda a respiração e tensione aquele músculo o máximo que 
puder. Solte o ar e relaxe a musculatura. Isto pode ser feito com 
qualquer parte do corpo ou mesmo o corpo todo de uma vez e utiliza 
o princípio Yin/Yang de Contração/ 
Relaxamento para dissolver tensões 
algumas vezes difíceis de resolver. 
Trabalho: faça o que gosta. Nin-guém 
se estressa fazendo o que gos-ta 
e seguindo estas dicas. 
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RESUMO 
Estresse é um termo utilizado para “tensão”. 
O estresse é uma reação natural do organismo que é salutar em 
sua devida proporção. Apenas o estresse contínuo e ilimitado 
é danoso à saúde. 
Tensões constantes podem causar diabetes, hipertensão, pro-blemas 
cardíacos e distúrbios psicológicos. 
É uma das grandes causas da obesidade. 
Existem muitas causas para o estresse: Expectativa, 
Confinamento, Prazo, Trânsito, Ponto de vista, Reação. 
E muitas soluções: Hobby, Exercícios físicos, Esportes radicais, 
Artes Marciais, Atividades orientais, Massagem, Relaxamento, 
Trabalho, Refúgio. 
O importante é começar AGORA!
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26 dicas-de-saude-da-medicina-oriental

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  • 2. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 2 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental © 2007-2009 por Gilberto Antônio Silva - Todos os direitos reservados Esta obra não pode ser alterada, traduzida ou transcrita para nenhuma finalidade sem o consentimento por escrito do autor. Ela encontra-se protegida pela Lei Federal n º 9.610/ 98. Os infratores serão penalizados conforme a lei. O conteúdo deste livro expressa os estudos do autor, sua opinião e conclusões pessoais. Não se trata de manual de tratamento ou de um sistema que prescinda das técnicas terapêuticas adequadas. Em caso de problemas de saúde, consulte um profissional competente. Não nos responsabilizamos por problemas oriundos de interpretações errôneas ou radicais do conteúdo deste livro. www.longevidade.net Gilberto Antônio Silva Este livro é uma edição própria do autor, liberada para distribuição desde que respeitadas as seguintes regras: 1- Nenhuma alteração pode ser feita no material. Nada pode ser acresentado ou removido. 2- Os créditos de autoria devem ser mantidos em qualquer citação ou menção a este trabalho, juntamente com a fonte: www.longevidade.net 3- Toda distribuição deve ser absolutamente livre e gratuita. É proibido cobrar qualquer tipo de retribuição para se ter acesso a esta obra. 4- Apesar da distribuição estar liberada, não se trata de material em domínio público, mas mantidos todos os direitos autorais devidos segundo a lei. Respeite e ajude nossos escritores.
  • 3. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 3 VISITE O SITE DO AUTOR: Longevidade.Net O site Longevidade.Net é um local destinado a fornecer orientações e informações sobre saúde e qualidade de vida para todas as pessoas. Temos artigos, downloads grátis e duas revis-tas www.longevidade.net eletrônicas completas, profissio-nais, totalmente gratuitas: Budô e Saúde & Longevidade. Longhetvtidpa:/d/we,w pawra.l onónsg, eév miduaitod em.anise tdo que simplesmente viver muito: é viver bem, com saúde e disposição. É aproveitar a vida aprendendo, auxiliando outras pessoas e deixando as sementes da sabedoria para as novas gerações.
  • 4. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 4 www.longevidade.net Sumário INTRODUÇÃO.......................................................................... 05 1- Uma Pessoa, Um Universo............................................... 07 2- Diferenças Entre Medicina Ocidental e Oriental............ I10 3- Filosofia Oriental e Saúde................................................. 14 4- Sua Saúde é Você Quem Faz.......................................... 18 5- Separe “Boa Forma” de “Saúde”..................................... 22 6- Dietas Alimentares e Você................................................ 26 7- Como Comer?.................................................................... 33 8- Derrubando os Mitos dos Alimentos................................ 41 9- O Estresse Nosso de Cada Dia....................................... I49 10- Cuidando dos Pés............................................................. I56 11- Vida Longa ao Chá!.......................................................... 61 12- Orelhas, Reflexos do Corpo............................................. 65 13- Emoções e Saúde............................................................ I68 14- Respire e Controle-se....................................................... 74 15- Cuidados na Interação com o Ambiente......................... I77 16- Relaxe e Viva!.................................................................... 82 17- Mitos do Exercício............................................................. 86 18- Movimentando-se.............................................................. 92 19- A Energia da Vida............................................................. 96 20- Práticas Orientais.............................................................I100 21- Modismos e Influências Externas....................................104 22- Beber Para Viver...............................................................109 23- Vestuário e Saúde............................................................I115 24- Barulho, Ruído e Silêncio.................................................120 25- Em Busca da Longevidade.............................................I125 26- Longevidade e Sabedoria...............................................131 BIBLIOGRAFIA.........................................................................134 O AUTOR..................................................................................I136 CONTATO...................................................................................137
  • 5. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 5 INTRODUÇÃO Olá, amigo leitor ou amiga leitora! Este livro tem o propósito de ajudar as pessoas a terem uma vida melhor, com mais saúde. Não se trata de um livro sobre doenças, mas sim em como preservar a saúde. A Medicina Oriental, nosso tema central, se baseia na preservação da saúde e na prevenção das doenças. Isto é muito mais fácil do que consertar as coisas mais tar-de! Esta obra foi escrita originalmente em 2007, quando decidi ajudar de uma maneira mais ampla as pessoas a melhorarem sua qualidade de vida. Planejado para ser um livro vendido em livrarias e sites, foi colocado à venda em vários lugares na internet e enviado para aná-lise a diversas editoras comercias. Mas decorridos dois anos, achei por bem liberá-lo de vez para a população, de forma gratuita. Acre-dito que possa servir como valioso guia para o auto-conhecimento e a saúde das pessoas. Este é meu maior objetivo! Você verá que escrevi este livro de uma forma simples e direta, como uma conversa informal entre nós dois. Sem termos técnicos ou voca-bulário difícil em línguas estrangeiras. Nada aqui é difícil de enten-der ou seguir. Você vai perceber que andar com o fluxo natural da vida é mais fácil do que tentar resistir a ele. Falamos aqui sobre Medicina Oriental, assim, de forma mais ou me-nos genérica. Este termo que usei, “Medicina Oriental”, no meu en-tender engloba qualquer técnica que tenha sido desenvolvida com base na cultura do Oriente e fundamentado em suas filosofias nati-vas. Assim, tanto a Medicina Ayurvédica Indiana quanto a Medicina Tradicional Chinesa estão representadas nesta classificação, bem como técnicas terapêuticas japonesas e massagens como Shiatsu, Anmá, Do- www.longevidade.net
  • 6. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 6 In, Reflexologia... A lista é muito grande! O que você deve estar ciente é que “Medicina Oriental” significa aqui o conjunto de técnicas muitas vezes milenares destes povos, que diferem substancialmente da nossa medicina ocidental moderna. Isto é explicado já nos primei-ros capítulos. Grande parte das informações deste livro vem de meus estudos em filosofia oriental, em particular o Taoísmo, e em medicina chinesa, que é mais a minha praia. Portanto não se surpreenda com as várias referências à cultura e filosofia chinesa presentes aqui. Algumas des-cobertas da ciência ocidental também são utilizadas, pois hoje em dia não podemos nos afastar completamente desta área. Ser radical em qualquer aspecto vai contra tudo o que aprendi em 30 anos de estu-dos dentro da filosofia e cultura oriental. Este livro é sobre saúde e também sobre filosofia e espiritualidade. O ser humano é algo coeso, único, global, e não pode ser dividido em partes isoladas para ser “consertado”. Ao analisarmos a saúde devemos fazê-lo sempre do ponto de vista único. É isto o que signi-fica o termo “holístico”. Creio que nem seria necessário mas sempre é bom afirmar que este livro e seus ensinamentos não são um “guia de saúde” que possa substituir profissionais de saúde, tratamentos ou remédios. Este é um guia para se viver melhor. Problemas de saúde devem ser leva-dos aos profissionais competentes, pois qualquer sintoma indica que o mal já foi feito. Os conhecimentos aqui apresentados são extrema-mente úteis para prevenir e evitar estes problemas antes que se ins-talem. Espero que goste e utilize esta sabedoria milenar para melhorar a sua saúde e de sua família. Distribua em seu site ou blog, envie para seus amigos e familiares, mande para todo mundo. É gratuito. Boa leitura. www.longevidade.net
  • 7. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 7 www.longevidade.net 1 UMA PESSOA, UM UNIVERSO Ao falar sobre Medicina Oriental, somos forçados a colocar sempre em primeiro lugar a premissa básica deste tipo de terapia: a unicidade da individualidade humana, ou seja, cada um de nós é um ser único e especial. Através disto podemos tratar cada pessoa como ela mesma, segun-do sua situação no momento e características próprias. Este é o fio principal de qualquer tipo de tratamento oriental e que difere subs-tancialmente da metodologia utilizada pela medicina ocidental. Para os orientais, cada pessoa é um conjunto de circunstâncias soci-ais, familiares, genéticas, kármicas e energéticas que a tornam dife-rente de qualquer outra pessoa do mundo. Cada ser humano é um pequeno universo em si mesmo, com suas próprias necessidades e qualidades. Então como podemos tratar 6 bilhões de seres diferen-tes? A resposta está na conceituação da medicina oriental, que procura compreender as leis universais e sua operação para podermos então tratar as pessoas. Independente de quem seja ou de que problema tenha, todos estão sujeitos às mesmas leis universais. Apenas o modo como respondem a estas leis é que difere completamente. Ao se co-nhecer as leis de atuação universais basta analisar minuciosamente a pessoa para se descobrir suas particularidades e oferecer um trata-mento compatível com ela. E apenas com ela. Mas é comum em Acupuntura, por exemplo, que se utilizem deter-minados tratamentos para pessoas com problemas semelhantes. Isto, à primeira vista, conduz a um tipo de “receita de bolo”, que massifica o tratamento. Realmente, muitos acupuntores fazem justamente uso
  • 8. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 8 destas receitas prontas. Mas estas formulações ancestrais ou moder-nas são apenas o ponto de partida, pois em função disto analisamos a pessoa em questão e alteramos, adaptamos, a fórmula para aquele tipo de pessoa. E mais: adaptamos a receita para aquele momento em particular. O Taoísmo afirma que tudo no Universo está em constante mutação, sempre alterando seus estados. A cada sessão, devemos analisar o paciente para podermos compreender seu estado NAQUELE MO-MENTO e avaliarmos o progresso do tratamento. Isto é muito im-portante. A medicina oriental não apenas afirma que cada pessoa é diferente de outra como afirma que cada pessoa é diferente em cada momento. Tudo se transforma, tudo muda. Isto torna a Medicina Oriental uma técnica terapêutica extremamen-te individualizada, que olha a pessoa como se ela fosse única e obser-va o seu momento. Com base nisto são prescritos os tratamentos adequados. Então como posso escrever um livro dando dicas “genéricas” de saúde segundo a Medicina Oriental? Ora, a resposta é muito simples. Ne-nhuma destas dicas é imperativa, definitiva, sempre será acrescenta-da a sua própria observação de si mesmo. Nesta obra sempre procu-ro colocar as informações de um ponto de vista imparcial, de modo que VOCÊ escolha o que deve fazer. Este é o segredo da coisa. Car-ne faz mal para a saúde? Depende. Algumas pessoas não podem che-gar perto enquanto outras se fartam à vontade e vivem muito bem, com saúde e disposição. Este é um dos maiores riscos da auto-medi-cação, pois um remédio que é sensacional para a enxaqueca de seu vizinho pode ser um veneno mortal para você. Em tudo você sempre tem que observar: será que isto é bom para mim? Qual a minha expe-riência anterior nestas circunstâncias? Isto nos leva a um assunto que parece saído de um livro de auto-ajuda, mas que é fundamental na Medicina Oriental: o auto-conheci-mento. Quanto você se conhece? Se você é um ser único no Universo, www.longevidade.net
  • 9. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 9 quem pode conhecê-lo melhor do que você mesmo? À partir da auto-observação podemos começar a perceber como nos-so organismo funciona e como ele se comporta. Há algum tempo, quando ainda tentava me conhecer, eu fiz um prato de frango com pimentão que me rendeu uma noite interminável de gases. Não re-comendo isto para ninguém. Se perguntar por aí vão dizer que a culpa é do pimentão, que é indigesto. Pois bem. Através da auto-observação e do estabelecimento de uma dieta baseada em meu biotipo particular pude perceber com surpresa que a culpa era do frango! Posso comer pimentão até arrebentar, mesmo à noite, mas a carne de frango me é indigesta. Tenho um amigo que se comer pi-mentão ficará com o gosto dele na boca por uma semana. Claro, so-mos diferentes. Mas quem vai saber disto além de nós mesmos? O auto-conhecimento nos traz a uma outra questão que abordare-mos mais detalhadamente à frente, que toca na nossa responsabili-dade sobre nossa saúde. Costumamos deixar este encargo nas costas do médico ou de algum remédio “milagroso”, enquanto uma obser-vação atenta de nosso modo de vida irá demonstrar que podemos viver com saúde se respeitarmos quem somos e o que somos. Pois somos únicos. Apenas isto. Somos únicos na Criação, cada um de nós. Um tratamento individual e particular é a premissa da medicina oriental. O que ajuda uma pessoa, pode fazer mal a outra. Observar a si mesmo é a primeira diretriz de uma vida saudável. Auto-conhecimento é o fundamento da saúde. www.longevidade.net RESUMO
  • 10. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 10 www.longevidade.net 2 DIFERENÇAS ENTRE MEDICINA OCIDENTAL E ORIENTAL O tópico anterior, nossa situação única no Universo, é a base princi-pal das diferenças entre a medicina ocidental, que busca uma abor-dagem científica estabelecida há pouco tempo, e a medicina oriental, que parte de soluções empíricas formuladas e testadas muitas vezes por centenas de anos. Antes temos que fazer uma conceituação que empregaremos neste trabalho: medicina ocidental é a técnica científica empregada hoje em hospitais e clínicas modernas e que se utiliza de medicamentos e drogas químicas diversas além de intervenções cirúrgicas. Medicina oriental é o conjunto de técnicas terapêuticas estabelecidas no Ori-ente e que podem utilizar massagem, agulhas, ervas medicinais, óle-os, exercícios, dieta e outros procedimentos naturais e não-agressi-vos. A medicina ocidental baseia-se na intervenção direta no organismo. Através de cirurgias e medicamentos (chamados tecnicamente de “drogas”) procura-se alterar artificialmente o estado do paciente para que ele retorne à condição definida como “normal”. Na medicina oriental busca-se restabelecer o equilíbrio do paciente através de seus próprios recursos, como massagem, exercícios, dietas e, se necessá-rio, Acupuntura, ervas ou outras técnicas que possam ajudar o orga-nismo a se recuperar. Mesmo no caso de fármacos naturais, a idéia central nunca é suprir o corpo com os elementos de que necessita, mas estimulá-lo a se recuperar espontaneamente. Enquanto a medi-cina ocidental busca uma solução imediata e agressiva, a medicina oriental busca uma solução gradual e natural para o organismo do paciente.
  • 11. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 11 As diferenças saltam aos olhos pela metodologia empregada. A me-dicina ocidental é principalmente baseada no estudo estatístico e no ataque aos sintomas. Os medicamentos e tratamentos se concentram nas médias estatísticas dos resultados de testes controlados, primei-ramente com animais de laboratório e depois com pacientes voluntá-rios. Passando nos testes, com mais de 50% de eficiência, o medica-mento começa a ser vendido. O que intriga muitas pessoas é porque muitas vezes o tratamento não funciona, funciona pela metade ou tem que ser reavaliado? A resposta é justamente este fator médio de sucesso. Será que você está na faixa média da população ou pertence às partes que não pos-suem efeito ou possuem efeito muito pequeno? Como muitos dos mecanismos naturais do corpo humano são ainda desconhecidos pe-los médicos, procede-se muitas vezes a um tipo de tratamento por tentativa e erro, muito comum, ou por meio de receitas de remédios para uso geral, caso dos analgésicos e anti-inflamatórios que são re-ceitados freqüentemente quando uma pessoa tem dor e o médico não encontra a causa. Muitas vezes um medicamento é receitado e não surte efeito. Então ele é trocado por outro similar, de outra marca ou princípio ativo. O processo é repetido até que se encontre um medicamento compatível com o paciente ou que se tente outra abordagem. Anti-concepcional é um caso clássico. Minha mulher utilizou três marcas diferentes ten-tando evitar efeitos colaterais (ou amenizá-los). Finalmente desistiu. Você já deve ter passado por este tipo de coisa: troca de medicamen-tos sucessivos até achar um que se encaixe no seu organismo. Como dissemos antes, cada pessoa é uma pessoa mas a medicina moderna enxerga apenas a média da população. Se você está fora dela, a coisa se complica. Allen Roses, chefe do setor de genética da empresa GlaxoSmithKline (GSK), a maior empresa farmacêutica do Reino Unido, afirmou que “a vasta maioria dos remédios - mais de 90%- só funciona para 30% www.longevidade.net
  • 12. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 12 a 50% das pessoas”. Para isto citou um estudo sobre as taxas de efi-ciência de uma ampla variedade de remédios realizado por Brian Spear, cientista dos Abbott Laboratories, empresa de diagnóstico médico de Chicago. Ele constatou que as taxas de eficiência variam ao redor de 50%, partindo de 25% no caso de drogas contra o câncer a 80% de eficácia no caso de analgésicos. Um medicamento é testado em alguns milhares de voluntários (se tanto) e os resultados são extrapolados estatisticamente para toda a Raça Humana. Na média, ele funciona. Mas existem problemas. Efeitos colaterais dos medicamentos também são comuns. Aliás, co-muns não, quase obrigatórios. Existe uma idéia de que se não exis-tem efeitos colaterais o remédio (denominado tecnicamente de “dro-ga”, como vimos) também não está funcionando. Mas se você está fora da média populacional da eficiência do medicamento, você pode ficar só com os efeitos colaterais. Um aluno meu teve problemas de pressão alta e lhe receitaram uma droga. Funcionou por algum tempo, já que o problema era o estresse e o tratamento atacava apenas o sintoma – pressão alta. Ele começou a ter crises de tosse com a continuidade da medicação, uma tosse que não cessava. Ele me procurou e fiz uma terapia natural com cris-tais que acabou com a tosse, mas esta retornava dias depois. Ele acabou indo a outro médico que informou que a tosse era uma rea-ção alérgica comum aos medicamentos para controle da pressão. So-lução? Nenhuma, pois o efeito colateral faz parte do medicamento e ele caiu numa faixa fora dos 50% de eficiência, onde os efeitos secun-dários são mais sentidos. A medicina oriental é baseada no equilíbrio da pessoa em ressonân-cia com as Leis Universais. Estas leis foram formuladas depois de séculos de observações e experimentações com milhões de pacientes. Quando nos afastamos destas leis naturais, aparece a “doença”, de modo que a medicina oriental é particularmente preventiva, se preo-cupando com a manutenção da saúde. Mas uma vez instalado o www.longevidade.net
  • 13. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 13 desequilíbrio, a solução é retornar a pessoa a este estado harmônico através da readequação de seu organismo. Existem muitos métodos para isto, dependendo da cultura de origem (indiana, chinesa, japo-nesa, coreana, tailandesa, vietnamita, etc...). Mesmo os medicamen-tos fitoterapêuticos ou fármacos de origem natural possuem a carac-terística de auxiliar o organismo a retornar ao equilíbrio. Isto é feito com um mínimo de efeitos colaterais, exceto aqueles oriundos da retomada do nível saudável. Por exemplo, uma pessoa com prisão de ventre por alguns dias pode ter uma diarréia até seu organismo retornar ao normal. Mesmo na extensa farmacopéia chinesa o medi-camento indicado para um paciente possui em geral ao menos quatro componentes: um agente para o problema específico, um outro que amplia o efeito do agente principal, um que corta os efeitos colaterais do medicamento e um último que dirige o efeito do medicamento para a parte do corpo específica, reduzindo o risco de uma intoxica-ção do organismo. A medicina oriental também busca a causa dos problemas, seja físico, ambiental, emocional ou energético. Uma enxaqueca pode ser resul-tado de uma tomada de decisão adiada repetidamente, a prisão de ventre ou nódulos musculares dolorosos podem ser gerados por uma situação de estresse específica, etc... Os aspectos energéticos tam-bém são um dos fundamentos da medicina oriental e que não são reconhecidos pela medicina ocidental. www.longevidade.net RESUMO A Medicina Ocidental procura atacar os sintomas e restaurar a saúde através de técnicas invasivas (cirúrgicas) ou pela adoção de drogas químicas desenvolvidas por análise estatística de re-sultados. Atua geralmente depois da doença se instalar. A Medicina Oriental baseia-se na prevenção das doenças e na manutenção da saúde. Para restaurar a harmonia do organismo pode-se utilizar de várias técnicas, sempre procurando utilizar os recursos próprios do paciente. Um de seus fundamentos prin-cipais é o trabalho com a energia vital, assunto ignorado pela Medicina Ocidental.
  • 14. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 14 www.longevidade.net 3 FILOSOFIA ORIENTAL E SAÚDE A Medicina Oriental se caracteriza pela forte influência de correntes filosóficas do pensamento oriental em seus conceitos básicos e pro-cedimentos. Esta influência não se dá simplesmente por motivos re-ligiosos, como rapidamente poderíamos afirmar, mas sim pela filo-sofia de vida deste povos. Sua atitude perante a Vida e o Universo nortearam o desenvolvimento de sua medicina. Por este prisma podemos notar a causa da variedade imensa de es-colas terapêuticas orientais, cada uma versando sobre fundamentos de sua filosofia própria. A maioria das técnicas de Medicina Oriental que conhecemos foram criadas à partir da cultura chinesa, pois sua influência nos povos do Oriente sempre foi muito marcante. Apesar disto outros países moldaram esta filosofia segundo sua própria cul-tura, como ocorre no Japão. Os dois grandes pólos de cultura e me-dicina da Ásia foram a Índia e a China, com a Ayurveda, medicina indiana, e a Medicina Tradicional Chinesa (MTC). Alguns princípios norteiam a Medicina Oriental praticada no Extre-mo Oriente. Via de regra estes conceitos foram formulados na China antiga, há muitos milênios, dentro do Taoísmo. O Taoísmo é uma filosofia nativa da China baseada na harmonia com o Universo e que busca compreender a estrutura das coisas, com princípios esboçados por sábios como Fu Xi, Chuang-Tzu e Lao-Tzu. Longe de ficarem desatualizados, muitas pesquisas modernas apenas comprovam o altíssimo grau de conhecimento que estes sábios da antigüidade pos-suíam. Vamos ver alguns destes fundamentos essenciais: Equilíbrio Muito se fala sobre equilíbrio, mas de onde saiu esta idéia? O ser humano está em permanente contato com as forças da Natureza e
  • 15. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 15 extrai sua vida deste intercâmbio de forças. Quando ele está em equi-líbrio com o Universo, está saudável. As doenças aparecem quando este equilíbrio se desfaz, gerando energias conflitantes com sua na-tureza. A função do terapeuta é ajudar o paciente a manter ou retornar a este estado de equilíbrio, que definimos como “saúde”. Energia A base do Universo é energia (Chi para os chineses, Prana para os indianos, Ki para os japoneses e coreanos). É com base na manipula-ção desta energia de inúmeras formas que vamos restaurar o equilí-brio do paciente, pois estes desequilíbrio também ocorre no nível energético. Ninguém aqui está lidando com a área dos médicos oci-dentais, pois nosso enfoque é sempre energético, desde o diagnósti-co até o tratamento. Vamos falar mais sobre isto em um capítulo especial sobre energia. Holismo Hoje em dia ficou comum falarmos de Holismo ou técnicas holísticas. “Holos” em grego significa “tudo” ou “o todo”, por isso usamos este termo ao nos referirmos aos tratamentos alternativos, em particular aos da Medicina Oriental, pois tratamos a pessoa como um ser com-pleto, incluindo corpo, mente, emoções, conceitos, forma de pensar, energia, predisposições. Não existe um acupuntor especializado no pé, por exemplo, como existem médicos. Ou se resolve o problema globalmente ou ele nunca terá solução. Uma dor nas costas pode ser um problema emocional e uma enxaqueca pode se originar de uma decisão difícil na vida. Se não houver uma análise e tratamento da pessoa completa o problema pode não ser resolvido ou ser remedia-do por algum tempo, voltando depois. Às vezes ainda pior. O Terapeuta Cada terapeuta é um agente do Universo que serve como intermedi-ário entre as forças da Natureza e a pessoa. Como o paciente está desequilibrado, necessita de uma ajuda externa para retornar ao equi-líbrio, que é ministrada pelo terapeuta. Como vimos, o próprio paci-ente fará a sua cura, mas o terapeuta é importante para orientar e auxiliar este processo. Ele é apenas um coadjuvante que fará a religação www.longevidade.net
  • 16. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 16 entre paciente e Universo. Yin/Yang A polaridade complementar já confundiu muita gente. Ficaria difícil explicar este conceito neste pequeno espaço, mas podemos resumir algumas idéias. Tudo em nosso Universo manifestado possui um componente de forças dual formado pelo Yin e o Yang. O Yin corresponde a forças contrativas e o Yang a forças expansivas. Um não existe sem o outro e um gera o outro. São opostos complementa-res dos quais tudo que existe é formado. Nada existe que seja apenas Yin ou apenas Yang, mas sempre uma composição dos dois. Note que o conceito do Yin/Yang pode variar segundo fontes diversas. A Macrobiótica, por exemplo, utiliza uma noção de Yin/Yang muito diferente da Medicina Chinesa. Procure fontes na cultura chinesa e terá informações mais confiáveis. Cinco Elementos Os 5 elementos são um dos aspectos mais interessantes da filosofia chinesa, complexos porém simples numa ambigüidade típica da cul-tura da China. Na verdade trata-se de cinco estados energéticos que permanecem em constante mutação, sempre se transformando, daí serem chamados de Wu Xing, corretamente traduzido como “cinco ações” ou “cinco movimentos”. Um gera o outro e um controla o outro em um ciclo sem fim. Os elementos são: terra, madeira, água, COR SABOR ÓRGÃO VÍSCERA ESTAÇÃO DO ANO TERRA Amarelo Doce Baço- Pâncreas Estômago 5ª estação www.longevidade.net METAL Branco Picante Pulmão Intestino Grosso Outono ÁGUA Preto Salgado Rins Bexiga Inverno MADEIRA Verde Ácido Fígado Vesícula Biliar Primavera FOGO Vermelho Amargo Coração Intestino Delgado Verão
  • 17. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 17 fogo e metal. A eles correspondem cores, estações do ano, sabores e órgãos energéticos do corpo humano como mostra a tabela abaixo. A interação entre estes elementos promoverá a saúde ou o desequilíbrio. As técnicas da Medicina Oriental utilizam os 5 ele-mentos como fator importante na manutenção da saúde ou no restabelecimento do paciente. www.longevidade.net RESUMO A Medicina Oriental se baseia fortemente na filosofia oriental. A principal fonte de influência na Medicina Oriental foi a filoso-fia taoísta da China. O Taoísmo busca estabelecer uma harmonia completa com o Universo e compreender seu funcionamento. Muitos conceitos filosóficos são importantes dentro da Medici-na Oriental: Equilíbrio- entre a Natureza e o ser humano (que chama-mos de “saúde”) Energia – a base do Universo, que forma todas as coisas. É fundamental como pedra angular de toda a medicina orien-tal. Holismo – tratar sempre o ser humano de maneira com-pleta, corpo, mente e espírito O Terapeuta - é o encarregado de servir como ponte entre o paciente e o Universo visando auxiliá-lo em manter ou recuperar este equilíbrio. Yin/Yang - polaridade complementar que forma todas as coisas. O Yin corresponde a forças contrativas e o Yang a forças expansivas.
  • 18. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 18 www.longevidade.net 4 SUA SAÚDE É VOCÊ QUEM FAZ Uma das coisas que mais chamam a atenção na Medicina Oriental é que o paciente tem grande parcela de responsabilidade pela sua me-lhora. Como os ocidentais estão acostumados (mal-acostumados) a se entregarem totalmente à medicina moderna, a recuperação costu-ma ser mais problemática. O que você tem sempre que ter em mente ao procurar qualquer tipo de terapia alternativa é que você mesmo é o principal responsável por sua cura. Enfrentei vários problemas neste aspecto em minhas práticas terapêuticas. É muito comum o paciente não entender quan-do você pede que ele mude sua alimentação ou use outro tipo de roupa. A coisa fica pior quando percebemos que o problema princi-pal está na maneira em que ele percebe alguns aspectos do mundo. Alterar isto é extremamente difícil, embora conseguisse a cura do mal que o atormenta. Nós criamos nossa própria realidade, por isso se fala tanto em “pen-samento positivo” e coisas do gênero. Muitos de nossos problemas físicos decorrem de interpretações sobre o mundo que nos cerca, muitas vezes percebidos ou interpretados de maneira totalmente equivocada. Procurar ter uma mente aberta e flexibilidade suficiente para observar problemas de vários ângulos é fundamental na manu-tenção da saúde. Da mesma forma é altamente complexo cultivar opiniões fixas sobre vários assuntos, mesmo com respaldo “científico”. A ciência muda todo dia e o que hoje é certeza absoluta amanhã poderá cair por terra como uma tolice. O estado mental de uma pessoa é diretamente responsável pelo tipo
  • 19. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 19 de problemas de saúde que tem e pela qualidade de sua recupera-ção. Vários estudos mostram que pessoas otimistas e com bom hu-mor adoecem menos e vivem mais. Nas práticas da Medicina Orien-tal, um estado receptivo do paciente pode ampliar centenas de vezes a eficácia de um tratamento. Não digo que os bons resultados sejam algum tipo de “efeito psicológico” ou “efeito placebo”, como muitos médicos mal-informados gostam de dizer, mas pelo motivo de que você é diretamente responsável pela sua saúde, pelas suas doenças e pela qualidade de sua recuperação. Nunca cuidei de alguém que não quisesse meus conhecimentos. A Medicina Oriental é real, altamente eficiente organicamente e fisica-mente, e não depende de crença alguma para surtir efeitos. Mas os efeitos se ampliam quando a pessoa que recebe o tratamento se man-têm receptiva e confiante. Do mesmo modo, uma pessoa altamente cética terá menos resultados ou de caráter mais pobre. Estudos mos-tram que um alto índice de ceticismo inibe o funcionamento do hipocampo, uma região do cérebro, e conseqüentemente reduzem a eficiência da Acupuntura, por exemplo. Como regra geral, sempre tive o cuidado de verificar se as pessoas que me procuravam queri-am efetivamente ser tratados por aqueles métodos que eu emprego, baseados na Medicina Oriental. Se houver qualquer tipo de resistên-cia, indico outro tratamento ou mesmo a medicina ocidental, já que ela não se importa com este tipo de pré-disposição do paciente (em-bora seja comprovado que ao menos 50% do resultado de um medi-camento alopático está ligado ao “efeito placebo” ou “efeito psicoló-gico”). A ironia disto é que a esmagadora maioria dos pacientes que buscam a Medicina Oriental já passou pela medicina ocidental, às vezes durante muitos anos, com pouco ou nenhum resultado. Quando se procura um tratamento alternativo, especialmente den-tro da Medicina Oriental, deve-se estar preparado para seguir as prescrições. Às vezes podem parecer desconexas ou insuficientes, mas o terapeuta sabe o que está fazendo. Se o paciente não seguir as recomendações, não pode querer ficar bem. Conversando com o Dr. Bokula, indiano especializado em Medicina Ayurveda, fiquei saben- www.longevidade.net
  • 20. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 20 do que esta era uma de suas grandes frustrações: o brasileiro não seguia as prescrições à risca, muitas vezes preferindo continuar do-ente do que deixar de comer carne de porco, por exemplo! Segundo ele, na Índia (onde a maioria do sistema médico ainda é o milenar e tradicional Ayurveda) as pessoas fazem absolutamente qualquer coisa prescrita pelos terapeutas pois desejam apenas restabelecer a sua saú-de. Aqui em nosso país temos uma população de pessoas que se automedicam e da mesma forma procuram interpretar as prescrições e tratamentos recomendados segundo sua própria lógica, embora nada saibam sobre as técnicas terapêuticas utilizadas. É comum o paciente suspender seu tratamento por iniciativa pró-pria. Muitas vezes iniciamos o tratamento e, assim que se livra da dor ou de outro incômodo, ele some do consultório. Mas o trabalho não acabou! Apenas aliviamos os sintomas para que se sinta melhor até terminar o tratamento. Mas ele acaba voltando, geralmente depois de alguma semanas ou meses, quando aquele problema não-tratado retornar... Ao procurar um tratamento segundo a Medicina Oriental você deve se manter receptivo e seguir as recomendações de maneira adequa-da. Por menos lógicas que estas possam parecer a você. www.longevidade.net RESUMO O paciente é altamente responsável pelo sucesso do tratamento dentro da Medicina Oriental Deve-se manter uma atitude receptiva ao tratamento. Não é necessário fé ou crença, mas apenas uma mente aberta. Ceticismo exagerado atrapalha a eficiência do tratamento. Os dois extremos, tanto ceticismo quanto a fé cega, devem ser evi-tados. Siga todas as recomendações do terapeuta.
  • 21. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 21 Não se submeta a tratamento se tiver qualquer ressalva quanto ao profissional ou técnica apresentada. Não existe medicina nem terapia perfeita. Nenhum profissi-onal sozinho, seja terapeuta seja médico, pode curar você. Nenhum medicamento ou tratamento isolado pode curar você. Apenas o conjunto terapeuta-paciente-tratamento pode surtir resultados. Faça a sua parte. Médicos não curam. Terapeutas não curam. Apenas o pacien-te pode curar a si mesmo, auxiliado pelo tratamento prescri-to. www.longevidade.net
  • 22. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 22 www.longevidade.net 5 SEPARE “BOA FORMA” DE “SAÚDE” Muita gente se confunde com os termos “boa forma” e “saúde” e acham que um corpo sarado, malhado e bronzeado pertence a uma pessoa saudável. Nem sempre. Na verdade muitas vezes é mais fácil encontrar saúde na simplicidade de uma dona de casa do que na gatinha malhadora. Já conheci muitas pessoas que tinham uma exce-lente forma física e tomavam caminhões de remédios. Repare que tanto “forma física” quanto “boa forma” possuem a pala-vra “forma” como característica principal. Ou seja, a sua forma, apa-rência, é boa. Não significa nada em termos de saúde. Muita gente treina como doida e leva seu corpo até limites perigosos. Os ameri-canos tem um ditado muito repetido pelo mundo afora que eu acho particularmente ridículo: “no pain, no gain” (sem dor não há ganho). As pessoas acham que levar seu corpo além dos limites é vantajoso. Talvez para se ganhar um troféu ou algo assim , pois para a saúde é extremamente danoso. Quando você sente dor é o seu corpo dando o alarme de que o esforço é excessivo. Ultrapassar este limite pode ser complicado, senão agora, no futuro. Pense em um carro. Por que as pessoas não gostam de comprar um carro que pertenceu à frota de uma empresa? Porque ele está muito “surrado”, utilizado até o extremo. Mas todas as revisões foram fei-tas e o diagnóstico do motor, câmbio e suspensão estão OK. Mesmo assim as pessoas hesitam, pois sabem que o desgaste pode ter com-prometido algo ainda não descoberto. Pensamos assim de um carro, por que não de nosso corpo? Uma pessoa leva seu corpo até além de seus limites durante anos. Os check-ups médicos estão corretos, tudo está em ordem. Então, re-pentinamente acontece um rompimento de ligamento, uma tendinite,
  • 23. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 23 uma contusão muscular, um problema de coluna, e troca-se a acade-mia pela fisioterapia. Isto é muito mais comum do que você pensa. Já cuidei de muitas pessoas com problemas deste tipo. Um rapaz apare-ceu com problemas no joelho e percebi que a cartilagem estava com problemas. Recomendei que ele fosse a um ortopedista e acabou ten-do que fazer uma cirurgia. Era professor de academia e ainda não tinha 25 anos de idade. Isto é o que se chama de “overtraining”, um excesso, um caso isolado, poderia-se perguntar. Mas é a filosofia de treinamento que vemos por aí que está errada. Mais adiante vamos ter um capítulo todo voltado para a movimentação do corpo e o exercício saudável e você vai ver, mesmo na academia, como se deve proceder. Voltando ao nosso texto, as pessoas se esforçam demais para criar uma aparência que pode ser aceita na sociedade. Esta é a verdade. Poucas pessoas se dispõe a malhar três, quatro ou mais vezes por semana depois de um dia agitado apenas para ficar saudável, salvo se for por indicação estrita do médico. A cobrança da sociedade e os padrões médicos de “saúde”, que mudam com o passar dos anos, contribui muito para este esforço. Somente as pessoas que estão aci-ma do peso tem noção da crueldade com que a sociedade trata aque-les que estão fora dos padrões. Padrões estes ditados por empresas e segmentos que estão preocupados em comercializar seus produtos e não com sua saúde. Veja o caso das modelos anoréxicas, por exemplo. Sabe por que elas tem que ser tão magras? Porque não se trata de uma pessoa, mas de um cabide que anda! Isso mesmo: a única função delas é mostrar as roupas e, para isto, elas próprias não devem chamar a atenção. Daí a necessidade de serem magras, pois ninguém gosta de mulheres ma-gras. Se assustou? Esta é a verdade, nua e crua. E posso falar com conhecimento de causa pela ala masculina: os homens preferem as redondinhas. Se duvida, procure reparar nas profissionais – não exis-tem prostitutas magricelas. Elas não atraem a clientela. Note tam-bém que as modelos-manequins são maquiadas para parecerem com zumbis mortas-vivas ou algum monstro da 5ª dimensão. Tudo para www.longevidade.net
  • 24. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 24 não ficarem bonitas e chamar mais a atenção do que a roupa. Estilistas não gostam de concorrência. Bilhões de reais são movimentados pela indústria da “boa forma” em publicações que trazem pessoas magras nas capas e ensinam como perder 5 Kg em uma semana, livros com a dieta definitiva, apare-lhos que fazem ginástica sem você se mexer, suple-mentos alimentares que emagrecem rapidamente ou permitem que você coma toda a gordura que quiser porque ele vai “absorver” este excesso (esta é boa!). Milhares de produtos são vendidos para que você fique em forma, de preferência rápido e sem traba-lho. E tudo em nome da saúde. Vi a algum tempo uma revista com a Angélica na capa e uma manche-te espalhafatosa: “Angélica magérrima”. Será que alguém acha que ser “magérrima” é uma boa coisa? A própria preocupação com a “boa forma” muitas vezes acaba se tornando uma obsessão ou um proble-ma emocional. Como a frustração quando não se consegue obter os resultados cobrados pela sociedade. No Oriente é diferente. O próprio modelo de aparência dos orientais é muito diferente. Na Índia é bonito ter algumas gordurinhas a mais, pois a população no geral é muito magra. Veja que os marajás sempre aparecem como rotundos senhores. No Japão um homem com sua barriguinha é muito bem visto, pois eles acreditam que o modelo ocidental de peito largo e cintura fina é por demais desequilibrado. Uma cintura mais larga dá mais estabilidade e segurança à pessoa, em vários sentidos. Nos negócios eles confiam mais numa pessoa de maneiras tranqüilas e cintura larga do que num executivo irriquieto e “em forma”. Na China a gordura extra nunca foi um problema. A Medicina Chi-nesa trata de efetuar um diagnóstico energético na pessoa antes de dizer se ela é saudável ou não. A compleição, isto é, a cor e aparência do rosto, nos diz muito mais sobre a saúde de uma pessoa do que o www.longevidade.net
  • 25. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 25 tamanho da sua cintura. O que importa para os chineses é relaxa-mento e flexibilidade do corpo. Os atletas com o corpo “durinho” podem ser considerados “estressados” pela Medicina Oriental. Veja Sammo Hung, parceiro e diretor do astro Jackie Chan: ele seria con-siderado obeso pelos padrões ocidentais mas o que ele faz nos filmes é impraticável pelas pessoas “em forma” das academias. Muitos Mes-tres de artes marciais chinesas estavam acima do peso por nossos padrões e mesmo assim exibiam uma saúde de ferro. O Mestre Wang Shu Jing, do estilo Baguazhang, de Taiwan, pesava mais de 150 qui-los. Diz-se que quando ele descia a rua a calçada trepidava. E era um dos melhores lutadores da Ásia! Seu golpe predileto era abraçar a cintura de seu adversário e dar uma “barrigada” nele, quebrando sua espinha. Ria, se puder. A utilização de exercícios físicos e a noção de saúde dos orientais é muito diferente. www.longevidade.net RESUMO Boa forma e saúde são coisas distintas. Não se pode julgar a saúde de uma pessoa pelo seu peso ou “formato” No Oriente não se leva o fator “aparência” em consideração. Saúde é uma coisa mais profunda e possui uma conotação dife-rente. Um corpo saudável, pela Medicina Oriental, deve ser relaxado e flexível.
  • 26. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 26 www.longevidade.net 6 DIETAS ALIMENTARES E VOCÊ Antes de mais nada devemos sintetizar o que significa o termo “die-ta alimentar”. Em tom genérico, como o que utilizaremos aqui, ela significa “sistema normal de alimentação de uma pessoa”. Não é re-gime de emagrecimento, mas o hábito de alimentação das pessoas no dia-a-dia, pois estamos interessados em saúde a longo prazo e não em regimes restritos e de curta duração para algum objetivo específico como desintoxicação, emagrecimento, etc... Apenas como curiosidade, na medicina da antigüidade “dieta” significava todo o modo de vida, que compreendia sono, exercícios físicos, comida e bebida, excreção, relações sexuais, saúde mental. Perceba que nada do que será analisado aqui provêm de preconcei-tos ou ideologias alimentares, mas apenas e tão somente na análise de fatos através do bom senso, de fundamentos dentro da Medicina Oriental e eventualmente de pesquisas cientificas. Tire suas próprias conclusões e experimente o que for melhor para você. Alimentação é uma das coisas mais pessoais que temos em nossa vida. Dietas Restritivas Hoje existem centenas de tipos de dietas com restrição de algum tipo de alimento, incluídos os regimes de emagrecimento cada vez mais estranhos. Alguns exemplos de dietas e regimes restritivos: Dieta da Sopa, Dieta do Abacaxi, Vegetarianismo, Ovo-Lacto-Vegetarianismo, Crudivorismo, Frugivorismo, Dieta do Dr. Atkins, Macrobiótica, Dieta da Lua e outros tipos de restrição alimentar que se baseiam na idéia de que determinados tipos de alimentos são melhores do que ou-tros, que devem ser evitados a todo custo por todo mundo. Veja que nenhum tipo de dieta restritiva é saudável durante muito tempo, pois acabam causando algum tipo de deficiência alimentar.
  • 27. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 27 Mesmo a Dieta do Dr. Atkins, tão criticada pelo mundo afora, que praticamente elimina os carbohidratos e favorece as proteínas ani-mais e gorduras, o faz por 14 dias. Depois deste período os carbohidratos voltam a entrar aos poucos na dieta. Isto segue uma regra muito interessante descoberta a respeito de dietas restritivas: TODA dieta restritiva favorece o organismo por até duas semanas, mais ou menos. Este é o tempo em que o organismo descansa da digestão de algum tipo de alimento e se sente bem. Depois deste período, as carências começam a aparecer. Por isso QUALQUER tipo de dieta restritiva funciona bem nos primeiros 15 dias. Daí um mon-te de gente tentar regimes para emagrecer absurdos como a “dieta do Abacaxi”, em que se come apenas abacaxi, e conseguir realmente emagrecer. Pelo menos nos primeiros 15 dias. Vamos mostrar algumas dietas restritivas mais comuns e seus pro-blemas. Vegetarianismo Este é um tipo de dieta que exclui a carne e, muitas vezes, outros produtos de origem animal. Eles se dividem basicamente em tr~es tipos: - Ovo-Lacto-Vegetarianos, que consomem ovos e laticínios, - Lacto-Vegetarianos, que não consomem ovos - Vegetarianos puros, ou “veganos”, que não consomem absoluta-mente nada de origem animal. Dentro desta classe temos o Crudivorismo, que é a dieta na qual se consomem apenas vegetais crus, sem qualquer tipo de produto animal, e também o Frugivorismo, dos que se alimentam apenas de frutas. Mais nada. Muito se fala sobre as vantagens do vegetarianismo como alimenta-ção, que vão de saúde perfeita até aprimoramento espiritual. Na ver-dade, comer ou não carne não fará de você uma pessoa necessaria-mente melhor. Existem vegetarianos saudáveis? Claro. Mas também existem milhares que são anêmicos crônicos. O ferro é o mineral que forma nossa hemoglobina, responsável pelo transporte do oxigênio www.longevidade.net
  • 28. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 28 pelo sangue. O melhor ferro que pode ser absorvido pelo organismo é o de origem animal, denominado “ferro M”. Sua absorção chega a 40% contra 10% do ferro presente nos vegetais. O vegetarianismo é um dogma levado a sério por muita gente, que atribui a ele até o poder de tornar as pessoas espiritualmente mais elevadas. Do meu ponto de vista, acredito que cada um deve comer o que desejar. Mas muitos vegetarianos defendem que a única ali-mentação para o ser humano é a deles. Causa estranheza a ferocida-de e a necessidade que muitos destes adeptos tem em justificar sua escolha alimentar. Quer comer apenas vegetais? Faça. Mas em silên-cio. Não tente impor sua filosofia a todos como se fosse a salvação universal. Outra coisa que acho intrigante é a quantidade de imita-ções de carne que a maioria dos vegetarianos aprecia: almôndegas, salsichas, hambúrgueres e feijoada feitas com soja. Estes não comem carne com o corpo mas o comem com a mente... A saúde fica ainda mais comprometida nos vegetarianos radicais, que eliminam todo tipo de produto animal de suas dietas, pois a vitamina B12 que promove a proliferação dos glóbulos do sangue e faz a manutenção da integridade das células nervosas não existe no reino vegetal. Muitas vezes eles recorrem a suplementos vitamínicos artificiais ou acabam com anemias crônicas. Também a alimentação crua e à base unicamente de frutas reduzem a vitalidade humana pois o fogo é grande fonte de energização dos alimentos segundo a Medicina Chinesa. Aliás, na cozinha chinesa se tem um provérbio interessante: “cozinhar, sempre. Cozinhar muito, nunca”. Assim se energiza o alimento mas se preservam seus valores nutricionais, que são reduzidos pelo calor excessivo dos alimentos muito cozidos. Mesmo no reino animal existem pouquíssimas criaturas totalmente vegetarianas, pois todos os primatas (de certa forma, nossos “paren-tes”) são onívoros e mesmo uma vaca, ao comer o capim, consome insetos, ovos e larvas de insetos. Animais alimentados com feno as- www.longevidade.net
  • 29. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 29 pirado, 100% vegetarianos, ficam doentes. O vegetarianismo não possui qualquer tipo de evidência científica de que seja muito mais saudável que a dieta onívora (em que se come de tudo), ao contrário do que seus defensores alardeiam. É uma ques-tão filosófica e não técnica ou científica. Nem mesmo a Medicina In-diana Ayurveda ou a Medicina Chinesa deixam de preconizar a car-ne como alimento. Novamente reafirmo a sentença inicial: cada pes-soa é um Universo. Não existem dietas ideais para toda a Humani-dade. Macrobiótica Este é um tipo de dieta que se tornou popular na segunda metade do século XX. Desenvolvido por Sakurazawa Nyoiti, mais conhecido como George Ohsawa, foi difundido à partir da França, lugar onde ele se radicou. Divulgado como uma espécie de verdade universal que poderia cu-rar todos os males da Humanidade, a Macrobiótica se tornou logo um excelente negócio pois a maioria de seus produtos não podia ser encontrado no comércio normal. Lojas macrobióticas e empresas de produtos macrobióticos proliferaram por todo o mundo. A base da Macrobiótica são teorias de Ohsawa que ele divulgava como sendo utilizadas “no Oriente”, principalmente a interação Yin/ Yang. Entretanto a idéia que ele tinha sobre esta polarização se cho-ca frontalmente com os fundamentos da Medicina Chinesa, originá-ria desta idéia e seguida por japoneses e outros povos do extremo oriente. Não se sabe de onde a interpretação dele veio, mas não faz parte da Medicina Oriental. Seu grande consumo de soja, excesso de cereais e a limitação no consumo de frutas não são, principalmente em se tratando de um país como o Brasil, recomendáveis. Soja em excesso irrita os rins e o pâncreas dos ocidentais, pois não temos os dispositivos genéticos dos orientais para trabalhar com este alimen-to. Muito cereal presente na alimentação (70 a 90%, segundo Ohsawa) pode causar espessamento do sangue e diversas incompatibilidades www.longevidade.net
  • 30. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 30 orgânicas, pois nem todos toleram carbohidratos em excesso. A idéi-as de limitação no consumo de frutas é muito comum em dietas nas-cidas em países com clima temperado ou frio. Mesmo dietas taoístas que são famosas pela saúde e pela longevidade que podem proporci-onar são extremamente direcionadas para o clima em que foram cri-adas e não podem se aplicar a um país tropical como o Brasil. Aqui podemos e devemos usar mais frutas do que estas dietas orientais preconizam. A Macrobiótica pode ser uma interessante opção por algum tempo. Seu conjunto básico prevê uma dieta restritiva com 14 dias de dura-ção, que pode ser experimentada por aqueles que desejam tentar esta forma de alimentação. Mas não se pode recomendar isto para todos, durante toda a vida, mesmo porque ela viola os fundamentos da Medicina Oriental que afirma seguir. Dieta de Baixo Carbohidrato Conhecida também como “Dieta do Dr. Atkins” ou “Dieta da prote-ína”. Extremamente polemizada, o trabalho do Dr. Atkins não deixa de ser interessante. Ele se baseou nos problemas do excesso de carbohidratos e formulou uma dieta baseada no consumo de proteí-nas e gorduras. Este trabalho foi tremendamente combatido, pois como vimos, os dogmas referentes à carne vermelha e à ingestão de gordura animal são muito fortes. Na verdade sua idéia era sensata, pois reduzia drasticamente o con-sumo de carbohidratos por duas semanas, retornando aos poucos até limites aceitáveis. Ele desenvolveu este método depois de expe-rimentar com centenas de pacientes e nele mesmo. É interessante notar o ódio mortal que muitos desenvolveram dele e de seu trabalho, especialmente vegetarianos radicais. Quando ele morreu, grupos de vegetarianos radicais divulgaram material mos-trando que ele havia morrido do coração, acima do peso e com pres-são alta e outros problemas. Conclusão deles: a dieta era um fracas-so. Entretanto, ela funcionou (e continua funcionando) para milhares www.longevidade.net
  • 31. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 31 de pessoas. O que aconteceu, então? Ora, uma pessoa perseguida e atacada violentamente como ele foi por todo o tempo depois de di-vulgar sua dieta, desenvolve vários problemas de saúde. A tensão emocional, estresse, angústia e mesmo depressão que este tipo de perseguição pode provocar acabam com a saúde de qualquer pessoa e provocam muitos problemas, como a hipertensão e a obesidade. Cito este caso por dois motivos: mostrar o que o estresse e outras emoções fortes podem fazer com uma pessoa e também dar um exem-plo do que um mero dogma alimentar e muito radicalismo pode cau-sar. Dieta da Longevidade Segue a idéia de quanto menos calorias ingerimos, mais vivemos. Embora existam comprovações de laboratório (em ratos), não creio que uma restrição muito grande resolva alguma coisa. Vi a algum tempo atrás uma matéria em uma revista sobre esta dieta. E as pessoas que apareciam na revista elogiando a dieta eram verda-deiras caveiras que tentavam sorrir para mostrar o quanto eram feli-zes sendo pele e osso. Seus olhos encovados me deixaram uma pro-funda impressão, pois dentro da Medicina Chinesa damos muita importância à compleição, conjunto de qualidades da fisionomia como cor da pele, brilho dos olhos, cor dos olhos, estado dos cabelos, apa-rência da pele, etc... E, segundo minha experiência e meus estudos, todas as pessoas apresentadas na matéria estavam doentes. Pode ser que seus exames médicos estejam em ordem e que estejam satisfeitas do modo como viviam, mas estavam doentes. E isto irá aparecer, cedo ou tarde. Não creio que atinjam realmente a longevidade. O próprio site especializado neste tipo de dieta (http:// www.calorierestriction.org/) alerta para os vários efeitos colaterais e riscos deste tipo de dieta. Existem algumas fotos de membros, to-dos sorridentes com seus olhos fundos e rostos encovados. Não ten-te algo tão drástico. www.longevidade.net
  • 32. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 32 www.longevidade.net RESUMO Não existe dieta ou método de alimentação único para toda a Humanidade. Cada pessoa é um caso. Procure se conhecer melhor e crie sua própria dieta. Tenha um modo pessoal de se alimentar, de acordo com sua idade, tipo físico, fisiologia e estado emocional. Dietas restritivas funcionam por algum tempo, ao redor de duas semanas, pois descansam o organismo da digestão dos alimentos faltantes. Depois disto começam a aparecer as defi-ciências. Cuide de você e ouça a si mesmo. Evite medidas drásticas ou mudanças bruscas de alimentação. Faça tudo devagar e naturalmente.
  • 33. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 33 www.longevidade.net 7 COMO COMER? Todo tipo de dieta realmente funciona com algum tipo de pessoa ou por algum tempo, por isso vemos esta verdadeira Babel sobre ali-mentação. Todos querem dar seu testemunho de que seu sistema alimentar é mais funcional, mas se esquecem de que pode funcionar bem apenas com eles mesmos e algumas outras pessoas. Nunca com todo mundo o tempo todo. A cada dia assistimos uma enxurrada de informações sobre alimen-tação, muitas vezes baseada em descobertas científicas “derradei-ras”. E nossa compreensão da alimentação, ao invés de aumentar, se transforma em confusão... Conceitos tidos como verdades caem por terra e antigos vilões da alimentação são elevados à categoria de heróis. Tudo porque a ciência ocidental se preocupa em tentar en-contrar leis universais aplicáveis a toda a Humanidade e ignora a individualidade. A Medicina Oriental nos mostra que, dentro de leis universais, sem-pre existe a individualidade. Portanto, nos conhecer melhor é um caminho mais seguro do que apenas seguir os estudos de outros. A ciência é uma referência, um guia, e não a verdade definitiva. Vamos ver algumas idéias gerais sobre o que comer, como comer, quanto comer e quando comer, dentro da filosofia médica oriental. O que comer Vimos na primeira dica que cada ser humano é um universo próprio. Isto vale também para a alimentação, sendo muito difícil encontrar duas pessoas no planeta que possam comer exatamente as mesmas coisas. Além das características intrínsecas de cada um de nós temos que levar em conta também as alterações criadas pelo meio ambiente
  • 34. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 34 na forma de poluição, problemas no trabalho, dívidas, problemas familiares, entre-safra de alimentos, e outros fatores que se alteram continuamente. E nosso organismo precisa ser ouvido se quisermos comer para ficarmos saudáveis. A solução é o auto-conhecimento, aquela palavra tão alardeada na Nova Era e tão pouco compreendida. Conhece-te a ti mesmo e tudo te será revelado, é nossa regra primordial. Vou lhe ensinar agora a preparar uma dieta alimentar totalmente sua, apenas sua, baseado no que faz bem ou mal para você. Esqueça por um momento tudo o que conhece sobre alimentação: calorias, regimes, colesterol, fibras, açúcar, vitaminas, tudo. À partir deste momento você começará do zero. Pegue papel e lápis e primei-ramente faça uma lista de tudo o que costuma comer, o mês inteiro em todas as refeições. Será uma lista grande, mas necessária. Depois faça outra lista, de tudo o que gosta de comer. Relacione seus praze-res gastronômicos sem culpa. Em seguida crie uma terceira lista com todos os alimentos que lhe fazem mal. Pode ser uma pequena azia, uma indigestão, enxaqueca, qualquer tipo de distúrbio, até espinhas. Observe que devem ser alimentos que lhe fazem mal, e não os ali-mentos de que não gosta. Existe uma grande diferença entre os dois grupos. Se sua lista de alimentos problemáticos tiver menos de cinco itens, mal sinal. Você precisa se observar e se conhecer melhor. Agora compare a primeira lista (alimentos costumeiros) com a ter-ceira lista (alimentos que fazem mal). Você está no caminho certo. Observe cuidadosamente se os problemas de saúde que passou ulti-mamente não foram causados por algum alimento específico. Se teve uma grande dor de cabeça na noite de terça-feira e foi o único dia em que almoçou lingüiça, desconfie. Através desta análise você vai des-cobrir que pode evitar facilmente comer algo que lhe fará mal. Pense em como pode evitar este alimento ou substituí-lo por outro. Agora compare a segunda lista (alimentos preferidos) com a terceira lista (alimentos que fazem mal) e repare quais alimentos que gosta www.longevidade.net
  • 35. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 35 lhe agridem o organismo. É triste mas é a dura verdade. Muitas vezes algo que amamos comer nos é extremamente prejudicial. Isto ocorre em alguns casos onde algum sentimento nos empurra num processo autodestrutivo. Pode ser uma culpa, um remorso, uma bai-xa auto-estima, uma depressão. Nosso corpo sabe exatamente o que nos faz mal. Se este for o caso, procure ajuda especializada e tente superar este problema emocional. Sempre que tiver um mal-estar em algum dia, anote tudo o que co-meu nas 24 horas antes do problema. Pode ser que não tenha rela-ção, mas é essencial que você comece a compreender a simbiose en-tre saúde e alimentação. Aos poucos você começará a perceber o que pode comer ou não, em que quantidade e em que horário. Tudo isto é significativo e o bom senso sempre deve imperar. Eu, por exemplo, posso comer quanta carne de boi eu quiser, mas se comer carne de porco por mais de duas refeições meu rosto fica cheio de espinhas. De qualquer forma, se me oferecer um sanduíche de pernil, eu posso comer. UM sandu-íche. Da mesma forma o molho de tomate me agride o estômago, mas é pior à noite (certeza de acordar com uma baita azia de ma-nhã...). Entretanto, um pouco de molho de tomate no almoço, por exemplo, pode ser tolerado. Desde que seja pouca quantidade (o molho que tem em uma pizza é uma porção aceitável) e não coma mais nada agressivo (como pizza de calabresa dois dias seguidos. E à noite). Este tipo de informação não está nos manuais de nutrição, repletos de tabelas, gráficos e informações contraditórias. Você terá que apren-der sozinho através do auto-conhecimento. Mas você irá ter muitos outros benefícios ao se conhecer melhor. Combinação A combinação entre alimentos é muito importante. Ao começar sua caminhada de auto-conhecimento você pode perceber que determi-nado alimento está em sua lista negra mas que algumas vezes você o www.longevidade.net
  • 36. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 36 come sem problemas. A resposta pode estar na combinação dele com alguma outra coisa. Já contei minha experiência com o frango e o pimentão, se lembra? Era uma combinação malévola. Cada pessoa é uma pessoa e cada situação é uma situação. Cuidado com combinações. Parte do amido é digerido na boca mas se ela ficar muito ácida a digestão é prejudicada. Portanto comer algo com amido (pão, macarrão, arroz) depois de comer uma fruta ácida pode atrapalhar sua digestão. Almoçar bebendo suco de laran-ja, por exemplo. Via de regra, evite frutas após as refeições. As fru-tas passam direto pelo estômago e são digeridas no intestino, por-tanto se forem consumidas após outros alimentos elas terão que esperar sua vez até serem digeridas e fermentarão no estômago. Isto pode não representar nada para você mas para alguém pode ser um problemão. Estas são apenas algumas idéias gerais sobre combinações de ali-mentos. O melhor é verificar em sua lista negra se estes alimentos lhe fazem mal sempre ou só quando estão acompanhadas por outra coisa. Quantidade A quantidade de comida que ingerimos é uma das causas de muitos de nosso problemas de saú-de. Grandes volumes de alimentos somados ou relacionados com a ansiedade faz mais obesos do que todo o colesterol do planeta. Somos educa-dos a pensar que praticamente morreremos se pularmos uma refeição ou que ficaremos debili-tados e anêmicos ao seguir um regime de restrição alimentar por uma semana. Bobagem. Grande parte da população ingere uma quan-tidade de comida maior do que o necessário, sem contar que os ali-mentos industrializados tem muito mais “sustância” que os naturais e poderiam ser utilizados em menor quantidade. Fazer três refeições diárias parece ser algo bastante lógico, mas de- www.longevidade.net
  • 37. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 37 penderá de cada pessoa. Muitos ficam em jejum a manhã toda e vão apenas almoçar, sem problemas. Outros comem pequenas porções, seis ou sete vezes ao dia. Tudo dependerá do que for melhor para você e do seu costume, também. O fator cultural é muito influente na quantidade de refeições. Mas lembre-se de que deve comer se sentir fome e não quando tiver vontade de comer. Fome e gula são coisas diferentes e saber esta diferença é um passo importante no auto-conhecimento. Comer se tornou uma forma de preencher lacunas de nossa vida. Se alimentar deixou de ser uma necessidade do organis-mo para se tornar uma atividade qualquer que pode ser feita cons-tantemente, ao bel-prazer, como diz na embalagem de um salgadi-nho que eu por acaso li: “a maneira mais divertida de passar o tem-po”. Então comida agora é passatempo, diversão? Vários trabalhos e estudos constataram que alguma carência na quan-tidade de alimentação torna as pessoas mais saudáveis ao invés de debilitadas. O Dr. Liu Zhengcai, pesquisador e especialista em medi-cina chinesa, realizou um brilhante trabalho na análise da longevidade de anciãos chineses, todos com mais de 100 anos (e existem milhares na China). Ele descobriu que muitos deles se alimentavam muito pouco. Estudos feitos posteriormente com ratos mostraram que aque-les que tiveram restrições alimentares viveram mais e com mais saú-de do que aqueles que tinham comida à vontade. Estes desenvolve-ram várias patologias, como nefrite e câncer. Monges orientais, yogues e ascetas em geral se alimentam muito pouco e vivem saudáveis, o que parece comprovar este argumento. Mas veja que falamos “pouco” no sentido de “menos” e não no de “miséria”. Entre comer pouco e ficar desnutrido existe uma grande distância. A verdade é que geralmente comemos muito mais do que necessitamos, por gula, problemas emocionais ou outro motivo. Procure regular a sua alimentação pelo quanto você realmente deseja comer. Normalmente se aconselha que se ingira cerca de 70% da capacidade do estômago, ou seja, saia da mesa antes de ficar repleto. Isto dá uma sensação de leveza e tranqüilidade. Evite raspar a pane- www.longevidade.net
  • 38. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 38 la para não “desperdiçar comida”. Coma somente o que tiver vonta-de e eduque-se para conhecer a fronteira entre “necessidade” e “ex-cesso”. Ao forçar mais comida repetidas vezes, seu estômago se di-lata e seu organismo se acostuma com aquela nova quantidade. Da próxima vez, sua fome será maior para poder ocupar a nova capaci-dade do estômago e assim por diante. Modere sua quantidade de comida antes que necessite de uma ope-ração de redução de estômago... Época Estamos acostumados a comer mais ou menos do mesmo modo du-rante o ano todo. Isto não é muito sábio, não importa o tipo de dieta que utilizemos a não ser que você more em um lugar que tem apenas um tipo de alimento o ano inteiro, o que não acho que seja sue caso. Nossa alimentação deve seguir as épocas do ano, as estações do ano. Conhece o I Ching, o Livro das Mutações? É uma obra maravilhosa escrita na China antiga há mais de 3.000 anos que possui uma filoso-fia extremamente profunda. Segundo este livro tudo no Universo está em constante mutação, nada fica estático o tempo todo. Portan-to nossa alimentação deve seguir o padrão de mutação do Universo, ao menos nas estações do ano. O melhor seria consumir brotos, alimentos crus e frescos na Prima-vera, época de crescimento e recuperação da letargia do Inverno. É a hora certa para regimes de desintoxicação e emagrecimento. Evite alimentos picantes e diminua os alimentos ácidos. O Verão é época de plenitude, o clímax, e pede alimentos crus, frutas e mais líquidos, mas sem exageros. Reduza a quantidade de comida e faça várias pequenas refeições ao longo do dia. Evite alimentos salgados e diminua os alimentos amargos. O Outono é a hora de se preparar para o Inverno. Consuma alimen-tos mornos, mais “pesados” como as carnes, e sopas e caldos diver- www.longevidade.net
  • 39. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 39 sos. Passe a cozinhar seus legumes. Evite alimentos amargos e dimi-nua os alimentos picantes Inverno é sinônimo de redução de atividades, de uma menor movi-mentação devido ao frio. Frio este que pede comidas mais gorduro-sas e mais carnes na alimentação. Fuja de alimentos crus e coma no-zes, amendoim e frutos oleaginosos. Evite alimentos doces e dimi-nua os alimentos salgados. Dentro da filosofia chinesa temos 5 elementos, portanto 5 estações do ano. Incluímos então a chamada “5ª Estação”, no final do Verão e começo do Outono. Uma transição do clímax do Verão para a prepa-ração do Inverno. Recomenda-se alimentação mais neutra como os cereais. Evite alimentos ácidos e diminua os alimentos doces. Não vou entrar em muitos detalhes, mesmo porque grandes partes do Brasil não possuem as quatro estações bem definidas. A regra geral é procurar comer alimentos locais e da época, sempre que pos-sível. Aumente os alimentos quentes quando o tempo esfriar e vice-versa (mas cuidado com os gelados, pois atacam sua saúde). Assim você estará seguindo as mutações corretamente. www.longevidade.net RESUMO A alimentação deve ser algo individual. Não existem regrais gerais aplicáveis a toda a Humanidade. Assuma a responsabilidade pela sua saúde, conforme falamos na dica 4 (Sua Saúde é Você Quem Faz). Se você sabe que co-mer sanduíche todo dia lhe faz mal e continua fazendo, o pro-blema será todo seu. Nenhum médico do planeta, ocidental ou oriental, poderá lhe ajudar. Procure descobrir o alimento que lhe faz mal, quando lhe faz mal e junto com que outro tipo de comida o efeito é pior. Não se esqueça de pesquisar também o que lhe faz bem. Colo-que estes alimentos sempre em seu cardápio.
  • 40. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 40 Cuidado com as combinações. Nem sempre uma mesa muito variada é sinônimo de saúde. Muitos alimentos criam proble-mas quando misturados. Procure conhecer o que lhe afeta. Não encha completamente seu estômago. Coma apenas 70% de sua capacidade, mesmo que deixe a mesa com um pouco de fome. Quando estiver doente, com algo simples como uma gripe, procure reduzir a quantidade e a variedade de comida ingerida. Dê um tempo para seu organismo se restabelecer. Procure comer sempre os alimentos da estação do ano cor-respondente. Evite coisas muito fora do padrão. Nozes e ave-lãs consumidas no Natal, que é Verão aqui no Brasil, é um bom exemplo de erro. www.longevidade.net
  • 41. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 41 www.longevidade.net 8 DERRUBANDO MITOS DOS ALIMENTOS Alimentação é sempre uma preocupação de todos que buscam uma vida saudável. A relação entre o que comemos e como nos sentimos ou somos sempre foi muito óbvia na cultura humana. Mas nas últi-mas cinco décadas experimentamos um grande avanço na pesquisa científica relacionada com a alimentação. Novos estudos analisaram a composição e efeitos de vários alimentos e pesquisas ampliaram nosso conhecimento sobre a digestão e assimilação. Embora a rela-ção entre alimentação e saúde seja conhecida desde os primórdios da Raça Humana, nunca o Homem se preocupou tanto com o que come e nunca ele comeu tão mal. No início apenas se comia o que podia ser encontrado e quando era encontrado. Depois passamos a criar, plantar e colher nossos alimen-tos. À partir do século XX passamos a contar com muito mais alimen-tos, de várias regiões diferentes, e passamos a efetuar grandes in-dustrializações na alimentação. Foi o início de diversos problemas. Vamos analisar agora alguns mitos da alimentação que ocorrem não apenas debaixo das barbas da ciência ocidental mas também em ou-tras correntes de pensamento. Lembre-se de que toda pesquisa ci-entífica é feita à partir de modelos estatísticos, conforme vimos ante-riormente, estando pois sujeita a funcionar apenas na faixa média. Também os avanços científicos acabam por derrubar “verdades” anteriores e acrescentar outras novas, que com o tempo também se-rão descartadas. Mesmo assim estas pesquisas são importantes? Cla-ro! Mas lembre-se sempre de que são apenas referências e nunca verdades absolutas. Muitas pessoas se enganam neste aspecto e diri-gem toda a sua vida segundo os “últimos avanços” da ciência. Mas os “últimos avanços” de hoje amanhã estarão caídos por terra.
  • 42. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 42 Desenvolva seu auto-conhecimento e descubra o que é realmente bom para você ou não, independente do que outros digam. Dogmas A principal praga que assistimos é a dos dogmas e meias-verdades científicas. Pesquisas mal-feitas, superficiais, contraditórias, inconclusivas ou parciais muitas vezes derramam informações pela metade e são avidamente divulgadas pela imprensa com sensaciona-lismo como “a última palavra” da ciência. E estas meia-verdades ou equívocos se propagam e criam uma cultura resistente às mudanças que são normais na ciência. Tornam-se dogmas difíceis de serem derrubados. É o caso por exemplo do uso da margarina em detrimento da man-teiga. Esta questão será analisada melhor adiante, mas aqui cabe uma consideração. Nunca fui adepto da margarina e quando se ventilou que existiam riscos potenciais nas gorduras trans, tratei de me infor-mar melhor. Procurei na internet e achei um artigo excelente, de uma nutricionista, que explicava detalhadamente o que eram as gorduras trans e seus efeitos maléficos no organismo: enquanto a manteiga pode apenas aumentar o “colesterol ruim”, a gordura trans não só aumenta o “colesterol ruim” como diminui o “colesterol bom”. Con-clusão óbvia: é pior que a manteiga. Mas a nutricionista termina o artigo afirmando que, apesar de todos os problemas da gordura trans, comer margarina ainda é melhor do que a manteiga porque esta é “de origem animal”. Entendeu? Nem eu! A carne vermelha também sofreu com isto. Ela é acusada de ser a responsável por pelo menos 75% das desgraças da Humanidade, pelo que se nota por aí. Embora seja difícil provar tudo isto. Muitos arti-gos tem sido escritos contra toda esta cultura de condenação à carne vermelha e à gordura animal, mas isto não aparece na imprensa. Como bem demonstra o Dr. Drauzio Varella em seu site, “... fica claro que as recomendações atuais para evitar gordura animal nas refeições são, no mínimo, desprovidas de fundamento científico” (http://drauziovarella.ig.com.br/artigos/carne_introducao.asp). www.longevidade.net
  • 43. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 43 Quando se levantou na imprensa que a carne vermelha pode provo-car o Mal de Parkinson, a Academia Brasileira de Neurologia (ABN), através de seu Departamento Científico de Transtornos do Movi-mento, teve que emitir uma posição oficial a respeito disto, negando veementemente a veracidade das informações e mostrando que são estudos mal-feitos ou inconclusivos. Mas isto não chegou a ser uma notícia importante. O leite é considerado como alimento imprescindível, mais por dogma do que por evidências científicas. Para mostrar como funciona um dogma globalizado, existe uma campanha em curso para tentar im-por a alimentação com leite e derivados aos chineses, pois isto não faz parte de sua cultura. Os ocidentais não conseguem entender como uma criança cresce forte e saudável sem beber leite, logo os chineses devem bebê-lo também. Mas 99% dos chineses não toleram a lactose, embora sejam um mercado enorme e atraente para os laticínios. Muitos outros dogmas poderiam ser descritos, como o do carbohidrato como alimento indispensável e o consumo excessivo de calorias e sedentarismo como origem da obesidade. Mas podemos acabar queimados numa fogueira em praça pública... Arroz Integral Após os anos 60 se tornou muito comum a afirmação de que o arroz branco é nefasto e que o arroz integral é saudável. Isto nasceu do trabalho de George Ohsawa, divulgador da Macrobiótica. Segundo esta filosofia os povos do Oriente consomem arroz integral, e por isto são mais saudáveis. É um equívoco, pois os orientais consomem arroz branco, como se pode constatar facilmente com pessoas que viajaram até lá ou em filmes e fotos. Na Índia se consome o arroz integral, chamado de “arroz com cutícula”, como se fosse um prato determinado, como “arroz à grega”. A maioria consome mesmo o arroz branco, assim como japoneses e chineses. O arroz integral, es-curo, pode ser tremendamente indigesto para muitas pessoas e seu uso pode ser liberado após algumas experiências pessoais. Mas não se sinta obrigado a comer arroz integral como se sua saúde depen-desse disto. Os orientais não o fazem. www.longevidade.net
  • 44. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 44 Carne Vermelha Este é um dos alimentos campeões de preconceito e histórias de ter-ror. A carne é o principal fator para que os seres humanos tenham desenvolvido sua inteligência, pois proporcionou proteínas abundan-tes e aminoácidos essenciais que desenvolveram nosso cérebro e suas calorias deram um espaço de tempo ocioso para que aprendêssemos a pensar. Repare que os animais herbívoros comem o tempo todo e só se preocupam com isto. Já mostramos que a carne vermelha e sua gordura não devem sair da mesa e que não existem comprovações científicas sérias sobre seus riscos para o coração. Também comentamos sobre a sua riqueza em ferro facilmente absorvido pelo organismo e na concentração em vi-taminas do complexo B, principalmente a B12. Também possui abun-dância em Zinco, essencial na cicatrização e no funcionamento do sistema imunológico e o seu consumo aumenta a absorção do ferro dos vegetais também. Além disto nossa carne brasileira vem dos chamados “bois verdes”, criados livres em pastos e não em confinamento e alimentados com rações industrializadas como os europeus e americanos. Por isso nossa carne é tão apreciada interna-cionalmente. Ainda segundo o Dr. Drauzio Varella no artigo citado anteriormen-te, não existe comprovação de que ingerir menos gordura animal diminua a probabilidade de se ter um ataque cardíaco ou possa au-mentar nossa longevidade. As dietas ricas em carbohidratos são mais perigosas para o coração do que o consumo de gordura animal. Leite O leite in natura é o grande tabu da alimentação moderna. Conside-rado indispensável para o crescimento das crianças e para prevenir problemas de carência de cálcio como a osteoporose, o leite se tor-nou um alimento cada vez mais indispensável. Mas nem tudo é assim como parece. Em primeiro lugar o leite de vaca é adequado às vacas. A proteína do leite de vaca é muito diferente daquela do leite huma-no e a maioria das pessoas não consegue digerir a lactose, a proteína www.longevidade.net
  • 45. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 45 do leite de vaca. Estima-se que 65% da população brasileira tenha intolerância à lactose. Mas continua-se apregoando que ninguém con-segue crescer e ser saudável sem tomar três copos de leite por dia. Veja que meio copo de suco de repolho tem mais cálcio do que um litro de leite. Além disso o processamento do leite para enfiá-lo nas caixinhas ou saquinhos o torna muito diferente do leite cru, mais saudável. Para não falar do leite desnatado, uma água branca que perdeu quase todos os nutrientes. Os orientais não consomem leite e laticínios, com exceção dos indianos. A Medicina Chinesa considera o leite como fator de retenção de líquidos e muco no organismo. Manteiga e Margarina Por muito tempo defendi a manteiga em detrimento da margarina. Era considerado maluco, pois a nefasta manteiga era de origem ani-mal, aumentava o colesterol, etc... As pessoas preferiam a margari-na, alimento sintético produzido por processos industriais e cheio de aditivos químicos. Talvez por influência das propagandas que mostravam famílias e velhinhos felizes e saudáveis por usarem mar-garina. Até as evidências da gordura trans aparecerem. Sempre se suspeitou que estas gorduras pudessem ser danosas, mas a indústria se calou com a falta de respaldo científicos. Quando se descobriu finalmente que as gorduras trans diminuíam o colesterol bom e aumentavam o ruim, a coisa surgiu sem grande alarde. As indústrias logo apareceram com substitutos da gordura trans, o que prova que eles já sabiam dos problemas e estudavam alternativas. Isto não aparece da noite para o dia. Nenhuma palavra foi dita pela imprensa sobre os milhões que devem ter morrido do coração por confiarem nos milagres da margarina. E, por força do dogma, mui-tos médicos e nutricionistas ainda afirmam que a margarina é me-lhor que a manteiga. Será? > Ambas tem as mesmas calorias > A manteiga é rica em vitamina A, D e E. A margarina tem vitami-nas artificias acrescentadas à sua massa pastosa. > A manteiga é de fácil digestão e não indispõe o organismo. É a www.longevidade.net
  • 46. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 46 gordura com absorção mais rápida. > Usada na culinária, aumenta o valor nutritivo e o sabor dos ali-mentos. > Manteiga não engorda. > Por lei, a manteiga não pode ter nenhum aditivo, exceto sal. A margarina é fabricada artificialmente por hidrogenação de óleo vegetal, o que gera as gorduras trans. Mesmo que não tenham gor-dura trans, por usarem óleo de palma, já existem boatos de que estes substitutos podem fazer tanto mal ou até mais do que as trans. Na verdade a margarina vem de uma massa pastosa preta com forte cheiro de óleo que depois é purificada, clareada, colorida e aromatizada. É quase a mesma coisa que passar plástico derretido no pão. Veja você mesmo: deixe um pote de margarina aberto, em cima da mesa, por um mês e veja o que acontece. Nada. Nenhum inseto se aproxima, ela não embolora, nem fica rançosa, nem se es-traga. Afinal, plástico dura centenas de anos.. Ovos e Colesterol Os ovos são outro tipo de alimento banido das mesas nos anos 50 depois da descoberta do colesterol. Mas descobriu-se recentemente que existem mais motivos para se comer ovos do que para não comê-los. Sua taxa de gorduras totais é baixa e a de gorduras saturadas, mais maléficas, é menor que uma fatia de queijo branco. Além disso o ovo é rico em colina, nutriente importante para o cérebro, triptofano, que se torna serotonina (substância associada à sensação de bem-estar), e a maioria de suas gorduras são monoinsaturadas, as gordu-ras benéficas. Tem poucas calorias e é de fácil digestão pela maioria das pessoas. É interessante que a revista Veja tenha publicado uma matéria sobre estas novas descobertas do ovo e tenha condenado seu consumo junto com as gorduras trans, por serem reconhecida-mente perigosas. No final, uma das formas saudáveis de se consumir os ovos segundo a revista é fritá-los... em margarina. Olha aí o dogma, de novo. www.longevidade.net
  • 47. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 47 Calorias Muita gente se descabela para comer uma refeição, pois tem que con-tar cada caloria do prato. Esta é a ditadura das calorias, que muitas pessoas se sentem forçadas a seguir principalmente para perder peso. Já li um artigo de um médico dizendo que era fácil resolver a obesi-dade: era só comer menos calorias que as que gastamos. Fácil, não? Então porque a obesidade está se tornando praga mundial? Não tem nada de fácil, porque calorias e sedentarismo são apenas parte do processo que engloba predisposição genética, ansiedade, traumas, formas equivocadas de encarar a vida. É tudo muito complexo e cada caso é um caso. Contar calorias desesperadamente é fonte de ansiedade e frustração que acabam em estresse, depressão e... mais quilos extras! Já conheci pessoas que tinham uma balança na cozinha para pesar cada alimen-to e descobrir quantas calorias existiam no prato. Isto não é saúde, é neurose. Novamente temos que chamar a atenção para o fato de que a tabela de ingestão de calorias é montada em cima de estudos esta-tísticos. Isto muda dramaticamente de pessoa para pessoa, de situa-ção para situação e de época para época. Para a Medicina Oriental, emagrecer é um processo que deve englo-bar corpo, mente, energia e espírito. Ou na maioria das vezes não funciona. Existem pessoas sedentárias que comem como dragões e não engordam nenhum grama. Outras fazem exercícios sempre que podem e dietas terríveis e pouco oscilam no peso. Cada pessoa é um Universo. Nunca se esqueça disto. Relaxe e procure uma solução holística para seu problema. www.longevidade.net RESUMO Não existe dieta ou método de alimentação único para toda a Humanidade. Cada pessoa é um caso. Existem alimentos que são problemáticos para determinadas pessoas e não para outras. Somente o auto-conhecimento trará luz para estas dúvidas.
  • 48. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 48 “Comprovação científica” é uma referência, nunca uma verda-de absoluta. Use o bom senso. Cuidado com “últimas novidades científicas” alardeadas pela imprensa. Quanto mais repercussão um estudo tiver, tanto mais desconfiado você deve ficar. Prefira alimentos naturais, não industrializados. Como tudo na vida, coma com moderação. www.longevidade.net
  • 49. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 49 www.longevidade.net 9 O ESTRESSE NOSSO DE CADA DIA À partir dos anos 80 a palavra “estresse” (e sua originária inglesa “stress”) bombardeou nossos noticiários. Esta seria a grande praga do final do século XX, previsão que se revelou mais do que verda-deira. Hoje o estresse é uma das principais causas da queda na qualidade de vida e de perda de saúde. Muito disto é um subproduto natural de nosso tipo de vida moderno, principalmente nas grandes cida-des. Em verdade, o estresse faz parte de nossa própria natureza e é perfeitamente natural. O seu excesso é que deve ser evitado. Muitas das doenças relacionadas à obesidade e ao sedentarismo na maioria das vezes se originam do estresse, como hipertensão, diabetes, fadigas crônicas, disfunções cardíacas. Incluindo a própria obesidade! O estresse é um estado fisiológico gerado pela adaptação do orga-nismo a um determinado tipo de estímulo emocional muito forte. Vem do inglês “stress” que significa “tensão”. Esta tensão pode ser desencadeada por diversos fatores, geralmente com forte influência do ambiente: prazos, frustrações, ansiedade, problemas emocionais, problemas de saúde, poluição, trânsito, compromissos. Aparentemen-te nada podemos fazer com relação a muitos destes fatores. Mas existe sempre um deles em que podemos intervir: nós mesmos. Se alterarmos nossa reação perante estes problemas, nossa fisiologia não precisará desencadear uma guerra hormonal sem vencedores. A primeira coisa que sempre devemos nos lembrar é que o estresse é um fenômeno natural, que muito nos auxilia em momentos de neces-sidade. A injeção de adrenalina que recebemos pode salvar nossa vida em um momento de emergência ou nos ajudar a passar por
  • 50. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 50 algum sufoco. Portanto o estresse é nosso aliado. O que não pode-mos é manter o estado de emergência o tempo todo. Este é o grande problema. Todos nós passamos por momentos de tensão, no trabalho, em casa, até no lazer. Mas estes momentos devem vir e passar. Quando uma situação estressante é substituída logo em seguida por outra e mais outra, aí temos um problema. O encadeamento de situações estressantes mantêm nosso corpo em constante estado de emergên-cia, em tensão contínua. O resultado todos nós sabemos. Se ficamos tensos e não sentimos o alívio após a crise passar o organismo come-ça a se desgastar. E os problemas de saúde aparecem. Fica até difícil enumerar todas as complicações que podem vir do estresse excessivo, mas diabetes, pressão alta, transtornos psicológi-cos como fobias são bastante comuns. Grande parte dos casos de obesidade está mais associado a ansiedade (uma forma de estresse) e aos problemas do dia-a-dia do que com as calorias que se consome. Existem muitas causas para o estresse e também muitos jeitos de se livrar dele. Vamos ver alguns pontos. Expectativa: manter expectativas sobre qualquer coisa é o cami-nho certo para criar estresse e frustração, pois dificilmente as coisas acontecem exatamente como imaginamos. Costumo dizer que o ser humano é a única criatura que sofre por antecipação: pelo aluguel do mês que vem, pelo encontro de quinta-feira, pela festa de aniversá-rio daquele pestinha do apartamento ao lado, pela visita do cunhado folgado que vem filar o almoço de domingo. Muitas vezes as coisas não saem tão ruins e o sofrimento todo foi em vão. Da mesma forma, ao se esperar algo muito bom e isto não acontecer, a frustração dará o golpe de misericórdia na expectativa. O resultado é mais estresse. A solução é procurar esperar os acontecimentos do modo mais im-parcial possível, e agir conforme o momento, de acordo com o resul-tado. Os Taoístas tem um princípio denominado Wuwei, que signifi-ca “não-ação”. Isto simboliza não criar problemas novos ou novas www.longevidade.net
  • 51. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 51 situações mas reagir conforme elas aparecem. Utilizando um velho ditado, “preocupe-se com a travessia da ponte apenas quando che-gar na ponte”. Confinamento: ficar fechado, ter seus limites reduzidos, é um dos grandes incentivadores de estresse. Passar o dia trancado no escri-tório, atrás do balcão, dentro de casa, aumenta bastante nossa ten-dência ao estresse. E se depois do trabalho voltamos para um “apertamento” abafado, estagnado, o estresse de todo o dia aumen-ta ao invés de diminuir. Sempre que puder dê uma volta ao ar livre, de preferência em uma praça ou outra área aberta com pouca agita-ção. Caminhe até o local do almoço ou dê uma volta maior ao retornar ao trabalho. Ao sentir a tensão aumentar, saia e fique cinco minutos ao ar livre. Se estiver chovendo, fique na porta ou em uma janela aberta e observe a chuva caindo. Refúgio: todo animal precisa de um refúgio para se esconder, cui-dar da prole, se recuperar dos ferimentos da luta pela vida. E o ser humano não é diferente. A sua residência tem que ser este refúgio. Procure manter um ambiente calmo, tranqüilo. Use plantas vivas, flores, aquários e fontes para dar mais vida ao lugar. Incensos e óle-os aromáticos são muito bons, se você tiver afinidade. Ao chegar em casa, espreguice-se e coloque uma música suave, de preferência or-questrada, em um volume baixo. Não precisa ser nada “New Age”, mas tem que ser suave. Tome um banho tépido, nem quente nem frio. Coloque uma roupa macia e procure esquecer os problemas do dia (e não se preocupar com o dia seguinte!) Prazo: os prazos são um dos maiores carrascos que temos na vida moderna. Tudo está sujeito a horários e escalas. A tensão se agiganta ao se aproximar o limite de tempo estabelecido, com os devidos da-nos ao seu organismo. Correr atrás de prazos por algumas vezes é normal. O problema é quando este tipo de atitude se torna constan-te. Procure planejar tudo o que for fazer e dê limites de tolerância. Nem tudo tem que ter precisão cirúrgica. No caso de compromissos em uma cidade como São Paulo, dar 15 minutos de tolerância é nor- www.longevidade.net
  • 52. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 52 mal e aceito. Se houver um atraso maior ligue e avise. Não arrume nem aceite trabalhos com prazos vencidos ou muito próximos do fim. Isto pode mostrar eficiência profissional mas é o hospital que lhe mandará a conta. Hobby: sempre recomendei a todos os meus pacientes que encon-trem um hobby, uma diversão, de preferência manual. Trata-se de uma atividade lúdica, sem intenções profissionais, que nada tenha a ver com sua profissão. Este é o segredo da coisa: o hobby tem que ser uma atividade sem qualquer tipo de vínculo com seu trabalho. Quanto mais diferente, melhor. Eu trabalho com cultura oriental en-tão meus hobbies são modelismo e ler Ficção Científica. Nada a ver. Pode ser jogar xadrez, colecionar selos, pintar quadros, qualquer coisa. Um hobby artesanal combate o estresse de modo extremamente agra-dável. E é mais barato do que a conta da farmácia. Se você achar que não tem tempo para isto, espere sua próxima internação hospitalar e comece. Trânsito: O estresse é responsável pela atitude de luta-ou-fuga que todos temos frente a situações agressivas. Isto explica a tendência a sermos agressivos quando estressado: nosso corpo se preparou para uma boa briga, que acabou não acontecendo. Mas ele está em alerta, tenso, pronto, e qualquer coisa é motivo para desencadear a violên-cia. Vemos isto diariamente no trânsito das grandes cidades. Antes de ficar agressivo veja se é realmente necessário, se o problema é realmente grande e se a solução é realmente complicada. Valorize as coisas de modo adequado. De qualquer jeito, conte até 10 respiran-do fundo em cada contagem. Funciona. Exercícios físicos: qualquer tipo de exercício físico pode ser muito saudável e desestressante. Não precisa exagerar- uma leve caminha-da, natação, até jogar ping-pong. O importante é que se concentre no que está fazendo. Correr enquanto escuta música alta e pensa no escritório não adianta. Esportes radicais: hoje se tornou muito comum a prática de espor- www.longevidade.net
  • 53. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 53 tes radicais como rapel, escaladas livres, montanhismo, rafting. Já vi praticantes afirmando que eles combatem o estresse. Mas a coisa não é bem assim. Esportes radicais são extremamente estressantes por natureza própria. Mas como a carga de estresse passa, tem um limi-te, a pessoa normal experimenta um relaxamento final bastante agra-dável, pois a carga extra de adrenalina elevou os níveis de tensão até o pico e depois desabou. No dia-a-dia nossas emergências não “aca-bam”, por isso a tensão é constante. O problema é quando a pessoa se torna viciada em esportes radicais. É a mesma coisa de uma de-pendência de drogas químicas, pois trata-se da adrenalina, substân-cia química. A pessoa nestas condições busca emoções cada vez mai-ores e com mais perigo para obter uma dose crescente de adrenalina. Quando fica sem a prática, se sente irritado, ansioso, como a síndrome de abstinência do drogado. Depois da prática ele sente um tremen-do alívio e relaxamento, como o causado pela satisfação no uso de drogas. Isto não é combate ao estresse, mas uma dependência. Es-portes radicais podem ser saudáveis, se não acabar em obsessão. Ponto de vista: muitas vezes o estresse é gerado por um determi-nado jeito de encarar as coisas. Procure ser mais tolerante e flexível. A capacidade de poder ver uma mesma situação sob a ótica de outra pessoa conduz a uma maior compreensão dos que se encontram ao nosso redor e é um grande diferencial na liderança empresarial, por exemplo. Reação: a reação aos problemas do dia-a-dia deve ser analisada. Você percebe um problema e logo começa a pensar em uma solução ou você fica o dia todo reclamando dele? Lao-Tzu, grande sábio chi-nês, afirmou que é melhor acender uma lanterna do que amaldiçoar a escuridão. Busque uma solução e não se estresse com o problema. Artes Marciais: praticar uma arte marcial é uma boa pedida para se reduzir o estresse. Qualquer tipo de atividade física regular é su-ficiente, mas as artes marciais possuem muitas propriedades a mais. Se você optar por uma arte tradicional do Oriente você terá, além do mero exercício físico, mais concentração, disciplina e uma excelente www.longevidade.net
  • 54. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 54 filosofia de vida. Particularmente eu recomendo o Tai Chi Chuan ou o Aikidô como ferramentas ideais para deixar o estresse comendo poeira e ampliar sua visão do Universo. Atividades orientais: além das artes marciais existem muitas ou-tras atividades orientais que podem ser utilizadas como ferramentas de redução do estresse ou como hobbies, como arranjo japonês de flores (Ikebana), árvores miniaturas (Bonsai), caligrafia oriental (Shodô), dobradura de papel (Origami). Elas induzem à concentra-ção e pregam a liberação do pensamento. Terapias em forma de arte. Massagem: feitas periodicamente, melhoram o relaxamento mus-cular e a circulação de energia removendo e dissolvendo a tensão. Qualquer tipo de massagem sempre ajuda, mas recomendo as tradi-cionais como Tui-Ná, Shiatsu, Anmá ou mesmo o moderno Quick Massage, feito em uma cadeira especial. Uma vez por semana seria o ideal, mas em caso de necessidade pode-se recorrer a ela sempre que precisar. Relaxamento: relaxar é a ordem para combater o estresse. Relaxa-mento é o oposto da tensão, logo é nosso remédio. Cada pessoa tem um jeito de relaxar, apenas tome cuidado para não ser enganado. Muitos jovens acreditam que escutar o som no volume máximo rela-xa. Nada disto. Ele atordoa. Procure espreguiçar-se ao longo do dia e quando sentir um músculo tenso faça o seguinte: inspire profunda-mente, prenda a respiração e tensione aquele músculo o máximo que puder. Solte o ar e relaxe a musculatura. Isto pode ser feito com qualquer parte do corpo ou mesmo o corpo todo de uma vez e utiliza o princípio Yin/Yang de Contração/ Relaxamento para dissolver tensões algumas vezes difíceis de resolver. Trabalho: faça o que gosta. Nin-guém se estressa fazendo o que gos-ta e seguindo estas dicas. www.longevidade.net
  • 55. 26 Dicas de Saúde da Medicina Oriental - Gilberto Antônio Silva 55 www.longevidade.net RESUMO Estresse é um termo utilizado para “tensão”. O estresse é uma reação natural do organismo que é salutar em sua devida proporção. Apenas o estresse contínuo e ilimitado é danoso à saúde. Tensões constantes podem causar diabetes, hipertensão, pro-blemas cardíacos e distúrbios psicológicos. É uma das grandes causas da obesidade. Existem muitas causas para o estresse: Expectativa, Confinamento, Prazo, Trânsito, Ponto de vista, Reação. E muitas soluções: Hobby, Exercícios físicos, Esportes radicais, Artes Marciais, Atividades orientais, Massagem, Relaxamento, Trabalho, Refúgio. O importante é começar AGORA!