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Frédéric Chopin foi um genial compositor polonês do séc. 19, dotado de um estilo romântico irresistível pela beleza arrebatadora de suas melodias, que lhe deram a fama de maior compositor para piano de todos os tempos. Sua perfeição técnica, seu estilo refinado e sua elaboração harmônica vêm sendo comparadas historicamente com as de Bach e Mozart, assim como sua duradoura influência na música até os dias de hoje. (AVANÇARC/ O MOUSE)
Em 1836, Chopin conheceu Amandine-Aurore-Lucile Dupin, baronesa Dudevant, mais conhecida por seu pseudônimo, George Sand. Era uma escritora romântica francesa, conhecida por seus inúmeros casos amorosos. A  primeira impressão que Chopin teve foi desfavorável: "Como é antipática essa Sand! Será mesmo uma mulher? Estou começando a duvidar." Para Chopin, sempre tão educado e polido, os modos de George Sand eram horríveis: vestia roupas de homem, fumava charutos, chamava os desconhecidos por "tu", era separada do marido e desafiava os padrões da moral vitoriana; tinha idéias socialistas. Era ela quem estava interessada: fazia convites e mandava bilhetes para o músico.
Mas foi uma impressão inicial.  Os opostos terminaram por se atrair. Chopin escreveu em seu diário: Via-a três vezes. Ela olhava-me profundamente nos olhos enquanto eu tocava. Era uma música um pouco triste, lendas do Danúbio; o meu coração dançava com o dela num país longínqüo. E os seus olhos nos meus, olhos escuros, singulares, que diziam? Eram olhares abrasadores que me inundavam. Flores à nossa volta. O meu coração estava preso. Voltei  a vê-la duas vezes. Ama-me...”
A escritora se apaixonou imediatamente por aquele "pobre anjo muito triste", seis anos mais jovem que ela, carente de cuidados, doente, desamparado....  Ela lhe propôs  viverem juntos. Apesar dele  ter evitado isso por muito tempo, em 1838 os argumentos de George Sand contra os escrúpulos morais de Chopin, que considerava ingênuos, acabaram por surtir efeito.
George Sand se preocupou, em primeiro lugar, com a precária saúde do pianista. Queria tratar do amante, viver com ele e, ao mesmo tempo, desejava afastar-se de seu ex-marido e seus amantes anteriores. Viajaram para a ilha de Maiorca, no litoral da Espanha, e passaram uma temporada em uma casa simples, até que Chopin piorou. Rumores de que estava tuberculoso levaram o proprietário da casa a mandá-los embora. Procuraram refúgio em um convento abandonado, em Valdemosa, nas montanhas da ilha . Quando não estava com ele, escrevia a uns e outros, recomendando-lhes uma vigilância discreta. Que não se esquecesse de tomar seu chocolate pela manhã, seu caldo às dez horas. Que o obrigassem a cuidar-se, a não sair sem agasalho...
De tempos em tempos a saúde de Chopin piorava. Sand mostrava-se cada vez mais maternal. O convívio com um ser tão sensível, doente e, por vezes caprichoso, não era fácil para ela.  Diz a lenda que num dia de mau tempo, nessa ocasião, Chopin fixou sua atenção no gotejar da chuva: compôs então o seu conhecido "Prelúdio em Ré Bemol Maior, Opus 28, No.15" ou “A Gota D’água".
Com o tempo, o caráter de Chopin foi se tornando difícil. A relação entre os dois começou, pouco a pouco, a se deteriorar. Suspeitando de que a amante o traía com outro homem, Chopin tornou-se cada vez mais mal humorado e taciturno.  Em 1845, com um maior agravamento  da saúde de Chopin, um desentendimento doméstico surgiu em sua relação com George Sand, que azedou em 1846 o relacionamento entre ambos. Envolvia  a filha de Sand, Solange, e seu marido, o jovem escultor Jean Baptiste Auguste Clesinger.
Este foi o ano em que Sand publicou Lucrezia Floriani, cujos principais personagens (uma rica atriz e um príncipe de saúde frágil) podem ser interpretados como sendo Sand e Chopin. Em 1847, os problemas familiares finalmente puseram fim às relações entre os dois, que se estenderam ao longo de 10 anos, desde 1837.
Em 1848, Chopin deu seu último concerto em Paris, e, embora tenha conseguido dar algumas apresentações de salão, estava muito doente, com tuberculose. Em 1849 tornou-se incapaz de ensinar e se apresentar. Sua irmã, Ludwika, que tinha dado a ele as primeiras lições de piano, cuidou dele em seu apartamento na Place Vendôme, nº 12. Nas primeiras horas de 17 de outubro Chopin morreu. Depois do amanhecer, Clesinger fez sua máscara de morte e os moldes de suas mãos.
Antes do funeral de Chopin, de acordo com seu desejo expresso antes de morrer, seu coração  foi retirado, devido a seu medo de ser enterrado vivo. Foi posto por sua irmã em uma urna, destinada a Varsóvia. O coração permanece até hoje lacrado dentro de um pilar da Igreja de Santa Cruz  debaixo de uma inscrição do Evangelho de Mateus, 6:21: "onde está seu tesouro, estará também seu coração".
FORMATAÇÃO: CLAUDIA MADEIRA ENTRE NO SITE:  http://www.corepoesia.com   TEXTO E IMAGENS: INTERNET SOM: PRELÚDIO N° 15 (“PRELÚDIO “A GOTA D’ÁGUA” DE CHOPIN, MENCIONADO NO 5° QUADRO)

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  • 1. Frédéric Chopin foi um genial compositor polonês do séc. 19, dotado de um estilo romântico irresistível pela beleza arrebatadora de suas melodias, que lhe deram a fama de maior compositor para piano de todos os tempos. Sua perfeição técnica, seu estilo refinado e sua elaboração harmônica vêm sendo comparadas historicamente com as de Bach e Mozart, assim como sua duradoura influência na música até os dias de hoje. (AVANÇARC/ O MOUSE)
  • 2. Em 1836, Chopin conheceu Amandine-Aurore-Lucile Dupin, baronesa Dudevant, mais conhecida por seu pseudônimo, George Sand. Era uma escritora romântica francesa, conhecida por seus inúmeros casos amorosos. A primeira impressão que Chopin teve foi desfavorável: "Como é antipática essa Sand! Será mesmo uma mulher? Estou começando a duvidar." Para Chopin, sempre tão educado e polido, os modos de George Sand eram horríveis: vestia roupas de homem, fumava charutos, chamava os desconhecidos por "tu", era separada do marido e desafiava os padrões da moral vitoriana; tinha idéias socialistas. Era ela quem estava interessada: fazia convites e mandava bilhetes para o músico.
  • 3. Mas foi uma impressão inicial. Os opostos terminaram por se atrair. Chopin escreveu em seu diário: Via-a três vezes. Ela olhava-me profundamente nos olhos enquanto eu tocava. Era uma música um pouco triste, lendas do Danúbio; o meu coração dançava com o dela num país longínqüo. E os seus olhos nos meus, olhos escuros, singulares, que diziam? Eram olhares abrasadores que me inundavam. Flores à nossa volta. O meu coração estava preso. Voltei a vê-la duas vezes. Ama-me...”
  • 4. A escritora se apaixonou imediatamente por aquele "pobre anjo muito triste", seis anos mais jovem que ela, carente de cuidados, doente, desamparado.... Ela lhe propôs viverem juntos. Apesar dele ter evitado isso por muito tempo, em 1838 os argumentos de George Sand contra os escrúpulos morais de Chopin, que considerava ingênuos, acabaram por surtir efeito.
  • 5. George Sand se preocupou, em primeiro lugar, com a precária saúde do pianista. Queria tratar do amante, viver com ele e, ao mesmo tempo, desejava afastar-se de seu ex-marido e seus amantes anteriores. Viajaram para a ilha de Maiorca, no litoral da Espanha, e passaram uma temporada em uma casa simples, até que Chopin piorou. Rumores de que estava tuberculoso levaram o proprietário da casa a mandá-los embora. Procuraram refúgio em um convento abandonado, em Valdemosa, nas montanhas da ilha . Quando não estava com ele, escrevia a uns e outros, recomendando-lhes uma vigilância discreta. Que não se esquecesse de tomar seu chocolate pela manhã, seu caldo às dez horas. Que o obrigassem a cuidar-se, a não sair sem agasalho...
  • 6. De tempos em tempos a saúde de Chopin piorava. Sand mostrava-se cada vez mais maternal. O convívio com um ser tão sensível, doente e, por vezes caprichoso, não era fácil para ela. Diz a lenda que num dia de mau tempo, nessa ocasião, Chopin fixou sua atenção no gotejar da chuva: compôs então o seu conhecido "Prelúdio em Ré Bemol Maior, Opus 28, No.15" ou “A Gota D’água".
  • 7. Com o tempo, o caráter de Chopin foi se tornando difícil. A relação entre os dois começou, pouco a pouco, a se deteriorar. Suspeitando de que a amante o traía com outro homem, Chopin tornou-se cada vez mais mal humorado e taciturno. Em 1845, com um maior agravamento da saúde de Chopin, um desentendimento doméstico surgiu em sua relação com George Sand, que azedou em 1846 o relacionamento entre ambos. Envolvia a filha de Sand, Solange, e seu marido, o jovem escultor Jean Baptiste Auguste Clesinger.
  • 8. Este foi o ano em que Sand publicou Lucrezia Floriani, cujos principais personagens (uma rica atriz e um príncipe de saúde frágil) podem ser interpretados como sendo Sand e Chopin. Em 1847, os problemas familiares finalmente puseram fim às relações entre os dois, que se estenderam ao longo de 10 anos, desde 1837.
  • 9. Em 1848, Chopin deu seu último concerto em Paris, e, embora tenha conseguido dar algumas apresentações de salão, estava muito doente, com tuberculose. Em 1849 tornou-se incapaz de ensinar e se apresentar. Sua irmã, Ludwika, que tinha dado a ele as primeiras lições de piano, cuidou dele em seu apartamento na Place Vendôme, nº 12. Nas primeiras horas de 17 de outubro Chopin morreu. Depois do amanhecer, Clesinger fez sua máscara de morte e os moldes de suas mãos.
  • 10. Antes do funeral de Chopin, de acordo com seu desejo expresso antes de morrer, seu coração foi retirado, devido a seu medo de ser enterrado vivo. Foi posto por sua irmã em uma urna, destinada a Varsóvia. O coração permanece até hoje lacrado dentro de um pilar da Igreja de Santa Cruz debaixo de uma inscrição do Evangelho de Mateus, 6:21: "onde está seu tesouro, estará também seu coração".
  • 11. FORMATAÇÃO: CLAUDIA MADEIRA ENTRE NO SITE: http://www.corepoesia.com TEXTO E IMAGENS: INTERNET SOM: PRELÚDIO N° 15 (“PRELÚDIO “A GOTA D’ÁGUA” DE CHOPIN, MENCIONADO NO 5° QUADRO)