Aula de Filosofia da Linguagem:
Fonte: JACOB, A. Porque uma filosofia da linguagem: o lugar da filosofia da linguagem. In: Introdução a filosofia da linguagem. Porto: Rés, 1984.
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Aula 01
1. É NECESSÁRIA UMA DISCIPLINA:
FILOSOFIA DA LINGUAGEM?
Me. Victor Hugo
2. PENSAR UMA “FILOSOFIA DA
LINGUAGEM”
PROBLEMAS
• A linguagem não é
evidente?
• Filosofia da Linguagem não
seria inútil?:
a) refere-se a uma atividade
que desvia da ação;
b) o modo filosófico de
abordagem possui uma
reputação de passar o
tempo em discussões
inúteis
REFUTAÇÃO
a) precariedade da teoria da
evidência – toda
experiência possui falhas,
quanto mais um fenômeno
é difundido e importante
(evidente?) mais ele é
problemático;
b) uma filosofia da linguagem
nos coloca uma
interrogação basilar a do
sentido, sobretudo, o
sentido da existência.
3. CONCLUSÃO:
“a linguagem é mais do que linguagem e ela tem
sem dúvidas ligações particulares com o que
se convenciona em chamar de filosofia”
5. 1-FILOSOFIA E
CIÊNCIAS DA LINGUAGEM
• Desde Platão (Crátilo) há aproximações gerais
entre filosofia e linguagem: origem e natureza
da linguagem
• Costuma-se a chamar [erroneamente ou não]
os estudos da linguagem anteriores ao século
XIX de “teorias da linguagem”: não admitindo-
os como filosóficos
6. 1-FILOSOFIA E
CIÊNCIAS DA LINGUAGEM
• 3 argumentos em favor da existência de uma
determinada concepção de filosofia na fase pré-
científica das teorias da linguagem [Chomsky]:
a) reflexão científica e sincrética da linguagem: análises
metodicamente conduzidas no plano morfo-sintático
ou no plano fonético;
b) estudos de linguística estrutural – de matiz
behaviorista (positivista);
c) estudos antropológicos da linguagem – relação
linguagem e sujeito
7. 1-FILOSOFIA E
CIÊNCIAS DA LINGUAGEM
• Visão de Chomsky: Identificação de uma filosofia da
linguagem na relação com as ciências da linguagem
(prefiguração sincrética ou prolongamento sintético)
• Visão de Piaget: o fato de cientificamente se isolar a
linguagem depreendendo dela elementos
autônomos é reconhecer nela um campo lingüístico
que nada deva à sociologia nem a psicologia e por
isso mesmo filosófico quando esta reitera o conjunto
das experiências humanas.
8. 2-LINGUAGEM E REALIDADE
• Linguística de F. de Saussure: fazer abstrações da
materialidade das manifestações da linguagem
para depreender formas (estruturas e não
substâncias)
• Recolocação das questões sobre a relação entre
linguagem e as coisas: aprimorar as relações
entre texto e contexto
• “encarando a experiência como um texto a
decifrar, atinge-se o ponto de fusão entre
linguagem e realidade”
9. 2-LINGUAGEM E REALIDADE
• As relações entre linguagem e realidade:
abrem a questão da realidade da própria
linguagem: “Sua autonomia está ligada aos
indivíduos que a utilizam ou sua dependência
para com as estruturas semióticas obriga a
conferir a estas uma determinada
transcendência?”
10. 2-LINGUAGEM E REALIDADE
LINGUAGEM DEPENDENTE DO
USO DOS INDIVÍDUOS
• redução reflexiológica (a
linguagem se inscreve no
comportamento de um
sistema de sinalização) –
cientificismo naturalista
DEPENDÊNCIA DA LINGUAGEM PARA
COM AS ESTRUTURAS SEMIÓTICAS
• faz-se dela uma essência
superior de procedência
divina (Verbo Divino) ou
ligada a uma ordem
simbólica de que
dependeriam todas as
manifestações significantes
– não transposição do
mistério para um debate
filosófico
11. 2-LINGUAGEM E REALIDADE
O paradoxo mostra que a linguagem é mais do
linguagem: abertura de um campo de reflexão
filosófico da linguagem
12. 3-FALSOS PROBLEMAS
• DOIS FALSOS PROBLEMAS:
A) A ORIGEM DA LINGUAGEM: TENTATIVA DE
LIMITAÇÃO DA LINGUAGEM POR
TENDÊNCIAS REALISTAS
B) FIM DA LINGUAGEM: INSTRUMENTALIZAÇÃO
DA LINGUAGEM
13. 4-OS DOIS LUGARES POSSÍVEIS DA
FILOSOFIA DA LINGUAGEM
1) PERSPECTIVA CRÍTICA DE
CASSIRER
• SUPERAÇÃO DA
PERSPECTIVA
ANTROPOLÓGICA
HUMBOLDTIANA E CONTRA
AS TEORIAS ANTITÉTICAS:
TEOLÓGICAS E
NATURALISTAS
2) EM RELAÇÃO ÀS CIENCIAS DA
LINGUAGEM E ÀS SEMIÓTICAS
• APROXIMAÇÃO COM AS
CIÊNCIAS DA LINGUAGEM
PRÓXIMAS A UM
ESTRUTURALISMO
14. ABORDAGEM ANTROPOLÓGICA DA
LINGUAGEM (HISTÓRICA)
HUMBOLDT ANTROPOLOGIA
HEGEL
HERDER
HARMANN
C.DE BROSSES
TEOLOGIA
NATURALISMO
CASSIRER
BLOOMFIELD
HEIDEGGER
K. BARTH
15. 2) ABORDAGEM ANTROPOLÓGICA DA
LINGUAGEM (SISTEMÁTICA)
F. DA LING.
TEOLOGIA DA LING.
ANTR. DA LING.
BIOLOGIA DA LING.
ETNO
SÓCIO
PSICO
LINGUÍSTICA ESTRUTURALISMO
ANTI-REFLEXIVO
ANTI-GENÉTICO
SEMIÓTICA
16. CONCLUSÕES:
• Uma filosofia da linguagem supõe:
• a) abertura com as outras ciências humanas
como: psicologia, etnoculturalismo, sócio-
linguíticas;
• b) uma teorização unitária que corresponderia
uma antropologia da linguagem
• Crítica à conclusão: pressupõe como horizonte
filosófico a total recusa metafísica ou
ontológica da linguagem
17. FONTES
• JACOB, A. Introdução à filosofia da linguagem,
Porto: Rés, 1984, pp.7-15