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MINISTÉRIO DA SAÚDE



           VA D E M E C U M
           simplificado




sem   banalizar   nem      superestimar




                         INFLUENZA:
                        aprender e cuidar
apresentação
     O enfrentamento da primeira onda da pandemia pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 determinou esforço
     extraordinário de todo o sistema de saúde pública para que o conhecimento dessa questão e de seus riscos e
     complicações fossem minimizados, o que pode ser sintetizado na expressão APRENDER E CUIDAR.
     O discernimento adequado sobre como se comportar diante de agente de grande infectividade, como é o vírus
     Influenza, favorecido em sua propagação pelas condições ambientais e socioculturais, representa o principal objetivo
     para esse enfrentamento, SEM BANALIZAR NEM SUPERESTIMAR.
     Todas as instituições públicas e privadas, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde, devem estar
     preparadas para atender os pacientes sob suspeita dessa infecção.
     O material contido nestes textos e vídeos sumariza o conhecimento disponível no momento com o intuito de ajudar a
     discernir as dúvidas existentes, para que se possa enfrentar a provável segunda onda pelo vírus Influenza Pandêmico
     (H1N1)2009.
     Este material que você recebe é composto por um DVD e um conjunto que inclui, em versão impressa, o
     Vademecum Influenza e um fôlder de autoavaliação, com perguntas e respostas básicas e alguns exemplos de Mitos
     e Verdades.
     O DVD contém os textos referidos, além do Vademecum Influenza Ampliado e um conjunto de questões comentadas
     – Perguntas Frequentes. O DVD disponibiliza, ainda, outros textos, referências bibliográficas, figuras, vídeos,
     documentos oficiais e casos clínicos.
     Completando esse conjunto, o Ministério da Saúde torna pública uma avaliação formativa on-line, de 20 questões,
     extraída de um banco de 150 perguntas. O profissional de saúde e o acadêmico podem responder as questões,
     testando seu conhecimento, e terá acesso ao gabarito comentado e ao certificado, em caso de acerto de 70% ou
     mais das questões. Essa avaliação está acessível em: www.ufmg.br/influenza2009.
     O intuito é atualizar o conhecimento de todos, com base em evidências científicas sobre a pandemia de Influenza.
     Espera-se que ele seja útil para os profissionais de saúde e para a população em geral, como leitura complementar
     coletiva ou individual, e que ajude decisivamente no enfrentamento da pandemia, de forma esclarecedora, simples,
     objetiva, prática, solidária, eficiente e resolutiva.



     Pandemia pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1) 2009
     Sinonímia: Gripe Suína, Gripe Porcina, Gripe Mexicana, Gripe Norte-americana, Nova Gripe,
     Influenza A subtipo H1N1, Influenza A (H1N1) 2009, Influenza Pandêmica A (H1N1)2009.




 Ficha técnica

                                                                                      Vademecum: vai comigo, coisa que se traz
                                                                                      ordinariamente consigo; obra de pequeno
                                                                                      formato e que se traz consigo, para consultar
                                                                                      amiúde e que contém os principais elementos
                                                                                      de uma ciência, de uma arte.
sumário


1.INTRODUÇÃO.......................................04                                      7.  GRUPOS    OU     FATORES           DE        RISCO.
                                                                                           ORIENTAÇÕES ESPECIAIS ..................................13
2 . E P I D E M I O LO G I A . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0 5
                                                                                                    Gestantes, puérperas e nutrizes
            Emergência e reemergência de uma infecção
                                                                                                    Crianças
            Importância do vírus Influenza Humano
                                                                                                    Populações indígenas
            Vírus Influenza Suíno
                                                                                                    Idosos (pessoas com, pelo menos, 60 anos de
            Vírus Influenza Aviário                                                                 idade)
            Evolução de uma epidemia                                                                Neoplasias
            Situação da epidemia pelo vírus Influenza Pandêmico                                     Cardiovasculopatias
            (H1N1)2009
                                                                                                    Obesidade grau III
            Vigilância epidemiológica
                                                                                                    Trabalhadores da saúde
3.PATOGÊNESE........................................06
                                                                                           8.PREVENÇÃO. MEDIDAS DE PRECAUÇÃO E
4.CLÍNICA................................................06                                CONTROLE ........................................................14
            Síndrome Gripal                                                                         Medidas preventivas gerais
            Identificação de caso suspeito, confirmado,                                             Medidas preventivas para os viajantes
            descartado, contacto próximo de caso suspeito                                           Equipamentos de proteção individual
            de infecção pelo vírus Influenza Pandêmico
            (H1N1)2009                                                                                       Máscara cirúrgica

            Surto de SG                                                                                      Máscara de proteção respiratória (respirador
                                                                                                             particulado)
            Complicações associadas com a infecção pelo vírus
            Influenza                                                                                        Luvas

            Síndrome Respiratória Aguda Grave                                                                Protetor ocular ou protetor de face

            Critérios diagnósticos da lesão pulmonar aguda                                                   Gorro descartável
            (LPA) / síndrome respiratória aguda grave (SRAG)                                                 Capote / avental
            em crianças                                                                             Higienização das mãos
            Complicações da SRAG                                                                             Com água e sabonete
            Diagnóstico diferencial                                                                          Com preparação alcoólica
            Diagnóstico laboratorial                                                                Atendimento      de   atenção     primária    e   pronto
            Diagnóstico de gravidade                                                                atendimento
                                                                                                    Medidas a serem implementadas no transporte de
5.TRATAMENTO........................................09
                                                                                                    pacientes
            Atenção primária à saúde e pronto atendimento
                                                                                                    Isolamento no ambiente hospitalar
            Antivirais
                                                                                                             Isolamento em quarto privativo dos casos
                        Oseltamivir                                                                          de SRAG
                        Zanamivir                                                                            Isolamento por coorte
                        Peramivir                                                                   Outras orientações
            Eventos adversos da terapêutica antiviral                                               Medidas gerais de prevenção e controle da SRAG
            Atenção hospitalar                                                                      Cuidados no domicílio
            Terapia intensiva                                                                       Cuidados em creches
                        Suporte ventilatório                                                        Cuidados com gestantes, parturientes e neonatos
                        Suporte hemodinâmico                                                        Processamento de produtos para a saúde, roupas,
                        Outras intervenções                                                         limpeza e desinfecção de superfícies e tratamento de
                        Isolamento                                                                  resíduos

                        Resistência viral                                                  9.VACINAÇÃO ...................................................16
                        Antibioticoterapia
                                                                                           10.ORGANIZAÇÃO DE SERVIÇO .......................16
                        Alta da terapia intensiva
                                                                                                    Atenção de atenção primária e pronto atendimento
6.QUIMIOPROFILAXIA ........................................13                                       Atenção hospitalar
            Indicação
                                                                                           11.VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA) .....................17
            Estratégia
                                                                                           12.CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................17
                                                                                           13. ANEXO: ALGORITMOS .................................18
Introdução
                   Gripe, resfriado comum, coriza, síndrome gripal, rinite e rinite alérgica são
                   termos usados, frequentemente, como sinônimos. Entretanto, apresentam grande
                   diversidade médica.
                                                                                                                            1
Resfriado, Coriza Aguda ou Síndrome Gripal (SG) denominam             Epidemia: Elevação do número de casos de uma doença
a doença humana mais comum, resultado da infecção das                 ou agravo, em um determinado lugar e período de tempo,
vias aéreas superiores por algum vírus. Tem evolução aguda            caracterizando, de forma clara, um excesso em relação à
e autolimitada sendo, em geral, afebril e caracterizada pelo          frequencia esperada.
predomínio de rinorreia, obstrução nasal e, algumas vezes, por
dor e prurido orofaríngeo e / ou tosse. É determinada pelos vírus     Surto: Tipo de epidemia em que os casos se restringem a uma
Rino (50%), Corona (10-15%) e outros (Adeno, Influenza, ECHO,         área geográfica pequena e bem delimitada ou a uma população
Coxsackie, Parainfluenza, Respiratório Sincicial).                    institucionalizada (creches, quartéis, escolas).

Gripe é a infecção das vias aéreas pelo vírus Influenza humano,       Pandemia: Epidemia de uma doença que afeta pessoas em
em geral, com evolução clínica aguda e febril, em surtos anuais,      países e continentes.
preferencialmente no inverno – vírus sazonal –, de grande
contagiosidade e gravidade variável. Acomete ao mesmo tempo           prevalência desse vírus, por faixa etária, foi de 60% (20 a 39
vários membros da família, sendo confundida, em geral, com o          anos), 30% (0 a 19 anos) e 10% (mais de 60 anos).
resfriado comum, rinite e rinite alérgica. É capaz de favorecer a
                                                                      A transmissão do vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 é cada
infecção humana por outros microrganismos, além de diversas
                                                                      vez mais inter-humana e ocorre desde 24 horas antes até 07 dias
complicações.
                                                                      (adultos) a 14 dias (crianças) após o início da sintomatologia
Rinite                                                                que desencadeia, ou desde 24 horas antes do início até
                                                                      24 horas após cessar a febre. O vírus pode continuar a ser
Designa as alterações nasais em que predominam prurido,               eliminado com potencial de infectividade por meses em pessoas
gotejamento de secreção e obstrução nasal. Decorre da irritação       imunossuprimidas. A quantidade de vírus eliminado, em geral,
e inflamação da mucosa nasal e do aumento das suas secreções.         correlaciona-se com a intensidade da temperatura corpórea.
Pode ser alérgica (sazonal, perene, ocupacional); infecciosa (aguda   O modo de transmissão pode ser direto – mais comum – de
– viral, bacteriana – ou crônica; específica (bacteriana, fúngica)    pessoa a pessoa, por inalação de gotículas de aerossol (maior
ou inespecífica; associada à imunodeficiência; não alérgica           que 5 micras de diâmetro), eliminadas pelo indivíduo infectado
(idiopática, eosinofílica) e outras formas (hormonal: gravidez,       ao tossir, espirrar e falar, e indireto, pelo contato – especialmente
hipotireoidismo; fármaco-induzida: ácido acetilsalicílico, anti-      pelas mãos – com as secreções infectadas. O período de
hipertensivos; alimentar: gustativa, mediada pela imunoglobulina      incubação vai de 24 a 72 horas. As regiões consideradas de
E, induzida por conservantes; atrófica; mecânica: hipertrofia dos     risco para a introdução do vírus são, em geral, as de temperatura
ossos turbinados, desvio de septo nasal, corpo estranho, pólipos      mais baixa.
nasais).
Rinite alérgica é a manifestação paroxística de espirros, prurido     O vírus Influenza associa-se, já há 400 anos, com a capacidade
ocular, nasal e do palato, rinorreia e obstrução nasal e, com
frequência, gotejamento de secreções para a nasofaringe,
                                                                      de provocar EPIDEMIAS RECORRENTES de doença respiratória
                                                                      febril, a cada um a três anos. Desde o século 16 foram                  4
tosse, irritabilidade e fadiga que surge quando se é exposto à        identificadas três pandemias provocadas pelo vírus Influenza por
inalação de antígenos transportados pelo ar, ocorrendo com            século, com intervalos de 10 a 50 anos entre elas. O século 20
mais frequência na primavera.                                         foi marcado pelas epidemias conhecidas como: Gripe Espanhola
                                                                      ou Pneumônica (1918-1919); Gripe de Nova Jérsei (1976) e
Epidemia e pandemia por Influenza                                     Gripe Russa (1977-1978).

Novo vírus Influenza foi identificado em 2009 com base na
observação de que a SG, em algumas localidades da região              O enfrentamento da pandemia pelo vírus Influenza Pandêmico
central do México, não evoluiu, como era de se esperar, para          (H1N1)2009 caracterizou-se, até agora, por duas fases
a diminuição de sua prevalência para os meses de março a              epidemiológicas e operacionais distintas:
maio. Associou-se a dados alarmantes de mortes devidas a
                                                                               • Nos dois primeiros meses: pelas medidas de contenção
manifestações clínicas de insuficiência respiratória, rabdomiólise
                                                                               – identificação precoce da infecção, tratamento,
(ruptura das células musculares) e insuficiência renal aguda. A
                                                                               isolamento de casos, seguimento de contatos próximos.
análise de espécimes clínicos coletados de pacientes revelou, em
meados de abril, seu agente etiológico, nomeado atualmente                     • Nos meses seguintes: predominaram as medidas de
vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009.                                          mitigação – monitoramento da situação epidemiológica
                                                                               e priorização da assistência aos casos graves ou com
Em abril de 2009, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
                                                                               potencial para complicação.
declarou Emergência de Saúde Pública de Importância
Internacional (ESPII) e o Ministério da Saúde (MS) acionou o          Esta atitude baseou-se no fato de que a maioria dos casos de
Centro de Informações e Respostas Estratégicas (CIEVS) e instituiu    SG, observados até agora no Brasil, foram clinicamente leves.
o Gabinete Permanente de Emergências em Saúde Pública                 As orientações para o enfrentamento estão contidas no Plano
(GAPE).                                                               Brasileiro de Preparação para a Pandemia de Influenza (PBPPI) e
                                                                      no Protocolo de Manejo Clínico e Vigilância Epidemiológica da
A evolução da pandemia pelo vírus caracterizou-se, no Brasil e
                                                                      Influenza Versão III, e se baseiam, principalmente, no tratamento
no mundo, por predominância de casos clinicamente leves e de
                                                                      da forma sazonal, dos casos graves e dos surtos em comunidades
baixa letalidade, apesar de os dados iniciais serem alarmantes
                                                                      fechadas e do monitoramento da SRAG.
quanto ao risco de sua capacidade letal. Até a 40.ª semana
epidemiológica de 2009, haviam sido registrados 18 973 casos          As lições até agora obtidas com esta pandemia assinalam,
de SG, sendo 17 219 (91%) pelo vírus Influenza Pandêmico              SEM BANALIZAR NEM SUPERESTIMAR, a necessidade de
(H1N1)2009 e 1 754 (9%), pelo sazonal. O número de casos              manutenção de redobrada atenção de todos os profissionais e
descritos, na 47.ª semana epidemiológica, atingiu mais de             órgãos responsáveis pela atenção integral à saúde. APRENDER
420 000 pessoas com 8 768 óbitos, em 207 países, tendo o              E CUIDAR conduz à abordagem adequada da possível segunda
Brasil registrado 30 055 casos de síndrome respiratória aguda         onda epidemiológica, de forma resolutiva, com a acolhida da
grave (SRAG), 93% relacionados ao vírus Influenza Pandêmico           população brasileira, e capaz de minimizar as repercussões de
(H1N1)2009, com mortalidade de 0,85/100.000 habitantes. A             suas complicações e mortes.
Epidemiologia
                                                                                                                                                 2
                                                                      A vigilância epidemiológica é fundamental para entender a
Epidemia                                                              movimentação viral e as suas repercussões patológicas. Para isso,
A emergência de uma doença infecciosa nova antes não                  é essencial o cuidado de Notificação e Investigação de casos
detectada, com significativo impacto antropológico, ético,            de SRAG com internação hospitalar ou óbito, que deve ser feita
biológico e médico decorre da gravidade e associação com              individualmente no Sistema de Agravos de Notificação (Sinan)
sequela e morte, ou pela importância de sua repercussão social        on-line – Ficha de Investigação Individual. Os surtos de SG em
– prevalência, degradação ambiental –, como a síndrome de             ambientes fechados devem ser notificados de forma agregada
imunodeficiência adquirida, a febre hemorrágica e a infecção          no módulo de surto no SinanNET, assinalando-se no campo
pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009. Relaciona-se com           “Código do Agravo/Doença” o CID J06. A coleta de amostras
a presença de uma ou mais das seguintes condições:                    de espécimes clínicos humanos (três amostras) para diagnóstico
                                                                      só deve ser realizada para a SRAG com internação hospitalar e
        • mudança ecológica propiciada pelo tipo           de         em casos de surtos em ambientes restritos.
        desenvolvimento econômico e pelo uso da terra;
        • evolução demográfica e comportamento humano;           Para acesso ao formulário de notificação:
        • comércio e movimentos migratórios humanos;             h t t p : / / f o r m s u s . d a t a s u s . g o v. b r / s i t e / f o r m u l a r i o . p h p ? i d _
                                                                 aplicacao=2821
        • processos de desenvolvimento da indústria e da
        tecnologia;
        • adaptação    e   mudança    genética   dos   agentes        O vírus Influenza apresenta três tipos: A, B e C. As suas principais
        infecciosos;                                                  características são as seguintes:

        • colapso e insuficiência de medidas de controle de                     •     Transmissibilidade elevada, principalmente o tipo A.
        saúde pública.                                                          • Gravidade maior entre idosos, crianças, gestantes;
                                                                                portadores     de       comorbidades     (pneumopatias,
                                                                                cardiovasculopatias, imunossupressão, diabetes mellitus,
A evolução de uma epidemia ocorre em fases reconhecidas                         obesidade grau III, nefropatia, outras).
como as seguintes:
                                                                                • Variação antigênica rápida do tipo A, favorecendo
        • Probabilidade incerta de pandemia: Fase 1 – ausência                  aumento de susceptíveis na população.
        de doença no ser humano por vírus Influenza que
        circula entre animais; Fase 2 – doença no ser humano                    • Comportamento zoonótico entre aves selvagens e
        provocada por vírus Influenza que circula em animais                    domésticas, suínos, focas e equinos que se constituem em
        selvagens ou domésticos, o que o torna capaz de                         reservatórios dos vírus.
        provocar pandemia.
                                                                                                                                                                            5
                                                                      As epidemias e pandemias estão associadas, em geral, ao tipo A.
        • Probabilidade de média para alta de pandemia: Fase          Esses vírus podem ser subdivididos em subtipos, de acordo com
        3 – doença esporádica ou em pequenos surtos, sem              as proteínas de seu envelope chamadas de H (hemaglutinina)
        evidência de transmissão inter-humana suficiente para         e de N (neuraminidase). As principais características dos três
        manter esses surtos; com risco potencial de provocar          diferentes tipos antigênicos são:
        pandemia; Fase 4 – pequeno(s) foco(s) de transmissão                    • Tipo A: é o mais prevalente; tem como reservatórios
        inter-humana, de localização limitada, com risco                        naturais o ser humano e várias espécies animais,
        potencial de provocar pandemia.                                         especialmente aves selvagens, suínos, patos, galinhas,
        • Alta probabilidade de pandemia: Fase 5 – maior                        perus, cavalos, baleias e focas. As aves selvagens,
        expansão inter-humana, restrita a dois ou mais países                   usualmente, não adoecem, ao contrário das domésticas.
        de uma região do planeta, com risco de provocar                         Infecta o ser humano durante todo o ano, com novos
        pandemia.                                                               sorotipos, causando epidemias a cada triênio. Os suínos
                                                                                infectados com o vírus Influenza podem manifestar
        • Pandemia em evolução: Fase 6 – transmissão inter-                     alterações clínicas semelhantes às humanas, como tosse,
        humana sustentada e atingindo mais de duas regiões                      febre e coriza. É transmitido, raramente, de outros animais
        planetárias.                                                            para o ser humano. Os subtipos de importância humana
        • Período pós-pico: nível de transmissão inter-humana                   são constituídos por H1, H2, H3; e N1, N2; para as
        em diminuição – em muitos países que possuem registros                  aves, por 16 H e nove N. As combinações possíveis de
        de vigilância sanitária confiável – abaixo dos valores                  importância humana são: H1N1, H2N2, e H3N2. O
        detectados no momento de pico máximo.                                   subtipo H1N1 representa a etiologia mais comum da
                                                                                gripe no ser humano. É recente o encontro de infecção
        • Nova onda possível: em que o nível de transmissão                     humana pelos subtipos H5, H7 e H9, que normalmente
        inter-humana aumenta de novo, em muitos países que                      afetam as aves; sem relato, a não ser em condições
        possuem registros de vigilância sanitária confiável.                    excepcionalmente raras, de transmissão interpessoal. As
                                                                                proteínas de superfície desse tipo estão sujeitas a pequenas
        • Período pós-pandêmico: em que a transmissão inter-
                                                                                e constantes mudanças antigênicas (drift antigênico), que
        humana retorna aos níveis vistos para a infecção pelo
                                                                                determinam diferenças entre os vírus da gripe entre épocas
        vírus Influenza Sazonal, em muitos países que possuem
                                                                                diferentes e permitem infectar novas populações humanas,
        registros de vigilância sanitária confiável.
                                                                                com pouca ou nenhuma resistência imunológica. Essas
                                                                                variações associam-se com pequenas alterações que
                                                                                ocorrem entre um até poucos anos, ou grandes e capazes
As condições que propiciaram a emergência da infecção pelo
                                                                                de infectar grandes grupos populacionais (pandemias). As
vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 foram a evolução
                                                                                variantes H1N1 selvagens são de baixa patogenicidade;
natural e as mutações de microrganismos e a pressão seletiva e
                                                                                entretanto, foram responsáveis por metade das gripes em
o desenvolvimento de resistência aos agentes terapêuticos.
                                                                                2006.
• Tipo B: provoca infecções anuais no ser humano,                        as cepas circulantes e as eventuais mudanças em seu padrão de
         causando epidemias a cada quatro a seis anos. Não afeta                  ocorrência; produzir o imunobiológico para a vacina sazonal; e
         os animais nem possui subtipos. Portanto, não apresenta                  acompanhar as internações e óbitos por pneumonia e bronquite,
         mudanças antigênicas.                                                    que constituem as suas principais complicações.
         • Tipo C: é endêmico, causa apenas casos esporádicos,                    As principais características do vírus Influenza são as
         sem importância epidemiológica, já que se associa com                    seguintes:
         doença leve ou assintomática.
                                                                                         •     Transmissibilidade elevada, principalmente o tipo A.
  A infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 parece
  associada à emergência de uma variante oriunda, possivelmente,                         • Gravidade maior entre idosos, crianças, gestantes;
  da reorganização e mutação de material genético que incluiu                            portadores     de       comorbidades     (pneumopatias,
  os vírus Influenza humano, suíno e aviário, que se encontraram,                        cardiovasculopatias, imunossupressão, diabetes mellitus,
  simultaneamente, em porcos, contra a qual não havia imunidade                          obesidade grau III, nefropatia, outras).
  na população humana. A consequência foi o surgimento de                                • Variação antigênica rápida do tipo A, favorecendo o
  infecção em grandes grupos populacionais e de pandemia.                                aumento de susceptíveis na população.
  O monitoramento da infecção por vírus Influenza, no Brasil, é                              • Comportamento zoonótico entre aves selvagens e
  feito pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica que acompanha a                            domésticas, suínos, focas e equinos, que se constituem
  evolução da SG, desde o ano 2000, com o objetivo de identificar                            em reservatórios dos vírus.




       Patogênese
                                                                                                                                       3
  A capacidade do vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 de                         como o hospedeiro reage à agressão viral e, em consequência,
  causar doença decorre de sua habilidade em provocar ataque                      determina as manifestações e variações clínicas. A mortalidade
  celular ou citotoxicidade direta, por exemplo, acarretando lesão                associada à infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009
  sobre o epitélio respiratório e liberação de citocinas e mediadores             apresenta intensidade similar à da infecção pelo vírus Influenza
  inflamatórios secundários à infecção viral.                                     Sazonal. Associa-se, entretanto, com doença grave em grupos
                                                                                  específicos como as gestantes, crianças com menos de dois
  A resposta individual do hospedeiro à agressão de seus órgãos e                 anos de idade, adultos jovens e em associação com algumas
  tecidos, relacionada à intensidade da sua resposta inflamatória e               comorbidades.
  dos mecanismos de defesa citotóxicos é responsável pela forma
                                                                                                                                                           6



       Clínica                                                                                                                         4
  A síndrome gripal é assim caracterizada:

• Presença de febre (37,9 ºC a 39,6 ºC) e tosse (ou piora clínica em          •Aumento da temperatura corpórea, em geral, mais acentuado em
pacientes com pneumopatia crônica) de início agudo .                          crianças do que em adultos.
• Evolução aguda com acometimento das vias aéreas, e curva térmica,           • Rouquidão e a linfadenopatia cervical são mais comuns em crianças.
usualmente, declinando após dois a três dias, e normalizando-se no sexto
dia de evolução.                                                              • Evolução usual é para a sua resolução completa em sete dias.

• Período de incubação entre um a quatro dias.                                • Desenvolvimento de alguma complicação quando à temperatura
                                                                              corpórea aumenta por mais de três a cinco dias, sendo a mais comum
• Transmissão em adultos, usualmente, desde o início das manifestações        a pneumonite primária pelo vírus Influenza, ou secundária à infecção
clínicas até sete dias após; sendo nas crianças, entre sete até 14 dias; e,   bacteriana (condensação pneumônica). Pode associar-se também com
nos imunossuprimidos, por mais tempo.                                         miosite, aumento da desidrogenase lática, da creatinina quinase sérica
                                                                              (62%); linfocitopenia (61%); exacerbação de DPOC; síndrome de Reye e,
• Duração clínica máxima de sete dias.
                                                                              raramente, miocardite, pericardite, mielite transversa e encefalite.
• Desenvolvimento súbito de calafrios, mal-estar, cefaleia, mialgia, dor
                                                                              • Fadiga que pode persistir por várias semanas em idosos.
de garganta, artralgias, prostração, rinorreia, e tosse seca.
                                                                              • Manutenção de tosse, lassidão e mal-estar por uma a duas, ou até por
• Potencial associação com diarreia, vômitos, fadiga, rouquidão,
                                                                              mais de seis semanas.
vermelhidão da conjuntiva palpebral, tosse e fraqueza persistentes.
                                                                              • Ineficiência de antibioticoterapia na maioria dos pacientes; entretanto,
• Queixas respiratórias mais evidentes com a sua progressão, mantidas,
                                                                              a instalação de pneumonia bacteriana secundária requer a sua
em geral, por três a quatro dias após o desaparecimento da febre.
                                                                              administração.
As pessoas com essas manifestações clínicas, ou que tiveram
contato com outras com essa sintomatologia, devem ser           O surto de SG pelo vírus Influenza é definido por:
afastadas temporariamente de suas atividades de rotina
(trabalho, escola), de acordo com o período de transmissão      Ocorrência de, pelo menos, três casos de SG em ambiente
da doença. Devem ser ainda orientadas a ficarem atentas         fechado / restrito, com intervalo de até cinco dias entre as
à sua evolução clínica e a retornarem ao serviço de saúde       datas de início de queixas; confirmado pela positividade
diante de piora ou persistência da sintomatologia nas 24 a      em, pelo menos, uma das três amostras coletadas para
48 horas seguintes. Devem ser assim classificadas:              investigação do vírus Influenza.

Caso suspeito
Caracterizado pela presença de aumento súbito da
                                                                As principais complicações associadas com a infecção
temperatura axilar > 37,5ºC, mais tosse ou dor de garganta
                                                                pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 são listadas na
e, pelo menos, com uma das seguintes queixas: cefaleia,
                                                                tabela ao lado.
mialgia, artralgia, dispneia; ou a pessoa que, até 10 dias
após interromper o contato direto ou indireto, cuidou de        A SG pode evoluir potencialmente em pessoa de qualquer
alguma pessoa considerada caso suspeito, conviveu com           idade para insuficiência respiratória por distúrbio
ela, ou tocou em secreção respiratória ou fluido corporal       de ventilação-perfusão, caracterizando a Síndrome
dessa pessoa.                                                   Respiratória Aguda Grave (SRAG).



Caso confirmado
                                                                SRAG
É a pessoa que teve a infecção pelo vírus Influenza             Doença respiratória aguda com temperatura corpórea maior
(H1N1)2009, confirmada pela reação em cadeia de                 que 38 ºC, tosse e dispneia, acompanhada ou não de dor de
polimerase (PCR) em tempo real pelo laboratório de              garganta ou manifestações gastrointestinais.
referência.


Caso descartado
                                                                 Complicação                     Incidência
É o caso suspeito sem confirmação laboratorial da presença
do vírus A H1N1 2009 em amostra clínica, ou diagnosticado        Bronquite        Comum, especialmente em idosos,
como Influenza sazonal ou outra doença; ou, ainda, o contato     aguda            diante de comorbidade.
assintomático próximo a caso laboratorialmente descartado
                                                                 Pneumonia        2%-38%, com início até 48 horas após
de quem a coleta de amostra é impossível ou inviável.
                                                                 viral aguda      início da febre.
                                                                 Pneumonia        Comum, inicia-se em quatro a cinco
                                                                 bacteriana       dias após início da gripe.
Caso contato próximo de caso suspeito ou confirmado              Alterações       Comum, inespecíficas (ritmo, T, desvio
É a pessoa que esteve em local endêmico ou cuidou de caso
confirmado ou caso suspeito, conviveu com ele, encostou-se
                                                                 ECG              ST), sem associação com manifestações
                                                                                  cardíacas.                                   7
à secreção respiratória ou a fluido corporal desses casos, no    Miocardite       Rara
período de 24 horas antes a sete dias do início das queixas
(adultos). Para crianças, esse prazo se estende a 14 dias.       Pericardite      Rara
                                                                 Miosite          Rara, em especial, no início da
                                                                                  convalescência.
A abordagem da SG pode requerer uma única consulta
                                                                 Mioglobinúria/   Rara
médica, porém o acompanhamento deve ser feito diante da
                                                                 IRA
ausência de melhora. Os pacientes que compõem o grupo
de risco requerem atenção para a possibilidade de evolução       Encefalite/      Rara, na primeira semana da gripe.
conturbada.                                                      encefalopatia
A necessidade de nova consulta médica na atenção                 Mielite          Muito rara
primária é definida pelos seguintes sintomas:                    transversa
                                                                 Guillain-Barré   Muito rara
                                                                 Otite média      Comum, em especial, em crianças.
• Dispneia ao repouso ou aos mínimos esforços.                   Toxemia/         Rara
• Dor ou dificuldade ventilatório-dependente.                    septicemia

• Aumento da tosse com hemoptoicos.                              Parotidite       Muito rara

• Alteração no nível de consciência, sonolência, ou confusão
mental.
• Febre e ausência de melhora clínica ou sensação de piora
após quatro a cinco dias do início da sintomatologia.
• Sensação de melhora seguida de febre elevada e impressão
de piora.
• Ausência de melhora após dois dias de administração de
Oseltamivir.
O alerta de agravamento da SRAG é representado pela                    Os pacientes com Influenza não complicada evoluem para
presença de, pelo menos, um dos seguintes critérios:                   o completo restabelecimento e, usualmente, não requerem
                                                                       internação hospitalar, com resolubilidade após sete dias de seu
                                                                       início, embora tosse, mal-estar e lassidão possam persistir por
• Agravamento dos sinais e sintomas iniciais (febre, mialgia,          semanas.
tosse, dispneia)                                                       O diagnóstico diferencial da SG inclui:
• Alteração do estado de consciência, sonolência, confusão
mental
                                                                       Nasofaringite, faringite não especificada, amigdalite não
• Desidratação                                                         especificada, laringite, traqueíte, laringotraqueíte, infecção
                                                                       das vias aéreas superiores de localizações múltiplas e não
• Convulsões                                                           especificadas.
• Taquipneia: crianças: até 2 meses: FR > 60 irpm; > 2 meses
e < 12 meses: > 50 irpm; 1 a 4 anos > 40 irpm; > 4 anos, FR            O diagnóstico diferencial da SRAG inclui:
> 30 irpm; adultos: FR > 25 irpm
                                                                       Infecções viróticas (respiratório sincicial, coxsackie, citomegálico),
• Batimento de asa de nariz; tiragem intercostal, cornagem,            pneumonia bacteriana comunitária, pneumonia nosocomial,
sinais de toxemia                                                      tuberculose, neoplasias pulmonares (primárias ou metastáticas).
• Hipotensão arterial (PAD < 60 mmHg ou PAS < 90 mmHg);
FC elevada (> 120bpm)
                                                                       O diagnóstico laboratorial da infecção pelo vírus Influenza
• Temperatura axilar > 38 ºC persistente por 3 a 5 dias                Pandêmico (H1N1)2009 está indicado em casos de SRAG
                                                                       com internação hospitalar e de surtos de SG em comunidades
• Leucocitose, leucopenia ou neutrofilia
                                                                       fechadas (Protocolo Ministério da Saúde). Deve ser feito com
• Oximetria de pulso (Sat. O2) < 94%                                   base na indicação do médico assistente e com a orientação
                                                                       da vigilância epidemiológica. As amostras de secreções das
• Radiografia de tórax: infiltrado intersticial localizado ou difuso   vias aéreas devem ser coletadas, preferencialmente, entre o
ou condensação                                                         terceiro e o sétimo dias após o início das manifestações clínicas
• Em criança: cianose; desidratação, vômitos, inapetência,             apresentadas pelo paciente. A técnica de diagnóstico preconizada
letargia; disfagia para líquidos, dificuldade de amamentar;            é por intermédio da reação em cadeia de polimerase em tempo
dificuldade da família em medicar e observar cuidadosamente.           real. Os Laboratórios Centrais de Saúde Pública – LACEN –
                                                                       poderão processar amostras clínicas de qualquer natureza
• Grupos ou fatores de risco: gestantes, nutrizes, puérperas;          para subsidiar o diagnóstico diferencial, conforme as hipóteses
crianças com menos de 2 anos de idade, pessoas com menos de            diagnósticas definidas, desde que façam parte da lista de exames
18 anos de idade em uso prolongado de ácido acetilsalicílico,          próprios dessa rede de laboratórios, adotando-se as medidas de
adultos jovens, populações indígenas aldeadas, presença de             biossegurança preconizadas para cada situação.
comorbidades: pneumopatias, cardiovasculopatias, nefropatias,
hepatopatias, doenças hematológicas, diabetes mellitus,                O diagnóstico de gravidade da infecção pelo vírus Influenza
obesidade grau III, disfunção cognitiva, lesões da medula              Pandêmico (H1N1)2009 pode ser realizado pela associação de
espinhal, epilepsia, doenças neuromusculares, neoplasia,               dados clínico-laboratoriais por intermédio dos seguintes exames

                                                                                                                                                8
quimioterapia e outras drogas imunossupressoras.                       complementares iniciais, de acordo com a disponibilidade nos
                                                                       serviços de saúde:
                                                                                • Hemograma completo.
O diagnóstico de lesão pulmonar aguda (LPA) e de SRAG em
                                                                                • Uremia e creatinemia; AST e ALT (TGO e TGP)
crianças associa-se com a observação do desenvolvimento de
                                                                                séricas.
quatro parâmetros clínicos de alerta, a saber:
                                                                                • Telerradiografia de tórax PA e perfil (pode ser realizado
• Manifestações clínicas agudas de dificuldade respiratória.                    na gravidez sem oferecer risco à gestante).

• PaO2/FiO2 ≤ 200 mmHg para SRAG e PaO2/FiO2 ≤ 300                              • Oximetria de pulso (se < 92%, realizar pH e gás
mmHg para LPA não responsivas à oxigenioterapia.                                arterial).

• Infiltrado bilateral à radiografia de tórax.                                  • Eletrocardiograma.

• Ausência de evidência de hipertensão atrial esquerda.                A gravidade de cada caso orientará a solicitação de outros
                                                                       exames a serem coletados de origens diversas.
Ao estabelecer o diagnóstico de SRAG, deve ser feita coleta de         A definição da gravidade do acometimento pulmonar em
amostras de material biológico para exames complementares,             adultos pode ser inferida com a ajuda da escala que relaciona,
inclusive de secreção nasofaríngea até o sétimo dia do início das      para idosos com mais de 65 anos (CURB 65): estado mental
manifestações clínicas, e proceder à internação hospitalar.            (C), uremia (U), frequência ventilatória (R), pressão arterial
                                                                       sistêmica (B). Indica-se 1 ponto para cada um desses parâmetros
A mortalidade e as complicações da SRAG são semelhantes                alterados. Considera-se que, para 0 e 1; 2 e 3; 4 e 5 pontos,
às que ocorrem em pacientes com Influenza Sazonal, sendo               o risco seja, respectivamente, baixo, aumentado e alto de morte.
caracterizadas, especialmente, por:                                    Esses parâmetros têm os seguintes pontos de corte para serem
                                                                       valorizados nesta escala:
Exacerbação de alguma comorbidade crônica de base; sinusite,
otite, bronquiolite, asma; pneumonia, injúria pulmonar aguda,
insuficiência respiratória; miocardite, pericardite; miosite,                                  ESCALA CURB 65
rabdomiólise; encefalite, convulsões; resposta inflamatória            • C: contato: confusão mental (escala de teste mental, no
sistêmica; insuficiência renal; septicemia; disfunção multiorgânica;   máximo, 8 ou nova desorientação em pessoa, local ou tempo);
morte.
                                                                       • U: uremia > 7 mmol/L;
                                                                       • R: frequência ventilatória de ≥ 30/min;
                                                                       • B: pressão arterial sistêmica sistólica e diastólica de, no
                                                                       máximo 90 e 60 mmHg, respectivamente;
                                                                       • I: idade mínima de 65 anos.
Miniexame do estado mental: pontuação ≥ 25 significa função cognitiva intacta.

                                                                                                                                        Pontos
                                                        Domínio cognitivo
                                                                                                                                       máximos
                                                                    Orientação
 Em que ano, estação climática, data (dia, mês), estamos?                                                                                 5
 Onde estamos (cidade, estado, hospital, andar)?                                                                                          5
                                                                     Registro
 Nomeie 3 objetos: 1 segundo para dizer cada. Peça ao paciente que repita todos os 3 depois de você mencioná-los. Dê 1
                                                                                                                                          3
 ponto para cada resposta correta. Repita-os até que os 3 sejam apreendidos. Conte as tentativas e registre o número.
                                                              Atenção e cálculo
 Subtraia 7 de forma seriada de 100 em diante, interrompa após 5 respostas, ou soletre PALAVRA em ordem inversa.                          5
                                                                    Recordação
 Peça ao paciente que repita os nomes dos 3 objetos mencionados antes. Dê 1 ponto para cada resposta correta.                             3
                                                             Linguagem e praxia
 Mostre um lápis e um relógio e peça ao paciente que os nomeie.                                                                           2
 Peça ao paciente que repita o seguinte: “Sem se, e, ou mas”.                                                                             1
 Comando em 3 estágios: “Pegue esta folha de papel com a sua mão direita, dobre-a ao meio e coloque-a no chão.”                           3
 “Leia e obedeça ao seguinte: Feche os seus olhos.”                                                                                       1
 “Escreva uma frase.”                                                                                                                     1
 “Copie este modelo” (Pentágonos entrelaçados)                                                                                            1

Os pacientes com infiltrado pulmonar na radiografia do tórax                     A obtenção de amostras post-mortem deve ser feita apenas onde
devem ser tratados como portadores de pneumonia grave,                           é possível o uso de técnicas de coleta de amostras em casos de
independentemente da escala CURB 65. Os pacientes com                            SRAG sem diagnóstico etiológico prévio, em situações especiais,
pneumonia viral primária ou CURB 65 de 4 ou 5 devem ser                          indicadas pela vigilância epidemiológica.
tratados em Centro de Tratamento Intensivo.




    Tratamento                                                                                                                      5                9

O atendimento do paciente com SG e SRAG pelo vírus Influenza                     frequentar locais com grande número de pessoas, contatar pes-
Pandêmico (H1N1)2009 requer que dados epidemiológicos e                          soas susceptíveis durante o período de transmissão da doença
clínicos sejam rapidamente coletados e registrados desta forma:                  e usar máscara cirúrgica para impedir a transmissão viral para
                                                                                 parentes e outros possíveis contatos.
        • Preenchimento de ficha de investigação dos casos de
        SRAG a ser digitada no SINAN, em até 24 horas.                           As crianças com menos de dois anos de idade, as gestantes e
                                                                                 os pacientes com comorbidades constituem grupo especial de
        • Registro das principais informações adicionais de                      cuidado. Requerem medidas de controle da SG e identificação
        modo objetivo, no campo “Observações Adicionais”.                        precoce de complicações.
                                                                                 A terapêutica de pacientes com SG deve ser assim constituída:
As fichas estão disponíveis em:
                                                                                         • Cuidados gerais: que visam abordar a higiene pessoal
http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/novo/Documentos/                                    e impedir a transmissão viral para evitar a contamina-
SinanNet/fichas/Influenza.pdf                                                            ção de outras pessoas. Devem ser realçados os cuidados
                                                                                         para eliminar os riscos de contaminação por intermédio
O paciente com SG que procurar a Unidade Básica de Saúde                                 de aerossóis, da tosse e do espirro, e o contacto com as
deve ser acolhido no atendimento de demanda espontânea. O                                mãos, utensílios e roupas contaminadas.
paciente e os profissionais de saúde envolvidos no atendimento
devem utilizar máscara cirúrgica. A equipe de saúde deve avaliar                         • Repouso: relativo, em geral, durante os sete dias após
os casos suspeitos e confirmar ou afastar o diagnóstico de SG. Os                        o início da sua sintomatologia ou até 24 horas após o
pacientes com diagnóstico diferencial (resfriado comum, infecção                         paciente sentir-se assintomático, sendo determinado, es-
aguda de vias aéreas superiores, amigdalites ou outras síndromes                         pecialmente, pela astenia associada.
infecciosas) devem seguir conduta própria para cada patologia.                           • Dieta: hipercalórica, normoproteica, para impedir a
Os casos de SG devem ser avaliados quanto aos sinais de alerta                           desnutrição; com pelo menos 2 L além da ingestão ha-
e os fatores de risco e acompanhados diariamente.                                        bitual de líquidos, para promover boa hidratação das
Os pacientes com sinais de alerta devem ser estabilizados he-                            vias aéreas.
modinamicamente, quando necessário, e simultânea e imediata-                             • Vaporização e nebulização: pelo menos três vezes ao
mente encaminhados para o hospital de referência mais próximo,                           dia, para a hidratação das vias aéreas superiores (seios
onde deverá ser iniciado o tratamento específico.                                        da face) e inferiores, respectivamente. A vaporização
O paciente acompanhado em domicílio deve evitar sair de casa,                            pode ser feita sem equipamentos específicos, pela aspira-
ção do vapor de água provocado pela ebulição da água                Antivirais
        de qualquer vasilha ou de chuveiro, com o cuidado para
        evitar queimaduras. A nebulização em domicílio pode                 A administração de antiviral pode reduzir a duração, a gravidade
        também ser feita, porém nem sempre está disponível.                 da infecção e o risco das complicações associadas, inclusive a
                                                                            morte associada à SRAG. O tratamento está recomendado diante
        • Banhos de imersão quentes ou aplicação de bolsas de               de casos: 1. Confirmados; 2. Suspeitos, de forma empírica, com
        água quente localizadas: para aliviar a mialgia.                    evidência de alterações nas vias aéreas inferiores; de deteriora-
                                                                            ção clínica; de grande risco de complicações, como ocorre em
        • Administração de antitérmicos: para impedir o au-                 crianças com menos de dois anos de idade, adultos jovens; ges-
        mento da temperatura corpórea acima de 39 ºC, ou de                 tantes e puérperas até duas semanas após o parto (incluindo as
        qualquer valor; para as pessoas com mais ou menos de                que tiveram aborto ou perda fetal); pessoas com comorbidades,
        sete anos de idade; respectivamente. Não usar ácido                 como pneumopatias (incluindo asma); cardiovasculopatias (in-
        acetilsalicílico em pacientes com menos de 18 anos de               cluindo hipertensão arterial sistêmica); nefropatias; hepatopatias;
        idade.                                                              doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme); distúr-
        • Cuidado com a criança: a criança menor de um                      bios metabólicos (incluindo diabetes mellitus, obesidade grau
        ano requer vigilância redobrada. A identificação de                 III); transtornos que podem comprometer a função respiratória,
        temperatura > 38,5 ºC com a presença de tosse ou                    a manipulação das secreções respiratórias ou aumentar o risco
        manifestações clínicas influenza-símile, sem caracterís-            de aspiração (disfunção cognitiva, lesões medulares, epilepsia
        ticas de gravidade ou de complicações, permite a sua                ou outras doenças neuromusculares); imunossupressão, inclu-
        manutenção sob cuidado domiciliar, sendo examinada                  sive medicamentosa ou pelo vírus da imunodeficiência humana;
        diariamente em sua casa ou no Posto de Saúde até que                pessoas com menos de 18 anos de idade medicadas há longo
        obtenha melhora. A presença de temperatura maior que                período com ácido acetilsalicílico. O tratamento não deve estar
        38,5 ºC, com tosse e manifestações clínicas influenza-              condicionado à confirmação laboratorial da infecção pelo vírus
        símile, apresentam risco de complicações quando sur-                Influenza Pandêmico (H1N1)2009. A maior frequência de hos-
        gem: dificuldade ventilatória, dor de ouvido, vômitos por           pitalização e de atendimento de urgência, e o de maior risco,
        mais de 24 horas, e sonolência. Nesses casos, deve ser              ocorre nas faixas etárias entre dois e quatro anos, e menos de
        administrado antibiótico (ver abaixo) e antiviral.                  dois anos de idade, respectivamente. O início do tratamento deve
                                                                            ser o mais precoce possível; os seus benefícios, no entanto, ocor-
        • Administração de analgésicos: para controle da dor                rem mesmo se iniciados 48 horas após o estabelecimento das
        quando necessário.                                                  manifestações clínicas.
        • Avaliação precoce das complicações clínicas: o                    O vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 é suscetível aos an-
        acompanhamento clínico é fundamental para detectar                  tivirais inibidores da Neuraminidase (Oseltamivir e Zanamivir)
        instabilidades decorrentes de insuficiência respiratória,           e resistente ao Adamantano (Amantadina e Rimantadina). Esse
        metabólica e hemodinâmica, que requeiram abordagem                  padrão de sensibilidade foi observado nos últimos anos para o
        hospitalar. O tratamento domiciliar das crianças pode               vírus Influenza Sazonal A (H3N2) e para o vírus B. A administ-
        ser feito na presença de tosse e aumento leve da tem-               ração de antiviral durante a gravidez só deve ser feita se o seu
        peratura corpórea, com antipiréticos e hidratação. Não              benefício justificar o risco potencial para o feto.
        usar ácido acetilsalicílico.
                            Drogas usadas no tratamento específico do vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009


                                                                                                                                                  10
                Droga                   Faixa Etária       Tratamento                    Quimioprofilaxia
                              Adulto                       75 mg, 12/12 h, 5 d           75 mg/d/10 d
                                           ≤ 15 kg         30 mg, 12/12 h, 5 d           30 mg/d/10 d

                              Criança      > 15-23 kg      45 mg, 12/12 h, 5 d           45 mg/d/10 d
                              > 1 ano      > 23-40 kg      60 mg, 12/12 h, 5 d           60 mg/d/10 d
             Oseltamivir*
             Tamiflu®                      > 40 kg         75 mg, 12/12 h, 5 d           75 mg/d/10 d
                                           < 3 meses       12 mg, 12/12 h, 5 d           Sob juízo clínico
                              Criança
                                           3-5 meses       20 mg, 12/12 h, 5 d           20 mg, 24/24 h, 10 d
                              < 1 ano
                                           6-11 meses      25 mg, 12/12 h, 5 d           25 mg, 24/24 h, 10 d
                              Adulto                       10 mg: 2 inalações de 5 mg,   10 mg: 2 inalações de 5 mg, 24/24
             Zanamivir                                     12/12 h/ 5 d                  h/ 10 d
             Relenza®                                      10 mg: 2 inalações de 5 mg,
                              Criança      ≥ 7 anos                                      ----------
                                                           12/12 h/ 5 d

• É fornecido dispensador de dose oral com 30, 45 e 60 mg                   sendo autorizado o uso devido ao seu potencial benefício.
com o Oseltamivir para a suspensão oral, em vez de graduações
em mililitros (mL) ou colheres (TSP). Avaliar com acurácia se as            • A dose de Oseltamivir em pacientes com insuficiência renal e
Unidades de Medida, mL ou TSP são interconversíveis.                        depuração de creatinina menor que 30 mL/min/1,73 m2 deve ser
                                                                            reduzida pela metade (75 mg de 24/24 horas). Nos casos em
• A alternativa ao uso das doses fixas, como exposto para o                 que se pretende utilizar 150 mg de 12/12 horas, a dose deve ser
tratamento com o Oseltamivir para as crianças, consiste na ad-              também reduzida pela metade (150 mg de 24/24 horas). Deve
ministração de 3,5 mg/kg/dose, de 12/12 horas; ou de 3,0 mg/                ser administrada dose extra (75 mg) após cada sessão de diá-
kg/dose, de 12/12 horas, para as que têm mais ou menos de 9                 lise. Para pacientes em diálise contínua, pode ser mantida a dose
meses de idade, respectivamente.                                            normal ou reduzi-la para a metade da dose usual. Pacientes com
• A alternativa ao uso das doses fixas, como acima exposto para             insuficiência hepática não necessitam de dose corrigida.
a quimioprofilaxia com o Oseltamivir para as crianças, consiste             • Considerar a possibilidade de administração do Oseltamivir na
na administração de 3,5 mg/kg/dia; ou de 3,0 mg/kg/dia, para                dose de 150 mg, de 12/12 horas, por 10 dias, por VO ou por
as que têm mais ou menos de 9 meses de idade, respectiva-                   sonda naso ou orogástrica, em pacientes que apresentam: in-
mente.                                                                      suficiência respiratória ou renal, neutropenia, imunossupressão,
• As crianças com menos de um ano de idade têm mais risco de                quimioterapia ou corticoterapia, obesidade grau III; devido à sus-
complicações e de hospitalização em comparação com crianças                 peita, não comprovada, de que a absorção entérica da droga é
de outras faixas etárias. Os eventos adversos com o uso de Os-              insuficiente, ou devido à intensa e prolongada replicação viral
eltamivir nas crianças com menos de um ano de idade são raros,              nas vias aéreas inferiores.
Principais eventos adversos dos antivirais

                Droga                                                   Principais eventos adversos
                             Náuseas; vômitos; dispepsia; dor abdominal e diarreia associada ao sorbitol (veículo) em pacientes com
                             intolerância à frutose; reações alérgicas (erupção cutânea, edema da face ou da língua, anafilaxia);
             Oseltamivir
                             distúrbios neuropsiquiátricos transitórios (automutilação, delírio); provável precipitação de convulsões,
                             delírios e alucinações; cefaleia; insônia; fadiga; conjuntivite; epistaxe.
                             Náuseas; vômitos; dispepsia; obstrução dos circuitos de nebulizadores ou do ventilador mecânico as-
                             sociados à lactose (componente da fórmula); reações alérgicas (erupções cutâneas, edema da face ou
             Zanamivir       da língua e anafilaxia); distúrbios neuropsiquiátricos transitórios (automutilação ou delírio); provável
                             precipitação de convulsões, delírios e alucinações. Não deve ser usada em portadores de pneumopatias
                             devido ao risco de provocar broncoespasmo.

 Atenção hospitalar
                                                                                                             Considerar em crianças:
 A indicação de internação hospitalar surge diante de sinais de
                                                                                     • Incapacidade para manter a SatO2 > 92% em FiO2 > 60%
 insuficiência respiratória ou de presunção de agravamento clíni-
 co, constatados pelo aumento da frequência respiratória, corna-                     • Aumento da FR e da FP com evidência clínica de insuficiência
 gem ou tiragem intercostal, dispneia com estertoração torácica,                     respiratória com ou sem aumento de PaCO2
 cianose, desidratação grave, alteração do nível de consciência e
 sinais de septicemia (palidez extrema, hipotensão).                                 • Diminuição da FR com apneia recorrente ou ventilação irregular

 Os pacientes hospitalizados com SRAG devem receber imediata-                        • Insuficiência respiratória grave e PaCO2 > 50 mmHg
 mente a terapêutica antiviral (VO, por sonda naso ou orogástrica),                  • Presença de choque
 além de outras medidas adequadas para cada caso. No paciente
 hipóxico, administrar oxigênio para manter PaO2 ≥ 60 mmHg e                         • Evidência de encefalopatia
 SatO2 ≥ 92%. Podem ser administradas concentrações de ox-
 igênio elevadas com segurança na pneumonia não complicada.                         O suporte ventilatório requer cuidado com a VNI, que pode
 A oxigenioterapia em paciente com doença pulmonar obstrutiva                       retardar o diagnóstico de insuficiência respiratória e a intubação
 crônica (DPOC) preexistente, complicada por insuficiência venti-                   traqueal, que, por sua vez, pode associar-se com a deterioração
 latória, deve ser acompanhada com repetidas medições de pH                         clínica, além de permitir a formação de aerossóis e aumento do
 e gás arterial.                                                                    risco de transmissão viral. A VI deve seguir as recomendações para
                                                                                    pacientes com SRAG. Devem ser usados, quando disponíveis, os
 A monitorização desses pacientes inclui a medição de tempera-
                                                                                    sistemas fechados de aspiração traqueal para reduzir o risco de
 tura, frequência respiratória e cardíaca, pressão arterial sistêmi-
                                                                                    transmissão viral e facilitar a drenagem alveolar.
 ca, saturação de oxigênio, concentração de oxigênio inspirado
 e avaliação do estado mental, de 12/12 horas ou com maior
 frequência nos pacientes com doença grave ou que requeiram                                       Recomendações para a ventilação (VI)
 oxigenioterapia regular (CURB – 65). No paciente que não mel-                       • Pressão (de platô) de até 30 cmH2O e volume corrente (VC) de
 hora, deve ser repetida a radiografia do tórax para averiguação                     até 6 mL/kg predito pela altura. Pode-se usar, em paciente com
 de alguma anormalidade não denunciada pela avaliação clínica                        melhor complacência, VC de até 8 mL/kg, se a pressão de platô
 isolada.                                                                            puder ser mantida até 30 cmH2O, para obter Sat. arterialO2 em
 Nos pacientes sem DPOC preexistente e que desenvolvem insu-
 ficiência respiratória, a ventilação não intervencionista (VNI) pode
                                                                                     torno de 90%, preferencialmente, com FiO2 < 60%.
                                                                                                                                                         11
                                                                                     • Profilaxia de trombose venosa profunda.
 ser necessária, assim como a ventilação intervencionista (VI).
                                                                                     • Controle estrito da glicemia.
 O suporte nutricional deve ser adotado em pacientes graves ou
 com doença prolongada.                                                              Em casos refratários:
 A alta hospitalar não deve ser procedida diante da presença de                              1. Posição prona para drenagem alveolar;
 instabilidade em dois ou mais dos seguintes parâmetros:                                     2. Ventilação de alta frequência;
       • Temperatura axilar > 37,8 ºC                                                        3. Metilprednisolona: 2 mg/kg/dia, divididos em 2 a 4
       • Frequência cardíaca > 100/min                                                       vezes, diante de evolução grave, sem resposta esperada,
                                                                                             após exclusão de infecção bacteriana.
       • Frequência respiratória > 24 irpm
       • Pressão Arterial Sistêmica < 90 mmHg
       • Saturimetria de O2 < 90%                                                      Recomendações para a ventilação invasiva (VI) em crianças

       • Incapacidade de ingestão oral                                               • Evitar volumes correntes (VC) ≥ 10 mL/kg.
       • Estado mental alterado                                                      • Manter pressão de platô ≤ 30 cmH2O, pH arterial = 7,30-
 Terapia intensiva                                                                   7,45, PaO2 = 60-80 mmHg (SatO2 ≥ 90%).

 A internação em terapia intensiva é necessária diante de qualquer                   • Usar sedação, analgesia (o propofol é contraindicado, assim
 disfunção orgânica aguda relacionada à SG ou às suas compli-                        como os musculorrelaxantes) e profilaxia da úlcera de estresse.
 cações. Está indicada na presença da disfunção respiratória e                       • Manter hemoglobina em 10 g/dL, diante de choque ou hipóxia
 cardiovascular, assim definidas:                                                    grave.
                                                                                     • Terapêutica promissora: surfactante intratraqueal; ventilação
                     Nos pacientes em geral:                                         com oscilação de alta frequência como terapêutica de resgate;
                                                                                     VNI com pressão positiva; oxigenação de membrana extracor-
• PA sistólica < 90 mmHg após 20 mL/kg em 30 min, IV, de NaCl                        pórea como terapêutica de resgate.
0,9% ou Ringer
                                                                                     • Avaliar a administração de: 1. Corticoterapia para a inflama-
• Oxigenioterapia > 3 L/min para manter Sat. arterial O2 > 90%                       ção pulmonar e fibrose; 2. VC de 4-6 mL/kg; 3. Pressão expi-
• PO2/FiO2 < 300                                                                     ratória final positiva (PEEP) e / ou manobras e estratégias de
                                                                                     recrutamento alveolar; 4. Manejo restritivo de fluidos.
• Necessidade de fisioterapia respiratória contínua
                                                                                     • Medidas que requerem validação: 1. posição PRONA; 2, uso
• Elevação acentuada de DHL e CPK, uremia, creatininemia, alter-                     de broncodilatadores e de óxido nítrico inalatório; 3. controle
ação da consciência                                                                  estrito da glicemia (80-110 g/dL); 4. oxigenioterapia em cânulas
                                                                                     nasais de alto fluxo.
Os seguintes critérios podem ser seguidos para a extubação de             descente, ou aumento da dispneia. Os pacientes de alto risco de
crianças com LPA/SRAG                                                     complicações secundárias devem ser considerados eletivos para
                                                                          a antibioticoterapia na presença de manifestações clínicas das
• Julgamento clínico.                                                     vias aéreas inferiores.
• Volume corrente mínimo expirado de 5 mL/kg medido no tubo
intratraqueal.                                                                 Principais agentes associados com complicações bacte-
• SatO2 ≥ 95% com PEEP ≤ 5 cmH2O e FiO2 ≤ 50%.                                  rianas em pacientes com infecção pelo vírus Influenza
• FR para a idade.                                                                Pandêmico (H1N1)2009 em função da faixa etária

O suporte hemodinâmico deve seguir as recomendações para                        Faixa etária               Microrganismos prevalentes
tratamento da septicemia grave, com base nas diretrizes da                                        S. pneumoniae, S. aureus, H. influenza e
Campanha de Sobrevivência à Sepse. A reposição volêmica e                                         bacilos Gram-negativos. A pneumonia
a terapia precoce guiada por metas estão recomendadas para                                        comunitária grave, principalmente com
pacientes sépticos graves com hipotensão refratária a volume e            Adultos
                                                                                                  infiltrado radiológico intersticial: Legion-
/ ou com lactato sérico elevado (4 mmol/L). Deve ser cautelosa                                    ella pneumophila, Mycoplasma pneumo-
em pacientes com SRAG. A corticoterapia em doses elevadas não                                     niae e Chlamydophila pneumoniae.
deve ser usada em paciente séptico ou em choque séptico e, em
doses baixas, não deve ser administrada de forma generalizada                                     S. pneumoniae, S. aureus e Haemophilus
                                                                          Crianças
em todos os pacientes com choque séptico. Deve ser avaliada                                       influenzae
a sua utilização nos pacientes refratários ao tratamento, por ex-
emplo, os que necessitam de doses cada vez mais elevadas de                  Antibioticoterapia na infecção bacteriana associada à
vasopressores. Os pacientes sob corticoterapia prévia podem                infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 em
requerer de suplementação semelhante à necessária diante de                                  função da faixa etária
cirurgia.
Podem ser necessárias outras medidas terapêuticas, como pro-            Faixa etária/Situação clínica                    Antibioticoterapia
filaxia para a trombose venosa profunda e controle glicêmico.                                                    Amoxicilina-Ácido Clavulânico
Os pacientes com pneumonia viral e SRAG podem cursar com                                                         ou Claritromicina, Eritromicina,
hemorragia alveolar. A administração de Drotrecogina Alfa Ati-                     Via oral
                                                                                                                 Fluoroquinolona ativa contra S.
vada (DAA) deve seguir as diretrizes para tratamento da septice-                                                 pneumoniae e S. aureus.
mia grave, restringindo-se aos pacientes com alto risco de morte
e falência orgânica múltipla, que estão, principalmente, relacio-                                                Amoxicilina-Ácido Clavulânico
nados com a presença de complicações bacterianas.                                                                ou Cefalosporina de segunda
                                                                                                                 geração (Cefuroxima, Cefotaxima).
                                                                                   Intravenosa
O isolamento de paciente sob terapia intensiva com a suspeita                                                    Constitui alternativa: Claritromicina
da SRAG deve ser feito, preferencialmente, em ambiente com                                                       ou Fluoroquinolona ativa contra S.
pressão negativa. A ausência desse recurso técnico requer a          Adultos                                     pneumoniae e S. aureus.
manutenção do paciente em quarto isolado, com vedação de
                                                                                                                 Fluoroquinolona com
portas e boa ventilação; ou em áreas separadas (ambiente de                        Falha terapêutica na
                                                                                                                 efeito antipneumocóccico e
coorte) dentro da unidade de internação, com distância mínima                      pneumonia grave
                                                                                                                 antiestafilocóccico.
de um metro entre os leitos. Deve haver sinalização precisa de
que o paciente encontra-se em isolamento. É preferível o uso
de equipamentos de ventilação mecânica (VM) com sistema de
                                                                                                                 Amoxicilina-Ácido Clavulânico
                                                                                                                 ou Cefuroxima ou Cefotaxima        12
filtro respiratório aquecido. O isolamento deve perdurar por sete                                                + macrolídeo (Claritromicina ou
                                                                                   Pneumonia grave
dias, entretanto pacientes mais graves (incluindo as gestantes)                                                  Eritromicina); ou Levofloxacino +
devem permanecer mais tempo, devido à possibilidade de terem                                                     Amoxicilina-Ácido Clavulânico ou
maior replicação viral, ou período de eliminação viral prolonga-                                                 um Macrolídeo.
do. Nesse caso, o isolamento deve ser mantido por sete dias ou
                                                                                   < 12 anos                     Amoxicilina-Ácido Clavulânico.
enquanto o paciente permanecer sintomático do ponto de vista
respiratório, aquele que durar mais tempo (CDC).                                                                 Amoxicilina-Ácido Clavulânico,
                                                                                   ≥12 anos
                                                                                                                 Doxiciclina.
A resistência viral é rara, porém pode ser observada quando:         Crianças
                                                                                                                 Amoxicilina-Ácido Clavulânico +
        • o antiviral é usado repetidamente, ou na concomitân-                     Pneumonia grave
                                                                                                                 Claritromicina ou Cefuroxima.
        cia de quimioterapia;
                                                                                   Alérgica à Penicilina         Claritromicina ou Cefuroxima.
        • a indicação do antiviral é inadequada ou indiscrimi-
        nada;
                                                                          A passagem da via de administração da antibioticoterapia de IV
        • não há melhora sintomatológica após sete dias de uso            para VO deve ser feita assim que ocorra melhora clínica e a tem-
        de antiviral; e / ou                                              peratura seja normal por 24 horas, sem contraindicação para a
        • diante da persistência de excreção viral.                       VO. O tempo de administração da antibioticoterapia deve ser de
                                                                          sete e 10 dias, respectivamente, nos casos usuais e nos graves.
É difícil a sua determinação com base em critérios clínicos. A            O tempo de tratamento deve atingir 14 a 21 dias se o microrgan-
sua monitorização no Brasil é feita pela ausência clínica de res-         ismo isolado e responsável pela pneumonia for o S. aureus ou o
posta ao medicamento e pela análise específica de sensibilidade           bacilo Gram-negativo entérico. A falha da terapêutica empírica
e resistência desenvolvida pelos laboratórios de referência. Esses        em pacientes com pneumonia grave requer a troca da medica-
dados ressaltam a importância do uso cuidadoso e limitado de              ção para uma Fluoroquinolona com efeito antipneumocóccico
antivirais para a quimioprofilaxia e a necessidade de que o seu           e antiestafilocóccico. A presença de microrganismo resistente à
uso seja acompanhado de medidas de higiene das mãos e com                 meticilina (MARSA) requer a associação de antibiótico efetivo.
as secreções respiratórias, para evitar a propagação do vírus re-
sistente. Os pacientes sintomáticos com resistência suspeita ou           Em crianças, a antibioticoterapia deve ser administrada diante de
documentada ao Oseltamivir devem receber o Zanamivir.                     risco de complicações ou de doença suficientemente grave que
                                                                          requer admissão hospitalar durante a pandemia de influenza,
O uso de antibióticos justifica-se devido à existência de coin-           objetivando a cobertura para S. pneumoniae, S. aureus e Hae-
fecções bacterianas durante ou após a ocorrência da Síndrome              mophilus influenzae.
Gripal ou da SRAG.
                                                                          A alta da terapia intensiva pode ser feita com segurança diante
Está indicada a administração de antibióticos de forma precoce,           de melhora nítida, com parâmetros fisiológicos estáveis, tolerân-
iniciada o mais breve possível, em até uma hora após o diag-              cia à alimentação oral, frequência respiratória menor que 40/
nóstico da septicemia. A antibioticoterapia deve ser considerada          min e SatO2 > 92% em ar atmosférico.
para os pacientes previamente bem, que apresentam febre recru-
Quimioprofilaxia                                                                                                    6
A quimioprofilaxia, decidida depois de avaliação médica                       corpos monoclonais, intensa exposição à fonte suspeita
de cada caso, para a infecção pelo vírus Influenza Pandêmico                  ou confirmada do vírus.
(H1N1)2009 é medida estratégica para evitar, em muitas circun-                • Controle dos surtos de gripe em locais fechados ou
stâncias, o estabelecimento da gripe. Está indicada apenas com                semifechados (asilos, creches, prisões, escolas, acampa-
a administração de Oseltamivir em:                                            mentos).
        • Profissionais da área da saúde que manipularam              A quimioprofilaxia pós-exposição não reduz nem elimina o risco
        amostras clínicas com o vírus ou secreções de caso            da gripe, e a proteção é interrompida quando a administração
        suspeito ou confirmado, sem ou com o uso inadequa-            do antiviral é suspensa. Pode ser administrada dose adicional
        do de Equipamento de Proteção Individual (EPI); ou            do antiviral para os pacientes que vomitaram até 1 hora após
        que realizaram procedimentos invasivos geradores de           a ingestão do medicamento. A exclusão do diagnóstico de in-
        aerossóis.                                                    fecção por qualquer vírus Influenza indica a suspensão imediata
        • Pacientes em que se observa a presença de imunos-           da administração do Oseltamivir. As pessoas sob quimioprofilaxia
        supressão (de qualquer causa, incluindo uso de drogas         devem procurar avaliação médica assim que venham a desen-
        imunossupressoras); neutropenia; leucemia em ativi-           volver alguma manifestação respiratória febril que possa indicar
        dade; doença de enxerto contra hospedeiro; doença             SG. O reconhecimento precoce da doença e o seu tratamento
        reumatológica em atividade; corticoterapia sob a forma        são preferíveis à quimioprofilaxia para as pessoas saudáveis
        de pulsoterapia nos últimos 30 dias, ou em dose acima         vacinadas, incluindo os trabalhadores da área da saúde, após
        de 1mg/kg/dia por pelo menos 15 dias; quimio ou ra-           exposição a pacientes suspeitos.
        dioterapia para tratamento de neoplasia nos últimos três      As pessoas em risco permanente de exposição ocupacional,
        meses; neoplasia em evolução, ou com complicações             como os profissionais da saúde, devem fazer uso adequado de
        de lise tumoral; transplante (de órgãos sólidos humanos       EPI e manter as medidas gerais de precaução, além da vigilân-
        nos últimos seis meses, em tratamento de rejeição, de         cia epidemiológica domiciliar, a triagem para identificação dos
        pulmão); síndrome de imunodeficiência adquirida; ne-          pacientes potencialmente infectantes, o controle da tosse e a
        fropatia crônica, sob hemodiálise; cirrose, uso de anti-      higiene das mãos e, quando possível, a vacinação.




    Grupos ou fatores
    de risco
    Orientações especiais                                                                                            7                   13

Os grupos ou fatores de risco para a infecção pelo vírus Influenza    riscos de complicações respiratórias devido à sua administração
Pandêmico (H1N1)2009 são constituídos, principalmente, por:           inalatória, especialmente, em mulheres que já possuem alguma
                                                                      pneumopatia. As gestantes que requeiram internação hospitalar
                                                                      devem estar obrigatoriamente em instituições que disponham de
• gestantes, puérperas e nutrizes;                                    Unidade de Terapia Intensiva para adultos e neonatos.
• crianças com menos de dois anos de idade;                           As puérperas parecem apresentar riscos semelhantes aos das
                                                                      grávidas, quanto às complicações graves e morte até duas
• pessoas com menos de 18 anos de idade em uso prolongado             semanas após o parto, inclusive as que tiveram parto prematuro.
de ácido acetilsalicílico;                                            A gestante ou puérpera sob cuidado ambulatorial e isolamento
• populações indígenas aldeadas;                                      domiciliar deve ser contatada diariamente, por intermédio de
                                                                      visita domiciliar ou telefone, para evitar o seu deslocamento
• adultos jovens;                                                     até o serviço de saúde. O aleitamento materno deve ser
• comorbidades: pneumopatias (incluindo asma), cardiovascu-           mantido mesmo em nutrizes caso confirmado, e em vigência de
lopatias (incluindo hipertensão arterial sistêmica), nefropatias,     tratamento contra o vírus Influenza Pandêmico (H1N1)20009,
hepatopatias, doenças hematológicas (incluindo anemia falci-          com o cuidado de lavarem frequentemente as mãos e utilizarem
forme), distúrbios metabólicos (incluindo diabetes mellitus, obe-     máscaras cirúrgicas durante a amamentação. As gestantes que
sidade grau III), disfunção cognitiva, lesões medulares, epilepsia,   são trabalhadoras de saúde devem ser afastadas de prestação de
doenças neuromusculares com risco de insuficiência ventilatória,      assistência direta a pacientes com SG ou SRAG.
imunossupressão (neoplasia, quimioterapia e outras drogas, sín-       As populações indígenas aldeadas constituem grupo especial
drome de imunodeficiência adquirida, síndrome de imunodefi-           de cuidado devido ao confinamento e à mínima – ou ausência
ciência primária);                                                    de – proteção imunológica contra os agentes infecciosos que
• trabalhadores da saúde.                                             circulam em outras comunidades. Representam população
                                                                      especial quanto aos seguintes cuidados sanitários: ações de
                                                                      vigilância, de prevenção e notificação de surtos de SG.
As gestantes infectadas pelo vírus Influenza Pandêmico                As crianças com menos de dois anos de idade e os adultos
(H1N1)2009 requerem quatro vezes mais hospitalização do               jovens também requerem atenção especial devido ao risco de
que a população em geral. A presença de gravidez não é                evoluírem de forma mais grave do que a população de faixa
considerada contraindicação para o uso de Oseltamivir ou              etária mais alta. A evolução dos idosos infectados pelo vírus
Zanamivir. A quimioprofilaxia pode ser feita com Oseltamivir          Influenza Pandêmico (H1N1)2009 não se revelou de maior
ou Zanamivir. O uso de Zanamivir, entretanto, associa-se com
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  • 1. MINISTÉRIO DA SAÚDE VA D E M E C U M simplificado sem banalizar nem superestimar INFLUENZA: aprender e cuidar
  • 2. apresentação O enfrentamento da primeira onda da pandemia pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 determinou esforço extraordinário de todo o sistema de saúde pública para que o conhecimento dessa questão e de seus riscos e complicações fossem minimizados, o que pode ser sintetizado na expressão APRENDER E CUIDAR. O discernimento adequado sobre como se comportar diante de agente de grande infectividade, como é o vírus Influenza, favorecido em sua propagação pelas condições ambientais e socioculturais, representa o principal objetivo para esse enfrentamento, SEM BANALIZAR NEM SUPERESTIMAR. Todas as instituições públicas e privadas, de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde, devem estar preparadas para atender os pacientes sob suspeita dessa infecção. O material contido nestes textos e vídeos sumariza o conhecimento disponível no momento com o intuito de ajudar a discernir as dúvidas existentes, para que se possa enfrentar a provável segunda onda pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009. Este material que você recebe é composto por um DVD e um conjunto que inclui, em versão impressa, o Vademecum Influenza e um fôlder de autoavaliação, com perguntas e respostas básicas e alguns exemplos de Mitos e Verdades. O DVD contém os textos referidos, além do Vademecum Influenza Ampliado e um conjunto de questões comentadas – Perguntas Frequentes. O DVD disponibiliza, ainda, outros textos, referências bibliográficas, figuras, vídeos, documentos oficiais e casos clínicos. Completando esse conjunto, o Ministério da Saúde torna pública uma avaliação formativa on-line, de 20 questões, extraída de um banco de 150 perguntas. O profissional de saúde e o acadêmico podem responder as questões, testando seu conhecimento, e terá acesso ao gabarito comentado e ao certificado, em caso de acerto de 70% ou mais das questões. Essa avaliação está acessível em: www.ufmg.br/influenza2009. O intuito é atualizar o conhecimento de todos, com base em evidências científicas sobre a pandemia de Influenza. Espera-se que ele seja útil para os profissionais de saúde e para a população em geral, como leitura complementar coletiva ou individual, e que ajude decisivamente no enfrentamento da pandemia, de forma esclarecedora, simples, objetiva, prática, solidária, eficiente e resolutiva. Pandemia pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1) 2009 Sinonímia: Gripe Suína, Gripe Porcina, Gripe Mexicana, Gripe Norte-americana, Nova Gripe, Influenza A subtipo H1N1, Influenza A (H1N1) 2009, Influenza Pandêmica A (H1N1)2009. Ficha técnica Vademecum: vai comigo, coisa que se traz ordinariamente consigo; obra de pequeno formato e que se traz consigo, para consultar amiúde e que contém os principais elementos de uma ciência, de uma arte.
  • 3. sumário 1.INTRODUÇÃO.......................................04 7. GRUPOS OU FATORES DE RISCO. ORIENTAÇÕES ESPECIAIS ..................................13 2 . E P I D E M I O LO G I A . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 0 5 Gestantes, puérperas e nutrizes Emergência e reemergência de uma infecção Crianças Importância do vírus Influenza Humano Populações indígenas Vírus Influenza Suíno Idosos (pessoas com, pelo menos, 60 anos de Vírus Influenza Aviário idade) Evolução de uma epidemia Neoplasias Situação da epidemia pelo vírus Influenza Pandêmico Cardiovasculopatias (H1N1)2009 Obesidade grau III Vigilância epidemiológica Trabalhadores da saúde 3.PATOGÊNESE........................................06 8.PREVENÇÃO. MEDIDAS DE PRECAUÇÃO E 4.CLÍNICA................................................06 CONTROLE ........................................................14 Síndrome Gripal Medidas preventivas gerais Identificação de caso suspeito, confirmado, Medidas preventivas para os viajantes descartado, contacto próximo de caso suspeito Equipamentos de proteção individual de infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 Máscara cirúrgica Surto de SG Máscara de proteção respiratória (respirador particulado) Complicações associadas com a infecção pelo vírus Influenza Luvas Síndrome Respiratória Aguda Grave Protetor ocular ou protetor de face Critérios diagnósticos da lesão pulmonar aguda Gorro descartável (LPA) / síndrome respiratória aguda grave (SRAG) Capote / avental em crianças Higienização das mãos Complicações da SRAG Com água e sabonete Diagnóstico diferencial Com preparação alcoólica Diagnóstico laboratorial Atendimento de atenção primária e pronto Diagnóstico de gravidade atendimento Medidas a serem implementadas no transporte de 5.TRATAMENTO........................................09 pacientes Atenção primária à saúde e pronto atendimento Isolamento no ambiente hospitalar Antivirais Isolamento em quarto privativo dos casos Oseltamivir de SRAG Zanamivir Isolamento por coorte Peramivir Outras orientações Eventos adversos da terapêutica antiviral Medidas gerais de prevenção e controle da SRAG Atenção hospitalar Cuidados no domicílio Terapia intensiva Cuidados em creches Suporte ventilatório Cuidados com gestantes, parturientes e neonatos Suporte hemodinâmico Processamento de produtos para a saúde, roupas, Outras intervenções limpeza e desinfecção de superfícies e tratamento de Isolamento resíduos Resistência viral 9.VACINAÇÃO ...................................................16 Antibioticoterapia 10.ORGANIZAÇÃO DE SERVIÇO .......................16 Alta da terapia intensiva Atenção de atenção primária e pronto atendimento 6.QUIMIOPROFILAXIA ........................................13 Atenção hospitalar Indicação 11.VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA) .....................17 Estratégia 12.CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................17 13. ANEXO: ALGORITMOS .................................18
  • 4. Introdução Gripe, resfriado comum, coriza, síndrome gripal, rinite e rinite alérgica são termos usados, frequentemente, como sinônimos. Entretanto, apresentam grande diversidade médica. 1 Resfriado, Coriza Aguda ou Síndrome Gripal (SG) denominam Epidemia: Elevação do número de casos de uma doença a doença humana mais comum, resultado da infecção das ou agravo, em um determinado lugar e período de tempo, vias aéreas superiores por algum vírus. Tem evolução aguda caracterizando, de forma clara, um excesso em relação à e autolimitada sendo, em geral, afebril e caracterizada pelo frequencia esperada. predomínio de rinorreia, obstrução nasal e, algumas vezes, por dor e prurido orofaríngeo e / ou tosse. É determinada pelos vírus Surto: Tipo de epidemia em que os casos se restringem a uma Rino (50%), Corona (10-15%) e outros (Adeno, Influenza, ECHO, área geográfica pequena e bem delimitada ou a uma população Coxsackie, Parainfluenza, Respiratório Sincicial). institucionalizada (creches, quartéis, escolas). Gripe é a infecção das vias aéreas pelo vírus Influenza humano, Pandemia: Epidemia de uma doença que afeta pessoas em em geral, com evolução clínica aguda e febril, em surtos anuais, países e continentes. preferencialmente no inverno – vírus sazonal –, de grande contagiosidade e gravidade variável. Acomete ao mesmo tempo prevalência desse vírus, por faixa etária, foi de 60% (20 a 39 vários membros da família, sendo confundida, em geral, com o anos), 30% (0 a 19 anos) e 10% (mais de 60 anos). resfriado comum, rinite e rinite alérgica. É capaz de favorecer a A transmissão do vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 é cada infecção humana por outros microrganismos, além de diversas vez mais inter-humana e ocorre desde 24 horas antes até 07 dias complicações. (adultos) a 14 dias (crianças) após o início da sintomatologia Rinite que desencadeia, ou desde 24 horas antes do início até 24 horas após cessar a febre. O vírus pode continuar a ser Designa as alterações nasais em que predominam prurido, eliminado com potencial de infectividade por meses em pessoas gotejamento de secreção e obstrução nasal. Decorre da irritação imunossuprimidas. A quantidade de vírus eliminado, em geral, e inflamação da mucosa nasal e do aumento das suas secreções. correlaciona-se com a intensidade da temperatura corpórea. Pode ser alérgica (sazonal, perene, ocupacional); infecciosa (aguda O modo de transmissão pode ser direto – mais comum – de – viral, bacteriana – ou crônica; específica (bacteriana, fúngica) pessoa a pessoa, por inalação de gotículas de aerossol (maior ou inespecífica; associada à imunodeficiência; não alérgica que 5 micras de diâmetro), eliminadas pelo indivíduo infectado (idiopática, eosinofílica) e outras formas (hormonal: gravidez, ao tossir, espirrar e falar, e indireto, pelo contato – especialmente hipotireoidismo; fármaco-induzida: ácido acetilsalicílico, anti- pelas mãos – com as secreções infectadas. O período de hipertensivos; alimentar: gustativa, mediada pela imunoglobulina incubação vai de 24 a 72 horas. As regiões consideradas de E, induzida por conservantes; atrófica; mecânica: hipertrofia dos risco para a introdução do vírus são, em geral, as de temperatura ossos turbinados, desvio de septo nasal, corpo estranho, pólipos mais baixa. nasais). Rinite alérgica é a manifestação paroxística de espirros, prurido O vírus Influenza associa-se, já há 400 anos, com a capacidade ocular, nasal e do palato, rinorreia e obstrução nasal e, com frequência, gotejamento de secreções para a nasofaringe, de provocar EPIDEMIAS RECORRENTES de doença respiratória febril, a cada um a três anos. Desde o século 16 foram 4 tosse, irritabilidade e fadiga que surge quando se é exposto à identificadas três pandemias provocadas pelo vírus Influenza por inalação de antígenos transportados pelo ar, ocorrendo com século, com intervalos de 10 a 50 anos entre elas. O século 20 mais frequência na primavera. foi marcado pelas epidemias conhecidas como: Gripe Espanhola ou Pneumônica (1918-1919); Gripe de Nova Jérsei (1976) e Epidemia e pandemia por Influenza Gripe Russa (1977-1978). Novo vírus Influenza foi identificado em 2009 com base na observação de que a SG, em algumas localidades da região O enfrentamento da pandemia pelo vírus Influenza Pandêmico central do México, não evoluiu, como era de se esperar, para (H1N1)2009 caracterizou-se, até agora, por duas fases a diminuição de sua prevalência para os meses de março a epidemiológicas e operacionais distintas: maio. Associou-se a dados alarmantes de mortes devidas a • Nos dois primeiros meses: pelas medidas de contenção manifestações clínicas de insuficiência respiratória, rabdomiólise – identificação precoce da infecção, tratamento, (ruptura das células musculares) e insuficiência renal aguda. A isolamento de casos, seguimento de contatos próximos. análise de espécimes clínicos coletados de pacientes revelou, em meados de abril, seu agente etiológico, nomeado atualmente • Nos meses seguintes: predominaram as medidas de vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009. mitigação – monitoramento da situação epidemiológica e priorização da assistência aos casos graves ou com Em abril de 2009, a Organização Mundial de Saúde (OMS) potencial para complicação. declarou Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) e o Ministério da Saúde (MS) acionou o Esta atitude baseou-se no fato de que a maioria dos casos de Centro de Informações e Respostas Estratégicas (CIEVS) e instituiu SG, observados até agora no Brasil, foram clinicamente leves. o Gabinete Permanente de Emergências em Saúde Pública As orientações para o enfrentamento estão contidas no Plano (GAPE). Brasileiro de Preparação para a Pandemia de Influenza (PBPPI) e no Protocolo de Manejo Clínico e Vigilância Epidemiológica da A evolução da pandemia pelo vírus caracterizou-se, no Brasil e Influenza Versão III, e se baseiam, principalmente, no tratamento no mundo, por predominância de casos clinicamente leves e de da forma sazonal, dos casos graves e dos surtos em comunidades baixa letalidade, apesar de os dados iniciais serem alarmantes fechadas e do monitoramento da SRAG. quanto ao risco de sua capacidade letal. Até a 40.ª semana epidemiológica de 2009, haviam sido registrados 18 973 casos As lições até agora obtidas com esta pandemia assinalam, de SG, sendo 17 219 (91%) pelo vírus Influenza Pandêmico SEM BANALIZAR NEM SUPERESTIMAR, a necessidade de (H1N1)2009 e 1 754 (9%), pelo sazonal. O número de casos manutenção de redobrada atenção de todos os profissionais e descritos, na 47.ª semana epidemiológica, atingiu mais de órgãos responsáveis pela atenção integral à saúde. APRENDER 420 000 pessoas com 8 768 óbitos, em 207 países, tendo o E CUIDAR conduz à abordagem adequada da possível segunda Brasil registrado 30 055 casos de síndrome respiratória aguda onda epidemiológica, de forma resolutiva, com a acolhida da grave (SRAG), 93% relacionados ao vírus Influenza Pandêmico população brasileira, e capaz de minimizar as repercussões de (H1N1)2009, com mortalidade de 0,85/100.000 habitantes. A suas complicações e mortes.
  • 5. Epidemiologia 2 A vigilância epidemiológica é fundamental para entender a Epidemia movimentação viral e as suas repercussões patológicas. Para isso, A emergência de uma doença infecciosa nova antes não é essencial o cuidado de Notificação e Investigação de casos detectada, com significativo impacto antropológico, ético, de SRAG com internação hospitalar ou óbito, que deve ser feita biológico e médico decorre da gravidade e associação com individualmente no Sistema de Agravos de Notificação (Sinan) sequela e morte, ou pela importância de sua repercussão social on-line – Ficha de Investigação Individual. Os surtos de SG em – prevalência, degradação ambiental –, como a síndrome de ambientes fechados devem ser notificados de forma agregada imunodeficiência adquirida, a febre hemorrágica e a infecção no módulo de surto no SinanNET, assinalando-se no campo pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009. Relaciona-se com “Código do Agravo/Doença” o CID J06. A coleta de amostras a presença de uma ou mais das seguintes condições: de espécimes clínicos humanos (três amostras) para diagnóstico só deve ser realizada para a SRAG com internação hospitalar e • mudança ecológica propiciada pelo tipo de em casos de surtos em ambientes restritos. desenvolvimento econômico e pelo uso da terra; • evolução demográfica e comportamento humano; Para acesso ao formulário de notificação: • comércio e movimentos migratórios humanos; h t t p : / / f o r m s u s . d a t a s u s . g o v. b r / s i t e / f o r m u l a r i o . p h p ? i d _ aplicacao=2821 • processos de desenvolvimento da indústria e da tecnologia; • adaptação e mudança genética dos agentes O vírus Influenza apresenta três tipos: A, B e C. As suas principais infecciosos; características são as seguintes: • colapso e insuficiência de medidas de controle de • Transmissibilidade elevada, principalmente o tipo A. saúde pública. • Gravidade maior entre idosos, crianças, gestantes; portadores de comorbidades (pneumopatias, cardiovasculopatias, imunossupressão, diabetes mellitus, A evolução de uma epidemia ocorre em fases reconhecidas obesidade grau III, nefropatia, outras). como as seguintes: • Variação antigênica rápida do tipo A, favorecendo • Probabilidade incerta de pandemia: Fase 1 – ausência aumento de susceptíveis na população. de doença no ser humano por vírus Influenza que circula entre animais; Fase 2 – doença no ser humano • Comportamento zoonótico entre aves selvagens e provocada por vírus Influenza que circula em animais domésticas, suínos, focas e equinos que se constituem em selvagens ou domésticos, o que o torna capaz de reservatórios dos vírus. provocar pandemia. 5 As epidemias e pandemias estão associadas, em geral, ao tipo A. • Probabilidade de média para alta de pandemia: Fase Esses vírus podem ser subdivididos em subtipos, de acordo com 3 – doença esporádica ou em pequenos surtos, sem as proteínas de seu envelope chamadas de H (hemaglutinina) evidência de transmissão inter-humana suficiente para e de N (neuraminidase). As principais características dos três manter esses surtos; com risco potencial de provocar diferentes tipos antigênicos são: pandemia; Fase 4 – pequeno(s) foco(s) de transmissão • Tipo A: é o mais prevalente; tem como reservatórios inter-humana, de localização limitada, com risco naturais o ser humano e várias espécies animais, potencial de provocar pandemia. especialmente aves selvagens, suínos, patos, galinhas, • Alta probabilidade de pandemia: Fase 5 – maior perus, cavalos, baleias e focas. As aves selvagens, expansão inter-humana, restrita a dois ou mais países usualmente, não adoecem, ao contrário das domésticas. de uma região do planeta, com risco de provocar Infecta o ser humano durante todo o ano, com novos pandemia. sorotipos, causando epidemias a cada triênio. Os suínos infectados com o vírus Influenza podem manifestar • Pandemia em evolução: Fase 6 – transmissão inter- alterações clínicas semelhantes às humanas, como tosse, humana sustentada e atingindo mais de duas regiões febre e coriza. É transmitido, raramente, de outros animais planetárias. para o ser humano. Os subtipos de importância humana • Período pós-pico: nível de transmissão inter-humana são constituídos por H1, H2, H3; e N1, N2; para as em diminuição – em muitos países que possuem registros aves, por 16 H e nove N. As combinações possíveis de de vigilância sanitária confiável – abaixo dos valores importância humana são: H1N1, H2N2, e H3N2. O detectados no momento de pico máximo. subtipo H1N1 representa a etiologia mais comum da gripe no ser humano. É recente o encontro de infecção • Nova onda possível: em que o nível de transmissão humana pelos subtipos H5, H7 e H9, que normalmente inter-humana aumenta de novo, em muitos países que afetam as aves; sem relato, a não ser em condições possuem registros de vigilância sanitária confiável. excepcionalmente raras, de transmissão interpessoal. As proteínas de superfície desse tipo estão sujeitas a pequenas • Período pós-pandêmico: em que a transmissão inter- e constantes mudanças antigênicas (drift antigênico), que humana retorna aos níveis vistos para a infecção pelo determinam diferenças entre os vírus da gripe entre épocas vírus Influenza Sazonal, em muitos países que possuem diferentes e permitem infectar novas populações humanas, registros de vigilância sanitária confiável. com pouca ou nenhuma resistência imunológica. Essas variações associam-se com pequenas alterações que ocorrem entre um até poucos anos, ou grandes e capazes As condições que propiciaram a emergência da infecção pelo de infectar grandes grupos populacionais (pandemias). As vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 foram a evolução variantes H1N1 selvagens são de baixa patogenicidade; natural e as mutações de microrganismos e a pressão seletiva e entretanto, foram responsáveis por metade das gripes em o desenvolvimento de resistência aos agentes terapêuticos. 2006.
  • 6. • Tipo B: provoca infecções anuais no ser humano, as cepas circulantes e as eventuais mudanças em seu padrão de causando epidemias a cada quatro a seis anos. Não afeta ocorrência; produzir o imunobiológico para a vacina sazonal; e os animais nem possui subtipos. Portanto, não apresenta acompanhar as internações e óbitos por pneumonia e bronquite, mudanças antigênicas. que constituem as suas principais complicações. • Tipo C: é endêmico, causa apenas casos esporádicos, As principais características do vírus Influenza são as sem importância epidemiológica, já que se associa com seguintes: doença leve ou assintomática. • Transmissibilidade elevada, principalmente o tipo A. A infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 parece associada à emergência de uma variante oriunda, possivelmente, • Gravidade maior entre idosos, crianças, gestantes; da reorganização e mutação de material genético que incluiu portadores de comorbidades (pneumopatias, os vírus Influenza humano, suíno e aviário, que se encontraram, cardiovasculopatias, imunossupressão, diabetes mellitus, simultaneamente, em porcos, contra a qual não havia imunidade obesidade grau III, nefropatia, outras). na população humana. A consequência foi o surgimento de • Variação antigênica rápida do tipo A, favorecendo o infecção em grandes grupos populacionais e de pandemia. aumento de susceptíveis na população. O monitoramento da infecção por vírus Influenza, no Brasil, é • Comportamento zoonótico entre aves selvagens e feito pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica que acompanha a domésticas, suínos, focas e equinos, que se constituem evolução da SG, desde o ano 2000, com o objetivo de identificar em reservatórios dos vírus. Patogênese 3 A capacidade do vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 de como o hospedeiro reage à agressão viral e, em consequência, causar doença decorre de sua habilidade em provocar ataque determina as manifestações e variações clínicas. A mortalidade celular ou citotoxicidade direta, por exemplo, acarretando lesão associada à infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 sobre o epitélio respiratório e liberação de citocinas e mediadores apresenta intensidade similar à da infecção pelo vírus Influenza inflamatórios secundários à infecção viral. Sazonal. Associa-se, entretanto, com doença grave em grupos específicos como as gestantes, crianças com menos de dois A resposta individual do hospedeiro à agressão de seus órgãos e anos de idade, adultos jovens e em associação com algumas tecidos, relacionada à intensidade da sua resposta inflamatória e comorbidades. dos mecanismos de defesa citotóxicos é responsável pela forma 6 Clínica 4 A síndrome gripal é assim caracterizada: • Presença de febre (37,9 ºC a 39,6 ºC) e tosse (ou piora clínica em •Aumento da temperatura corpórea, em geral, mais acentuado em pacientes com pneumopatia crônica) de início agudo . crianças do que em adultos. • Evolução aguda com acometimento das vias aéreas, e curva térmica, • Rouquidão e a linfadenopatia cervical são mais comuns em crianças. usualmente, declinando após dois a três dias, e normalizando-se no sexto dia de evolução. • Evolução usual é para a sua resolução completa em sete dias. • Período de incubação entre um a quatro dias. • Desenvolvimento de alguma complicação quando à temperatura corpórea aumenta por mais de três a cinco dias, sendo a mais comum • Transmissão em adultos, usualmente, desde o início das manifestações a pneumonite primária pelo vírus Influenza, ou secundária à infecção clínicas até sete dias após; sendo nas crianças, entre sete até 14 dias; e, bacteriana (condensação pneumônica). Pode associar-se também com nos imunossuprimidos, por mais tempo. miosite, aumento da desidrogenase lática, da creatinina quinase sérica (62%); linfocitopenia (61%); exacerbação de DPOC; síndrome de Reye e, • Duração clínica máxima de sete dias. raramente, miocardite, pericardite, mielite transversa e encefalite. • Desenvolvimento súbito de calafrios, mal-estar, cefaleia, mialgia, dor • Fadiga que pode persistir por várias semanas em idosos. de garganta, artralgias, prostração, rinorreia, e tosse seca. • Manutenção de tosse, lassidão e mal-estar por uma a duas, ou até por • Potencial associação com diarreia, vômitos, fadiga, rouquidão, mais de seis semanas. vermelhidão da conjuntiva palpebral, tosse e fraqueza persistentes. • Ineficiência de antibioticoterapia na maioria dos pacientes; entretanto, • Queixas respiratórias mais evidentes com a sua progressão, mantidas, a instalação de pneumonia bacteriana secundária requer a sua em geral, por três a quatro dias após o desaparecimento da febre. administração.
  • 7. As pessoas com essas manifestações clínicas, ou que tiveram contato com outras com essa sintomatologia, devem ser O surto de SG pelo vírus Influenza é definido por: afastadas temporariamente de suas atividades de rotina (trabalho, escola), de acordo com o período de transmissão Ocorrência de, pelo menos, três casos de SG em ambiente da doença. Devem ser ainda orientadas a ficarem atentas fechado / restrito, com intervalo de até cinco dias entre as à sua evolução clínica e a retornarem ao serviço de saúde datas de início de queixas; confirmado pela positividade diante de piora ou persistência da sintomatologia nas 24 a em, pelo menos, uma das três amostras coletadas para 48 horas seguintes. Devem ser assim classificadas: investigação do vírus Influenza. Caso suspeito Caracterizado pela presença de aumento súbito da As principais complicações associadas com a infecção temperatura axilar > 37,5ºC, mais tosse ou dor de garganta pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 são listadas na e, pelo menos, com uma das seguintes queixas: cefaleia, tabela ao lado. mialgia, artralgia, dispneia; ou a pessoa que, até 10 dias após interromper o contato direto ou indireto, cuidou de A SG pode evoluir potencialmente em pessoa de qualquer alguma pessoa considerada caso suspeito, conviveu com idade para insuficiência respiratória por distúrbio ela, ou tocou em secreção respiratória ou fluido corporal de ventilação-perfusão, caracterizando a Síndrome dessa pessoa. Respiratória Aguda Grave (SRAG). Caso confirmado SRAG É a pessoa que teve a infecção pelo vírus Influenza Doença respiratória aguda com temperatura corpórea maior (H1N1)2009, confirmada pela reação em cadeia de que 38 ºC, tosse e dispneia, acompanhada ou não de dor de polimerase (PCR) em tempo real pelo laboratório de garganta ou manifestações gastrointestinais. referência. Caso descartado Complicação Incidência É o caso suspeito sem confirmação laboratorial da presença do vírus A H1N1 2009 em amostra clínica, ou diagnosticado Bronquite Comum, especialmente em idosos, como Influenza sazonal ou outra doença; ou, ainda, o contato aguda diante de comorbidade. assintomático próximo a caso laboratorialmente descartado Pneumonia 2%-38%, com início até 48 horas após de quem a coleta de amostra é impossível ou inviável. viral aguda início da febre. Pneumonia Comum, inicia-se em quatro a cinco bacteriana dias após início da gripe. Caso contato próximo de caso suspeito ou confirmado Alterações Comum, inespecíficas (ritmo, T, desvio É a pessoa que esteve em local endêmico ou cuidou de caso confirmado ou caso suspeito, conviveu com ele, encostou-se ECG ST), sem associação com manifestações cardíacas. 7 à secreção respiratória ou a fluido corporal desses casos, no Miocardite Rara período de 24 horas antes a sete dias do início das queixas (adultos). Para crianças, esse prazo se estende a 14 dias. Pericardite Rara Miosite Rara, em especial, no início da convalescência. A abordagem da SG pode requerer uma única consulta Mioglobinúria/ Rara médica, porém o acompanhamento deve ser feito diante da IRA ausência de melhora. Os pacientes que compõem o grupo de risco requerem atenção para a possibilidade de evolução Encefalite/ Rara, na primeira semana da gripe. conturbada. encefalopatia A necessidade de nova consulta médica na atenção Mielite Muito rara primária é definida pelos seguintes sintomas: transversa Guillain-Barré Muito rara Otite média Comum, em especial, em crianças. • Dispneia ao repouso ou aos mínimos esforços. Toxemia/ Rara • Dor ou dificuldade ventilatório-dependente. septicemia • Aumento da tosse com hemoptoicos. Parotidite Muito rara • Alteração no nível de consciência, sonolência, ou confusão mental. • Febre e ausência de melhora clínica ou sensação de piora após quatro a cinco dias do início da sintomatologia. • Sensação de melhora seguida de febre elevada e impressão de piora. • Ausência de melhora após dois dias de administração de Oseltamivir.
  • 8. O alerta de agravamento da SRAG é representado pela Os pacientes com Influenza não complicada evoluem para presença de, pelo menos, um dos seguintes critérios: o completo restabelecimento e, usualmente, não requerem internação hospitalar, com resolubilidade após sete dias de seu início, embora tosse, mal-estar e lassidão possam persistir por • Agravamento dos sinais e sintomas iniciais (febre, mialgia, semanas. tosse, dispneia) O diagnóstico diferencial da SG inclui: • Alteração do estado de consciência, sonolência, confusão mental Nasofaringite, faringite não especificada, amigdalite não • Desidratação especificada, laringite, traqueíte, laringotraqueíte, infecção das vias aéreas superiores de localizações múltiplas e não • Convulsões especificadas. • Taquipneia: crianças: até 2 meses: FR > 60 irpm; > 2 meses e < 12 meses: > 50 irpm; 1 a 4 anos > 40 irpm; > 4 anos, FR O diagnóstico diferencial da SRAG inclui: > 30 irpm; adultos: FR > 25 irpm Infecções viróticas (respiratório sincicial, coxsackie, citomegálico), • Batimento de asa de nariz; tiragem intercostal, cornagem, pneumonia bacteriana comunitária, pneumonia nosocomial, sinais de toxemia tuberculose, neoplasias pulmonares (primárias ou metastáticas). • Hipotensão arterial (PAD < 60 mmHg ou PAS < 90 mmHg); FC elevada (> 120bpm) O diagnóstico laboratorial da infecção pelo vírus Influenza • Temperatura axilar > 38 ºC persistente por 3 a 5 dias Pandêmico (H1N1)2009 está indicado em casos de SRAG com internação hospitalar e de surtos de SG em comunidades • Leucocitose, leucopenia ou neutrofilia fechadas (Protocolo Ministério da Saúde). Deve ser feito com • Oximetria de pulso (Sat. O2) < 94% base na indicação do médico assistente e com a orientação da vigilância epidemiológica. As amostras de secreções das • Radiografia de tórax: infiltrado intersticial localizado ou difuso vias aéreas devem ser coletadas, preferencialmente, entre o ou condensação terceiro e o sétimo dias após o início das manifestações clínicas • Em criança: cianose; desidratação, vômitos, inapetência, apresentadas pelo paciente. A técnica de diagnóstico preconizada letargia; disfagia para líquidos, dificuldade de amamentar; é por intermédio da reação em cadeia de polimerase em tempo dificuldade da família em medicar e observar cuidadosamente. real. Os Laboratórios Centrais de Saúde Pública – LACEN – poderão processar amostras clínicas de qualquer natureza • Grupos ou fatores de risco: gestantes, nutrizes, puérperas; para subsidiar o diagnóstico diferencial, conforme as hipóteses crianças com menos de 2 anos de idade, pessoas com menos de diagnósticas definidas, desde que façam parte da lista de exames 18 anos de idade em uso prolongado de ácido acetilsalicílico, próprios dessa rede de laboratórios, adotando-se as medidas de adultos jovens, populações indígenas aldeadas, presença de biossegurança preconizadas para cada situação. comorbidades: pneumopatias, cardiovasculopatias, nefropatias, hepatopatias, doenças hematológicas, diabetes mellitus, O diagnóstico de gravidade da infecção pelo vírus Influenza obesidade grau III, disfunção cognitiva, lesões da medula Pandêmico (H1N1)2009 pode ser realizado pela associação de espinhal, epilepsia, doenças neuromusculares, neoplasia, dados clínico-laboratoriais por intermédio dos seguintes exames 8 quimioterapia e outras drogas imunossupressoras. complementares iniciais, de acordo com a disponibilidade nos serviços de saúde: • Hemograma completo. O diagnóstico de lesão pulmonar aguda (LPA) e de SRAG em • Uremia e creatinemia; AST e ALT (TGO e TGP) crianças associa-se com a observação do desenvolvimento de séricas. quatro parâmetros clínicos de alerta, a saber: • Telerradiografia de tórax PA e perfil (pode ser realizado • Manifestações clínicas agudas de dificuldade respiratória. na gravidez sem oferecer risco à gestante). • PaO2/FiO2 ≤ 200 mmHg para SRAG e PaO2/FiO2 ≤ 300 • Oximetria de pulso (se < 92%, realizar pH e gás mmHg para LPA não responsivas à oxigenioterapia. arterial). • Infiltrado bilateral à radiografia de tórax. • Eletrocardiograma. • Ausência de evidência de hipertensão atrial esquerda. A gravidade de cada caso orientará a solicitação de outros exames a serem coletados de origens diversas. Ao estabelecer o diagnóstico de SRAG, deve ser feita coleta de A definição da gravidade do acometimento pulmonar em amostras de material biológico para exames complementares, adultos pode ser inferida com a ajuda da escala que relaciona, inclusive de secreção nasofaríngea até o sétimo dia do início das para idosos com mais de 65 anos (CURB 65): estado mental manifestações clínicas, e proceder à internação hospitalar. (C), uremia (U), frequência ventilatória (R), pressão arterial sistêmica (B). Indica-se 1 ponto para cada um desses parâmetros A mortalidade e as complicações da SRAG são semelhantes alterados. Considera-se que, para 0 e 1; 2 e 3; 4 e 5 pontos, às que ocorrem em pacientes com Influenza Sazonal, sendo o risco seja, respectivamente, baixo, aumentado e alto de morte. caracterizadas, especialmente, por: Esses parâmetros têm os seguintes pontos de corte para serem valorizados nesta escala: Exacerbação de alguma comorbidade crônica de base; sinusite, otite, bronquiolite, asma; pneumonia, injúria pulmonar aguda, insuficiência respiratória; miocardite, pericardite; miosite, ESCALA CURB 65 rabdomiólise; encefalite, convulsões; resposta inflamatória • C: contato: confusão mental (escala de teste mental, no sistêmica; insuficiência renal; septicemia; disfunção multiorgânica; máximo, 8 ou nova desorientação em pessoa, local ou tempo); morte. • U: uremia > 7 mmol/L; • R: frequência ventilatória de ≥ 30/min; • B: pressão arterial sistêmica sistólica e diastólica de, no máximo 90 e 60 mmHg, respectivamente; • I: idade mínima de 65 anos.
  • 9. Miniexame do estado mental: pontuação ≥ 25 significa função cognitiva intacta. Pontos Domínio cognitivo máximos Orientação Em que ano, estação climática, data (dia, mês), estamos? 5 Onde estamos (cidade, estado, hospital, andar)? 5 Registro Nomeie 3 objetos: 1 segundo para dizer cada. Peça ao paciente que repita todos os 3 depois de você mencioná-los. Dê 1 3 ponto para cada resposta correta. Repita-os até que os 3 sejam apreendidos. Conte as tentativas e registre o número. Atenção e cálculo Subtraia 7 de forma seriada de 100 em diante, interrompa após 5 respostas, ou soletre PALAVRA em ordem inversa. 5 Recordação Peça ao paciente que repita os nomes dos 3 objetos mencionados antes. Dê 1 ponto para cada resposta correta. 3 Linguagem e praxia Mostre um lápis e um relógio e peça ao paciente que os nomeie. 2 Peça ao paciente que repita o seguinte: “Sem se, e, ou mas”. 1 Comando em 3 estágios: “Pegue esta folha de papel com a sua mão direita, dobre-a ao meio e coloque-a no chão.” 3 “Leia e obedeça ao seguinte: Feche os seus olhos.” 1 “Escreva uma frase.” 1 “Copie este modelo” (Pentágonos entrelaçados) 1 Os pacientes com infiltrado pulmonar na radiografia do tórax A obtenção de amostras post-mortem deve ser feita apenas onde devem ser tratados como portadores de pneumonia grave, é possível o uso de técnicas de coleta de amostras em casos de independentemente da escala CURB 65. Os pacientes com SRAG sem diagnóstico etiológico prévio, em situações especiais, pneumonia viral primária ou CURB 65 de 4 ou 5 devem ser indicadas pela vigilância epidemiológica. tratados em Centro de Tratamento Intensivo. Tratamento 5 9 O atendimento do paciente com SG e SRAG pelo vírus Influenza frequentar locais com grande número de pessoas, contatar pes- Pandêmico (H1N1)2009 requer que dados epidemiológicos e soas susceptíveis durante o período de transmissão da doença clínicos sejam rapidamente coletados e registrados desta forma: e usar máscara cirúrgica para impedir a transmissão viral para parentes e outros possíveis contatos. • Preenchimento de ficha de investigação dos casos de SRAG a ser digitada no SINAN, em até 24 horas. As crianças com menos de dois anos de idade, as gestantes e os pacientes com comorbidades constituem grupo especial de • Registro das principais informações adicionais de cuidado. Requerem medidas de controle da SG e identificação modo objetivo, no campo “Observações Adicionais”. precoce de complicações. A terapêutica de pacientes com SG deve ser assim constituída: As fichas estão disponíveis em: • Cuidados gerais: que visam abordar a higiene pessoal http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/novo/Documentos/ e impedir a transmissão viral para evitar a contamina- SinanNet/fichas/Influenza.pdf ção de outras pessoas. Devem ser realçados os cuidados para eliminar os riscos de contaminação por intermédio O paciente com SG que procurar a Unidade Básica de Saúde de aerossóis, da tosse e do espirro, e o contacto com as deve ser acolhido no atendimento de demanda espontânea. O mãos, utensílios e roupas contaminadas. paciente e os profissionais de saúde envolvidos no atendimento devem utilizar máscara cirúrgica. A equipe de saúde deve avaliar • Repouso: relativo, em geral, durante os sete dias após os casos suspeitos e confirmar ou afastar o diagnóstico de SG. Os o início da sua sintomatologia ou até 24 horas após o pacientes com diagnóstico diferencial (resfriado comum, infecção paciente sentir-se assintomático, sendo determinado, es- aguda de vias aéreas superiores, amigdalites ou outras síndromes pecialmente, pela astenia associada. infecciosas) devem seguir conduta própria para cada patologia. • Dieta: hipercalórica, normoproteica, para impedir a Os casos de SG devem ser avaliados quanto aos sinais de alerta desnutrição; com pelo menos 2 L além da ingestão ha- e os fatores de risco e acompanhados diariamente. bitual de líquidos, para promover boa hidratação das Os pacientes com sinais de alerta devem ser estabilizados he- vias aéreas. modinamicamente, quando necessário, e simultânea e imediata- • Vaporização e nebulização: pelo menos três vezes ao mente encaminhados para o hospital de referência mais próximo, dia, para a hidratação das vias aéreas superiores (seios onde deverá ser iniciado o tratamento específico. da face) e inferiores, respectivamente. A vaporização O paciente acompanhado em domicílio deve evitar sair de casa, pode ser feita sem equipamentos específicos, pela aspira-
  • 10. ção do vapor de água provocado pela ebulição da água Antivirais de qualquer vasilha ou de chuveiro, com o cuidado para evitar queimaduras. A nebulização em domicílio pode A administração de antiviral pode reduzir a duração, a gravidade também ser feita, porém nem sempre está disponível. da infecção e o risco das complicações associadas, inclusive a morte associada à SRAG. O tratamento está recomendado diante • Banhos de imersão quentes ou aplicação de bolsas de de casos: 1. Confirmados; 2. Suspeitos, de forma empírica, com água quente localizadas: para aliviar a mialgia. evidência de alterações nas vias aéreas inferiores; de deteriora- ção clínica; de grande risco de complicações, como ocorre em • Administração de antitérmicos: para impedir o au- crianças com menos de dois anos de idade, adultos jovens; ges- mento da temperatura corpórea acima de 39 ºC, ou de tantes e puérperas até duas semanas após o parto (incluindo as qualquer valor; para as pessoas com mais ou menos de que tiveram aborto ou perda fetal); pessoas com comorbidades, sete anos de idade; respectivamente. Não usar ácido como pneumopatias (incluindo asma); cardiovasculopatias (in- acetilsalicílico em pacientes com menos de 18 anos de cluindo hipertensão arterial sistêmica); nefropatias; hepatopatias; idade. doenças hematológicas (incluindo anemia falciforme); distúr- • Cuidado com a criança: a criança menor de um bios metabólicos (incluindo diabetes mellitus, obesidade grau ano requer vigilância redobrada. A identificação de III); transtornos que podem comprometer a função respiratória, temperatura > 38,5 ºC com a presença de tosse ou a manipulação das secreções respiratórias ou aumentar o risco manifestações clínicas influenza-símile, sem caracterís- de aspiração (disfunção cognitiva, lesões medulares, epilepsia ticas de gravidade ou de complicações, permite a sua ou outras doenças neuromusculares); imunossupressão, inclu- manutenção sob cuidado domiciliar, sendo examinada sive medicamentosa ou pelo vírus da imunodeficiência humana; diariamente em sua casa ou no Posto de Saúde até que pessoas com menos de 18 anos de idade medicadas há longo obtenha melhora. A presença de temperatura maior que período com ácido acetilsalicílico. O tratamento não deve estar 38,5 ºC, com tosse e manifestações clínicas influenza- condicionado à confirmação laboratorial da infecção pelo vírus símile, apresentam risco de complicações quando sur- Influenza Pandêmico (H1N1)2009. A maior frequência de hos- gem: dificuldade ventilatória, dor de ouvido, vômitos por pitalização e de atendimento de urgência, e o de maior risco, mais de 24 horas, e sonolência. Nesses casos, deve ser ocorre nas faixas etárias entre dois e quatro anos, e menos de administrado antibiótico (ver abaixo) e antiviral. dois anos de idade, respectivamente. O início do tratamento deve ser o mais precoce possível; os seus benefícios, no entanto, ocor- • Administração de analgésicos: para controle da dor rem mesmo se iniciados 48 horas após o estabelecimento das quando necessário. manifestações clínicas. • Avaliação precoce das complicações clínicas: o O vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 é suscetível aos an- acompanhamento clínico é fundamental para detectar tivirais inibidores da Neuraminidase (Oseltamivir e Zanamivir) instabilidades decorrentes de insuficiência respiratória, e resistente ao Adamantano (Amantadina e Rimantadina). Esse metabólica e hemodinâmica, que requeiram abordagem padrão de sensibilidade foi observado nos últimos anos para o hospitalar. O tratamento domiciliar das crianças pode vírus Influenza Sazonal A (H3N2) e para o vírus B. A administ- ser feito na presença de tosse e aumento leve da tem- ração de antiviral durante a gravidez só deve ser feita se o seu peratura corpórea, com antipiréticos e hidratação. Não benefício justificar o risco potencial para o feto. usar ácido acetilsalicílico. Drogas usadas no tratamento específico do vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 10 Droga Faixa Etária Tratamento Quimioprofilaxia Adulto 75 mg, 12/12 h, 5 d 75 mg/d/10 d ≤ 15 kg 30 mg, 12/12 h, 5 d 30 mg/d/10 d Criança > 15-23 kg 45 mg, 12/12 h, 5 d 45 mg/d/10 d > 1 ano > 23-40 kg 60 mg, 12/12 h, 5 d 60 mg/d/10 d Oseltamivir* Tamiflu® > 40 kg 75 mg, 12/12 h, 5 d 75 mg/d/10 d < 3 meses 12 mg, 12/12 h, 5 d Sob juízo clínico Criança 3-5 meses 20 mg, 12/12 h, 5 d 20 mg, 24/24 h, 10 d < 1 ano 6-11 meses 25 mg, 12/12 h, 5 d 25 mg, 24/24 h, 10 d Adulto 10 mg: 2 inalações de 5 mg, 10 mg: 2 inalações de 5 mg, 24/24 Zanamivir 12/12 h/ 5 d h/ 10 d Relenza® 10 mg: 2 inalações de 5 mg, Criança ≥ 7 anos ---------- 12/12 h/ 5 d • É fornecido dispensador de dose oral com 30, 45 e 60 mg sendo autorizado o uso devido ao seu potencial benefício. com o Oseltamivir para a suspensão oral, em vez de graduações em mililitros (mL) ou colheres (TSP). Avaliar com acurácia se as • A dose de Oseltamivir em pacientes com insuficiência renal e Unidades de Medida, mL ou TSP são interconversíveis. depuração de creatinina menor que 30 mL/min/1,73 m2 deve ser reduzida pela metade (75 mg de 24/24 horas). Nos casos em • A alternativa ao uso das doses fixas, como exposto para o que se pretende utilizar 150 mg de 12/12 horas, a dose deve ser tratamento com o Oseltamivir para as crianças, consiste na ad- também reduzida pela metade (150 mg de 24/24 horas). Deve ministração de 3,5 mg/kg/dose, de 12/12 horas; ou de 3,0 mg/ ser administrada dose extra (75 mg) após cada sessão de diá- kg/dose, de 12/12 horas, para as que têm mais ou menos de 9 lise. Para pacientes em diálise contínua, pode ser mantida a dose meses de idade, respectivamente. normal ou reduzi-la para a metade da dose usual. Pacientes com • A alternativa ao uso das doses fixas, como acima exposto para insuficiência hepática não necessitam de dose corrigida. a quimioprofilaxia com o Oseltamivir para as crianças, consiste • Considerar a possibilidade de administração do Oseltamivir na na administração de 3,5 mg/kg/dia; ou de 3,0 mg/kg/dia, para dose de 150 mg, de 12/12 horas, por 10 dias, por VO ou por as que têm mais ou menos de 9 meses de idade, respectiva- sonda naso ou orogástrica, em pacientes que apresentam: in- mente. suficiência respiratória ou renal, neutropenia, imunossupressão, • As crianças com menos de um ano de idade têm mais risco de quimioterapia ou corticoterapia, obesidade grau III; devido à sus- complicações e de hospitalização em comparação com crianças peita, não comprovada, de que a absorção entérica da droga é de outras faixas etárias. Os eventos adversos com o uso de Os- insuficiente, ou devido à intensa e prolongada replicação viral eltamivir nas crianças com menos de um ano de idade são raros, nas vias aéreas inferiores.
  • 11. Principais eventos adversos dos antivirais Droga Principais eventos adversos Náuseas; vômitos; dispepsia; dor abdominal e diarreia associada ao sorbitol (veículo) em pacientes com intolerância à frutose; reações alérgicas (erupção cutânea, edema da face ou da língua, anafilaxia); Oseltamivir distúrbios neuropsiquiátricos transitórios (automutilação, delírio); provável precipitação de convulsões, delírios e alucinações; cefaleia; insônia; fadiga; conjuntivite; epistaxe. Náuseas; vômitos; dispepsia; obstrução dos circuitos de nebulizadores ou do ventilador mecânico as- sociados à lactose (componente da fórmula); reações alérgicas (erupções cutâneas, edema da face ou Zanamivir da língua e anafilaxia); distúrbios neuropsiquiátricos transitórios (automutilação ou delírio); provável precipitação de convulsões, delírios e alucinações. Não deve ser usada em portadores de pneumopatias devido ao risco de provocar broncoespasmo. Atenção hospitalar Considerar em crianças: A indicação de internação hospitalar surge diante de sinais de • Incapacidade para manter a SatO2 > 92% em FiO2 > 60% insuficiência respiratória ou de presunção de agravamento clíni- co, constatados pelo aumento da frequência respiratória, corna- • Aumento da FR e da FP com evidência clínica de insuficiência gem ou tiragem intercostal, dispneia com estertoração torácica, respiratória com ou sem aumento de PaCO2 cianose, desidratação grave, alteração do nível de consciência e sinais de septicemia (palidez extrema, hipotensão). • Diminuição da FR com apneia recorrente ou ventilação irregular Os pacientes hospitalizados com SRAG devem receber imediata- • Insuficiência respiratória grave e PaCO2 > 50 mmHg mente a terapêutica antiviral (VO, por sonda naso ou orogástrica), • Presença de choque além de outras medidas adequadas para cada caso. No paciente hipóxico, administrar oxigênio para manter PaO2 ≥ 60 mmHg e • Evidência de encefalopatia SatO2 ≥ 92%. Podem ser administradas concentrações de ox- igênio elevadas com segurança na pneumonia não complicada. O suporte ventilatório requer cuidado com a VNI, que pode A oxigenioterapia em paciente com doença pulmonar obstrutiva retardar o diagnóstico de insuficiência respiratória e a intubação crônica (DPOC) preexistente, complicada por insuficiência venti- traqueal, que, por sua vez, pode associar-se com a deterioração latória, deve ser acompanhada com repetidas medições de pH clínica, além de permitir a formação de aerossóis e aumento do e gás arterial. risco de transmissão viral. A VI deve seguir as recomendações para pacientes com SRAG. Devem ser usados, quando disponíveis, os A monitorização desses pacientes inclui a medição de tempera- sistemas fechados de aspiração traqueal para reduzir o risco de tura, frequência respiratória e cardíaca, pressão arterial sistêmi- transmissão viral e facilitar a drenagem alveolar. ca, saturação de oxigênio, concentração de oxigênio inspirado e avaliação do estado mental, de 12/12 horas ou com maior frequência nos pacientes com doença grave ou que requeiram Recomendações para a ventilação (VI) oxigenioterapia regular (CURB – 65). No paciente que não mel- • Pressão (de platô) de até 30 cmH2O e volume corrente (VC) de hora, deve ser repetida a radiografia do tórax para averiguação até 6 mL/kg predito pela altura. Pode-se usar, em paciente com de alguma anormalidade não denunciada pela avaliação clínica melhor complacência, VC de até 8 mL/kg, se a pressão de platô isolada. puder ser mantida até 30 cmH2O, para obter Sat. arterialO2 em Nos pacientes sem DPOC preexistente e que desenvolvem insu- ficiência respiratória, a ventilação não intervencionista (VNI) pode torno de 90%, preferencialmente, com FiO2 < 60%. 11 • Profilaxia de trombose venosa profunda. ser necessária, assim como a ventilação intervencionista (VI). • Controle estrito da glicemia. O suporte nutricional deve ser adotado em pacientes graves ou com doença prolongada. Em casos refratários: A alta hospitalar não deve ser procedida diante da presença de 1. Posição prona para drenagem alveolar; instabilidade em dois ou mais dos seguintes parâmetros: 2. Ventilação de alta frequência; • Temperatura axilar > 37,8 ºC 3. Metilprednisolona: 2 mg/kg/dia, divididos em 2 a 4 • Frequência cardíaca > 100/min vezes, diante de evolução grave, sem resposta esperada, após exclusão de infecção bacteriana. • Frequência respiratória > 24 irpm • Pressão Arterial Sistêmica < 90 mmHg • Saturimetria de O2 < 90% Recomendações para a ventilação invasiva (VI) em crianças • Incapacidade de ingestão oral • Evitar volumes correntes (VC) ≥ 10 mL/kg. • Estado mental alterado • Manter pressão de platô ≤ 30 cmH2O, pH arterial = 7,30- Terapia intensiva 7,45, PaO2 = 60-80 mmHg (SatO2 ≥ 90%). A internação em terapia intensiva é necessária diante de qualquer • Usar sedação, analgesia (o propofol é contraindicado, assim disfunção orgânica aguda relacionada à SG ou às suas compli- como os musculorrelaxantes) e profilaxia da úlcera de estresse. cações. Está indicada na presença da disfunção respiratória e • Manter hemoglobina em 10 g/dL, diante de choque ou hipóxia cardiovascular, assim definidas: grave. • Terapêutica promissora: surfactante intratraqueal; ventilação Nos pacientes em geral: com oscilação de alta frequência como terapêutica de resgate; VNI com pressão positiva; oxigenação de membrana extracor- • PA sistólica < 90 mmHg após 20 mL/kg em 30 min, IV, de NaCl pórea como terapêutica de resgate. 0,9% ou Ringer • Avaliar a administração de: 1. Corticoterapia para a inflama- • Oxigenioterapia > 3 L/min para manter Sat. arterial O2 > 90% ção pulmonar e fibrose; 2. VC de 4-6 mL/kg; 3. Pressão expi- • PO2/FiO2 < 300 ratória final positiva (PEEP) e / ou manobras e estratégias de recrutamento alveolar; 4. Manejo restritivo de fluidos. • Necessidade de fisioterapia respiratória contínua • Medidas que requerem validação: 1. posição PRONA; 2, uso • Elevação acentuada de DHL e CPK, uremia, creatininemia, alter- de broncodilatadores e de óxido nítrico inalatório; 3. controle ação da consciência estrito da glicemia (80-110 g/dL); 4. oxigenioterapia em cânulas nasais de alto fluxo.
  • 12. Os seguintes critérios podem ser seguidos para a extubação de descente, ou aumento da dispneia. Os pacientes de alto risco de crianças com LPA/SRAG complicações secundárias devem ser considerados eletivos para a antibioticoterapia na presença de manifestações clínicas das • Julgamento clínico. vias aéreas inferiores. • Volume corrente mínimo expirado de 5 mL/kg medido no tubo intratraqueal. Principais agentes associados com complicações bacte- • SatO2 ≥ 95% com PEEP ≤ 5 cmH2O e FiO2 ≤ 50%. rianas em pacientes com infecção pelo vírus Influenza • FR para a idade. Pandêmico (H1N1)2009 em função da faixa etária O suporte hemodinâmico deve seguir as recomendações para Faixa etária Microrganismos prevalentes tratamento da septicemia grave, com base nas diretrizes da S. pneumoniae, S. aureus, H. influenza e Campanha de Sobrevivência à Sepse. A reposição volêmica e bacilos Gram-negativos. A pneumonia a terapia precoce guiada por metas estão recomendadas para comunitária grave, principalmente com pacientes sépticos graves com hipotensão refratária a volume e Adultos infiltrado radiológico intersticial: Legion- / ou com lactato sérico elevado (4 mmol/L). Deve ser cautelosa ella pneumophila, Mycoplasma pneumo- em pacientes com SRAG. A corticoterapia em doses elevadas não niae e Chlamydophila pneumoniae. deve ser usada em paciente séptico ou em choque séptico e, em doses baixas, não deve ser administrada de forma generalizada S. pneumoniae, S. aureus e Haemophilus Crianças em todos os pacientes com choque séptico. Deve ser avaliada influenzae a sua utilização nos pacientes refratários ao tratamento, por ex- emplo, os que necessitam de doses cada vez mais elevadas de Antibioticoterapia na infecção bacteriana associada à vasopressores. Os pacientes sob corticoterapia prévia podem infecção pelo vírus Influenza Pandêmico (H1N1)2009 em requerer de suplementação semelhante à necessária diante de função da faixa etária cirurgia. Podem ser necessárias outras medidas terapêuticas, como pro- Faixa etária/Situação clínica Antibioticoterapia filaxia para a trombose venosa profunda e controle glicêmico. Amoxicilina-Ácido Clavulânico Os pacientes com pneumonia viral e SRAG podem cursar com ou Claritromicina, Eritromicina, hemorragia alveolar. A administração de Drotrecogina Alfa Ati- Via oral Fluoroquinolona ativa contra S. vada (DAA) deve seguir as diretrizes para tratamento da septice- pneumoniae e S. aureus. mia grave, restringindo-se aos pacientes com alto risco de morte e falência orgânica múltipla, que estão, principalmente, relacio- Amoxicilina-Ácido Clavulânico nados com a presença de complicações bacterianas. ou Cefalosporina de segunda geração (Cefuroxima, Cefotaxima). Intravenosa O isolamento de paciente sob terapia intensiva com a suspeita Constitui alternativa: Claritromicina da SRAG deve ser feito, preferencialmente, em ambiente com ou Fluoroquinolona ativa contra S. pressão negativa. A ausência desse recurso técnico requer a Adultos pneumoniae e S. aureus. manutenção do paciente em quarto isolado, com vedação de Fluoroquinolona com portas e boa ventilação; ou em áreas separadas (ambiente de Falha terapêutica na efeito antipneumocóccico e coorte) dentro da unidade de internação, com distância mínima pneumonia grave antiestafilocóccico. de um metro entre os leitos. Deve haver sinalização precisa de que o paciente encontra-se em isolamento. É preferível o uso de equipamentos de ventilação mecânica (VM) com sistema de Amoxicilina-Ácido Clavulânico ou Cefuroxima ou Cefotaxima 12 filtro respiratório aquecido. O isolamento deve perdurar por sete + macrolídeo (Claritromicina ou Pneumonia grave dias, entretanto pacientes mais graves (incluindo as gestantes) Eritromicina); ou Levofloxacino + devem permanecer mais tempo, devido à possibilidade de terem Amoxicilina-Ácido Clavulânico ou maior replicação viral, ou período de eliminação viral prolonga- um Macrolídeo. do. Nesse caso, o isolamento deve ser mantido por sete dias ou < 12 anos Amoxicilina-Ácido Clavulânico. enquanto o paciente permanecer sintomático do ponto de vista respiratório, aquele que durar mais tempo (CDC). Amoxicilina-Ácido Clavulânico, ≥12 anos Doxiciclina. A resistência viral é rara, porém pode ser observada quando: Crianças Amoxicilina-Ácido Clavulânico + • o antiviral é usado repetidamente, ou na concomitân- Pneumonia grave Claritromicina ou Cefuroxima. cia de quimioterapia; Alérgica à Penicilina Claritromicina ou Cefuroxima. • a indicação do antiviral é inadequada ou indiscrimi- nada; A passagem da via de administração da antibioticoterapia de IV • não há melhora sintomatológica após sete dias de uso para VO deve ser feita assim que ocorra melhora clínica e a tem- de antiviral; e / ou peratura seja normal por 24 horas, sem contraindicação para a • diante da persistência de excreção viral. VO. O tempo de administração da antibioticoterapia deve ser de sete e 10 dias, respectivamente, nos casos usuais e nos graves. É difícil a sua determinação com base em critérios clínicos. A O tempo de tratamento deve atingir 14 a 21 dias se o microrgan- sua monitorização no Brasil é feita pela ausência clínica de res- ismo isolado e responsável pela pneumonia for o S. aureus ou o posta ao medicamento e pela análise específica de sensibilidade bacilo Gram-negativo entérico. A falha da terapêutica empírica e resistência desenvolvida pelos laboratórios de referência. Esses em pacientes com pneumonia grave requer a troca da medica- dados ressaltam a importância do uso cuidadoso e limitado de ção para uma Fluoroquinolona com efeito antipneumocóccico antivirais para a quimioprofilaxia e a necessidade de que o seu e antiestafilocóccico. A presença de microrganismo resistente à uso seja acompanhado de medidas de higiene das mãos e com meticilina (MARSA) requer a associação de antibiótico efetivo. as secreções respiratórias, para evitar a propagação do vírus re- sistente. Os pacientes sintomáticos com resistência suspeita ou Em crianças, a antibioticoterapia deve ser administrada diante de documentada ao Oseltamivir devem receber o Zanamivir. risco de complicações ou de doença suficientemente grave que requer admissão hospitalar durante a pandemia de influenza, O uso de antibióticos justifica-se devido à existência de coin- objetivando a cobertura para S. pneumoniae, S. aureus e Hae- fecções bacterianas durante ou após a ocorrência da Síndrome mophilus influenzae. Gripal ou da SRAG. A alta da terapia intensiva pode ser feita com segurança diante Está indicada a administração de antibióticos de forma precoce, de melhora nítida, com parâmetros fisiológicos estáveis, tolerân- iniciada o mais breve possível, em até uma hora após o diag- cia à alimentação oral, frequência respiratória menor que 40/ nóstico da septicemia. A antibioticoterapia deve ser considerada min e SatO2 > 92% em ar atmosférico. para os pacientes previamente bem, que apresentam febre recru-
  • 13. Quimioprofilaxia 6 A quimioprofilaxia, decidida depois de avaliação médica corpos monoclonais, intensa exposição à fonte suspeita de cada caso, para a infecção pelo vírus Influenza Pandêmico ou confirmada do vírus. (H1N1)2009 é medida estratégica para evitar, em muitas circun- • Controle dos surtos de gripe em locais fechados ou stâncias, o estabelecimento da gripe. Está indicada apenas com semifechados (asilos, creches, prisões, escolas, acampa- a administração de Oseltamivir em: mentos). • Profissionais da área da saúde que manipularam A quimioprofilaxia pós-exposição não reduz nem elimina o risco amostras clínicas com o vírus ou secreções de caso da gripe, e a proteção é interrompida quando a administração suspeito ou confirmado, sem ou com o uso inadequa- do antiviral é suspensa. Pode ser administrada dose adicional do de Equipamento de Proteção Individual (EPI); ou do antiviral para os pacientes que vomitaram até 1 hora após que realizaram procedimentos invasivos geradores de a ingestão do medicamento. A exclusão do diagnóstico de in- aerossóis. fecção por qualquer vírus Influenza indica a suspensão imediata • Pacientes em que se observa a presença de imunos- da administração do Oseltamivir. As pessoas sob quimioprofilaxia supressão (de qualquer causa, incluindo uso de drogas devem procurar avaliação médica assim que venham a desen- imunossupressoras); neutropenia; leucemia em ativi- volver alguma manifestação respiratória febril que possa indicar dade; doença de enxerto contra hospedeiro; doença SG. O reconhecimento precoce da doença e o seu tratamento reumatológica em atividade; corticoterapia sob a forma são preferíveis à quimioprofilaxia para as pessoas saudáveis de pulsoterapia nos últimos 30 dias, ou em dose acima vacinadas, incluindo os trabalhadores da área da saúde, após de 1mg/kg/dia por pelo menos 15 dias; quimio ou ra- exposição a pacientes suspeitos. dioterapia para tratamento de neoplasia nos últimos três As pessoas em risco permanente de exposição ocupacional, meses; neoplasia em evolução, ou com complicações como os profissionais da saúde, devem fazer uso adequado de de lise tumoral; transplante (de órgãos sólidos humanos EPI e manter as medidas gerais de precaução, além da vigilân- nos últimos seis meses, em tratamento de rejeição, de cia epidemiológica domiciliar, a triagem para identificação dos pulmão); síndrome de imunodeficiência adquirida; ne- pacientes potencialmente infectantes, o controle da tosse e a fropatia crônica, sob hemodiálise; cirrose, uso de anti- higiene das mãos e, quando possível, a vacinação. Grupos ou fatores de risco Orientações especiais 7 13 Os grupos ou fatores de risco para a infecção pelo vírus Influenza riscos de complicações respiratórias devido à sua administração Pandêmico (H1N1)2009 são constituídos, principalmente, por: inalatória, especialmente, em mulheres que já possuem alguma pneumopatia. As gestantes que requeiram internação hospitalar devem estar obrigatoriamente em instituições que disponham de • gestantes, puérperas e nutrizes; Unidade de Terapia Intensiva para adultos e neonatos. • crianças com menos de dois anos de idade; As puérperas parecem apresentar riscos semelhantes aos das grávidas, quanto às complicações graves e morte até duas • pessoas com menos de 18 anos de idade em uso prolongado semanas após o parto, inclusive as que tiveram parto prematuro. de ácido acetilsalicílico; A gestante ou puérpera sob cuidado ambulatorial e isolamento • populações indígenas aldeadas; domiciliar deve ser contatada diariamente, por intermédio de visita domiciliar ou telefone, para evitar o seu deslocamento • adultos jovens; até o serviço de saúde. O aleitamento materno deve ser • comorbidades: pneumopatias (incluindo asma), cardiovascu- mantido mesmo em nutrizes caso confirmado, e em vigência de lopatias (incluindo hipertensão arterial sistêmica), nefropatias, tratamento contra o vírus Influenza Pandêmico (H1N1)20009, hepatopatias, doenças hematológicas (incluindo anemia falci- com o cuidado de lavarem frequentemente as mãos e utilizarem forme), distúrbios metabólicos (incluindo diabetes mellitus, obe- máscaras cirúrgicas durante a amamentação. As gestantes que sidade grau III), disfunção cognitiva, lesões medulares, epilepsia, são trabalhadoras de saúde devem ser afastadas de prestação de doenças neuromusculares com risco de insuficiência ventilatória, assistência direta a pacientes com SG ou SRAG. imunossupressão (neoplasia, quimioterapia e outras drogas, sín- As populações indígenas aldeadas constituem grupo especial drome de imunodeficiência adquirida, síndrome de imunodefi- de cuidado devido ao confinamento e à mínima – ou ausência ciência primária); de – proteção imunológica contra os agentes infecciosos que • trabalhadores da saúde. circulam em outras comunidades. Representam população especial quanto aos seguintes cuidados sanitários: ações de vigilância, de prevenção e notificação de surtos de SG. As gestantes infectadas pelo vírus Influenza Pandêmico As crianças com menos de dois anos de idade e os adultos (H1N1)2009 requerem quatro vezes mais hospitalização do jovens também requerem atenção especial devido ao risco de que a população em geral. A presença de gravidez não é evoluírem de forma mais grave do que a população de faixa considerada contraindicação para o uso de Oseltamivir ou etária mais alta. A evolução dos idosos infectados pelo vírus Zanamivir. A quimioprofilaxia pode ser feita com Oseltamivir Influenza Pandêmico (H1N1)2009 não se revelou de maior ou Zanamivir. O uso de Zanamivir, entretanto, associa-se com