SlideShare a Scribd company logo
1 of 18
Análise do Setor Recepção
A análise realizada nesse setor se resume ao controle da alcalinidade (pH) da
água utilizada para lavar a cana. A água de lavagem retira em torno de 1% a
2% de sacarose da cana entrada.
DEFINIÇÕES
pH: indica a quantidade de leite de cal a ser aplicada na água corrigindo o pH
que deve estar entre 10 - 11,5. pH baixo propicia o aumento de infecção e
inversão na cana e pH alto indica o excesso de cal (desperdício) prejudicando
o processo e os equipamentos. No controle de adição de cal utiliza-se um
aerômetro de graus Baumé.
Análise do Setor Moenda (Esteira de Borracha)
Nesse setor é coletada uma amostra da cana picada para se determinar o brix
%CE, o pH, PBU e leitura sacarimétrica. Através desses resultados, são calculados
a Fibra % CA, o brix % CA, POL% CA, Pureza% CA e ART% CA.
DEFINIÇÕES
Amostra da cana picada na esteira de borracha:

Brix % CE: indica a porcentagem, em peso, de sólidos dissolvidos no caldo. Seu valor fica
entre 14 - 20° Brix.

pH: analisa a acidez da cana. Uma cana muito ácida indica, dentre alguns problemas,o grau
alto de infecção sendo necessário o uso de antibióticos.O ideal fica entre 5,2 e 5,5.

Teor de Sacarose (leitura sacarimétrica): determina o teor de sacarose no caldo extraído.
Esse valor obtido é utilizado no cálculo da Pol % CE (caldo extraído), que por sua vez entra no
cálculo do ART % Cana Desfibrada, Brix Cana Desfibrada e Pol Cana Desfibrada. Seu valor
fica entre 50 - 75.

PBU (peso do bolo úmido): é determinado para calcular , pelo método CONSECANA, a
Fibra%Cana que por sua vez entra no cálculo do ART % Cana Desfibrada, Brix %CA(Cana
Desfibrada) e Pol % CA (Cana Desfibrada). Seu peso fica entre 150 - 180 gramas.
Ternos da Moenda
São analisados os caldos extraído no primeiro, segundo e sexto ternos da
moenda (brix%CE, leitura sacarimétrica, acidez, pH e AR%CE). É coletada
amostra do bagaço na saída do sexto terno para se determinar a umidade e a
leitura sacarimétrica (pol).
Embebição de Água
No bagaço resultante da primeira prensagem é adicionado água quente (50-
65°C)(m³/hr ou 30%) para que se obtenha a segunda extração. A embebição é
controlada através do “pol” do bagaço. Se a pol estiver alta deve-se aumentar
a embebição. Ela é feita de forma inversa ao fluxo da cana desfibrada, ou seja,
a embebição é feita do 5° para o 4°, para o 3° e para o 2°.
Caldo extraído no primeiro, segundo e sexto terno da moenda:

pH: indica a acidez da cana.Uma cana muito ácida propicia um ambiente melhor
para o desenvolvimento de bactérias. O ideal fica entre 5,2 - 5,5.

Acidez : é a quantidade, em gramas, de ácidos totais dissolvidos. A sacarose, sob
condições ácidas ou ação de enzimas (invertase), desdobra-se em duas moléculas
de monossacarídeos (glicose e frutose ,açúcares estes que não cristalizam)
diminuindo o teor de sacarose. A destruição de sacarose e açúcares redutores em
meio ácido, resultam em perdas indeterminadas, aumentando a intensidade da cor
do caldo. Seu valor ideal não pode ultrapassar 1,0.
Brix %CE: indica a porcentagem, em peso, de sólidos dissolvidos no caldo. Seu
valor fica entre 15 - 22° Brix no 1° terno, 10-15 no 2° terno e 2- 5 no 6° terno (último
terno).

Teor de Sacarose (leitura sacarimétrica): determina o teor de sacarose no caldo
extraído. Esse valor obtido é utilizado no cálculo da Pol % CE (caldo extraído), que
por sua vez entra no cálculo do ART % Cana Desfibrada, Brix %Cana Desfibrada e
Pol %Cana Desfibrada. Seu valor fica entre 55 - 80.
6° Terno e Bagaço
Terno onde é feita a última extração de caldo resultando no sub-produto
(bagaço) utilizado como combustível na caldeira para obtenção de vapor.
Amostra do bagaço do sexto terno:

Umidade: utilizada para determinar a embebição do bagaço para retirada do caldo
e prévio envio para caldeira. Bagaço com umidade alta prejudica a queima. A
umidade ideal fica entre 48% - 52%. ( Umidade baixa indica baixa extração de
sacarose e falha na embebição)

Teor de Sacarose (leitura sacarimétrica): determina o teor de sacarose no caldo
extraído. Esse valor é necessário para calcular Pol % CE. Esse valor obtido indica se
a extração de caldo do da cana foi satisfatória. Seu valor fica entre 1,0 – 4,0 sendo
o teor mais baixo melhor .
Dosagem de Bactericida
Além da limpeza com água quente, é também aplicado bactericida (Quaternário
de Amônio), 3 vezes por turno sendo 2,5 litros a cada dosagem no tanque de
embebição número 4 e na esteira de borracha.
Controle das Bactérias
A proliferação de bactérias aumenta a acidez no caldo, aumentando a inversão
do açúcar que irá gerar uma cor escura no caldo. A proliferação de bactérias
atrapalha diretamente a fermentação alcoólica devido a disputa com a levedura
no metabolismo do açúcar ou monossacarídeos (glicose e frutose).
CH2                 CH2                      CH2                     CH2                  CH2                 CH2                 CH2

H          O        H          O                        O            H          O                    O        H          O        H
                H                   H        H               H                       H    H               H                   H
     H                   H                        H                       H                    H                   H                   H
     OH                  OH                       OH                      OH                                       OH                  OH
           H                   H    O                   H                       H    O               H                   H
OH              O   OH                       OH              O       OH                   OH              O   OH                  OH
                                                                                                                              O
     H     OH            H     OH                 H     OH                H     OH             H     OH            H     OH            H

                                             HO   CH2                     CH2

                                             H          O    H       H          O    H
                                                  H                       H

                                                  OH    H                 OH    H
                                             OH                  O   OH              O

                                                  H     OH                H     OH




                                    Cadeia de dextrana com ramificação na posição  (1,3) (Vieira, 2003)




Leucono
stoc

Dextrana
A dextrana é uma bactéria do gênero Leuconostoc e tem origem em canas
velhas ou armazenadas por um longo período. Sua formação implica
aglomerados gelatinosos conhecidos como “canjica”. Assim, os problemas
que podem ser causados pela dextrana, incluem desde o entupimento de
equipamentos até, no caso do açúcar, a não cristalização.
CÁLCULOS UTILIZADOS (CONSECANA)
Pol % CE: é a porcentagem, em peso, de sacarose aparente.
(0,2605 - 0,0009882 x Brix % CE ) x (Leitura Sacarimétrica)

Fibra % CA: reflete na eficiência da extração da moenda, ou seja, quanto mais alta
a fibra da cana, menor será a eficiência de extração. Por outro lado, é necessário
considerar que variedades de cana com baixos teores de fibra são mais susceptíveis
a danos mecânicos ocasionados no corte e transporte, o que favorece a
contaminação e as perdas na indústria. Seu valor ideal fica entre 11 - 15 % .
(0,08 x PBU + 0,876)

Brix% CA: indica a porcentagem, em peso, de sólidos dissolvidos na cana
Brix%CE x (1 – 0,01 x Fibra) x (1,0313 – 0,00575 x Fibra)

Pol da cana (Pol % CA): é a porcentagem, em peso, de sacarose aparente
encontrada na cana (13 - 15 %) (3,5 % mx de diferença do PCTS).
Pol % CE x (1 – 0,01 x Fibra % CA) x (1,0313 – 0,00575 x Fibra)
Pureza % CA – porcentagem de sacarose encontrada no brix, isto é, porcentagem
de sacarose existente nos sólidos totais dissolvidos. Seu valor ideal deve ser > 88%.
(Pol % CA / Brix% CA) x 100

FC: fator de correção do cálculo
1,0313 – (0,00575 x Fibra)

AR: açúcar, não sacarose, existente no caldo que tem a propriedade de reduzir o
cobre.Além da quantidade normal existente, eles se formam no curso da fabricação
pelo desdobramento da molécula de sacarose.Seu teor ideal deve ficar abaixo de
0,8% (glicose e frutose).
(3,641 – 0,0343 x Pureza % CE) x (1 – 0,01 x Fibra) x (FC)
ART % CA: açúcares redutores totais utilizados nos cálculos de eficiência.
(Pol %CA/0,95)+ AR

ATR: açúcares totais recuperáveis utilizado no pagamento de cana do fornecedor.
Seu teor varia de 13 a 17,5 %, podendo ter teores maiores dependendo do cultivo.
(9,5263 x Pol % CA) + (9,05 x AR)

Onde:
PC = pol % cana, que determina a quantidade de sacarose aparente na cana-de-
açúcar;
AR = açúcares redutores, que determina a quantidade conjunta de frutose e glicose
contidas na cana-de-açúcar;
1,05263 = coeficiente estequiométrico para conversão sacarose/AR.
9,05 = coeficiente re recuperação, para uma perda industrial de 9,5 %
Curso: Laboratório
Realizado por :Leandro Aparecido Cândido

More Related Content

What's hot

Pagamento de cana por teor de sacarose
Pagamento de cana por teor de sacarose Pagamento de cana por teor de sacarose
Pagamento de cana por teor de sacarose Leandro Cândido
 
RTC Medindo a Eficiencia da Industria
RTC  Medindo a Eficiencia da Industria RTC  Medindo a Eficiencia da Industria
RTC Medindo a Eficiencia da Industria Marcos Abreu
 
O processo de fabricação de açúcar e álcool na usina
O processo de fabricação de açúcar e álcool na usinaO processo de fabricação de açúcar e álcool na usina
O processo de fabricação de açúcar e álcool na usinaCleuber Martins
 
Treinamento Fermentador
Treinamento FermentadorTreinamento Fermentador
Treinamento FermentadorMarcos Abreu
 
Apostila açúcar e álcool
Apostila açúcar e álcoolApostila açúcar e álcool
Apostila açúcar e álcoolRenan Atanázio
 
Apostila usina de acucar e sua automacao
Apostila   usina de acucar e sua automacaoApostila   usina de acucar e sua automacao
Apostila usina de acucar e sua automacaoJardel Sousa
 
Treinamento Operador de Separadora de Fermento
Treinamento Operador de Separadora de FermentoTreinamento Operador de Separadora de Fermento
Treinamento Operador de Separadora de FermentoMarcos Abreu
 
Modulo 02 fluxograma de fabricação do açúcar
Modulo 02 fluxograma de fabricação do açúcarModulo 02 fluxograma de fabricação do açúcar
Modulo 02 fluxograma de fabricação do açúcarconfidencial
 
Centrifugas de fermento
Centrifugas de fermentoCentrifugas de fermento
Centrifugas de fermentoMágda Correia
 
Fermentação e Destilação
Fermentação e Destilação Fermentação e Destilação
Fermentação e Destilação Leandro Cândido
 
6-Treinamento Levedura Seca
6-Treinamento Levedura Seca6-Treinamento Levedura Seca
6-Treinamento Levedura SecaLeandro Cândido
 

What's hot (20)

Pagamento de cana por teor de sacarose
Pagamento de cana por teor de sacarose Pagamento de cana por teor de sacarose
Pagamento de cana por teor de sacarose
 
Moenda
MoendaMoenda
Moenda
 
RTC Medindo a Eficiencia da Industria
RTC  Medindo a Eficiencia da Industria RTC  Medindo a Eficiencia da Industria
RTC Medindo a Eficiencia da Industria
 
Açúcar e Alcool
Açúcar e AlcoolAçúcar e Alcool
Açúcar e Alcool
 
O processo de fabricação de açúcar e álcool na usina
O processo de fabricação de açúcar e álcool na usinaO processo de fabricação de açúcar e álcool na usina
O processo de fabricação de açúcar e álcool na usina
 
Preparo da Cana-de-açúcar
Preparo da Cana-de-açúcarPreparo da Cana-de-açúcar
Preparo da Cana-de-açúcar
 
Treinamento Fermentador
Treinamento FermentadorTreinamento Fermentador
Treinamento Fermentador
 
Apostila açúcar e álcool
Apostila açúcar e álcoolApostila açúcar e álcool
Apostila açúcar e álcool
 
Apostila usina de acucar e sua automacao
Apostila   usina de acucar e sua automacaoApostila   usina de acucar e sua automacao
Apostila usina de acucar e sua automacao
 
Açucar e Alcool
Açucar e AlcoolAçucar e Alcool
Açucar e Alcool
 
Treinamento Operador de Separadora de Fermento
Treinamento Operador de Separadora de FermentoTreinamento Operador de Separadora de Fermento
Treinamento Operador de Separadora de Fermento
 
Alcool
AlcoolAlcool
Alcool
 
Modulo 02 fluxograma de fabricação do açúcar
Modulo 02 fluxograma de fabricação do açúcarModulo 02 fluxograma de fabricação do açúcar
Modulo 02 fluxograma de fabricação do açúcar
 
Centrifugas de fermento
Centrifugas de fermentoCentrifugas de fermento
Centrifugas de fermento
 
Fermentação e Destilação
Fermentação e Destilação Fermentação e Destilação
Fermentação e Destilação
 
04_paulo_delfini_30.pdf
04_paulo_delfini_30.pdf04_paulo_delfini_30.pdf
04_paulo_delfini_30.pdf
 
6-Treinamento Levedura Seca
6-Treinamento Levedura Seca6-Treinamento Levedura Seca
6-Treinamento Levedura Seca
 
Dornas de fermentacao
Dornas de fermentacaoDornas de fermentacao
Dornas de fermentacao
 
óLeos e derivados
óLeos e derivadosóLeos e derivados
óLeos e derivados
 
Fabricação do alcool
Fabricação do alcoolFabricação do alcool
Fabricação do alcool
 

Viewers also liked

7-Treinamento PreparaçãO De Reagentes
7-Treinamento PreparaçãO De Reagentes7-Treinamento PreparaçãO De Reagentes
7-Treinamento PreparaçãO De ReagentesLeandro Cândido
 
Balança, hilo e ponte rolante
Balança, hilo e ponte rolanteBalança, hilo e ponte rolante
Balança, hilo e ponte rolanteCamila Oliveira
 
Revista da usinagem 86
Revista da usinagem 86Revista da usinagem 86
Revista da usinagem 86Fernando Silva
 
Seminário stab 2013 industrial - 05. processo de fabricação de levedura sec...
Seminário stab 2013   industrial - 05. processo de fabricação de levedura sec...Seminário stab 2013   industrial - 05. processo de fabricação de levedura sec...
Seminário stab 2013 industrial - 05. processo de fabricação de levedura sec...STAB Setentrional
 
Exemplos de programas em cnc (1)
Exemplos de programas em cnc (1)Exemplos de programas em cnc (1)
Exemplos de programas em cnc (1)Dorival Leandro
 
Engenho De AçúCar
Engenho De AçúCarEngenho De AçúCar
Engenho De AçúCarguestda9e9c
 
03 recepção da cana-de-açúcar em usina sucroalcooleira
03 recepção da cana-de-açúcar em usina sucroalcooleira03 recepção da cana-de-açúcar em usina sucroalcooleira
03 recepção da cana-de-açúcar em usina sucroalcooleiraClauber Dalmas Rodrigues
 
Apostila completa usinagem
Apostila completa usinagemApostila completa usinagem
Apostila completa usinagemJoao Roberto
 

Viewers also liked (17)

7-Treinamento PreparaçãO De Reagentes
7-Treinamento PreparaçãO De Reagentes7-Treinamento PreparaçãO De Reagentes
7-Treinamento PreparaçãO De Reagentes
 
Balança, hilo e ponte rolante
Balança, hilo e ponte rolanteBalança, hilo e ponte rolante
Balança, hilo e ponte rolante
 
Mecanica de usinagem
Mecanica de usinagemMecanica de usinagem
Mecanica de usinagem
 
Revista da usinagem 86
Revista da usinagem 86Revista da usinagem 86
Revista da usinagem 86
 
Aula _Processos_Fabricação_I_02 rev_19_08_13
Aula _Processos_Fabricação_I_02 rev_19_08_13Aula _Processos_Fabricação_I_02 rev_19_08_13
Aula _Processos_Fabricação_I_02 rev_19_08_13
 
Otimização do Uso de Ar Comprimido
Otimização do Uso de Ar ComprimidoOtimização do Uso de Ar Comprimido
Otimização do Uso de Ar Comprimido
 
Seminário SprayDry
Seminário SprayDrySeminário SprayDry
Seminário SprayDry
 
02 -introducao_a_metrologia
02  -introducao_a_metrologia02  -introducao_a_metrologia
02 -introducao_a_metrologia
 
Seminário stab 2013 industrial - 05. processo de fabricação de levedura sec...
Seminário stab 2013   industrial - 05. processo de fabricação de levedura sec...Seminário stab 2013   industrial - 05. processo de fabricação de levedura sec...
Seminário stab 2013 industrial - 05. processo de fabricação de levedura sec...
 
Exemplos de programas em cnc (1)
Exemplos de programas em cnc (1)Exemplos de programas em cnc (1)
Exemplos de programas em cnc (1)
 
Caderno de exercícios
Caderno de exercíciosCaderno de exercícios
Caderno de exercícios
 
pqd 59807 a 71712[1]
pqd 59807 a 71712[1]pqd 59807 a 71712[1]
pqd 59807 a 71712[1]
 
Processamento e secagem do leite - Físico-química
Processamento e secagem do leite - Físico-químicaProcessamento e secagem do leite - Físico-química
Processamento e secagem do leite - Físico-química
 
Engenho De AçúCar
Engenho De AçúCarEngenho De AçúCar
Engenho De AçúCar
 
Apostila cnc
Apostila cncApostila cnc
Apostila cnc
 
03 recepção da cana-de-açúcar em usina sucroalcooleira
03 recepção da cana-de-açúcar em usina sucroalcooleira03 recepção da cana-de-açúcar em usina sucroalcooleira
03 recepção da cana-de-açúcar em usina sucroalcooleira
 
Apostila completa usinagem
Apostila completa usinagemApostila completa usinagem
Apostila completa usinagem
 

2-Treinamento Moenda

  • 1.
  • 2. Análise do Setor Recepção A análise realizada nesse setor se resume ao controle da alcalinidade (pH) da água utilizada para lavar a cana. A água de lavagem retira em torno de 1% a 2% de sacarose da cana entrada.
  • 3. DEFINIÇÕES pH: indica a quantidade de leite de cal a ser aplicada na água corrigindo o pH que deve estar entre 10 - 11,5. pH baixo propicia o aumento de infecção e inversão na cana e pH alto indica o excesso de cal (desperdício) prejudicando o processo e os equipamentos. No controle de adição de cal utiliza-se um aerômetro de graus Baumé.
  • 4. Análise do Setor Moenda (Esteira de Borracha) Nesse setor é coletada uma amostra da cana picada para se determinar o brix %CE, o pH, PBU e leitura sacarimétrica. Através desses resultados, são calculados a Fibra % CA, o brix % CA, POL% CA, Pureza% CA e ART% CA.
  • 5. DEFINIÇÕES Amostra da cana picada na esteira de borracha: Brix % CE: indica a porcentagem, em peso, de sólidos dissolvidos no caldo. Seu valor fica entre 14 - 20° Brix. pH: analisa a acidez da cana. Uma cana muito ácida indica, dentre alguns problemas,o grau alto de infecção sendo necessário o uso de antibióticos.O ideal fica entre 5,2 e 5,5. Teor de Sacarose (leitura sacarimétrica): determina o teor de sacarose no caldo extraído. Esse valor obtido é utilizado no cálculo da Pol % CE (caldo extraído), que por sua vez entra no cálculo do ART % Cana Desfibrada, Brix Cana Desfibrada e Pol Cana Desfibrada. Seu valor fica entre 50 - 75. PBU (peso do bolo úmido): é determinado para calcular , pelo método CONSECANA, a Fibra%Cana que por sua vez entra no cálculo do ART % Cana Desfibrada, Brix %CA(Cana Desfibrada) e Pol % CA (Cana Desfibrada). Seu peso fica entre 150 - 180 gramas.
  • 6. Ternos da Moenda São analisados os caldos extraído no primeiro, segundo e sexto ternos da moenda (brix%CE, leitura sacarimétrica, acidez, pH e AR%CE). É coletada amostra do bagaço na saída do sexto terno para se determinar a umidade e a leitura sacarimétrica (pol).
  • 7. Embebição de Água No bagaço resultante da primeira prensagem é adicionado água quente (50- 65°C)(m³/hr ou 30%) para que se obtenha a segunda extração. A embebição é controlada através do “pol” do bagaço. Se a pol estiver alta deve-se aumentar a embebição. Ela é feita de forma inversa ao fluxo da cana desfibrada, ou seja, a embebição é feita do 5° para o 4°, para o 3° e para o 2°.
  • 8. Caldo extraído no primeiro, segundo e sexto terno da moenda: pH: indica a acidez da cana.Uma cana muito ácida propicia um ambiente melhor para o desenvolvimento de bactérias. O ideal fica entre 5,2 - 5,5. Acidez : é a quantidade, em gramas, de ácidos totais dissolvidos. A sacarose, sob condições ácidas ou ação de enzimas (invertase), desdobra-se em duas moléculas de monossacarídeos (glicose e frutose ,açúcares estes que não cristalizam) diminuindo o teor de sacarose. A destruição de sacarose e açúcares redutores em meio ácido, resultam em perdas indeterminadas, aumentando a intensidade da cor do caldo. Seu valor ideal não pode ultrapassar 1,0.
  • 9. Brix %CE: indica a porcentagem, em peso, de sólidos dissolvidos no caldo. Seu valor fica entre 15 - 22° Brix no 1° terno, 10-15 no 2° terno e 2- 5 no 6° terno (último terno). Teor de Sacarose (leitura sacarimétrica): determina o teor de sacarose no caldo extraído. Esse valor obtido é utilizado no cálculo da Pol % CE (caldo extraído), que por sua vez entra no cálculo do ART % Cana Desfibrada, Brix %Cana Desfibrada e Pol %Cana Desfibrada. Seu valor fica entre 55 - 80.
  • 10. 6° Terno e Bagaço Terno onde é feita a última extração de caldo resultando no sub-produto (bagaço) utilizado como combustível na caldeira para obtenção de vapor.
  • 11. Amostra do bagaço do sexto terno: Umidade: utilizada para determinar a embebição do bagaço para retirada do caldo e prévio envio para caldeira. Bagaço com umidade alta prejudica a queima. A umidade ideal fica entre 48% - 52%. ( Umidade baixa indica baixa extração de sacarose e falha na embebição) Teor de Sacarose (leitura sacarimétrica): determina o teor de sacarose no caldo extraído. Esse valor é necessário para calcular Pol % CE. Esse valor obtido indica se a extração de caldo do da cana foi satisfatória. Seu valor fica entre 1,0 – 4,0 sendo o teor mais baixo melhor .
  • 12. Dosagem de Bactericida Além da limpeza com água quente, é também aplicado bactericida (Quaternário de Amônio), 3 vezes por turno sendo 2,5 litros a cada dosagem no tanque de embebição número 4 e na esteira de borracha.
  • 13. Controle das Bactérias A proliferação de bactérias aumenta a acidez no caldo, aumentando a inversão do açúcar que irá gerar uma cor escura no caldo. A proliferação de bactérias atrapalha diretamente a fermentação alcoólica devido a disputa com a levedura no metabolismo do açúcar ou monossacarídeos (glicose e frutose).
  • 14. CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 CH2 H O H O O H O O H O H H H H H H H H H H H H H H H H OH OH OH OH OH OH H H O H H O H H OH O OH OH O OH OH O OH OH O H OH H OH H OH H OH H OH H OH H HO CH2 CH2 H O H H O H H H OH H OH H OH O OH O H OH H OH Cadeia de dextrana com ramificação na posição  (1,3) (Vieira, 2003) Leucono stoc Dextrana A dextrana é uma bactéria do gênero Leuconostoc e tem origem em canas velhas ou armazenadas por um longo período. Sua formação implica aglomerados gelatinosos conhecidos como “canjica”. Assim, os problemas que podem ser causados pela dextrana, incluem desde o entupimento de equipamentos até, no caso do açúcar, a não cristalização.
  • 15. CÁLCULOS UTILIZADOS (CONSECANA) Pol % CE: é a porcentagem, em peso, de sacarose aparente. (0,2605 - 0,0009882 x Brix % CE ) x (Leitura Sacarimétrica) Fibra % CA: reflete na eficiência da extração da moenda, ou seja, quanto mais alta a fibra da cana, menor será a eficiência de extração. Por outro lado, é necessário considerar que variedades de cana com baixos teores de fibra são mais susceptíveis a danos mecânicos ocasionados no corte e transporte, o que favorece a contaminação e as perdas na indústria. Seu valor ideal fica entre 11 - 15 % . (0,08 x PBU + 0,876) Brix% CA: indica a porcentagem, em peso, de sólidos dissolvidos na cana Brix%CE x (1 – 0,01 x Fibra) x (1,0313 – 0,00575 x Fibra) Pol da cana (Pol % CA): é a porcentagem, em peso, de sacarose aparente encontrada na cana (13 - 15 %) (3,5 % mx de diferença do PCTS). Pol % CE x (1 – 0,01 x Fibra % CA) x (1,0313 – 0,00575 x Fibra)
  • 16. Pureza % CA – porcentagem de sacarose encontrada no brix, isto é, porcentagem de sacarose existente nos sólidos totais dissolvidos. Seu valor ideal deve ser > 88%. (Pol % CA / Brix% CA) x 100 FC: fator de correção do cálculo 1,0313 – (0,00575 x Fibra) AR: açúcar, não sacarose, existente no caldo que tem a propriedade de reduzir o cobre.Além da quantidade normal existente, eles se formam no curso da fabricação pelo desdobramento da molécula de sacarose.Seu teor ideal deve ficar abaixo de 0,8% (glicose e frutose). (3,641 – 0,0343 x Pureza % CE) x (1 – 0,01 x Fibra) x (FC)
  • 17. ART % CA: açúcares redutores totais utilizados nos cálculos de eficiência. (Pol %CA/0,95)+ AR ATR: açúcares totais recuperáveis utilizado no pagamento de cana do fornecedor. Seu teor varia de 13 a 17,5 %, podendo ter teores maiores dependendo do cultivo. (9,5263 x Pol % CA) + (9,05 x AR) Onde: PC = pol % cana, que determina a quantidade de sacarose aparente na cana-de- açúcar; AR = açúcares redutores, que determina a quantidade conjunta de frutose e glicose contidas na cana-de-açúcar; 1,05263 = coeficiente estequiométrico para conversão sacarose/AR. 9,05 = coeficiente re recuperação, para uma perda industrial de 9,5 %
  • 18. Curso: Laboratório Realizado por :Leandro Aparecido Cândido