SlideShare a Scribd company logo
1 of 5
Download to read offline
INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA
                                        COM A MATÉRIA1



         1. Conceitos fundamentais



                Radiação eletromagnética é um tipo de energia que interage com a matéria em uma
grande variedade de maneiras e, portanto é de grande importância em química. A fim de entender
a natureza dessas interações, alguma familiaridade com as propriedades da energia radiante é
necessária.

                A radiação eletromagnética ou energia radiante não é facilmente caracterizada, possui
algumas propriedades consistentes com a teoria das ondas, porém possui outras propriedades que
a faz com que se comporte como partícula.

                Radiação eletromagnética pode ser considerada como uma combinação de corrente
elétrica alternada e campo magnético que percorre através do espaço com um movimento de
onda.

                Devido a radiação atuar como uma onda, ela pode ser classificada tanto em termos de
comprimento de onda como de freqüência, as quais estão relacionadas pela seguinte equação:

                                                     v = c/λ                                                    (1)


onde: v = freqüência em segundos-1 (s-1);
         c = velocidade da luz (3 x 10-8 m s-1);
         λ = comprimento de onda em metros (normalmente em nm = 10-9 m).



1
    Arquimedes Lavorenti. Professor Associado do Depto. de Ciências Exatas, ESALQ/USP, Caixa Postal 9,
    13418-900 – Piracicaba – SP. E-mail: alavoren@carpa.ciagri.usp.br – Publicação Destinada ao Ensino de Ciências -
    Química - 28/3/2002

                                                          1
Nem todas as interações entre radiação eletromagnética e matéria podem ser
explicadas em termos de uma simples teoria das ondas. Um entendimento de certas interações
requer que a radiação seja visualizada como uma partícula ou um pacote de energia denominada
de fóton.

            A energia de um fóton associada com a radiação eletromagnética é definida pela
seguinte equação:

                                            E = hv                                            (2)


onde: E = energia em joules (J);
       h = constante de Planck (6,62 x 10-34 J s).

            Uma vez que freqüência e comprimento de onda são inversamente proporcionais, a
energia de um fóton é descrita em termos de comprimento de onda pela equação:

                                              E = h c/λ                                       (3)


            Tentando usar simultaneamente as características de onda e partícula, a radiação
eletromagnética pode ser considerada como sendo pequenos pacotes de energia se movendo no
espaço na forma de onda.

            Através das equações acima, verifica-se que as radiações com menores comprimentos
de onda possuem maior energia.

            Quando a radiação interage com a matéria, um certo número de processos pode
ocorrer, incluindo reflexão, espalhamento, absorção, fluorescência/fosforescência (absorção e re-
emissão), e reações fotoquímicas (absorção e quebra de ligações químicas).

            Como a luz é uma forma de energia, absorção de luz pela matéria faz com que a
quantidade de energia das moléculas (ou átomos) aumente.

            A energia potencial total de uma molécula é representada geralmente como a soma de
suas energias eletrônica, vibracional e rotacional:



                                                  2
Etotal = Eeletrônica + Evibracional + Erotacional              (4)

            A quantidade de energia que uma molécula possui em cada uma das formas não é
contínua mas uma série de níveis discretos ou níveis de estado. As diferenças de energia entre os
diferentes estados são na seguinte ordem:

                               Eeletrônica > Evibracional > Erotacional

            Em algumas moléculas e átomos, luz tem energia suficiente para ocasionar transições
entre os diferentes níveis eletrônicos de energia.

            O comprimento de onda da luz absorvida é aquele que tem energia suficiente para
mover um elétron de um nível inferior de energia para um nível superior de energia.

            Para transições eletrônicas, a diferença de energia entre o estado fundamental e o
estado excitado é relativamente grande. Portanto, a absorção de energia e o retorno para o estado
fundamental são processos rápidos, e o equilíbrio é alcançado muito rapidamente. Assim, uma
simples relação linear entre absorbância e concentração e a relativa facilidade de medida da luz
têm feito com que a espectroscopia seja a base de vários métodos analíticos quantitativos.


      2. Leis da absorção de radiação


            Quando luz passa através de uma amostra ou quando ela é refletida de uma amostra, a
quantidade de luz absorvida é a diferença entre a radiação incidente (I0) e a radiação transmitida
(I). A quantidade de luz absorvida é expressa tanto como transmitância ou absorbância.

            Transmitância é dada normalmente em termos de uma fração da radiação transmitida
(I) ou como uma percentagem e, é definida como:

                              T = I/I0     ou    %T = (I/I0) 100                               (5)


            A absorbância é definida como:

                                                A = - log T                                    (6)



                                                     3
A primeira formulação matemática relacionando transmitância da luz com
concentração de uma substância foi atribuída a Lambert em 1760, embora tenha sido comentado
que Bouguer já tenha verificado este efeito em 1729:

                                          T = I/Io = e-kb                                 (7)


onde: T = transmitância;
       I = intensidade incidente;
       Io = intensidade transmitida;
       e = base do logarítmo natural;
       k = constante;
       b = comprimento do percurso (cm).

           A lei de Beer é idêntica à lei de Bouguer, exceto que está relacionada com a
concentração. A quantidade de luz absorvida é proporcional ao número de moléculas que
absorvem através da passagem da luz.

           Combinando as duas leis resulta na lei de Beer-Bouguer-Lambert:

                                         T = I/I0 = e-kbc                                 (8)


onde: c = concentração das espécies absorvedoras (expresso normalmente em g L-1 ou mg L-1).

           Esta expressão pode ser transformada de uma maneira linear aplicando logaritmo,
ficando da seguinte forma:

                           A = - log T = - log (I/I0) = log (I0/I) = εbc                  (9)


onde: ε = absorção molar ou coeficiente de extinção.

           Esta expressão é conhecida normalmente como lei de Beer.

           O coeficiente de extinção ou absortividade molar (ε) é característico de uma dada
substância sob uma série de condições exatamente definidas, tais como comprimento de onda,
solvente, e temperatura.

                                                4
Na prática, a medida do coeficiente de extinção também depende parcialmente das
características do instrumento utilizado. Por esta razão, valores pré-determinados para o
coeficiente de extinção, não são usados normalmente em análises quantitativas. Em seu lugar, é
feita uma curva de calibração da substância que vai ser analisada, usando uma ou mais soluções
padrões com concentrações conhecidas do analito.




                                              5

More Related Content

What's hot

Átomos, iões e as suas nuvens eletrónicas
Átomos, iões e as suas nuvens eletrónicasÁtomos, iões e as suas nuvens eletrónicas
Átomos, iões e as suas nuvens eletrónicasMariaCastanheira1999
 
Exercícios química geral_aula_i4
Exercícios química geral_aula_i4Exercícios química geral_aula_i4
Exercícios química geral_aula_i4Alessandro Bastos
 
Sandrogreco Aula 2 Teoria AtôMica Quim. Geral
Sandrogreco Aula 2  Teoria AtôMica   Quim. GeralSandrogreco Aula 2  Teoria AtôMica   Quim. Geral
Sandrogreco Aula 2 Teoria AtôMica Quim. GeralProfª Cristiana Passinato
 
Sandrogreco Aula 3 Estrutura EletrôNica E Tabela PerióDica Quim. Geral
Sandrogreco Aula 3   Estrutura EletrôNica E Tabela PerióDica   Quim. GeralSandrogreco Aula 3   Estrutura EletrôNica E Tabela PerióDica   Quim. Geral
Sandrogreco Aula 3 Estrutura EletrôNica E Tabela PerióDica Quim. GeralProfª Cristiana Passinato
 
1 elementos químicos
1   elementos químicos1   elementos químicos
1 elementos químicosdaniela pinto
 
Pratica 8 - Experimento de Franck-Hertz
Pratica 8 - Experimento de Franck-HertzPratica 8 - Experimento de Franck-Hertz
Pratica 8 - Experimento de Franck-HertzElissandro Mendes
 
Intro espectroscopia
Intro espectroscopiaIntro espectroscopia
Intro espectroscopiaBianca Alves
 
Explicação e exercícios sobre Química Orgânica.
Explicação e exercícios sobre Química Orgânica.Explicação e exercícios sobre Química Orgânica.
Explicação e exercícios sobre Química Orgânica.Mara Farias
 
Propriedades periódicas doselementos
Propriedades periódicas doselementosPropriedades periódicas doselementos
Propriedades periódicas doselementosLaysa Mota
 
Relatório luana lima, maria júlia, ramom freitas e uendeo luz
Relatório   luana lima, maria júlia, ramom freitas e uendeo luzRelatório   luana lima, maria júlia, ramom freitas e uendeo luz
Relatório luana lima, maria júlia, ramom freitas e uendeo luzeletrofisica
 
Cap. 7 traduzido
Cap. 7 traduzidoCap. 7 traduzido
Cap. 7 traduzidoLaratc Ifpi
 
Pratica 2 - Carga específica do Elétron
Pratica 2 - Carga específica do ElétronPratica 2 - Carga específica do Elétron
Pratica 2 - Carga específica do ElétronElissandro Mendes
 

What's hot (18)

Átomos, iões e as suas nuvens eletrónicas
Átomos, iões e as suas nuvens eletrónicasÁtomos, iões e as suas nuvens eletrónicas
Átomos, iões e as suas nuvens eletrónicas
 
Exercícios química geral_aula_i4
Exercícios química geral_aula_i4Exercícios química geral_aula_i4
Exercícios química geral_aula_i4
 
Sandrogreco Aula 2 Teoria AtôMica Quim. Geral
Sandrogreco Aula 2  Teoria AtôMica   Quim. GeralSandrogreco Aula 2  Teoria AtôMica   Quim. Geral
Sandrogreco Aula 2 Teoria AtôMica Quim. Geral
 
Sandrogreco Teoria AtôMica Q. Geral
Sandrogreco Teoria AtôMica   Q. GeralSandrogreco Teoria AtôMica   Q. Geral
Sandrogreco Teoria AtôMica Q. Geral
 
Eletrostática jodafi
Eletrostática jodafiEletrostática jodafi
Eletrostática jodafi
 
Sandrogreco Aula 3 Estrutura EletrôNica E Tabela PerióDica Quim. Geral
Sandrogreco Aula 3   Estrutura EletrôNica E Tabela PerióDica   Quim. GeralSandrogreco Aula 3   Estrutura EletrôNica E Tabela PerióDica   Quim. Geral
Sandrogreco Aula 3 Estrutura EletrôNica E Tabela PerióDica Quim. Geral
 
1 elementos químicos
1   elementos químicos1   elementos químicos
1 elementos químicos
 
Experimento de Franck-Hertz
Experimento de Franck-Hertz Experimento de Franck-Hertz
Experimento de Franck-Hertz
 
Pratica 8 - Experimento de Franck-Hertz
Pratica 8 - Experimento de Franck-HertzPratica 8 - Experimento de Franck-Hertz
Pratica 8 - Experimento de Franck-Hertz
 
Kuantica
KuanticaKuantica
Kuantica
 
Intro espectroscopia
Intro espectroscopiaIntro espectroscopia
Intro espectroscopia
 
Explicação e exercícios sobre Química Orgânica.
Explicação e exercícios sobre Química Orgânica.Explicação e exercícios sobre Química Orgânica.
Explicação e exercícios sobre Química Orgânica.
 
Propriedades periódicas doselementos
Propriedades periódicas doselementosPropriedades periódicas doselementos
Propriedades periódicas doselementos
 
Relatório luana lima, maria júlia, ramom freitas e uendeo luz
Relatório   luana lima, maria júlia, ramom freitas e uendeo luzRelatório   luana lima, maria júlia, ramom freitas e uendeo luz
Relatório luana lima, maria júlia, ramom freitas e uendeo luz
 
Relatorio física Lucimara
Relatorio física   LucimaraRelatorio física   Lucimara
Relatorio física Lucimara
 
Experimento de hertz
Experimento de hertzExperimento de hertz
Experimento de hertz
 
Cap. 7 traduzido
Cap. 7 traduzidoCap. 7 traduzido
Cap. 7 traduzido
 
Pratica 2 - Carga específica do Elétron
Pratica 2 - Carga específica do ElétronPratica 2 - Carga específica do Elétron
Pratica 2 - Carga específica do Elétron
 

Viewers also liked

Trabajo de investigación 3052
Trabajo de investigación 3052Trabajo de investigación 3052
Trabajo de investigación 3052adora_ble
 
APOYAMOS EL DOCUMENTAL 970 ES UNA OBRA DE ARTE DE LOS CAMPESINOS DE CAMPOALEGRE
APOYAMOS EL DOCUMENTAL 970 ES UNA OBRA DE ARTE DE LOS CAMPESINOS DE CAMPOALEGRE APOYAMOS EL DOCUMENTAL 970 ES UNA OBRA DE ARTE DE LOS CAMPESINOS DE CAMPOALEGRE
APOYAMOS EL DOCUMENTAL 970 ES UNA OBRA DE ARTE DE LOS CAMPESINOS DE CAMPOALEGRE Juan Martinez
 
Institutogamaliel.com eleição e predestinação na pré-ciência (2)
Institutogamaliel.com eleição e predestinação na pré-ciência (2)Institutogamaliel.com eleição e predestinação na pré-ciência (2)
Institutogamaliel.com eleição e predestinação na pré-ciência (2)Instituto Teológico Gamaliel
 
La tutoría en plataformas virtuales educativas
La tutoría en plataformas virtuales educativasLa tutoría en plataformas virtuales educativas
La tutoría en plataformas virtuales educativassandra lione
 
Trabajos de los estudiantes tortugas
Trabajos de los estudiantes tortugasTrabajos de los estudiantes tortugas
Trabajos de los estudiantes tortugasferlapitz
 
Institutogamaliel.com o propósito eterno de deus (1)
Institutogamaliel.com o propósito eterno de deus (1)Institutogamaliel.com o propósito eterno de deus (1)
Institutogamaliel.com o propósito eterno de deus (1)Instituto Teológico Gamaliel
 
Institutogamaliel.com a excelência da palavra de deus (1)
Institutogamaliel.com a excelência da palavra de deus (1)Institutogamaliel.com a excelência da palavra de deus (1)
Institutogamaliel.com a excelência da palavra de deus (1)Instituto Teológico Gamaliel
 
La informaciòn como un bien juridico inmaterial
La informaciòn como un bien juridico inmaterialLa informaciòn como un bien juridico inmaterial
La informaciòn como un bien juridico inmaterialAna Liliana Flores
 
Cuan Fáciles son las Fechas dadas por El divino Creador Para La Evolución ...
 Cuan Fáciles  son lasFechas  dadas por El divino Creador Para La Evolución ... Cuan Fáciles  son lasFechas  dadas por El divino Creador Para La Evolución ...
Cuan Fáciles son las Fechas dadas por El divino Creador Para La Evolución ...anamariacienciaceleste
 
TCC Abordagem da Comunicacao
TCC Abordagem da ComunicacaoTCC Abordagem da Comunicacao
TCC Abordagem da ComunicacaoLucas Harder
 
5 idéias para explorar o Marketing Digital
5 idéias para explorar o Marketing Digital5 idéias para explorar o Marketing Digital
5 idéias para explorar o Marketing DigitalLiliam Leal
 
Qué es la educación parvularia
Qué es la educación parvulariaQué es la educación parvularia
Qué es la educación parvulariajohangloria
 
Bioetica psicologia y_hermeneutica
Bioetica psicologia y_hermeneuticaBioetica psicologia y_hermeneutica
Bioetica psicologia y_hermeneuticaMaria Flores
 
Presentacion primer trimestre
Presentacion primer trimestrePresentacion primer trimestre
Presentacion primer trimestresoniamarpr
 

Viewers also liked (20)

Trabajo de investigación 3052
Trabajo de investigación 3052Trabajo de investigación 3052
Trabajo de investigación 3052
 
APOYAMOS EL DOCUMENTAL 970 ES UNA OBRA DE ARTE DE LOS CAMPESINOS DE CAMPOALEGRE
APOYAMOS EL DOCUMENTAL 970 ES UNA OBRA DE ARTE DE LOS CAMPESINOS DE CAMPOALEGRE APOYAMOS EL DOCUMENTAL 970 ES UNA OBRA DE ARTE DE LOS CAMPESINOS DE CAMPOALEGRE
APOYAMOS EL DOCUMENTAL 970 ES UNA OBRA DE ARTE DE LOS CAMPESINOS DE CAMPOALEGRE
 
Institutogamaliel.com nunca jamais tropeçareis
Institutogamaliel.com nunca jamais tropeçareisInstitutogamaliel.com nunca jamais tropeçareis
Institutogamaliel.com nunca jamais tropeçareis
 
Paula, vanessa
Paula, vanessaPaula, vanessa
Paula, vanessa
 
Institutogamaliel.com eleição e predestinação na pré-ciência (2)
Institutogamaliel.com eleição e predestinação na pré-ciência (2)Institutogamaliel.com eleição e predestinação na pré-ciência (2)
Institutogamaliel.com eleição e predestinação na pré-ciência (2)
 
La tutoría en plataformas virtuales educativas
La tutoría en plataformas virtuales educativasLa tutoría en plataformas virtuales educativas
La tutoría en plataformas virtuales educativas
 
Trabajos de los estudiantes tortugas
Trabajos de los estudiantes tortugasTrabajos de los estudiantes tortugas
Trabajos de los estudiantes tortugas
 
Institutogamaliel.com o propósito eterno de deus (1)
Institutogamaliel.com o propósito eterno de deus (1)Institutogamaliel.com o propósito eterno de deus (1)
Institutogamaliel.com o propósito eterno de deus (1)
 
Institutogamaliel.com a excelência da palavra de deus (1)
Institutogamaliel.com a excelência da palavra de deus (1)Institutogamaliel.com a excelência da palavra de deus (1)
Institutogamaliel.com a excelência da palavra de deus (1)
 
La informaciòn como un bien juridico inmaterial
La informaciòn como un bien juridico inmaterialLa informaciòn como un bien juridico inmaterial
La informaciòn como un bien juridico inmaterial
 
Prova de historia
Prova de historiaProva de historia
Prova de historia
 
Cuan Fáciles son las Fechas dadas por El divino Creador Para La Evolución ...
 Cuan Fáciles  son lasFechas  dadas por El divino Creador Para La Evolución ... Cuan Fáciles  son lasFechas  dadas por El divino Creador Para La Evolución ...
Cuan Fáciles son las Fechas dadas por El divino Creador Para La Evolución ...
 
Fundacion MIOSEBAS
Fundacion MIOSEBASFundacion MIOSEBAS
Fundacion MIOSEBAS
 
TCC Abordagem da Comunicacao
TCC Abordagem da ComunicacaoTCC Abordagem da Comunicacao
TCC Abordagem da Comunicacao
 
5 idéias para explorar o Marketing Digital
5 idéias para explorar o Marketing Digital5 idéias para explorar o Marketing Digital
5 idéias para explorar o Marketing Digital
 
Qué es la educación parvularia
Qué es la educación parvulariaQué es la educación parvularia
Qué es la educación parvularia
 
Bioetica psicologia y_hermeneutica
Bioetica psicologia y_hermeneuticaBioetica psicologia y_hermeneutica
Bioetica psicologia y_hermeneutica
 
Presentacion primer trimestre
Presentacion primer trimestrePresentacion primer trimestre
Presentacion primer trimestre
 
Simulado de Português
Simulado de PortuguêsSimulado de Português
Simulado de Português
 
Asignacion nº4 jose escobar
Asignacion nº4 jose escobarAsignacion nº4 jose escobar
Asignacion nº4 jose escobar
 

Similar to Atividade01

Fqe2 exp10 espectrofotometria
Fqe2 exp10 espectrofotometriaFqe2 exp10 espectrofotometria
Fqe2 exp10 espectrofotometriaCelicris Dias
 
UV-Vis_parte_01.pptx
UV-Vis_parte_01.pptxUV-Vis_parte_01.pptx
UV-Vis_parte_01.pptxssusercd91e6
 
Fundamentos de FTIR
Fundamentos de FTIRFundamentos de FTIR
Fundamentos de FTIRcmdantasba
 
Fisica moderna2
Fisica moderna2Fisica moderna2
Fisica moderna2dalgo
 
Fisica moderna2
Fisica moderna2Fisica moderna2
Fisica moderna2dalgo
 
Fisica moderna2
Fisica moderna2Fisica moderna2
Fisica moderna2dalgo
 
Fisica moderna2
Fisica moderna2Fisica moderna2
Fisica moderna2dalgo
 
Espectroscopia de absorção e de fluorescência
Espectroscopia de absorção e de fluorescênciaEspectroscopia de absorção e de fluorescência
Espectroscopia de absorção e de fluorescênciaWilliam Viana
 
Eletrodinâmica Elementar
Eletrodinâmica ElementarEletrodinâmica Elementar
Eletrodinâmica Elementarleandrobertoldo
 
Ciclo de born haber
Ciclo de born haberCiclo de born haber
Ciclo de born haberLuiz Fabiano
 
Espectroscopia para o dia 18 11-2013
Espectroscopia para o dia 18 11-2013Espectroscopia para o dia 18 11-2013
Espectroscopia para o dia 18 11-2013Vanessa Carvalho
 
Teoria De Planck Para A Radia O Do Corpo Negro
Teoria De Planck Para A Radia O Do Corpo NegroTeoria De Planck Para A Radia O Do Corpo Negro
Teoria De Planck Para A Radia O Do Corpo NegroCristiane Tavolaro
 
Fisica moderna
Fisica modernaFisica moderna
Fisica modernadalgo
 
teoria do campo cristalino
teoria do campo cristalinoteoria do campo cristalino
teoria do campo cristalinonathykl
 

Similar to Atividade01 (20)

Atividade01
Atividade01Atividade01
Atividade01
 
Fqe2 exp10 espectrofotometria
Fqe2 exp10 espectrofotometriaFqe2 exp10 espectrofotometria
Fqe2 exp10 espectrofotometria
 
UV-Vis_parte_01.pptx
UV-Vis_parte_01.pptxUV-Vis_parte_01.pptx
UV-Vis_parte_01.pptx
 
Fundamentos de FTIR
Fundamentos de FTIRFundamentos de FTIR
Fundamentos de FTIR
 
Fisica moderna2
Fisica moderna2Fisica moderna2
Fisica moderna2
 
Fisica moderna2
Fisica moderna2Fisica moderna2
Fisica moderna2
 
Fisica moderna2
Fisica moderna2Fisica moderna2
Fisica moderna2
 
Fisica moderna2
Fisica moderna2Fisica moderna2
Fisica moderna2
 
Espectroscopia de absorção e de fluorescência
Espectroscopia de absorção e de fluorescênciaEspectroscopia de absorção e de fluorescência
Espectroscopia de absorção e de fluorescência
 
Eletrodinâmica Elementar
Eletrodinâmica ElementarEletrodinâmica Elementar
Eletrodinâmica Elementar
 
Ciclo de born haber
Ciclo de born haberCiclo de born haber
Ciclo de born haber
 
Espectro 2006
Espectro 2006Espectro 2006
Espectro 2006
 
Radiacao solar
Radiacao solar Radiacao solar
Radiacao solar
 
Espectroscopia para o dia 18 11-2013
Espectroscopia para o dia 18 11-2013Espectroscopia para o dia 18 11-2013
Espectroscopia para o dia 18 11-2013
 
Teoria De Planck Para A Radia O Do Corpo Negro
Teoria De Planck Para A Radia O Do Corpo NegroTeoria De Planck Para A Radia O Do Corpo Negro
Teoria De Planck Para A Radia O Do Corpo Negro
 
Fisica moderna
Fisica modernaFisica moderna
Fisica moderna
 
Espectrofotometria
EspectrofotometriaEspectrofotometria
Espectrofotometria
 
Física moderna
Física modernaFísica moderna
Física moderna
 
teoria do campo cristalino
teoria do campo cristalinoteoria do campo cristalino
teoria do campo cristalino
 
Apostila de física do renato
Apostila de física do renato Apostila de física do renato
Apostila de física do renato
 

Recently uploaded

Amamentação: motricidade oral e repercussões sistêmicas - TCC
Amamentação: motricidade oral e repercussões sistêmicas - TCCAmamentação: motricidade oral e repercussões sistêmicas - TCC
Amamentação: motricidade oral e repercussões sistêmicas - TCCProf. Marcus Renato de Carvalho
 
Assistencia de enfermagem no pos anestesico
Assistencia de enfermagem no pos anestesicoAssistencia de enfermagem no pos anestesico
Assistencia de enfermagem no pos anestesicoWilliamdaCostaMoreir
 
eMulti_Estratégia APRRESENTAÇÃO PARA DIVULGAÇÃO
eMulti_Estratégia APRRESENTAÇÃO PARA DIVULGAÇÃOeMulti_Estratégia APRRESENTAÇÃO PARA DIVULGAÇÃO
eMulti_Estratégia APRRESENTAÇÃO PARA DIVULGAÇÃOMayaraDayube
 
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdfSistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdfGustavoWallaceAlvesd
 
Enhanced recovery after surgery in neurosurgery
Enhanced recovery  after surgery in neurosurgeryEnhanced recovery  after surgery in neurosurgery
Enhanced recovery after surgery in neurosurgeryCarlos D A Bersot
 
Medicina Legal.pdf jajahhjsjdjskdhdkdjdjdjd
Medicina Legal.pdf jajahhjsjdjskdhdkdjdjdjdMedicina Legal.pdf jajahhjsjdjskdhdkdjdjdjd
Medicina Legal.pdf jajahhjsjdjskdhdkdjdjdjdClivyFache
 

Recently uploaded (6)

Amamentação: motricidade oral e repercussões sistêmicas - TCC
Amamentação: motricidade oral e repercussões sistêmicas - TCCAmamentação: motricidade oral e repercussões sistêmicas - TCC
Amamentação: motricidade oral e repercussões sistêmicas - TCC
 
Assistencia de enfermagem no pos anestesico
Assistencia de enfermagem no pos anestesicoAssistencia de enfermagem no pos anestesico
Assistencia de enfermagem no pos anestesico
 
eMulti_Estratégia APRRESENTAÇÃO PARA DIVULGAÇÃO
eMulti_Estratégia APRRESENTAÇÃO PARA DIVULGAÇÃOeMulti_Estratégia APRRESENTAÇÃO PARA DIVULGAÇÃO
eMulti_Estratégia APRRESENTAÇÃO PARA DIVULGAÇÃO
 
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdfSistema endocrino anatomia humana slide.pdf
Sistema endocrino anatomia humana slide.pdf
 
Enhanced recovery after surgery in neurosurgery
Enhanced recovery  after surgery in neurosurgeryEnhanced recovery  after surgery in neurosurgery
Enhanced recovery after surgery in neurosurgery
 
Medicina Legal.pdf jajahhjsjdjskdhdkdjdjdjd
Medicina Legal.pdf jajahhjsjdjskdhdkdjdjdjdMedicina Legal.pdf jajahhjsjdjskdhdkdjdjdjd
Medicina Legal.pdf jajahhjsjdjskdhdkdjdjdjd
 

Atividade01

  • 1. INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA COM A MATÉRIA1 1. Conceitos fundamentais Radiação eletromagnética é um tipo de energia que interage com a matéria em uma grande variedade de maneiras e, portanto é de grande importância em química. A fim de entender a natureza dessas interações, alguma familiaridade com as propriedades da energia radiante é necessária. A radiação eletromagnética ou energia radiante não é facilmente caracterizada, possui algumas propriedades consistentes com a teoria das ondas, porém possui outras propriedades que a faz com que se comporte como partícula. Radiação eletromagnética pode ser considerada como uma combinação de corrente elétrica alternada e campo magnético que percorre através do espaço com um movimento de onda. Devido a radiação atuar como uma onda, ela pode ser classificada tanto em termos de comprimento de onda como de freqüência, as quais estão relacionadas pela seguinte equação: v = c/λ (1) onde: v = freqüência em segundos-1 (s-1); c = velocidade da luz (3 x 10-8 m s-1); λ = comprimento de onda em metros (normalmente em nm = 10-9 m). 1 Arquimedes Lavorenti. Professor Associado do Depto. de Ciências Exatas, ESALQ/USP, Caixa Postal 9, 13418-900 – Piracicaba – SP. E-mail: alavoren@carpa.ciagri.usp.br – Publicação Destinada ao Ensino de Ciências - Química - 28/3/2002 1
  • 2. Nem todas as interações entre radiação eletromagnética e matéria podem ser explicadas em termos de uma simples teoria das ondas. Um entendimento de certas interações requer que a radiação seja visualizada como uma partícula ou um pacote de energia denominada de fóton. A energia de um fóton associada com a radiação eletromagnética é definida pela seguinte equação: E = hv (2) onde: E = energia em joules (J); h = constante de Planck (6,62 x 10-34 J s). Uma vez que freqüência e comprimento de onda são inversamente proporcionais, a energia de um fóton é descrita em termos de comprimento de onda pela equação: E = h c/λ (3) Tentando usar simultaneamente as características de onda e partícula, a radiação eletromagnética pode ser considerada como sendo pequenos pacotes de energia se movendo no espaço na forma de onda. Através das equações acima, verifica-se que as radiações com menores comprimentos de onda possuem maior energia. Quando a radiação interage com a matéria, um certo número de processos pode ocorrer, incluindo reflexão, espalhamento, absorção, fluorescência/fosforescência (absorção e re- emissão), e reações fotoquímicas (absorção e quebra de ligações químicas). Como a luz é uma forma de energia, absorção de luz pela matéria faz com que a quantidade de energia das moléculas (ou átomos) aumente. A energia potencial total de uma molécula é representada geralmente como a soma de suas energias eletrônica, vibracional e rotacional: 2
  • 3. Etotal = Eeletrônica + Evibracional + Erotacional (4) A quantidade de energia que uma molécula possui em cada uma das formas não é contínua mas uma série de níveis discretos ou níveis de estado. As diferenças de energia entre os diferentes estados são na seguinte ordem: Eeletrônica > Evibracional > Erotacional Em algumas moléculas e átomos, luz tem energia suficiente para ocasionar transições entre os diferentes níveis eletrônicos de energia. O comprimento de onda da luz absorvida é aquele que tem energia suficiente para mover um elétron de um nível inferior de energia para um nível superior de energia. Para transições eletrônicas, a diferença de energia entre o estado fundamental e o estado excitado é relativamente grande. Portanto, a absorção de energia e o retorno para o estado fundamental são processos rápidos, e o equilíbrio é alcançado muito rapidamente. Assim, uma simples relação linear entre absorbância e concentração e a relativa facilidade de medida da luz têm feito com que a espectroscopia seja a base de vários métodos analíticos quantitativos. 2. Leis da absorção de radiação Quando luz passa através de uma amostra ou quando ela é refletida de uma amostra, a quantidade de luz absorvida é a diferença entre a radiação incidente (I0) e a radiação transmitida (I). A quantidade de luz absorvida é expressa tanto como transmitância ou absorbância. Transmitância é dada normalmente em termos de uma fração da radiação transmitida (I) ou como uma percentagem e, é definida como: T = I/I0 ou %T = (I/I0) 100 (5) A absorbância é definida como: A = - log T (6) 3
  • 4. A primeira formulação matemática relacionando transmitância da luz com concentração de uma substância foi atribuída a Lambert em 1760, embora tenha sido comentado que Bouguer já tenha verificado este efeito em 1729: T = I/Io = e-kb (7) onde: T = transmitância; I = intensidade incidente; Io = intensidade transmitida; e = base do logarítmo natural; k = constante; b = comprimento do percurso (cm). A lei de Beer é idêntica à lei de Bouguer, exceto que está relacionada com a concentração. A quantidade de luz absorvida é proporcional ao número de moléculas que absorvem através da passagem da luz. Combinando as duas leis resulta na lei de Beer-Bouguer-Lambert: T = I/I0 = e-kbc (8) onde: c = concentração das espécies absorvedoras (expresso normalmente em g L-1 ou mg L-1). Esta expressão pode ser transformada de uma maneira linear aplicando logaritmo, ficando da seguinte forma: A = - log T = - log (I/I0) = log (I0/I) = εbc (9) onde: ε = absorção molar ou coeficiente de extinção. Esta expressão é conhecida normalmente como lei de Beer. O coeficiente de extinção ou absortividade molar (ε) é característico de uma dada substância sob uma série de condições exatamente definidas, tais como comprimento de onda, solvente, e temperatura. 4
  • 5. Na prática, a medida do coeficiente de extinção também depende parcialmente das características do instrumento utilizado. Por esta razão, valores pré-determinados para o coeficiente de extinção, não são usados normalmente em análises quantitativas. Em seu lugar, é feita uma curva de calibração da substância que vai ser analisada, usando uma ou mais soluções padrões com concentrações conhecidas do analito. 5