SlideShare a Scribd company logo
1 of 83
Download to read offline
História da Cultura
e das Artes
12.º ano
Impressionismo
Prof. Carlos Pinheiro

1
TEMPO: 1860 - 1900
Contexto histórico…
Ao longo do século XIX, Paris tornou-se uma metrópole moderna:
• A capital assistiu a uma explosão demográfica espantosa (o número de
habitantes duplicou devido à crescente industrialização que atraiu à capital
francesa grande parte da população rural, à procura de emprego;
• Tornou-se uma capital com péssimas condições de vida e não correspondia já à
metrópole próspera e representativa do esplendor de outrora;

• Teve que se proceder a uma reestruturação da cidade e desenharam-se amplas
avenidas, ruas e novos edifícios que afluíam ao centro da cidade – o centro
burguês, repleto de artistas, intelectuais e de diversões. Na periferia instalaram-se
os bairros operários e as fábricas.
TEMPO: 1860 - 1900
Contexto histórico…

• A agitação social e a instabilidade económica tinham
terminado e toda a França floresce a nível cultural (letras,
ciências e artes).
• As universidades e as academias atraíam imensa gente a
Paris e a vida social desenvolve-se com várias diversões e
espetáculos muito apreciados pela burguesia (teatro, ópera,
etc.).
• Os cafés tornam-se locais de encontro entre artistas e
intelectuais e fazem-se mostras de arte até em salões, que
alargam os horizontes dos artistas que trabalham também
para o mercado privado.
Características

• O impressionismo foi uma reação ao intelectualismo sociopolítico do
Realismo e ao academismo da época (preso às conceções clássicas e
românticas.)

• Trata-se de uma pintura mais intuitiva e espontânea, realizada perante o
motivo, procurando o imediatismo de perceção e sensação.
• Pretendia a captação de uma determinada realidade ou momento,
sensível e fugaz, como a luz e os seus efeitos sobre a natureza, as
pessoas e os objetos, no qual o tema não interessava muito.
• É uma pintura de ar livre, onde os pintores registam um instante
luminoso fugidio, em constante mudança, conforme o momento do dia, a
estação do ano ou as condições atmosféricas.
Características

Técnica
• a pintura executava-se no momento, perante o motivo (não havia esboços
prévios), negava as teorias e a racionalização da arte;
• era feita exclusivamente pela cor, porque é ela que dá as formas, e é usada pura
sem misturas e tirada directamente do tubo;

• a tinta é aplicada em pinceladas curtas, rápidas, fragmentadas e são
rigorosamente colocadas de acordo com a lei das cores complementares, de modo
a obter a fusão dos tons nos olhos do observador (síntese ótica).
O resultado de tudo isto são quadros de aspeto inacabado e rugoso (tinta não
alisada), de cores abertas, formas e volumes pouco definidos e quase
desmaterializados, que põem em evidência os jogos “frios e crus” da luz e da
cor, libertando-se das velhas noções de claro/escuro e afastando-se da visão
racionalizada da realidade física que nos rodeia.
Características

Temas
Pintaram as grandes avenidas, os novos estabelecimentos de diversão e as
modernas construções de aço (gares).
No entanto também fixaram nas suas telas as suas digressões pela natureza e
os piqueniques, que os modernos habitantes da metrópole gostavam de fazer
para descansar.
Características

Influências
• Paisagens dos românticos (Constable e Turner)
• Tratamento da Natureza pela “Escola de Barbizon”
• Interesse no quotidiano desenvolvido pelos realistas
• Descoberta da fotografia (anos 30 do século XIX), mais especificamente dos
seus enquadramentos e noções de perspetiva
• Estampas japonesas (desenho bidemensional e decorativismo)
• Descobertas científicas no campo da ótica, cor e perceção
Artistas
• Édouard Manet
• Claude Monet
• Auguste Renoir
• Camille Pissarro

• Edgar Degas
• Armand Guillaumin
• Fréderic Bazille
• Alfred Sisley
• Paul Cézanne
• Berthe Morisot
• Mary Cassat
Origem
1874 – Camille Pissarro, Paul Cézanne, Claude Monet, Pierre-Auguste Renoir, Edgar
Degas e Berthe Morisot, tentaram expor os seus trabalhos na Academia, mas estes
não foram aceites e os artistas acabaram por expô-las no ateliê de um fotógrafo. Aí
Monet apresentou um quadro chamado: “Impressão Sol Nascente”. Isto proporcionou
várias reações do público, boas e más, mas houve um crítico que chamou a essa
exposição: “Exposição de Impressionistas” e assim ficou o nome. A designação não
era um elogio, porque na altura representar “impressões” não correspondia
minimamente àquilo que se esperava da arte sublime. Porém o grupo aceitou a
designação e procuraram sempre fugir ao convencional que lhes parecia tão fora de
moda.
A partir da descoberta da fotografia, o papel dos impressionistas vai desenvolver-se
ainda mais, pois encontram nela uma nova inspiração para os seus trabalhos.
Utilizam uma paleta de cores claras e detalhes, como pinceladas descontraídas, que
relembravam as fotografias instantâneas. Para eles, tal como para os fotógrafos o
importante era a perceção imediata, por isso pretendiam pintar aquilo que realmente
viam, sendo tão objetivos como uma máquina fotográfica.
Almoço na Relva
1863. Óleo sobre tela
208 × 264 cm

O quadro foi um
escândalo para a época
pela nudez que alguns
acharam vulgar, de dois
homens vestidos e uma
mulher nua. Suzanne
Leenhoff (sua mulher) e
Victorine Meurent (sua
modelo preferida)
posaram para a
composição da mulher
nua, sendo o corpo de
Suzanne e o rosto de
Victorine.
Olímpia. 1863. Óleo sobre tela. 130.5 × 190 cm
"Olympia", pintada em 1863 mas só apresentada ao público em 1865, causou reações
contrárias mais fortes do que "Almoço na relva". Era um retrato de uma jovem prostituta nua
e havia uma referência audaciosa à obra de Ticiano (Vênus de Urbino). A modelo novamente
foi Victorine Meurent retratada nua e aos seus pés um gato negro ao invés de um cachorro
como no quadro de Ticiano. Em uma atmosfera erótica havia também falta de perspetiva.
O Tocador de Pífaro. 1866. Óleo
sobre tela
161 × 97 cm

No ano de 1867, O tocador de
Pífaro foi recusado no Salão Oficial
de Paris. Isto fez com que Émile
Zola escrevesse uma artigo no
L’Événement defendendo a tela
(Zola seria retratado por Manet em
1868, quadro que foi aceite no
Salão do mesmo ano).
No ano seguinte, após ser excluído
do Salão Internacional, promoveu
com seu próprio dinheiro uma
exposição das suas obras, mas,
sem sucesso de público, a
exposição foi um fracasso.
Impressão Sol Nascente. 1872. Óleo sobre tela. 48 × 63 cm
Gare de Saint Lazare. 1877. Óleo sobre tela. 60 × 80 cm
Barcos Vermelhos em Argenteuil. 1875. Óleo sobre tela. 56 × 67 cm
Baile no moulin de la Galette. 1876. Óleo sobre tela. 131 × 175 cm
No terraço
1881. Óleo sobre tela
100 × 80 cm

Renoir demonstrou interesse pelas
cenas sociais dos pequenos lazeres da
burguesia urbana e também pelo nu
feminino.
O Almoço de Remadores. 1881. Óleo sobre tela. 129,5 × 172,7 cm
Boulevard Montmartre, 1897. Óleo sobre
tela. 74 × 92.8 cm
Boulevard Montmartre na Primavera, 1897. Óleo sobre
tela. 65 × 81 cm
Boulevard Montmartre no Inverno, 1897. Óleo sobre tela.
64.8 x 81.3 cm
Boulevard Montmartre à noite, 1898. Óleo sobre tela.
55 × 65 cm
Absinto, 1873.
Óleo sobre tela. 92 × 68.5 cm
Bailarina com um buquê de flores,
1878. Óleo sobre tela. 81 × 66 cm

Final de Arabesco, c. 1877
Óleo sobre tela. 67 × 38 cm
Ballet Rehearsal, 1873.
Óleo sobre tela. 45.8 × 61 cm
Paisagem, 1870.
Óleo sobre tela
Place Valhubert, 1875.
Óleo sobre tela
Pôr do sol em Ivry, 1873.
Óleo sobre tela. 81 × 65 cm
O Pequeno Jardineiro, 1866-7
Óleo sobre tela.
Cena de Verão (Os
Banhistas), 1869.
Óleo sobre tela.
160 × 160.7 cm
Terraço em Saint-Germain, Primavera, 1875.
Óleo sobre tela.
73.6 cm 99.6 cm
Inundação em Port Mary, 1876.
Óleo sobre tela.
60 cm x 81 cm
Ponte em Villeneuve-la-Garenne, 1872.
Óleo sobre tela.
49.5 × 65.4 cm
Jas de Bouffan, 1876
Óleo sobre tela.
46.1 × 56.3 cm
Monte Sainte-Victoire, 1887
Óleo sobre tela.
67 × 92 cm
Caça de borboleta, 1873.
Óleo sobre tela.
Campo de trigo, 1875.
Óleo sobre tela.
47 × 69 cm
O chá, 1880.
Óleo sobre tela.
Verão, c. 1894.
Óleo sobre tela.
Esta tendência surgiu de fazer evoluir o impressionismo no sentido do rigor na
aplicação das novas teorias científicas da cor.
Teve origem em Georges Seurat , que “descobriu” um novo método de
execução que consistia em reduzir as pinceladas a pequenas manchas
arredondadas – Pontilhismo – de cor pura não misturada, cientificamente
colocadas umas ao lado das outras de acordo com a Lei das
Complementares. A uma certa distância estes pontos misturavam-se aos olhos
do observador.
Com este método, reflexivo e seguro, a representação do instante luminoso
passou a ser um elemento secundário do quadro, aumentando-se o jogo
harmonioso das cores em si. A obra deixou de ser uma impressão fugaz e
passou a ser uma rigorosa construção de cores, de formas e de linhas,
perseguindo as leis universais e eternas da harmonia, ritmo, simetria e
contraste.
TEMAS…
• Vida citadina
• Paisagens marítimas
• Diversões
ARTISTAS…
• Georges Seurat
• Paul Signac
• Camille Pissarro
Georges Seurat (1859-1891)

Domingo à tarde na ilha La Grande Jatte. 1884-1886
Óleo sobre tela. 207.5 × 308.1 cm
Georges Seurat (1859-1891)

O Sena e La Grande Jatte. 1888
Óleo sobre tela. 65 × 82 cm
Georges Seurat (1859-1891)

O Circo. 1891
Óleo sobre tela. 185 × 152 cm
Georges Seurat (1859-1891)

Os Banhistas. 1884
Óleo sobre tela. 201 cm × 300 cm
Paul Signac (1853-1890)

Retrato de Félix Fénéon. 1890
Óleo sobre tela. 73.5 x 92.5 cm
Paul Signac (1853-1890)

Pequeno-Almoço, 1886-1887
Óleo sobre tela.
Paul Signac
(1853-1890)

Domingo, 1888-1890.
Óleo sobre tela.
150 x 150 cm
Paul Signac (1853-1890)

O Grande Canal, Veneza, 1905.
Óleo sobre tela.
73.5 × 92.1 cm
Paul Signac (1853-1890)

O Porto de Saint Tropez, 1901-2.
Óleo sobre tela. 131 × 161 cm
A recolha do trigo, 1887. Óleo sobre tela. 51 x 66 cm
TEMPO: 1880-1900/10
No Pós-Impressionismo cruzam-se diferentes tendências e diferentes autores
na busca de novos caminhos para a arte. Derivam do Impressionismo na
medida em que separam a pintura da representação minuciosa da natureza e
a interpretam pelos valores específicos – os da cor e da bidimensionalidade,
mas divergem dele pois reagem contra a superficialidade da sua análise
ilusionística da realidade.
TEMPO: 1880-1900/10
ARTISTAS
VINCENT VAN-GOGH
Teve influências do realismo e do impressionismo e desenhava de uma forma
violenta com cores contrastadas e arbitrárias, com formas sinuosas e
flamejantes que resultam da sua pincelada larga e pontilhada.
PAUL CÉZANNE
Tinha uma pintura mais reflexiva, apoiada na análise detalhada, lenta e
laboriosa da luz e da forma, ajustando as cores e os tons com grande rigor. Foi
influenciado pela luminosidade impressionista.
Van Gogh (1853-1890)

Ponte de Langlois, perto de Arles, Arles, março de
1888. Óleo sobre tela. 54 x 65 cm
Van Gogh (1853-1890)

Ponte de Langlois, perto de Arles com Dama de Sombrinha,
Arles, maio de 1888. Óleo sobre tela. 49,5 x 64 cm
Van Gogh (1853-1890)

Pessegueiro em flor (Recordação de
Mauve), Arles, março de 1888. Óleo
sobre tela. 73 x 59,5 cm
Van Gogh (1853-1890)

O Semeador (segundo Millet), Arles, junho d e 1888
Óleo sobre tela. 64 x 80,5 cm
Van Gogh (1853-1890)

Doze girassóis numa Jarra, Arles,
agosto de 1888. Óleo sobre tela. 91 x 72 cm
Van Gogh (1853-1890)

O Café de Noite na Place Lamartine,
Arles, setembro de 1888. Óleo sobre
tela. 70 x 89 cm
Van Gogh (1853-1890)
Exterior de Café , à Noite na Place
du Forum, Arles, setembro de 1888.
Óleo sobre tela. 62 x 47 cm
Van Gogh (1853-1890)

A Casa Amarela, Arles, setembro de 1888
Óleo sobre tela. 72 x 91,5 cm
Van Gogh (1853-1890)

O Quarto em Arles, Arles, outubro de 1888
Óleo sobre tela. 70 x 90 cm
Van Gogh (1853-1890)
Atutorretrato com orelha ligada,
Arles, janeiro de 1889. Óleo sobre tela.
60 x 49 cm
Van Gogh (1853-1890)

Seara com ciprestes, Saint-Rémy, junho de 1889
Óleo sobre tela. 72,5 x 91,5 cm
Van Gogh (1853-1890)

A noite estrelada, Saint-Rémy, junho de 1889
Óleo sobre tela. 73 x 92 cm
Van Gogh (1853-1890)
Atutorretrato, Saint-Rémy, setembro
de 1889. Óleo sobre tela. 65 x 54 cm
Van Gogh (1853-1890)

A sesta (segundo Millet), Saint-Rémy, janeiro de 1890
Óleo sobre tela. 73 x 91 cm
Van Gogh (1853-1890)
Caminho de Ciprestes sob o céu
estrelado, Saint-Rémy, maio de 1890.
Óleo sobre tela. 92 x 73 cm
Van Gogh (1853-1890)
Retrato do Dr. Gachet, Auvers, junho
de 1890. Óleo sobre tela. 66 x 57 cm
Van Gogh (1853-1890)
Campo de trigo com corvos, Auvers,
junho de 1890. Óleo sobre tela.
50,5 x 100,5 cm
Van Gogh (1853-1890)
A Igreja de Auvers, Auvers, junho de
1890. Óleo sobre tela.
50,5 x 100,5 cm
Van Gogh (1853-1890)

Rua em Auvers, Auvers, julho de 1890.
Óleo sobre tela.
73 x 92 cm
Paul Cézanne (1839-1906)

A Montanha de Saint-Victoire.
1904-06. Óleo sobre tela. 71 x 92 cm
Esta montanha foi o tema mais querido de Cézanne, que a avistava de
sua casa em Aix-en-Provence e que representou por diversas vezes. Na
tela é a cor (naturalista) e a pincelada (curta, larga e estruturante) que
constroem as formas (nitidamente geometrizadas) e os planos.
Esta obra foi o paradigma dos pintores cubistas no século XX

Paul Cézanne (1839-1906)

A Montanha de Saint-Victoire.
1904-06. Óleo sobre tela. 71 x 92 cm
TEMPO: 1880-1900
A pintura não era a cópia da realidade, mas sim a sua transposição mágica,
imaginativa e alegórica.
Em 1880, alguns escritores insurgiram-se contra a falta de conteúdo espiritual
da arte naturalista e a crítica que lhe fizeram depressa chegou às artes
plásticas. Criticavam o objetivismo da realidade levado a cabo pelos realistas,
impressionistas e pontilhistas. Apontavam uma ausência de “profundidade
espiritual” e de uma “ideia fundamental” nas suas obras.
O simbolismo teve a influência dos Pré-Rafaelitas pelo seu idealismo.
Baseou-se nos estados emocionais e anímicos, angústias, sonhos e fantasias,
afastando a arte da representação da natureza.
Como não se desenvolveu num estilo uniforme, é difícil dar uma definição que
englobe todos os quadros, trata-se por isso de um conjunto de quadros
elaborados por indivíduos distintos e de artistas que se demarcaram da pintura
objetivista materializando as emoções e estados de alma.
TEMAS
• Históricos
• Literários
• Mitológicos
• Religiosos
• Filosóficos
• Quotidiano
ARTISTAS

• Paul Gaugin
• Puvis de Chavannes
• Gustave Moreau
• Odilon Redon
• Paul Sérusier
• Edouard Vuillard
• Pierre Bonnard
PAUL GAUGUIN
Foi iniciado na pintura por Pissarro e contactou com Cézanne e Van Gogh. Foi percursor
do Expressionismo, pois não tinha intenção de representar o mundo tal como ele se
apresenta, a sua prioridade era o mundo dos sentidos, sentimentos e realidade espiritual.
Desenha formas simplificadas e não está agarrado à cópia real do visível, nem às cores
reais. Dá importância aos contornos e retorna ao espaço bidimensional, em que o
segundo plano passe despercebido.
Instalou-se em Pont-Aven, uma aldeia da Bretanha e fundou a “Escola de Pont-Aven”. Aí
foi influenciado pelas estampas japonesas e pela arte medieval do vitral, em que cada
espaço de cor estava envolvido por um traço grosso.
Adorava as formas da arte primitiva, ligadas aos modos de vida mais simples e
ancestrais. A forma de pintar que atinge em Pont-Aven, já é considerada Simbolista.
Paul Gauguin (1848-1903)
Autorretrato com Auréola,
1889. Óleo sobre madeira,
78,2 x 51,3 cm
Paul Gauguin (1848-1903)
O Cristo Amarelo, 1889. Óleo
sobre tela,
92 x 73 cm
Paul Gauguin (1848-1903)

A visão depois do sermão, 1888.
Óleo sobre tela,
73 x 92 cm
Quem Somos? De Onde Vimos? Para Onde Vamos?, 1897. Óleo sobre tela, 139 x 374 cm
Carregada de símbolos – homem, animal, totem, natureza -, tudo nesta obra se conjuga
harmonicamente para chamar a atenção para as grandes questões sobre o sentido da vida. Nesta
alegoria da vida humana, que vai do nascimento à morte (da direita para a esquerda), o autor
coloca outros tantos símbolos de interpretações múltiplas: à direita, um casal tratado com tons
vermelhos diluídos, à esquerda, um deus pagão, um ícone de cor clara e de nítido recorte; no
fundo uma natureza rebuscada, antinaturalista, fantástica e simbólica.
Guagin pintou este quadro no tempo em que vivia no Taiti e após uma tentativa gorada de
suicídio.

Paul Gauguin (1848-1903)

More Related Content

What's hot

What's hot (20)

A Arte Neoclássica
A Arte NeoclássicaA Arte Neoclássica
A Arte Neoclássica
 
Módulo 9 em portugal
Módulo 9  em portugalMódulo 9  em portugal
Módulo 9 em portugal
 
Neoclassicismo - Arte Neoclássica
Neoclassicismo - Arte NeoclássicaNeoclassicismo - Arte Neoclássica
Neoclassicismo - Arte Neoclássica
 
Fauvismo
FauvismoFauvismo
Fauvismo
 
A arte nova
A arte novaA arte nova
A arte nova
 
Pós-impressionismo
Pós-impressionismoPós-impressionismo
Pós-impressionismo
 
Impressionismo
ImpressionismoImpressionismo
Impressionismo
 
A arte nova
A arte novaA arte nova
A arte nova
 
Realismo
RealismoRealismo
Realismo
 
Impressionismo
ImpressionismoImpressionismo
Impressionismo
 
Arte abstrata
Arte abstrataArte abstrata
Arte abstrata
 
A Arte Rococó
A Arte RococóA Arte Rococó
A Arte Rococó
 
Impressionismo
ImpressionismoImpressionismo
Impressionismo
 
A arquitetura do ferro e do vidro
A arquitetura do ferro e do vidroA arquitetura do ferro e do vidro
A arquitetura do ferro e do vidro
 
Impressionismo
Impressionismo Impressionismo
Impressionismo
 
História da Arte: Realismo
História da Arte: RealismoHistória da Arte: Realismo
História da Arte: Realismo
 
A arquitetura da 1ª metade século xx
A arquitetura da 1ª metade século xxA arquitetura da 1ª metade século xx
A arquitetura da 1ª metade século xx
 
O romantismo
O romantismoO romantismo
O romantismo
 
Módulo 8 - Naturalismo e Realismo
Módulo 8 - Naturalismo e RealismoMódulo 8 - Naturalismo e Realismo
Módulo 8 - Naturalismo e Realismo
 
Neoclassicismo em portugal
Neoclassicismo em portugalNeoclassicismo em portugal
Neoclassicismo em portugal
 

Similar to Impressionismo, neo-impressionismo e pós-impressionismo

9o. Ano - Impressionismo -Claude Monet-
9o. Ano - Impressionismo -Claude Monet-9o. Ano - Impressionismo -Claude Monet-
9o. Ano - Impressionismo -Claude Monet-ArtesElisa
 
História da arte II: Realismo
História da arte II: RealismoHistória da arte II: Realismo
História da arte II: RealismoPaula Poiet
 
21.pós impressionismo
21.pós impressionismo21.pós impressionismo
21.pós impressionismoIsabella Silva
 
Impressionismo e macrofotografias.pdf
Impressionismo  e macrofotografias.pdfImpressionismo  e macrofotografias.pdf
Impressionismo e macrofotografias.pdfKERLEYFERNANDESDUART
 
A arte do século XIX
A arte do século XIXA arte do século XIX
A arte do século XIXbecresforte
 
Os finais do século xix
Os finais do século xixOs finais do século xix
Os finais do século xixCarla Teixeira
 
2c15 Impressionismo e Museu D'Orsay, Paris, França 2012
2c15 Impressionismo e Museu D'Orsay, Paris, França 20122c15 Impressionismo e Museu D'Orsay, Paris, França 2012
2c15 Impressionismo e Museu D'Orsay, Paris, França 2012www.historiadasartes.com
 
9o. ano final do século xix na europa
9o. ano  final do século xix na europa9o. ano  final do século xix na europa
9o. ano final do século xix na europaArtesElisa
 
9o. ano os ismos da arte moderna- Os Impressionistas: monet- renoir- degas)...
9o. ano  os ismos da arte moderna-  Os Impressionistas: monet- renoir- degas)...9o. ano  os ismos da arte moderna-  Os Impressionistas: monet- renoir- degas)...
9o. ano os ismos da arte moderna- Os Impressionistas: monet- renoir- degas)...elisabhp
 
Impressionismo e Pontilhismo
Impressionismo e PontilhismoImpressionismo e Pontilhismo
Impressionismo e PontilhismoAuriene
 
5 História da arte II: Os pormenores do século xix
5  História da arte II: Os pormenores do século xix 5  História da arte II: Os pormenores do século xix
5 História da arte II: Os pormenores do século xix Paula Poiet
 

Similar to Impressionismo, neo-impressionismo e pós-impressionismo (20)

9o. Ano - Impressionismo -Claude Monet-
9o. Ano - Impressionismo -Claude Monet-9o. Ano - Impressionismo -Claude Monet-
9o. Ano - Impressionismo -Claude Monet-
 
História da arte II: Realismo
História da arte II: RealismoHistória da arte II: Realismo
História da arte II: Realismo
 
21.pós impressionismo
21.pós impressionismo21.pós impressionismo
21.pós impressionismo
 
Impressionismo e macrofotografias.pdf
Impressionismo  e macrofotografias.pdfImpressionismo  e macrofotografias.pdf
Impressionismo e macrofotografias.pdf
 
impressionismo.pdf
impressionismo.pdfimpressionismo.pdf
impressionismo.pdf
 
Impressionismo
ImpressionismoImpressionismo
Impressionismo
 
Impressionismo
Impressionismo Impressionismo
Impressionismo
 
A arte do século XIX
A arte do século XIXA arte do século XIX
A arte do século XIX
 
Impressionismo 2013
Impressionismo 2013Impressionismo 2013
Impressionismo 2013
 
Impressionismo 2012
Impressionismo 2012Impressionismo 2012
Impressionismo 2012
 
Impressionismo 1874 1886
Impressionismo  1874   1886Impressionismo  1874   1886
Impressionismo 1874 1886
 
Anos 20
Anos 20Anos 20
Anos 20
 
Os finais do século xix
Os finais do século xixOs finais do século xix
Os finais do século xix
 
HISTÓRIA DA ARTE - REVISÃO 02
HISTÓRIA DA ARTE - REVISÃO 02HISTÓRIA DA ARTE - REVISÃO 02
HISTÓRIA DA ARTE - REVISÃO 02
 
2c15 Impressionismo e Museu D'Orsay, Paris, França 2012
2c15 Impressionismo e Museu D'Orsay, Paris, França 20122c15 Impressionismo e Museu D'Orsay, Paris, França 2012
2c15 Impressionismo e Museu D'Orsay, Paris, França 2012
 
12 impressionismo 2020
12 impressionismo 202012 impressionismo 2020
12 impressionismo 2020
 
9o. ano final do século xix na europa
9o. ano  final do século xix na europa9o. ano  final do século xix na europa
9o. ano final do século xix na europa
 
9o. ano os ismos da arte moderna- Os Impressionistas: monet- renoir- degas)...
9o. ano  os ismos da arte moderna-  Os Impressionistas: monet- renoir- degas)...9o. ano  os ismos da arte moderna-  Os Impressionistas: monet- renoir- degas)...
9o. ano os ismos da arte moderna- Os Impressionistas: monet- renoir- degas)...
 
Impressionismo e Pontilhismo
Impressionismo e PontilhismoImpressionismo e Pontilhismo
Impressionismo e Pontilhismo
 
5 História da arte II: Os pormenores do século xix
5  História da arte II: Os pormenores do século xix 5  História da arte II: Os pormenores do século xix
5 História da arte II: Os pormenores do século xix
 

More from Carlos Pinheiro

Formação de professores em Portugal e no AELC
Formação de professores em Portugal e no AELCFormação de professores em Portugal e no AELC
Formação de professores em Portugal e no AELCCarlos Pinheiro
 
Videoconferência - Dicas para professores
Videoconferência - Dicas para professoresVideoconferência - Dicas para professores
Videoconferência - Dicas para professoresCarlos Pinheiro
 
Recursos educativos digitais
Recursos educativos digitaisRecursos educativos digitais
Recursos educativos digitaisCarlos Pinheiro
 
Ensino online: dicas para escola e para professores
Ensino online: dicas para escola e para professoresEnsino online: dicas para escola e para professores
Ensino online: dicas para escola e para professoresCarlos Pinheiro
 
Formulários do Google - guia para professores
Formulários do Google - guia para professoresFormulários do Google - guia para professores
Formulários do Google - guia para professoresCarlos Pinheiro
 
Edpuzzle: guia para professores
Edpuzzle:  guia para professoresEdpuzzle:  guia para professores
Edpuzzle: guia para professoresCarlos Pinheiro
 
Apresentação do Manual de Instruções para a Literacia Digital
Apresentação do Manual de Instruções para a Literacia DigitalApresentação do Manual de Instruções para a Literacia Digital
Apresentação do Manual de Instruções para a Literacia DigitalCarlos Pinheiro
 
Tecnologias emergentes na sala de aula
Tecnologias emergentes na sala de aulaTecnologias emergentes na sala de aula
Tecnologias emergentes na sala de aulaCarlos Pinheiro
 
Leitura pública da Ilíada
Leitura pública da IlíadaLeitura pública da Ilíada
Leitura pública da IlíadaCarlos Pinheiro
 
Desinformação e noticias falsas
Desinformação e noticias falsasDesinformação e noticias falsas
Desinformação e noticias falsasCarlos Pinheiro
 
Apresentação da plataforma MILD
Apresentação da plataforma MILDApresentação da plataforma MILD
Apresentação da plataforma MILDCarlos Pinheiro
 
40 maneiras de usar o telemóvel na escola
40 maneiras de usar o telemóvel na escola40 maneiras de usar o telemóvel na escola
40 maneiras de usar o telemóvel na escolaCarlos Pinheiro
 
Citações e referências bibliográficas
Citações e referências bibliográficasCitações e referências bibliográficas
Citações e referências bibliográficasCarlos Pinheiro
 
Manual de Instruções para a Literacia Digital
Manual de Instruções para a Literacia DigitalManual de Instruções para a Literacia Digital
Manual de Instruções para a Literacia DigitalCarlos Pinheiro
 
A gamificação em sala de aula
A gamificação em sala de aulaA gamificação em sala de aula
A gamificação em sala de aulaCarlos Pinheiro
 
Van Gogh - obra completa
Van Gogh - obra completaVan Gogh - obra completa
Van Gogh - obra completaCarlos Pinheiro
 
Como fazer trabalhos escolares - Ensino Básico
Como fazer trabalhos escolares - Ensino BásicoComo fazer trabalhos escolares - Ensino Básico
Como fazer trabalhos escolares - Ensino BásicoCarlos Pinheiro
 
A BE como Cadinho de Uso das TIC na Aprendizagem
A BE como Cadinho de Uso das TIC na Aprendizagem  A BE como Cadinho de Uso das TIC na Aprendizagem
A BE como Cadinho de Uso das TIC na Aprendizagem Carlos Pinheiro
 

More from Carlos Pinheiro (20)

Formação de professores em Portugal e no AELC
Formação de professores em Portugal e no AELCFormação de professores em Portugal e no AELC
Formação de professores em Portugal e no AELC
 
Videoconferência - Dicas para professores
Videoconferência - Dicas para professoresVideoconferência - Dicas para professores
Videoconferência - Dicas para professores
 
Recursos educativos digitais
Recursos educativos digitaisRecursos educativos digitais
Recursos educativos digitais
 
Ensino online: dicas para escola e para professores
Ensino online: dicas para escola e para professoresEnsino online: dicas para escola e para professores
Ensino online: dicas para escola e para professores
 
Formulários do Google - guia para professores
Formulários do Google - guia para professoresFormulários do Google - guia para professores
Formulários do Google - guia para professores
 
Edpuzzle: guia para professores
Edpuzzle:  guia para professoresEdpuzzle:  guia para professores
Edpuzzle: guia para professores
 
Apresentação do Manual de Instruções para a Literacia Digital
Apresentação do Manual de Instruções para a Literacia DigitalApresentação do Manual de Instruções para a Literacia Digital
Apresentação do Manual de Instruções para a Literacia Digital
 
Tecnologias emergentes na sala de aula
Tecnologias emergentes na sala de aulaTecnologias emergentes na sala de aula
Tecnologias emergentes na sala de aula
 
Leitura pública da Ilíada
Leitura pública da IlíadaLeitura pública da Ilíada
Leitura pública da Ilíada
 
Desinformação e noticias falsas
Desinformação e noticias falsasDesinformação e noticias falsas
Desinformação e noticias falsas
 
Apresentação da plataforma MILD
Apresentação da plataforma MILDApresentação da plataforma MILD
Apresentação da plataforma MILD
 
40 maneiras de usar o telemóvel na escola
40 maneiras de usar o telemóvel na escola40 maneiras de usar o telemóvel na escola
40 maneiras de usar o telemóvel na escola
 
Citações e referências bibliográficas
Citações e referências bibliográficasCitações e referências bibliográficas
Citações e referências bibliográficas
 
Manual de Instruções para a Literacia Digital
Manual de Instruções para a Literacia DigitalManual de Instruções para a Literacia Digital
Manual de Instruções para a Literacia Digital
 
A gamificação em sala de aula
A gamificação em sala de aulaA gamificação em sala de aula
A gamificação em sala de aula
 
Van Gogh - obra completa
Van Gogh - obra completaVan Gogh - obra completa
Van Gogh - obra completa
 
Jacques-Louis David
Jacques-Louis DavidJacques-Louis David
Jacques-Louis David
 
Como fazer trabalhos escolares - Ensino Básico
Como fazer trabalhos escolares - Ensino BásicoComo fazer trabalhos escolares - Ensino Básico
Como fazer trabalhos escolares - Ensino Básico
 
A BE como Cadinho de Uso das TIC na Aprendizagem
A BE como Cadinho de Uso das TIC na Aprendizagem  A BE como Cadinho de Uso das TIC na Aprendizagem
A BE como Cadinho de Uso das TIC na Aprendizagem
 
Caravaggio
CaravaggioCaravaggio
Caravaggio
 

Impressionismo, neo-impressionismo e pós-impressionismo

  • 1. História da Cultura e das Artes 12.º ano Impressionismo Prof. Carlos Pinheiro 1
  • 2. TEMPO: 1860 - 1900 Contexto histórico… Ao longo do século XIX, Paris tornou-se uma metrópole moderna: • A capital assistiu a uma explosão demográfica espantosa (o número de habitantes duplicou devido à crescente industrialização que atraiu à capital francesa grande parte da população rural, à procura de emprego; • Tornou-se uma capital com péssimas condições de vida e não correspondia já à metrópole próspera e representativa do esplendor de outrora; • Teve que se proceder a uma reestruturação da cidade e desenharam-se amplas avenidas, ruas e novos edifícios que afluíam ao centro da cidade – o centro burguês, repleto de artistas, intelectuais e de diversões. Na periferia instalaram-se os bairros operários e as fábricas.
  • 3. TEMPO: 1860 - 1900 Contexto histórico… • A agitação social e a instabilidade económica tinham terminado e toda a França floresce a nível cultural (letras, ciências e artes). • As universidades e as academias atraíam imensa gente a Paris e a vida social desenvolve-se com várias diversões e espetáculos muito apreciados pela burguesia (teatro, ópera, etc.). • Os cafés tornam-se locais de encontro entre artistas e intelectuais e fazem-se mostras de arte até em salões, que alargam os horizontes dos artistas que trabalham também para o mercado privado.
  • 4. Características • O impressionismo foi uma reação ao intelectualismo sociopolítico do Realismo e ao academismo da época (preso às conceções clássicas e românticas.) • Trata-se de uma pintura mais intuitiva e espontânea, realizada perante o motivo, procurando o imediatismo de perceção e sensação. • Pretendia a captação de uma determinada realidade ou momento, sensível e fugaz, como a luz e os seus efeitos sobre a natureza, as pessoas e os objetos, no qual o tema não interessava muito. • É uma pintura de ar livre, onde os pintores registam um instante luminoso fugidio, em constante mudança, conforme o momento do dia, a estação do ano ou as condições atmosféricas.
  • 5. Características Técnica • a pintura executava-se no momento, perante o motivo (não havia esboços prévios), negava as teorias e a racionalização da arte; • era feita exclusivamente pela cor, porque é ela que dá as formas, e é usada pura sem misturas e tirada directamente do tubo; • a tinta é aplicada em pinceladas curtas, rápidas, fragmentadas e são rigorosamente colocadas de acordo com a lei das cores complementares, de modo a obter a fusão dos tons nos olhos do observador (síntese ótica). O resultado de tudo isto são quadros de aspeto inacabado e rugoso (tinta não alisada), de cores abertas, formas e volumes pouco definidos e quase desmaterializados, que põem em evidência os jogos “frios e crus” da luz e da cor, libertando-se das velhas noções de claro/escuro e afastando-se da visão racionalizada da realidade física que nos rodeia.
  • 6. Características Temas Pintaram as grandes avenidas, os novos estabelecimentos de diversão e as modernas construções de aço (gares). No entanto também fixaram nas suas telas as suas digressões pela natureza e os piqueniques, que os modernos habitantes da metrópole gostavam de fazer para descansar.
  • 7. Características Influências • Paisagens dos românticos (Constable e Turner) • Tratamento da Natureza pela “Escola de Barbizon” • Interesse no quotidiano desenvolvido pelos realistas • Descoberta da fotografia (anos 30 do século XIX), mais especificamente dos seus enquadramentos e noções de perspetiva • Estampas japonesas (desenho bidemensional e decorativismo) • Descobertas científicas no campo da ótica, cor e perceção
  • 8. Artistas • Édouard Manet • Claude Monet • Auguste Renoir • Camille Pissarro • Edgar Degas • Armand Guillaumin • Fréderic Bazille • Alfred Sisley • Paul Cézanne • Berthe Morisot • Mary Cassat
  • 9. Origem 1874 – Camille Pissarro, Paul Cézanne, Claude Monet, Pierre-Auguste Renoir, Edgar Degas e Berthe Morisot, tentaram expor os seus trabalhos na Academia, mas estes não foram aceites e os artistas acabaram por expô-las no ateliê de um fotógrafo. Aí Monet apresentou um quadro chamado: “Impressão Sol Nascente”. Isto proporcionou várias reações do público, boas e más, mas houve um crítico que chamou a essa exposição: “Exposição de Impressionistas” e assim ficou o nome. A designação não era um elogio, porque na altura representar “impressões” não correspondia minimamente àquilo que se esperava da arte sublime. Porém o grupo aceitou a designação e procuraram sempre fugir ao convencional que lhes parecia tão fora de moda. A partir da descoberta da fotografia, o papel dos impressionistas vai desenvolver-se ainda mais, pois encontram nela uma nova inspiração para os seus trabalhos. Utilizam uma paleta de cores claras e detalhes, como pinceladas descontraídas, que relembravam as fotografias instantâneas. Para eles, tal como para os fotógrafos o importante era a perceção imediata, por isso pretendiam pintar aquilo que realmente viam, sendo tão objetivos como uma máquina fotográfica.
  • 10. Almoço na Relva 1863. Óleo sobre tela 208 × 264 cm O quadro foi um escândalo para a época pela nudez que alguns acharam vulgar, de dois homens vestidos e uma mulher nua. Suzanne Leenhoff (sua mulher) e Victorine Meurent (sua modelo preferida) posaram para a composição da mulher nua, sendo o corpo de Suzanne e o rosto de Victorine.
  • 11. Olímpia. 1863. Óleo sobre tela. 130.5 × 190 cm
  • 12. "Olympia", pintada em 1863 mas só apresentada ao público em 1865, causou reações contrárias mais fortes do que "Almoço na relva". Era um retrato de uma jovem prostituta nua e havia uma referência audaciosa à obra de Ticiano (Vênus de Urbino). A modelo novamente foi Victorine Meurent retratada nua e aos seus pés um gato negro ao invés de um cachorro como no quadro de Ticiano. Em uma atmosfera erótica havia também falta de perspetiva.
  • 13. O Tocador de Pífaro. 1866. Óleo sobre tela 161 × 97 cm No ano de 1867, O tocador de Pífaro foi recusado no Salão Oficial de Paris. Isto fez com que Émile Zola escrevesse uma artigo no L’Événement defendendo a tela (Zola seria retratado por Manet em 1868, quadro que foi aceite no Salão do mesmo ano). No ano seguinte, após ser excluído do Salão Internacional, promoveu com seu próprio dinheiro uma exposição das suas obras, mas, sem sucesso de público, a exposição foi um fracasso.
  • 14. Impressão Sol Nascente. 1872. Óleo sobre tela. 48 × 63 cm
  • 15. Gare de Saint Lazare. 1877. Óleo sobre tela. 60 × 80 cm
  • 16. Barcos Vermelhos em Argenteuil. 1875. Óleo sobre tela. 56 × 67 cm
  • 17. Baile no moulin de la Galette. 1876. Óleo sobre tela. 131 × 175 cm
  • 18. No terraço 1881. Óleo sobre tela 100 × 80 cm Renoir demonstrou interesse pelas cenas sociais dos pequenos lazeres da burguesia urbana e também pelo nu feminino.
  • 19. O Almoço de Remadores. 1881. Óleo sobre tela. 129,5 × 172,7 cm
  • 20. Boulevard Montmartre, 1897. Óleo sobre tela. 74 × 92.8 cm
  • 21. Boulevard Montmartre na Primavera, 1897. Óleo sobre tela. 65 × 81 cm
  • 22. Boulevard Montmartre no Inverno, 1897. Óleo sobre tela. 64.8 x 81.3 cm
  • 23. Boulevard Montmartre à noite, 1898. Óleo sobre tela. 55 × 65 cm
  • 24. Absinto, 1873. Óleo sobre tela. 92 × 68.5 cm
  • 25. Bailarina com um buquê de flores, 1878. Óleo sobre tela. 81 × 66 cm Final de Arabesco, c. 1877 Óleo sobre tela. 67 × 38 cm
  • 26. Ballet Rehearsal, 1873. Óleo sobre tela. 45.8 × 61 cm
  • 29. Pôr do sol em Ivry, 1873. Óleo sobre tela. 81 × 65 cm
  • 30. O Pequeno Jardineiro, 1866-7 Óleo sobre tela.
  • 31. Cena de Verão (Os Banhistas), 1869. Óleo sobre tela. 160 × 160.7 cm
  • 32. Terraço em Saint-Germain, Primavera, 1875. Óleo sobre tela. 73.6 cm 99.6 cm
  • 33. Inundação em Port Mary, 1876. Óleo sobre tela. 60 cm x 81 cm
  • 34. Ponte em Villeneuve-la-Garenne, 1872. Óleo sobre tela. 49.5 × 65.4 cm
  • 35. Jas de Bouffan, 1876 Óleo sobre tela. 46.1 × 56.3 cm
  • 36. Monte Sainte-Victoire, 1887 Óleo sobre tela. 67 × 92 cm
  • 37. Caça de borboleta, 1873. Óleo sobre tela.
  • 38. Campo de trigo, 1875. Óleo sobre tela. 47 × 69 cm
  • 39. O chá, 1880. Óleo sobre tela.
  • 40. Verão, c. 1894. Óleo sobre tela.
  • 41. Esta tendência surgiu de fazer evoluir o impressionismo no sentido do rigor na aplicação das novas teorias científicas da cor. Teve origem em Georges Seurat , que “descobriu” um novo método de execução que consistia em reduzir as pinceladas a pequenas manchas arredondadas – Pontilhismo – de cor pura não misturada, cientificamente colocadas umas ao lado das outras de acordo com a Lei das Complementares. A uma certa distância estes pontos misturavam-se aos olhos do observador. Com este método, reflexivo e seguro, a representação do instante luminoso passou a ser um elemento secundário do quadro, aumentando-se o jogo harmonioso das cores em si. A obra deixou de ser uma impressão fugaz e passou a ser uma rigorosa construção de cores, de formas e de linhas, perseguindo as leis universais e eternas da harmonia, ritmo, simetria e contraste.
  • 42. TEMAS… • Vida citadina • Paisagens marítimas • Diversões ARTISTAS… • Georges Seurat • Paul Signac • Camille Pissarro
  • 43. Georges Seurat (1859-1891) Domingo à tarde na ilha La Grande Jatte. 1884-1886 Óleo sobre tela. 207.5 × 308.1 cm
  • 44. Georges Seurat (1859-1891) O Sena e La Grande Jatte. 1888 Óleo sobre tela. 65 × 82 cm
  • 45. Georges Seurat (1859-1891) O Circo. 1891 Óleo sobre tela. 185 × 152 cm
  • 46. Georges Seurat (1859-1891) Os Banhistas. 1884 Óleo sobre tela. 201 cm × 300 cm
  • 47. Paul Signac (1853-1890) Retrato de Félix Fénéon. 1890 Óleo sobre tela. 73.5 x 92.5 cm
  • 48. Paul Signac (1853-1890) Pequeno-Almoço, 1886-1887 Óleo sobre tela.
  • 50. Paul Signac (1853-1890) O Grande Canal, Veneza, 1905. Óleo sobre tela. 73.5 × 92.1 cm
  • 51. Paul Signac (1853-1890) O Porto de Saint Tropez, 1901-2. Óleo sobre tela. 131 × 161 cm
  • 52. A recolha do trigo, 1887. Óleo sobre tela. 51 x 66 cm
  • 53. TEMPO: 1880-1900/10 No Pós-Impressionismo cruzam-se diferentes tendências e diferentes autores na busca de novos caminhos para a arte. Derivam do Impressionismo na medida em que separam a pintura da representação minuciosa da natureza e a interpretam pelos valores específicos – os da cor e da bidimensionalidade, mas divergem dele pois reagem contra a superficialidade da sua análise ilusionística da realidade.
  • 54. TEMPO: 1880-1900/10 ARTISTAS VINCENT VAN-GOGH Teve influências do realismo e do impressionismo e desenhava de uma forma violenta com cores contrastadas e arbitrárias, com formas sinuosas e flamejantes que resultam da sua pincelada larga e pontilhada. PAUL CÉZANNE Tinha uma pintura mais reflexiva, apoiada na análise detalhada, lenta e laboriosa da luz e da forma, ajustando as cores e os tons com grande rigor. Foi influenciado pela luminosidade impressionista.
  • 55. Van Gogh (1853-1890) Ponte de Langlois, perto de Arles, Arles, março de 1888. Óleo sobre tela. 54 x 65 cm
  • 56. Van Gogh (1853-1890) Ponte de Langlois, perto de Arles com Dama de Sombrinha, Arles, maio de 1888. Óleo sobre tela. 49,5 x 64 cm
  • 57. Van Gogh (1853-1890) Pessegueiro em flor (Recordação de Mauve), Arles, março de 1888. Óleo sobre tela. 73 x 59,5 cm
  • 58. Van Gogh (1853-1890) O Semeador (segundo Millet), Arles, junho d e 1888 Óleo sobre tela. 64 x 80,5 cm
  • 59. Van Gogh (1853-1890) Doze girassóis numa Jarra, Arles, agosto de 1888. Óleo sobre tela. 91 x 72 cm
  • 60. Van Gogh (1853-1890) O Café de Noite na Place Lamartine, Arles, setembro de 1888. Óleo sobre tela. 70 x 89 cm
  • 61. Van Gogh (1853-1890) Exterior de Café , à Noite na Place du Forum, Arles, setembro de 1888. Óleo sobre tela. 62 x 47 cm
  • 62. Van Gogh (1853-1890) A Casa Amarela, Arles, setembro de 1888 Óleo sobre tela. 72 x 91,5 cm
  • 63. Van Gogh (1853-1890) O Quarto em Arles, Arles, outubro de 1888 Óleo sobre tela. 70 x 90 cm
  • 64. Van Gogh (1853-1890) Atutorretrato com orelha ligada, Arles, janeiro de 1889. Óleo sobre tela. 60 x 49 cm
  • 65. Van Gogh (1853-1890) Seara com ciprestes, Saint-Rémy, junho de 1889 Óleo sobre tela. 72,5 x 91,5 cm
  • 66. Van Gogh (1853-1890) A noite estrelada, Saint-Rémy, junho de 1889 Óleo sobre tela. 73 x 92 cm
  • 67. Van Gogh (1853-1890) Atutorretrato, Saint-Rémy, setembro de 1889. Óleo sobre tela. 65 x 54 cm
  • 68. Van Gogh (1853-1890) A sesta (segundo Millet), Saint-Rémy, janeiro de 1890 Óleo sobre tela. 73 x 91 cm
  • 69. Van Gogh (1853-1890) Caminho de Ciprestes sob o céu estrelado, Saint-Rémy, maio de 1890. Óleo sobre tela. 92 x 73 cm
  • 70. Van Gogh (1853-1890) Retrato do Dr. Gachet, Auvers, junho de 1890. Óleo sobre tela. 66 x 57 cm
  • 71. Van Gogh (1853-1890) Campo de trigo com corvos, Auvers, junho de 1890. Óleo sobre tela. 50,5 x 100,5 cm
  • 72. Van Gogh (1853-1890) A Igreja de Auvers, Auvers, junho de 1890. Óleo sobre tela. 50,5 x 100,5 cm
  • 73. Van Gogh (1853-1890) Rua em Auvers, Auvers, julho de 1890. Óleo sobre tela. 73 x 92 cm
  • 74. Paul Cézanne (1839-1906) A Montanha de Saint-Victoire. 1904-06. Óleo sobre tela. 71 x 92 cm
  • 75. Esta montanha foi o tema mais querido de Cézanne, que a avistava de sua casa em Aix-en-Provence e que representou por diversas vezes. Na tela é a cor (naturalista) e a pincelada (curta, larga e estruturante) que constroem as formas (nitidamente geometrizadas) e os planos. Esta obra foi o paradigma dos pintores cubistas no século XX Paul Cézanne (1839-1906) A Montanha de Saint-Victoire. 1904-06. Óleo sobre tela. 71 x 92 cm
  • 76. TEMPO: 1880-1900 A pintura não era a cópia da realidade, mas sim a sua transposição mágica, imaginativa e alegórica. Em 1880, alguns escritores insurgiram-se contra a falta de conteúdo espiritual da arte naturalista e a crítica que lhe fizeram depressa chegou às artes plásticas. Criticavam o objetivismo da realidade levado a cabo pelos realistas, impressionistas e pontilhistas. Apontavam uma ausência de “profundidade espiritual” e de uma “ideia fundamental” nas suas obras. O simbolismo teve a influência dos Pré-Rafaelitas pelo seu idealismo.
  • 77. Baseou-se nos estados emocionais e anímicos, angústias, sonhos e fantasias, afastando a arte da representação da natureza. Como não se desenvolveu num estilo uniforme, é difícil dar uma definição que englobe todos os quadros, trata-se por isso de um conjunto de quadros elaborados por indivíduos distintos e de artistas que se demarcaram da pintura objetivista materializando as emoções e estados de alma. TEMAS • Históricos • Literários • Mitológicos • Religiosos • Filosóficos • Quotidiano
  • 78. ARTISTAS • Paul Gaugin • Puvis de Chavannes • Gustave Moreau • Odilon Redon • Paul Sérusier • Edouard Vuillard • Pierre Bonnard
  • 79. PAUL GAUGUIN Foi iniciado na pintura por Pissarro e contactou com Cézanne e Van Gogh. Foi percursor do Expressionismo, pois não tinha intenção de representar o mundo tal como ele se apresenta, a sua prioridade era o mundo dos sentidos, sentimentos e realidade espiritual. Desenha formas simplificadas e não está agarrado à cópia real do visível, nem às cores reais. Dá importância aos contornos e retorna ao espaço bidimensional, em que o segundo plano passe despercebido. Instalou-se em Pont-Aven, uma aldeia da Bretanha e fundou a “Escola de Pont-Aven”. Aí foi influenciado pelas estampas japonesas e pela arte medieval do vitral, em que cada espaço de cor estava envolvido por um traço grosso. Adorava as formas da arte primitiva, ligadas aos modos de vida mais simples e ancestrais. A forma de pintar que atinge em Pont-Aven, já é considerada Simbolista.
  • 80. Paul Gauguin (1848-1903) Autorretrato com Auréola, 1889. Óleo sobre madeira, 78,2 x 51,3 cm
  • 81. Paul Gauguin (1848-1903) O Cristo Amarelo, 1889. Óleo sobre tela, 92 x 73 cm
  • 82. Paul Gauguin (1848-1903) A visão depois do sermão, 1888. Óleo sobre tela, 73 x 92 cm
  • 83. Quem Somos? De Onde Vimos? Para Onde Vamos?, 1897. Óleo sobre tela, 139 x 374 cm Carregada de símbolos – homem, animal, totem, natureza -, tudo nesta obra se conjuga harmonicamente para chamar a atenção para as grandes questões sobre o sentido da vida. Nesta alegoria da vida humana, que vai do nascimento à morte (da direita para a esquerda), o autor coloca outros tantos símbolos de interpretações múltiplas: à direita, um casal tratado com tons vermelhos diluídos, à esquerda, um deus pagão, um ícone de cor clara e de nítido recorte; no fundo uma natureza rebuscada, antinaturalista, fantástica e simbólica. Guagin pintou este quadro no tempo em que vivia no Taiti e após uma tentativa gorada de suicídio. Paul Gauguin (1848-1903)