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Falando de Aprendizagem  
MARIA APPARECIDA MAMEDE‐NEVES 

A  compreensão  do  ato  de  aprender  tem  desafiado  muitos  estudiosos  do  campo  da 
Psicologia e da Pedagogia porque é um assunto complexo e central para quem se dedica 
ao  exame  crítico  do  ato  de  ensinar.  Assim,  este  ensaio  não  tem  a  marca  dos  grandes 
trabalhos, mas apenas se forjou no desejo de levantar algumas considerações sobre o ato 
de aprender e suas articulações com o ato de ensinar. 

Normalmente,  define  aprendizagem  como  um  processo  que  “pressupõe  modificações 
mais  ou  menos  estáveis  de  linhas  de  conduta  entendendo‐se  por  conduta  todas  as 
modificações  do  ser  humano,  seja  qual  for  a  área  em  que  apareça.”(1)  Porém,  não  é 
incomum encontrarmos o mesmo termo aprendizagem tomado também como produto 
desse  processo  e,  nesse  caso,  estamos  nos  referindo  ao  saldo  que  ficou  do  ato  de 
aprender.  Este  foi  o  caminho  trilhado  por  muitos  daqueles  que  se  dedicaram  a  estudar 
este  fenômeno,  sendo  que  a  prática  pedagógica  tem‐se  ocupado  muito  mais  dos 
resultados  (produto)  que  um  aprendiz  demonstra,  do  que  tentar  ver  que  caminhos  o 
sujeito tomou para chegar àquele resultado. 

Ainda dentro desta ótica, percebemos que geralmente a aprendizagem é concebido como 
tendo  a  maturação  como  fio  condutor,  com  a  qual  forma  um  binômio;  na  verdade,  a 
maturação  e  a  aprendizagem  são  tomadas  como  sendo  as  duas  faces  do 
desenvolvimento,  ou  seja,  a  maturação  seria  a  face  interna  e  a  aprendizagem  a  face 
externa  desse  processo;  a  maturidade  seria  conseqüência  da  maturação  e  a 
aprendizagem como resultado, o produto do processo de aprender. 

Entretanto, independente de considerarem a aprendizagem como processo ou produto, 
os  estudiosos  que  se  debruçam  sobre  esse  campo  do  conhecimento  tomaram  a 
aprendizagem como modelo explicativo do comportamento humano cujos princípios eles 
consideravam  serem  universais  no  homem,  ou  seja,  eles  procuram  encontrar  os 
enunciados gerais que explicariam o comportamento de qualquer indivíduo, não importa 
em que contexto social ele estivesse ou em que época e que características pudesse ter. 
Vemos,  assim,  que  esses  estudiosos  dão  ênfase  à  generalização,  uma  vez  que  esses 
princípios podem ser encontrados, inclusive, em qualquer etapa da vida do ser humano; 
por isso mesmo, procuraram encontrar as leis gerais que definiram a aprendizagem. 



                                                                                                     [1] 

 
 




Por  conseqüência,  durante  muitos  anos,  os  teóricos  de  aprendizagem  se  colocaram 
apartados  do  estudo  do  desenvolvimento,  considerando  a  aprendizagem  como  um 
conceito  único  e  definindo‐a  predominantemente  como  cognitiva,  ligada  apenas  ao 
conhecimento  racional.  Foi  exatamente  sob  esta  ótica  que  a  didática  se  desenvolveu, 
refinando  métodos  que  garantissem  o  melhor  desempenho  cognitivo  de  seus  alunos. 
Desejo,  motivação,  repulsa,  medo,  enfim,  os  sentimentos  que  qualquer  pessoa  pudesse 
apresentar  durante  esse  processo  eram  inevitavelmente  associados  aos  impulsos  inatos 
do  indivíduo  ligados,  portanto,  predominantemente  à  hereditariedade  e  ao 
temperamento específico que ele apresentava. 

Assim  caminhou  a  escola,  dividindo  os  profissionais  que  atendiam  os  alunos  em 
compartimentos estanques; se ligados ao ato pedagógico, preocupados com o chamado 
rendimento  escolar;  se  ligados  à  conduta  sócio‐afetiva,  preocupados  então  com  seus 
desejos e motivações.  

É nesse cenário que surgem algumas idéias inovadoras em relação ao que efetivamente a 
aprendizagem  representa.  Nesse  ponto,  um  artigo  muito  importante  de  um  pensador 
alemão  Kurt  Lewin  –  balançou  consideravelmente  a  idéia  de  conceituação  única  para  a 
aprendizagem (2). 

Lewin,  apesar  de  não  abandonar  o  propósito  de  buscar  os  universais  e  a  generalização 
para  o  conceito  de  aprendizagem,  aponta,  neste  texto,  como  a  aprendizagem  é  um 
conceito complexo e que, na verdade, se traduz em diferentes tipos de comportamento. 
Através  de  Lewin,  percebemos  que,  no  bojo  da  palavra  aprendizagem,  estão  implícitas 
várias significações distintas, tais como: 

    •   aprendizagem como mudança na estrutura cognitiva; 

    •   aprendizagem como mudança de motivação; 

    •   aprendizagem como modificação no grupo a que pertencem os indivíduos; 

    •   aprendizagem como mudança de valores e ideologias; 

    •   aprendizagem como mudança de necessidade e de significado. 




                                                                                                     [2] 

 
 




É  claro  que,  além  das  acima  apontadas,  Lewin  previa  também  a  aprendizagem  como 
mudanças na área físico‐biológica de uma pessoa, mudanças estas que estariam ligadas 
predominantemente  à  maturidade  biológica  e  muito  importante  na  aquisição  de 
habilidades específicas em que a área motora é a principal. Logo, estamos diante de um 
conceito complexo que precisa ser bem distinguido em sua trama. 

Tendo  no  conceito  de  estrutura  seu  referencial  básico  para  explicar  a  aprendizagem, 
posto  que  K.  Lewin  era  um  teórico  estruturalista  e  não  elementarista,  a  sua  teoria, 
chamada  Teoria  de  Campo,  caminhou  no  sentido  de  adotar  a  percepção  (e,  não  as 
sensações,  como  faziam  outros  autores)  como  a  estrutura  básica  do  ato  de  aprender, 
entendendo percepção como sendo o conhecimento que promove, com base nos dados 
recolhidos, a coordenação da conduta.  

Para Lewin e seu colegas representantes da chamada escola gestaltista, perceber é, antes 
de  tudo,  relacionar  os  elementos  que  formam  o  todo  de  uma  situação,  de  forma  a  que 
possa  adquirir  significado  para  o  percebedor.  Dada  uma  situação  concreta,  o  ato  de 
perceber  absorve  não  só  as  unidades  concretas  –  as  partes  da  situação  –  que  as 
compõem,  mas  também,  e  em  condições  prioritárias,  as  relações  que  se  estabelecem 
entre  essas  partes.  Dizemos  que  percebemos  quando  o  que  estamos  tomando  contato 
adquire algum sentido, alguma significação para nós. 

Anteriormente, os teóricos achavam que o ato de estabelecer relações era um fenômeno 
considerado acessível somente aos processos de pensamento. Devemos, pois, à corrente 
gestaltista a redução das diferenças entre o ato de perceber e o de pensar. Para eles, o 
pensamento  se  distingue  da  percepção  apenas  pela  sua  maior  flexibilidade,  ou  seja,  as 
estruturas mentais se apresentam mais reversíveis do que as estruturas perceptuais (3). 
Mas,  o  pensamento  vai  precisar  sempre  desse  processo  importantíssimo  que  é  a 
percepção. 

Perceber não é, portanto, apenas perceber objetos concretos. Percebemos, além desses 
objetos  concretos,  objetos  ideais,  fruto  de  nossa  construção  imaginária  e,  sobretudo, 
percebemos relações. Foram, mais uma vez, Lewin e seus colegas que insistiram no fato 
de que aprender é estabelecer e compreender relações. 

A importância da percepção para a aprendizagem humana pode ser resumida na seguinte 
máxima: o comportamento humano é o resultado de como o homem percebe o mundo e 

                                                                                                     [3] 

 
 




de  como  ele  se  percebe  no  mundo.  Esse  é  um  ponto  fundamental  para  o  campo 
pedagógico porque, antes de mais nada, o professor deveria levar o aluno a perceber, a 
propor possíveis relações entre os fenômenos, mais do que apenas ensiná‐los a enunciá‐
los. 

É importante que se frise que a percepção pode exercer também uma função defensiva, 
que  protege  a  estrutura  psíquica  contra  eventuais  estímulos  que  venham  a  ser 
significados  como  ameaçadores  ao  sujeito.  A  percepção  é  assim  o  seu  guardião  atento, 
que vai lutar pela sua integridade e nunca a serviço de sua destruição. 

Um  outro  ponto  igualmente  importante  levantado,  também  a  partir  da  contribuição  de 
Lewin  como  teórico  de  aprendizagem,  foi  considerar  a  organização  psíquica  como  o 
verdadeiro cenário do processo de aprender. Ora, a organização psíquica pressupõe um 
sistema de informações armazenadas como imagens ou “representações” dos impulsos, 
objetos,  vínculos,  momentos  vivenciais  e  ações  de  uma  pessoa.  Esse  sistema  tem, 
portanto,  a  seu  encargo  a  realização  de  um  duplo  trabalho:  transforma  percepções  em 
imagens  mentais  e  operações,  integrando‐as  ao  conjunto  já  estruturado,  ao  mesmo 
tempo  em  que  modifica  seus  próprios  esquemas  de  operação,  pela  oposição  que  a 
realidade externa lhe oferece. O resultado de todo esse processo é, por conseqüência, a 
ação do sujeito no mundo, transformando o meio externo, ao mesmo tempo em que se 
dá  a  adaptação  da  organização  psíquica  às  mudanças  experimentais,  a  partir  da  sua 
própria transformação. 

Deste  modo,  através  dos  processos  de  pensamento,  é  possível  ao  homem  realizar  a 
diferença  dos  elementos  que  integram  a  realidade  e  das  relações  por  ele  reconhecidas, 
bem  como  a  seleção  dos  elementos  e  das  relações  que  serão  retidas,  permitindo‐lhe 
construir mecanismos mentais de antecipação. Aprender é, portanto e sobretudo, poder 
antecipar  situações  que  ainda  não  aconteceram  no  campo  real;  poder  ter  expectativas 
sobre  um  fenômeno  antes  que  ele  se  realize  e  poder  formular  hipóteses  sobre  os 
possíveis  caminhos  que  tomará  este  fenômeno.  Assume‐se,  assim,  a  idéia  que  a 
aprendizagem  pressupõe  que  o  sujeito  dê  um  passo  além  da  mera  aquisição  da 
informação, incorporando e manipulando os instrumentos de indagação. Nesse sentido, 
aprender é, muito mais, poder indagar. 




                                                                                                     [4] 

 
 




Por conseguinte, o eixo principal do ato de aprender é o pensar, concebido não apenas 
como um conjunto de processos mentais, mediados entre as necessidades humanas e os 
instrumentos  utilizados,  ou  a  mobilização  de  meios  adequados  de  que  o  homem  lança 
mão  para  alcançar  seus  objetivos.  As  significações,  sejam  símbolos  ou  signos,  são 
fundamentais  para  o  homem  organizar  e  compreender  o  mundo.  Aliás,  a  escola 
gestaltista faz o estudioso em Psicologia levar em conta qualidades de pensamento que 
representam  muito  mais  do  que  simples  registros  de  elementos  físicos  que  foram 
captados  pelos  sentidos.  Esses  elementos  do  pensamento  constituem  a  realidade 
psíquica,  nem  sempre,  portanto,  correspondente  à  realidade  física.  Essa  “realidade 
virtual” vai dar ensejo a que se defina o espaço (ou campo) psíquico como um espaço de 
representações, reais ou não, no ponto de vista físico, mas certamente reais no ponto de 
vista  psicológico.  Ligadas  a  essas  realidades  estão  as  valências,  as  significações  que 
aquelas  representações  têm  para  o  sujeito.  Como  se  vê,  a  partir  da  teoria  de 
aprendizagem,  principalmente  desenvolvida  por  K.  Lewin,  foi  conferida  uma  grande 
importância  à  motivação  no  ato  de  aprender,  dando,  portanto,  às  intenções  (vontades) 
uma função estrutural na aprendizagem. Desejar aprender passou a ser fundamental. 

Em relação à evolução do pensamento, o ponto de partida é a ação sensório‐motora que, 
se  no  início  tem  que  ser  realizada  concretamente,  aos  poucos  vai‐se  estruturando  de 
forma  representativa  no  espaço  psíquico,  permitindo  que  o  sujeito  se  organize  e 
(re)organize  o  meio  ao  seu  redor,  sem  que  necessariamente  produza  alterações  na 
realidade externa. No curso do desenvolvimento, o pensamento vai progressivamente se 
“desprendendo”  desse  “patamar”  e  as  ações  virtuais  do  pensamento  vão 
progressivamente tomando lugar, buscando o porquê e o como das relações percebidas. 

Finalmente,  é  importante  lembrarmos  que  há  diferentes  modos  de  aprender, 
independente do momento do desenvolvimento em que esteja: pela apreensão direta da 
realidade e pela apreensão indireta da realidade. 

Aprende‐se  pela  apreensão  direta  da  realidade,  quando  ela  é  realizada  através  das 
vivências concretas e  pessoais de quem aprende.  Foi este tipo de aprendizagem que os 
teóricos  preocupados  com  este  campo  mais  freqüentemente  enfatizaram,  ou  seja,  o 
processo que se dá pela ação do indivíduo visto em sua singularidade. 




                                                                                                     [5] 

 
 




Porém,  por  outro  lado,  outros  autores,  como  Freud  e  Vygostsky,  por  exemplo,  embora 
não tenham desenvolvido teorias específicas de aprendizagem e sim de desenvolvimento, 
pensaram  um  pouco  além  desta  afirmativa  e  trouxeram,  para  o  cenário  das  discussões 
teóricas, o papel que desempenham aqueles que nos ensinam as coisas do mundo, seus 
valores,  suas  significações.  Eles  enfatizam  um  outro  modo  de  se  aprender,  ou  seja,  a 
aprendizagem que se realiza pela apreensão indireta da realidade, conseguida através das 
informações fornecidas pelas pessoas que foram para nós modelos significativos na nossa 
compreensão do mundo, na construção do nosso conhecimento. Nesse grupo de pessoas, 
estão  incluídos  os  pais,  os  mestres,  os  amigos  e  companheiros  de  idade,  enfim,  todos 
aqueles  que  nos  permitem  apreender  o  legado  do  contexto  social  em  que  estamos 
inseridos.  Esses  mediadores  passam  para  nós  algo  de  que  já  é  deles,  tais  como 
conhecimentos, modos de viver, jeito de ser, etc. que deverão ser resignificados por nós a 
partir  do  que  eles  nos  deixaram.  Essas  figuras  são  responsáveis  principalmente  pela 
aprendizagem das motivações que regem nosso comportamento porque, ao realizarem a 
tarefa de nos ensinar, estão consciente ou inconsciente passando também seus valores e 
crenças. Assim, não é a toa que Freud afirma que “... Em seus semelhantes, o ser humano 
aprende a (re) colher (4).” 

Um  pouco  atrelada  a  essa  idéia  de  que  aprendizagem  é,  antes  de  mais  nada,  um  ato 
social, está a preocupação de K. Lewin em estudar os constituintes históricos do sujeito 
que  continuam  determinantes  do  seu  comportamento,  conferindo‐lhes,  assim,  um 
caráter  de  concretude  e  atualidade,  apesar  de  cronologicamente  passados.  Esse  é 
também  um  ponto  altamente  interessante  e  que  nos  faz  refletir  sobre  a 
contemporaneidade  de  certas  aprendizagens,  que  não  perdem  o  seu  vigor  apesar  da 
passagem dos anos, e sobre os “esquecimentos motivados” ou “desatenções seletivas”, 
que não se inscrevem na ordem do esperado. 

Finalmente, parece importante que seja enfatizado o impacto que estas colocações aqui 
expostas  acarretam  para  o  fazer  pedagógico,  tanto  em  relação  à  importância  da 
percepção  como  processo  básico  para  a  aprendizagem,  quanto  da  importância  da 
motivação para aprender ou ainda da idéia de que o homem aprende principalmente com 
os seus companheiros no seio de seu contexto. Abre‐se, assim, um espaço para algumas 
reflexões: 




                                                                                                     [6] 

 
 




    •    O que realmente confere significância a uma aprendizagem? Será o conteúdo que 
         o professor ensina, como ensina ou a paixão que ele coloca quando ensina? Qual 
         o valor que tem para o próprio professor o que ele ensina? 

    •    Por  que  certos  conhecimentos  permanecem  vivos  no  espaço  psíquico,  sem  que 
         para  isso  tenha  havido  repetições  ou  treinamentos  intensos,  que  seriam  a  base 
         da tradição pedagógica de alguns anos atrás? 

    •    E  por  que  certas  aprendizagens  não  se  realizam,  em  que  pesem  os  métodos 
         adotados ou a certeza da higidez do sujeito aprendente? 

Estas  questões  deveriam  estar  presentes  sempre  no  espaço  pedagógico,  quando  um 
mestre prepara suas aulas... 

Notas 

    (1) BLEGER, J. Psicologia da conduta, Porto Alegre, Artes Médicas, 1984, p.61 

    (2) LEWIN,  K.  Aprendizagem:  um  termo  com  várias  significados  e  uma  história 
         confusa, Teoria de campo em ciência social, São Paulo: Pioneira, 1965, p. 68‐98. 

    (3) PENNA,  A.  G.  Percepção  e  realidade  introdução  ao  estudo  da  atividade 
         perceptiva, Rio de Janeiro, Fundo de Cultura, 1968. 

    (4) FREUD,  S.  Edição  standard  brasileira  das  obras  completas,  R.  Janeiro,  Imago, 
         1969, v.3. 

 




                                                                                                     [7] 

 

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  • 1.   Falando de Aprendizagem   MARIA APPARECIDA MAMEDE‐NEVES  A  compreensão  do  ato  de  aprender  tem  desafiado  muitos  estudiosos  do  campo  da  Psicologia e da Pedagogia porque é um assunto complexo e central para quem se dedica  ao  exame  crítico  do  ato  de  ensinar.  Assim,  este  ensaio  não  tem  a  marca  dos  grandes  trabalhos, mas apenas se forjou no desejo de levantar algumas considerações sobre o ato  de aprender e suas articulações com o ato de ensinar.  Normalmente,  define  aprendizagem  como  um  processo  que  “pressupõe  modificações  mais  ou  menos  estáveis  de  linhas  de  conduta  entendendo‐se  por  conduta  todas  as  modificações  do  ser  humano,  seja  qual  for  a  área  em  que  apareça.”(1)  Porém,  não  é  incomum encontrarmos o mesmo termo aprendizagem tomado também como produto  desse  processo  e,  nesse  caso,  estamos  nos  referindo  ao  saldo  que  ficou  do  ato  de  aprender.  Este  foi  o  caminho  trilhado  por  muitos  daqueles  que  se  dedicaram  a  estudar  este  fenômeno,  sendo  que  a  prática  pedagógica  tem‐se  ocupado  muito  mais  dos  resultados  (produto)  que  um  aprendiz  demonstra,  do  que  tentar  ver  que  caminhos  o  sujeito tomou para chegar àquele resultado.  Ainda dentro desta ótica, percebemos que geralmente a aprendizagem é concebido como  tendo  a  maturação  como  fio  condutor,  com  a  qual  forma  um  binômio;  na  verdade,  a  maturação  e  a  aprendizagem  são  tomadas  como  sendo  as  duas  faces  do  desenvolvimento,  ou  seja,  a  maturação  seria  a  face  interna  e  a  aprendizagem  a  face  externa  desse  processo;  a  maturidade  seria  conseqüência  da  maturação  e  a  aprendizagem como resultado, o produto do processo de aprender.  Entretanto, independente de considerarem a aprendizagem como processo ou produto,  os  estudiosos  que  se  debruçam  sobre  esse  campo  do  conhecimento  tomaram  a  aprendizagem como modelo explicativo do comportamento humano cujos princípios eles  consideravam  serem  universais  no  homem,  ou  seja,  eles  procuram  encontrar  os  enunciados gerais que explicariam o comportamento de qualquer indivíduo, não importa  em que contexto social ele estivesse ou em que época e que características pudesse ter.  Vemos,  assim,  que  esses  estudiosos  dão  ênfase  à  generalização,  uma  vez  que  esses  princípios podem ser encontrados, inclusive, em qualquer etapa da vida do ser humano;  por isso mesmo, procuraram encontrar as leis gerais que definiram a aprendizagem.  [1]   
  • 2.   Por  conseqüência,  durante  muitos  anos,  os  teóricos  de  aprendizagem  se  colocaram  apartados  do  estudo  do  desenvolvimento,  considerando  a  aprendizagem  como  um  conceito  único  e  definindo‐a  predominantemente  como  cognitiva,  ligada  apenas  ao  conhecimento  racional.  Foi  exatamente  sob  esta  ótica  que  a  didática  se  desenvolveu,  refinando  métodos  que  garantissem  o  melhor  desempenho  cognitivo  de  seus  alunos.  Desejo,  motivação,  repulsa,  medo,  enfim,  os  sentimentos  que  qualquer  pessoa  pudesse  apresentar  durante  esse  processo  eram  inevitavelmente  associados  aos  impulsos  inatos  do  indivíduo  ligados,  portanto,  predominantemente  à  hereditariedade  e  ao  temperamento específico que ele apresentava.  Assim  caminhou  a  escola,  dividindo  os  profissionais  que  atendiam  os  alunos  em  compartimentos estanques; se ligados ao ato pedagógico, preocupados com o chamado  rendimento  escolar;  se  ligados  à  conduta  sócio‐afetiva,  preocupados  então  com  seus  desejos e motivações.   É nesse cenário que surgem algumas idéias inovadoras em relação ao que efetivamente a  aprendizagem  representa.  Nesse  ponto,  um  artigo  muito  importante  de  um  pensador  alemão  Kurt  Lewin  –  balançou  consideravelmente  a  idéia  de  conceituação  única  para  a  aprendizagem (2).  Lewin,  apesar  de  não  abandonar  o  propósito  de  buscar  os  universais  e  a  generalização  para  o  conceito  de  aprendizagem,  aponta,  neste  texto,  como  a  aprendizagem  é  um  conceito complexo e que, na verdade, se traduz em diferentes tipos de comportamento.  Através  de  Lewin,  percebemos  que,  no  bojo  da  palavra  aprendizagem,  estão  implícitas  várias significações distintas, tais como:  • aprendizagem como mudança na estrutura cognitiva;  • aprendizagem como mudança de motivação;  • aprendizagem como modificação no grupo a que pertencem os indivíduos;  • aprendizagem como mudança de valores e ideologias;  • aprendizagem como mudança de necessidade e de significado.  [2]   
  • 3.   É  claro  que,  além  das  acima  apontadas,  Lewin  previa  também  a  aprendizagem  como  mudanças na área físico‐biológica de uma pessoa, mudanças estas que estariam ligadas  predominantemente  à  maturidade  biológica  e  muito  importante  na  aquisição  de  habilidades específicas em que a área motora é a principal. Logo, estamos diante de um  conceito complexo que precisa ser bem distinguido em sua trama.  Tendo  no  conceito  de  estrutura  seu  referencial  básico  para  explicar  a  aprendizagem,  posto  que  K.  Lewin  era  um  teórico  estruturalista  e  não  elementarista,  a  sua  teoria,  chamada  Teoria  de  Campo,  caminhou  no  sentido  de  adotar  a  percepção  (e,  não  as  sensações,  como  faziam  outros  autores)  como  a  estrutura  básica  do  ato  de  aprender,  entendendo percepção como sendo o conhecimento que promove, com base nos dados  recolhidos, a coordenação da conduta.   Para Lewin e seu colegas representantes da chamada escola gestaltista, perceber é, antes  de  tudo,  relacionar  os  elementos  que  formam  o  todo  de  uma  situação,  de  forma  a  que  possa  adquirir  significado  para  o  percebedor.  Dada  uma  situação  concreta,  o  ato  de  perceber  absorve  não  só  as  unidades  concretas  –  as  partes  da  situação  –  que  as  compõem,  mas  também,  e  em  condições  prioritárias,  as  relações  que  se  estabelecem  entre  essas  partes.  Dizemos  que  percebemos  quando  o  que  estamos  tomando  contato  adquire algum sentido, alguma significação para nós.  Anteriormente, os teóricos achavam que o ato de estabelecer relações era um fenômeno  considerado acessível somente aos processos de pensamento. Devemos, pois, à corrente  gestaltista a redução das diferenças entre o ato de perceber e o de pensar. Para eles, o  pensamento  se  distingue  da  percepção  apenas  pela  sua  maior  flexibilidade,  ou  seja,  as  estruturas mentais se apresentam mais reversíveis do que as estruturas perceptuais (3).  Mas,  o  pensamento  vai  precisar  sempre  desse  processo  importantíssimo  que  é  a  percepção.  Perceber não é, portanto, apenas perceber objetos concretos. Percebemos, além desses  objetos  concretos,  objetos  ideais,  fruto  de  nossa  construção  imaginária  e,  sobretudo,  percebemos relações. Foram, mais uma vez, Lewin e seus colegas que insistiram no fato  de que aprender é estabelecer e compreender relações.  A importância da percepção para a aprendizagem humana pode ser resumida na seguinte  máxima: o comportamento humano é o resultado de como o homem percebe o mundo e  [3]   
  • 4.   de  como  ele  se  percebe  no  mundo.  Esse  é  um  ponto  fundamental  para  o  campo  pedagógico porque, antes de mais nada, o professor deveria levar o aluno a perceber, a  propor possíveis relações entre os fenômenos, mais do que apenas ensiná‐los a enunciá‐ los.  É importante que se frise que a percepção pode exercer também uma função defensiva,  que  protege  a  estrutura  psíquica  contra  eventuais  estímulos  que  venham  a  ser  significados  como  ameaçadores  ao  sujeito.  A  percepção  é  assim  o  seu  guardião  atento,  que vai lutar pela sua integridade e nunca a serviço de sua destruição.  Um  outro  ponto  igualmente  importante  levantado,  também  a  partir  da  contribuição  de  Lewin  como  teórico  de  aprendizagem,  foi  considerar  a  organização  psíquica  como  o  verdadeiro cenário do processo de aprender. Ora, a organização psíquica pressupõe um  sistema de informações armazenadas como imagens ou “representações” dos impulsos,  objetos,  vínculos,  momentos  vivenciais  e  ações  de  uma  pessoa.  Esse  sistema  tem,  portanto,  a  seu  encargo  a  realização  de  um  duplo  trabalho:  transforma  percepções  em  imagens  mentais  e  operações,  integrando‐as  ao  conjunto  já  estruturado,  ao  mesmo  tempo  em  que  modifica  seus  próprios  esquemas  de  operação,  pela  oposição  que  a  realidade externa lhe oferece. O resultado de todo esse processo é, por conseqüência, a  ação do sujeito no mundo, transformando o meio externo, ao mesmo tempo em que se  dá  a  adaptação  da  organização  psíquica  às  mudanças  experimentais,  a  partir  da  sua  própria transformação.  Deste  modo,  através  dos  processos  de  pensamento,  é  possível  ao  homem  realizar  a  diferença  dos  elementos  que  integram  a  realidade  e  das  relações  por  ele  reconhecidas,  bem  como  a  seleção  dos  elementos  e  das  relações  que  serão  retidas,  permitindo‐lhe  construir mecanismos mentais de antecipação. Aprender é, portanto e sobretudo, poder  antecipar  situações  que  ainda  não  aconteceram  no  campo  real;  poder  ter  expectativas  sobre  um  fenômeno  antes  que  ele  se  realize  e  poder  formular  hipóteses  sobre  os  possíveis  caminhos  que  tomará  este  fenômeno.  Assume‐se,  assim,  a  idéia  que  a  aprendizagem  pressupõe  que  o  sujeito  dê  um  passo  além  da  mera  aquisição  da  informação, incorporando e manipulando os instrumentos de indagação. Nesse sentido,  aprender é, muito mais, poder indagar.  [4]   
  • 5.   Por conseguinte, o eixo principal do ato de aprender é o pensar, concebido não apenas  como um conjunto de processos mentais, mediados entre as necessidades humanas e os  instrumentos  utilizados,  ou  a  mobilização  de  meios  adequados  de  que  o  homem  lança  mão  para  alcançar  seus  objetivos.  As  significações,  sejam  símbolos  ou  signos,  são  fundamentais  para  o  homem  organizar  e  compreender  o  mundo.  Aliás,  a  escola  gestaltista faz o estudioso em Psicologia levar em conta qualidades de pensamento que  representam  muito  mais  do  que  simples  registros  de  elementos  físicos  que  foram  captados  pelos  sentidos.  Esses  elementos  do  pensamento  constituem  a  realidade  psíquica,  nem  sempre,  portanto,  correspondente  à  realidade  física.  Essa  “realidade  virtual” vai dar ensejo a que se defina o espaço (ou campo) psíquico como um espaço de  representações, reais ou não, no ponto de vista físico, mas certamente reais no ponto de  vista  psicológico.  Ligadas  a  essas  realidades  estão  as  valências,  as  significações  que  aquelas  representações  têm  para  o  sujeito.  Como  se  vê,  a  partir  da  teoria  de  aprendizagem,  principalmente  desenvolvida  por  K.  Lewin,  foi  conferida  uma  grande  importância  à  motivação  no  ato  de  aprender,  dando,  portanto,  às  intenções  (vontades)  uma função estrutural na aprendizagem. Desejar aprender passou a ser fundamental.  Em relação à evolução do pensamento, o ponto de partida é a ação sensório‐motora que,  se  no  início  tem  que  ser  realizada  concretamente,  aos  poucos  vai‐se  estruturando  de  forma  representativa  no  espaço  psíquico,  permitindo  que  o  sujeito  se  organize  e  (re)organize  o  meio  ao  seu  redor,  sem  que  necessariamente  produza  alterações  na  realidade externa. No curso do desenvolvimento, o pensamento vai progressivamente se  “desprendendo”  desse  “patamar”  e  as  ações  virtuais  do  pensamento  vão  progressivamente tomando lugar, buscando o porquê e o como das relações percebidas.  Finalmente,  é  importante  lembrarmos  que  há  diferentes  modos  de  aprender,  independente do momento do desenvolvimento em que esteja: pela apreensão direta da  realidade e pela apreensão indireta da realidade.  Aprende‐se  pela  apreensão  direta  da  realidade,  quando  ela  é  realizada  através  das  vivências concretas e  pessoais de quem aprende.  Foi este tipo de aprendizagem que os  teóricos  preocupados  com  este  campo  mais  freqüentemente  enfatizaram,  ou  seja,  o  processo que se dá pela ação do indivíduo visto em sua singularidade.  [5]   
  • 6.   Porém,  por  outro  lado,  outros  autores,  como  Freud  e  Vygostsky,  por  exemplo,  embora  não tenham desenvolvido teorias específicas de aprendizagem e sim de desenvolvimento,  pensaram  um  pouco  além  desta  afirmativa  e  trouxeram,  para  o  cenário  das  discussões  teóricas, o papel que desempenham aqueles que nos ensinam as coisas do mundo, seus  valores,  suas  significações.  Eles  enfatizam  um  outro  modo  de  se  aprender,  ou  seja,  a  aprendizagem que se realiza pela apreensão indireta da realidade, conseguida através das  informações fornecidas pelas pessoas que foram para nós modelos significativos na nossa  compreensão do mundo, na construção do nosso conhecimento. Nesse grupo de pessoas,  estão  incluídos  os  pais,  os  mestres,  os  amigos  e  companheiros  de  idade,  enfim,  todos  aqueles  que  nos  permitem  apreender  o  legado  do  contexto  social  em  que  estamos  inseridos.  Esses  mediadores  passam  para  nós  algo  de  que  já  é  deles,  tais  como  conhecimentos, modos de viver, jeito de ser, etc. que deverão ser resignificados por nós a  partir  do  que  eles  nos  deixaram.  Essas  figuras  são  responsáveis  principalmente  pela  aprendizagem das motivações que regem nosso comportamento porque, ao realizarem a  tarefa de nos ensinar, estão consciente ou inconsciente passando também seus valores e  crenças. Assim, não é a toa que Freud afirma que “... Em seus semelhantes, o ser humano  aprende a (re) colher (4).”  Um  pouco  atrelada  a  essa  idéia  de  que  aprendizagem  é,  antes  de  mais  nada,  um  ato  social, está a preocupação de K. Lewin em estudar os constituintes históricos do sujeito  que  continuam  determinantes  do  seu  comportamento,  conferindo‐lhes,  assim,  um  caráter  de  concretude  e  atualidade,  apesar  de  cronologicamente  passados.  Esse  é  também  um  ponto  altamente  interessante  e  que  nos  faz  refletir  sobre  a  contemporaneidade  de  certas  aprendizagens,  que  não  perdem  o  seu  vigor  apesar  da  passagem dos anos, e sobre os “esquecimentos motivados” ou “desatenções seletivas”,  que não se inscrevem na ordem do esperado.  Finalmente, parece importante que seja enfatizado o impacto que estas colocações aqui  expostas  acarretam  para  o  fazer  pedagógico,  tanto  em  relação  à  importância  da  percepção  como  processo  básico  para  a  aprendizagem,  quanto  da  importância  da  motivação para aprender ou ainda da idéia de que o homem aprende principalmente com  os seus companheiros no seio de seu contexto. Abre‐se, assim, um espaço para algumas  reflexões:  [6]   
  • 7.   • O que realmente confere significância a uma aprendizagem? Será o conteúdo que  o professor ensina, como ensina ou a paixão que ele coloca quando ensina? Qual  o valor que tem para o próprio professor o que ele ensina?  • Por  que  certos  conhecimentos  permanecem  vivos  no  espaço  psíquico,  sem  que  para  isso  tenha  havido  repetições  ou  treinamentos  intensos,  que  seriam  a  base  da tradição pedagógica de alguns anos atrás?  • E  por  que  certas  aprendizagens  não  se  realizam,  em  que  pesem  os  métodos  adotados ou a certeza da higidez do sujeito aprendente?  Estas  questões  deveriam  estar  presentes  sempre  no  espaço  pedagógico,  quando  um  mestre prepara suas aulas...  Notas  (1) BLEGER, J. Psicologia da conduta, Porto Alegre, Artes Médicas, 1984, p.61  (2) LEWIN,  K.  Aprendizagem:  um  termo  com  várias  significados  e  uma  história  confusa, Teoria de campo em ciência social, São Paulo: Pioneira, 1965, p. 68‐98.  (3) PENNA,  A.  G.  Percepção  e  realidade  introdução  ao  estudo  da  atividade  perceptiva, Rio de Janeiro, Fundo de Cultura, 1968.  (4) FREUD,  S.  Edição  standard  brasileira  das  obras  completas,  R.  Janeiro,  Imago,  1969, v.3.    [7]