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Modelagem computacionalModelagem computacional
multiescala aplicada à ciênciamultiescala aplicada à ciência
dos materiaisdos materiais
Roberto Gomes de Aguiar Veiga
rgaveiga@usp.br
Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
São Paulo, 2015
2
Ciência dos materiais:Ciência dos materiais:
Novos materiais vs. materiais clássicosNovos materiais vs. materiais clássicos
Novos materiais
Boa parte surgida nas últimas três
décadas
Nanotubos de carbono
Grafeno
Isolantes topológicos
Estruturas auto-organizadas
Propriedades diferenciadas →
aplicações promissoras →
spintrônica, supercondutividade,
armazenamento de hidrogênio,
computação quântica, etc
Como tudo que é novo e
promissor → Todo mundo quer
trabalhar nisso!
3
Ciência dos mteriais:Ciência dos mteriais:
Novos materiais vs. materiais clássicosNovos materiais vs. materiais clássicos
Materiais clássicos
Materiais conhecidos há muito
tempo (alguns desde a Pré-
História!)
Metais e suas ligas
Cerâmicos
Polímeros
Compósitos
Largamente utilizados em
aplicações do dia a dia →
importância econômica difícil de
ser mensurada
Há muito tempo estudados, teórica
e experimentalmente...
... mas ainda com muitas
questões em aberto!
4
Metais e suas ligas:Metais e suas ligas:
ImportânciaImportância
Onipresentes → utilização se
confunde com a história da
civilização
Propriedades mecânicas variadas →
diferentes aplicações
Dúcteis
Maleáveis
Duros
Resistentes
Aspectos econômicos → mineração,
indústria de transformação (e.g.,
siderurgia), indústria de bens de
consumo (e.g., automobilística) →
bilhões de dólares e milhões de
empregos
5
Modelagem computacional de materiais:Modelagem computacional de materiais:
O problema do tamanhoO problema do tamanho
6
Modelagem computacional de materiais:Modelagem computacional de materiais:
O problema adicional do tempoO problema adicional do tempo
Transferência de próton em meio aquoso
Difusão no estado sólido
Dobramento de proteínas
Propagação de uma trinca
numa liga metálica
7
Modelagem computacional multiescala:Modelagem computacional multiescala:
Aplicação à ciência dos materiaisAplicação à ciência dos materiais
Métodos de nível mais baixo →
informações para métodos de níveis
mais altos... ou vice-versa
“Pontes” entre as diferentes escalas
→ não necessariamente trivial
Métodos apropriados para a escala
de tempo e espaço
8
Modelagem computacional multiescala:Modelagem computacional multiescala:
InterdisciplinaridadeInterdisciplinaridade
+=
+ + ...
9
Alguns resultados...Alguns resultados...
1) Atmosferas de Cottrell
2) Crescimento de grãos nanométricos
10
Atmosferas de Cottrell:Atmosferas de Cottrell:
Teoria do envelhecimento estáticoTeoria do envelhecimento estático
Sir Alan Cottrell
(1919-2012)
Interação entre defeitos
pontuais e discordâncias
→ segregação nas
discordâncias →
atmosferas e Cottrell
1949, com Bilby → Modelo atômico para
descrever o endurecimento do ferro à
medida que o tempo passa
Ancoramento da discordância
→ Efeito macroscópico →
Limite máximo de
escoamento e instabilidades
plásticas (bandas de Luders)
11
Atmosferas de Cottrell:Atmosferas de Cottrell:
Monte CarloMonte Carlo
Discordância tipo “hélice”
Vários teores de carbono → de 20 a 500 ppm
Metropolis Monte Carlo → formação das atmosferas de Cottell
T = 300 K
Configuração inicial → átomos de carbono distribuídos aleatoriamente
Resultado → segregação ao redor da discordância
Coordenadas para simulações de dinâmica molecular
20 ppm 140 ppm 500 ppm
12
Atmosferas de Cottrell:Atmosferas de Cottrell:
Dinâmica molecular (protocolo de simulação)Dinâmica molecular (protocolo de simulação)
Fixo
σyz
Código → LAMMPS
Tempo de simulação → 6 ns
T=300 K
Cisalhamento → átomos na superfície
superior movendo-se com velocidade
constante na direção do vetor de
Burgers
σyz
(t) → Ftop
/Atop
Taxa de deformação → 107
/s
13
Atmosferas de Cottrell:Atmosferas de Cottrell:
Efeito do carbono na movimentação da discordânciaEfeito do carbono na movimentação da discordância
14
Atmosferas de Cottrell:Atmosferas de Cottrell:
Conclusões e próximas investidasConclusões e próximas investidas
Conclusões:
Com simulações atomísticas acoplando MC e DM, é possível
“testar” o modelo consagrado de Cottrell para o envelhecimento
estático dos aços
O que vem a seguir:
Considerar outros tipos de soluto (H, He, Ni já está em curso)
Efeito de nanoprecipitados (e.g., de cobre ou cromo)
Estudar também uma discordância “cunha”
15
Crescimento de grãos nanométricos:Crescimento de grãos nanométricos:
O problema e a possível soluçãoO problema e a possível solução
Materiais nanocristalinos → Muitos
átomos em contornos de grãos
(sítios de alta energia) → “Driving
force” para crescimento rápido de
grãos mesmo a baixa temperatura
Estabilização da estrutura nanocristalina
usando elementos de liga
Exemplo:
Evidência experimentar para um sistema
Ni-W nanocristalino estável
[Acta Materialia 55, 371 (2007)]
16
Crescimento de grãos nanométricos:Crescimento de grãos nanométricos:
Monte CarloMonte Carlo
10% dos átomos de Ni substituídos
aleatoriamente por átomos de
elementos de liga (W, Ti, Co, Al, Pd e
Mo)
T=350 K
Sítios bulk → cfc
Sítios CG → não-cfc
17
Crescimento de grãos nanométricos:Crescimento de grãos nanométricos:
Monte CarloMonte Carlo
Quando MC converge
Aleatório Segregado
Exemplo → Ni-W
18
Crescimento de grãos nanométricos:Crescimento de grãos nanométricos:
Monte CarloMonte Carlo
Exemplo → Ni-W
Dos resultados convergidos do MC → configurações iniciais
para simulações de dinâmica molecular
Ni
W
19
Crescimento de grãos nanométricos:Crescimento de grãos nanométricos:
Dinâmica molecularDinâmica molecular
DM → 5 ns, 1000K
Inicial Final
Níquel puro
20
Crescimento de grãos nanométricos:Crescimento de grãos nanométricos:
Dinâmica molecularDinâmica molecular
MD → 5 ns, 1000K
Inicial Final
Ni-W
21
Crescimento de grãos nanométricos:Crescimento de grãos nanométricos:
Conclusões e próximas investidasConclusões e próximas investidas
Conclusões:
Co tem pouco efeito na estabilidade do Ni nanocristalino
Al, Pd, Ta e Ti aparentemente retardam o crescimento dos grãos no
Ni nanocristalino
W e Mo aparentemente estabilizam o Ni nanocristalino
O que vem a seguir:
Simulações mais longas (até a casa dos 100 ns)
Testar outros materiais nanocristalinos (e.g., Cu, Fe, Al, etc)
22
Projetos em curso:Projetos em curso:
Plasticidade em materiais nanocristalinosPlasticidade em materiais nanocristalinos
1
2
3
4
1
3
4
3
4
3
4
σ
σ
“Experimentos” computacionais
interessantes para estudar a deformação
plástica em materiais nanocristalinos →
ferramentas já implementadas no
LAMMPS
Interesses:
movimentação de discordâncias
deslizamento de grãos
nucleação e propagação de trincas
(fratura dúctil e frágil, efeito da
segregação de elementos de liga)
23
Projetos em curso:Projetos em curso:
Segregação em contornos de faseSegregação em contornos de fase
Difusão do carbono na ferrita e na
austenita → Monte Carlo cinético
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duas fases
Segregação do carbono →
acúmulo no contorno de fase
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24
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“Modelagem Computacional Multiescala aplicada a Ciência dos Materiais”. Roberto Veiga – EP/USP.

  • 1. 1 Modelagem computacionalModelagem computacional multiescala aplicada à ciênciamultiescala aplicada à ciência dos materiaisdos materiais Roberto Gomes de Aguiar Veiga rgaveiga@usp.br Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais Escola Politécnica da Universidade de São Paulo São Paulo, 2015
  • 2. 2 Ciência dos materiais:Ciência dos materiais: Novos materiais vs. materiais clássicosNovos materiais vs. materiais clássicos Novos materiais Boa parte surgida nas últimas três décadas Nanotubos de carbono Grafeno Isolantes topológicos Estruturas auto-organizadas Propriedades diferenciadas → aplicações promissoras → spintrônica, supercondutividade, armazenamento de hidrogênio, computação quântica, etc Como tudo que é novo e promissor → Todo mundo quer trabalhar nisso!
  • 3. 3 Ciência dos mteriais:Ciência dos mteriais: Novos materiais vs. materiais clássicosNovos materiais vs. materiais clássicos Materiais clássicos Materiais conhecidos há muito tempo (alguns desde a Pré- História!) Metais e suas ligas Cerâmicos Polímeros Compósitos Largamente utilizados em aplicações do dia a dia → importância econômica difícil de ser mensurada Há muito tempo estudados, teórica e experimentalmente... ... mas ainda com muitas questões em aberto!
  • 4. 4 Metais e suas ligas:Metais e suas ligas: ImportânciaImportância Onipresentes → utilização se confunde com a história da civilização Propriedades mecânicas variadas → diferentes aplicações Dúcteis Maleáveis Duros Resistentes Aspectos econômicos → mineração, indústria de transformação (e.g., siderurgia), indústria de bens de consumo (e.g., automobilística) → bilhões de dólares e milhões de empregos
  • 5. 5 Modelagem computacional de materiais:Modelagem computacional de materiais: O problema do tamanhoO problema do tamanho
  • 6. 6 Modelagem computacional de materiais:Modelagem computacional de materiais: O problema adicional do tempoO problema adicional do tempo Transferência de próton em meio aquoso Difusão no estado sólido Dobramento de proteínas Propagação de uma trinca numa liga metálica
  • 7. 7 Modelagem computacional multiescala:Modelagem computacional multiescala: Aplicação à ciência dos materiaisAplicação à ciência dos materiais Métodos de nível mais baixo → informações para métodos de níveis mais altos... ou vice-versa “Pontes” entre as diferentes escalas → não necessariamente trivial Métodos apropriados para a escala de tempo e espaço
  • 8. 8 Modelagem computacional multiescala:Modelagem computacional multiescala: InterdisciplinaridadeInterdisciplinaridade += + + ...
  • 9. 9 Alguns resultados...Alguns resultados... 1) Atmosferas de Cottrell 2) Crescimento de grãos nanométricos
  • 10. 10 Atmosferas de Cottrell:Atmosferas de Cottrell: Teoria do envelhecimento estáticoTeoria do envelhecimento estático Sir Alan Cottrell (1919-2012) Interação entre defeitos pontuais e discordâncias → segregação nas discordâncias → atmosferas e Cottrell 1949, com Bilby → Modelo atômico para descrever o endurecimento do ferro à medida que o tempo passa Ancoramento da discordância → Efeito macroscópico → Limite máximo de escoamento e instabilidades plásticas (bandas de Luders)
  • 11. 11 Atmosferas de Cottrell:Atmosferas de Cottrell: Monte CarloMonte Carlo Discordância tipo “hélice” Vários teores de carbono → de 20 a 500 ppm Metropolis Monte Carlo → formação das atmosferas de Cottell T = 300 K Configuração inicial → átomos de carbono distribuídos aleatoriamente Resultado → segregação ao redor da discordância Coordenadas para simulações de dinâmica molecular 20 ppm 140 ppm 500 ppm
  • 12. 12 Atmosferas de Cottrell:Atmosferas de Cottrell: Dinâmica molecular (protocolo de simulação)Dinâmica molecular (protocolo de simulação) Fixo σyz Código → LAMMPS Tempo de simulação → 6 ns T=300 K Cisalhamento → átomos na superfície superior movendo-se com velocidade constante na direção do vetor de Burgers σyz (t) → Ftop /Atop Taxa de deformação → 107 /s
  • 13. 13 Atmosferas de Cottrell:Atmosferas de Cottrell: Efeito do carbono na movimentação da discordânciaEfeito do carbono na movimentação da discordância
  • 14. 14 Atmosferas de Cottrell:Atmosferas de Cottrell: Conclusões e próximas investidasConclusões e próximas investidas Conclusões: Com simulações atomísticas acoplando MC e DM, é possível “testar” o modelo consagrado de Cottrell para o envelhecimento estático dos aços O que vem a seguir: Considerar outros tipos de soluto (H, He, Ni já está em curso) Efeito de nanoprecipitados (e.g., de cobre ou cromo) Estudar também uma discordância “cunha”
  • 15. 15 Crescimento de grãos nanométricos:Crescimento de grãos nanométricos: O problema e a possível soluçãoO problema e a possível solução Materiais nanocristalinos → Muitos átomos em contornos de grãos (sítios de alta energia) → “Driving force” para crescimento rápido de grãos mesmo a baixa temperatura Estabilização da estrutura nanocristalina usando elementos de liga Exemplo: Evidência experimentar para um sistema Ni-W nanocristalino estável [Acta Materialia 55, 371 (2007)]
  • 16. 16 Crescimento de grãos nanométricos:Crescimento de grãos nanométricos: Monte CarloMonte Carlo 10% dos átomos de Ni substituídos aleatoriamente por átomos de elementos de liga (W, Ti, Co, Al, Pd e Mo) T=350 K Sítios bulk → cfc Sítios CG → não-cfc
  • 17. 17 Crescimento de grãos nanométricos:Crescimento de grãos nanométricos: Monte CarloMonte Carlo Quando MC converge Aleatório Segregado Exemplo → Ni-W
  • 18. 18 Crescimento de grãos nanométricos:Crescimento de grãos nanométricos: Monte CarloMonte Carlo Exemplo → Ni-W Dos resultados convergidos do MC → configurações iniciais para simulações de dinâmica molecular Ni W
  • 19. 19 Crescimento de grãos nanométricos:Crescimento de grãos nanométricos: Dinâmica molecularDinâmica molecular DM → 5 ns, 1000K Inicial Final Níquel puro
  • 20. 20 Crescimento de grãos nanométricos:Crescimento de grãos nanométricos: Dinâmica molecularDinâmica molecular MD → 5 ns, 1000K Inicial Final Ni-W
  • 21. 21 Crescimento de grãos nanométricos:Crescimento de grãos nanométricos: Conclusões e próximas investidasConclusões e próximas investidas Conclusões: Co tem pouco efeito na estabilidade do Ni nanocristalino Al, Pd, Ta e Ti aparentemente retardam o crescimento dos grãos no Ni nanocristalino W e Mo aparentemente estabilizam o Ni nanocristalino O que vem a seguir: Simulações mais longas (até a casa dos 100 ns) Testar outros materiais nanocristalinos (e.g., Cu, Fe, Al, etc)
  • 22. 22 Projetos em curso:Projetos em curso: Plasticidade em materiais nanocristalinosPlasticidade em materiais nanocristalinos 1 2 3 4 1 3 4 3 4 3 4 σ σ “Experimentos” computacionais interessantes para estudar a deformação plástica em materiais nanocristalinos → ferramentas já implementadas no LAMMPS Interesses: movimentação de discordâncias deslizamento de grãos nucleação e propagação de trincas (fratura dúctil e frágil, efeito da segregação de elementos de liga)
  • 23. 23 Projetos em curso:Projetos em curso: Segregação em contornos de faseSegregação em contornos de fase Difusão do carbono na ferrita e na austenita → Monte Carlo cinético Partição do carbono entre as duas fases Segregação do carbono → acúmulo no contorno de fase Efeito do carbono (em solução sólida e segregado) no movimento da interface → dinâmica molecular Ferrita Austenita