O documento discute a globalização comercial e financeira. A globalização comercial aumentou substancialmente em países como o Reino Unido, França, Alemanha e Estados Unidos desde 1950, embora o Japão tenha mantido níveis semelhantes de comércio exterior. A globalização financeira também cresceu rapidamente desde 1970, com ativos e passivos externos aumentando significativamente. No entanto, a globalização total ainda não foi alcançada.
1. Comunicação Empresarial <br />Direito Empresarial<br />João Lacerda<br />“Globalização Comercial e Financeiraquot;
<br />Uma das formas mais simples de determinar os níveis de globalização relativamente a bens e serviços é equacionar o volume de comércio exterior e a produção de cada país. A partir de 1950 verificaram-se aumentos contínuos quanto a este aspecto na maioria dos países, contudo em casos como o Japão tal realidade não ocorre. Em primeiro lugar porque o Japão é um país tão aberto hoje como o era em 1913, nesta data a relação entre exportações e importações representava 30% do seu produto interno bruto e actualmente representa 31% do seu PIB. Todavia em casos como o Reino Unido, França, Alemanha, e Estados Unidos verificou-se um aumento exponencial. Outro aspecto que permite medir o processo de globalização dos países, é comparar a convergência de preços em produtos/serviços idênticos e homogéneos. Com a globalização dos mercados os preços deveriam ser semelhantes, contudo existem diferenças notáveis mesmo em países da mesma zona aduaneira. Factores como a eficiência na distribuição, os gostos, as resistências a determinadas marcas nacionais, o que poderá levar os fabricantes a descriminarem preços entre os países. “A introdução do euro tenderá a aproximar em maior medida os preços dos bens e serviços, pelo facto de poderem ser comparados todos eles na mesma moeda.” (De la Dehesa, 2007)<br />Devido ao desenvolvimento tecnológico a integração e globalização dos mercados financeiros evoluiu em maior medida que a globalização comercial. Uma das formas de medir a globalização financeira é através dos activos e passivos exteriores dos países. Em 1970 os activos externos dos países da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico) eram de 25% e os seus passivos de 28% do seu PIB. Em 2005 de acordo com FMI (Fundo Monetário Internacional, aumentaram para 210% e 225% relativamente ao produto interno bruto. Apesar da globalização financeira caminhar a bom ritmo e apresentar taxas de desenvolvimento satisfatórias, ainda não é uma globalização total. Estima-se que se não existirem entraves ao desenvolvimento, e ás politicas da OMC (Organização Mundial do Comércio) a globalização financeira poderá alcançar a sua totalidade dentro de quinze anos, e a globalização comercial dentro de trinta anos. A OMC desempenha um papel fundamental neste processo. Para além de facilitar o desenvolvimento económico a nível global, disciplina-o e organiza-o. Luta contra o proteccionismo dos países em relação aos mercados, o seu principal objectivo é organizar a globalização.<br />quot;
Deslocalizaçãoquot;
<br />A globalização originou a crescente integração dos mercados e com isto emergiu por outro lado a desintegração do processo produtivo. O facto de as empresas poder combinar as actividades de produção de bens e serviços realizadas em países terceiros, com aquelas que são realizadas no seu país de origem. Para as empresas é vantajoso deslocalizar volumes crescentes do processo produtivo para outro lugar, já que podem formar uma parte do processo no seu país, e outra parte em países onde usufruam de melhores vantagens comparativas. O objectivo das deslocalizações é aumentar os lucros, designadamente beneficiando de diferentes regulações sobre emissões de resíduos, legislação laboral, impostos e salários mais baixos, obtendo uma maior margem de lucro. “Este processo é designado por especialização vertical, mediante o qual diversos países se especializam em distintas fases da cadeia de valor”. (De la Dehesa, 2007)<br />A Nike, marca de produtos desportivos, exemplifica este fenómeno. A empresa conta nas suas fileiras com umas centenas de funcionários directamente ligados á marca. Enquanto por toda a Ásia milhares de pessoas trabalham em fábricas contratas pela Nike que produzem toda uma série de componentes da sapatilha em si. Apesar de a marca ser americana, as suas actividades deslocalizadas formam uma ampla cadeia de valor, que incluem o design, a produção, o controlo de qualidade, e a distribuição.<br />Por: João Lacerda<br />Bibliografia<br />De la Dehesa, Guilhermo. Comprender la Globalizacion. Avianza Editorial, Madrid. Ed.2007<br />Por: João Lacerda<br />Nota: Os trabalhos apresentados contêm apenas a sua introdução.<br />