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      Introdução
       à análise
      da imagem
           Martine Joly

Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde - PPGICS
Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde - ICICT
Fiocruz

Disciplina: Teoria e metodologia dos discursos: uma introdução            Juliana Lofego
Professora: Inesita Araújo                                                    Maio /2011
+
MARTINE JOLY

Professora na Universidade Michel de Montaigne –
Bordeaux III. Contribui e participa na elaboração de
estudos sobre a imagem e o audiovisual, na França e em
países estrangeiros.




Livros publicados em português:

Dicionário de imagem (JOLY et al, 2011)
Introdução à análise da imagem (JOLY, 2008)
A imagem e os signos (JOLY, 2005)
A imagem e a sua interpretação (JOLY, 2003)
+
    Roteiro
    Da autora, no livro                  Da apresentação

        Definição do objeto: usos e         Princípios teóricos e
         significações de imagem;             definições
         teoria semiótica
                                             Análise da imagem: premissas,
                                              implicações (exemplos,
        Análise da imagem: desafios e
                                              classificação das funções
         métodos                              comunicativas)
        Estudo de imagens em                Imagem na publicidade e
         publicidade e exemplo                metodologia de análise
                                              (retórica da imagem)
        Interação e
         complementaridade entre             Sugestão de leitura e
         imagem e palavra                     considerações


    A autora parte da abordagem semiótica,
    e se detém em mensagem visual única e fixa
+
    IMAGEM
+
    Princípios teóricos

        Linguística e semiologia                     Semiótica
         Saussure (1857-1913) França                   Peirce (1839-1914) EUA

    (estudo de linguagens particulares. - p.30)   (filosofia das linguagens - p.30)

                                                  Teoria dos signos
         Significado (conceito)
         Significante (som)
                                                  Relação do signo com 3 polos:
                                                              Significado (interpretante)

    Relação som/sentido é arbitrária
                                                       Significante                   Objeto
    Relação foto/sentido é motivada                    (representamen)                (referente)
      (pela semelhança)


    SAUSSURE (1974)                               PEIRCE (1978)
+
    Tipos de signo – Peirce (1978)
        Ícone – relação de analogia entre significante e referente

        Índice – relação causal/física com o que representa

        Símbolo – relação de convenção com referente



                  A IMAGEM COMO SIGNO PERTENCE A
                          SUBCATEGORIA ÍCONE,
                       PELA ANALOGIA QUALITATIVA
                     ENTRE SIGNIFICANTE E REFERENTE



        A imagem não constitui todo o ícone, mas é signo icônico
+
    Signos icônicos - tipos de ícone

        Imagem
             Desenho, foto, pintura – retoma as qualidades formais do
              referente (cor, forma, proporção)


        Diagrama
             Possui analogia de relação, interna ao objeto


        Metáfora
             Relação a partir de paralelismo qualitativo
+
    Definição teórica de imagem

        Peirce (1978)
             Não corresponde a todos tipos de ícone
             Corresponde à imagem visual (é signo icônico)
             Não é apenas visual

        Com a semiologia das imagens (meados séc XX):
             Imagem como sinônimo de REPRESENTAÇÃO VISUAL

        Barthes (1964)
             Questões sobre os sentidos e a linguagem das imagens
             Pesquisa se imagem contém signos e quais são eles
+
    Imagem como representação
    imagens visuais, mentais, virtuais
    que tem semelhança / analogia a outra coisa

        Distinção fundamental entre imagens(p.39/40) :
             Fabricadas – “imitam mais ou menos corretamente um modelo”
              ou propõem um modelo. Em imagens científicas, a imitação
              perfeita provoca ilusão da realidade: imagem virtual.
             Gravadas / registradas – se assemelham ao que representam.
              Foto, vídeo, filme - consideradas perfeitamente semelhantes e
              confiáveis por partirem da própria coisa.

        O esquecimento do caráter representativo causa confusão
         entre imagem e coisa

        Há circulação da imagem entre ícone, índice e símbolo
                              (semelhança – traço – convenção)
+
    Análise da imagem: desafios e métodos
    Precede à análise considerar recusas ou necessidades,
    objetivos e funções, para determinar ferramentas

        Conduta analítica deve levar em conta:
             Função da mensagem
             Horizonte de expectativa (publicidade hoje / Anos 50)
             Diversos tipos de contexto (produção, emissão, recepção)


        Funções da análise:
             Pedagógica: escola, universidade, trabalho, mídia
             Verificabilidade: marketing, publicidade. Desempenho, eficácia e
              rentabilidade.

                      “Não existe um método absoluto para análise,
                         mas opções a serem feitas ou inventadas
                             em função dos objetivos” (p.50)
+
    Horizonte de expectativa (p.61)
    Expectativa ligada a contexto – condiciona a interpretação




Interpretação pressupõe interação entre:
        Leis internas e externas ao texto
        Contexto institucional de produção e recepção
        Contexto da experiência e percepção estética
                                          (JAUSS, 1970; 1978)
+
    Interpretação
        Confusão: percepção e interpretação

        “Nova crítica” nos anos 60 - interação autor-
         obra-público
         (BARTHES, 1964; JAUSS, 1978; ECO, 1992)

        Buscar pontos comuns com outros “leitores”.
         Mais plausível quando feita em grupo – limites
         mais razoáveis

        Arte – como analisar afetivo e emotivo?

        Permutação (princípios da oposição e
         segmentação): procedimento clássico para
         pesquisar a natureza dos elementos que
         compõem a mensagem
+
    Análise de um quadro



                                                Presença / ausência

                                                Imaginação

                                                Associações mentais (sentido,
                                                 gramaticais, eufônicas,
                                                 rítmicas)

                                                “Função” explícita / implícita
                                                 Bourdieu (1965) foto de família




    Usina da Horta de Ebro – Picasso,1909                                  p.63
+
    Funcões da imagem                                               (p.56)
    Imagem: mensagem visual composta de signos, linguagem,
    ferramenta de expressão e comunicação

        JAKOBSON (1963)- seis fatores inalienáveis da comunicação

                                      contexto
                 emissário            mensagem              destinatário
                                       contato
                                       código


        Originam funções linguísticas diferentes

                             denotativa/cognitiva/referencial
         emotiva ou                      poética                    conotativa
                                          fática
         expressiva                   metalinguística
+ Classificar tipos de imagens por sua
  função comunicativa                 (p.57)
     Ajuda a questionar e determinar o contexto da análise, mas
     examinar e criticar caso a caso. Mais de uma por mensagem.

    Expressiva/emotiva: subjetiva, centra-se no emissor

    Denotativa/cognitiva/referencial:
     centra-se no conteúdo de que fala

    Poética: sonoridade e ritmo da mensagem / perceptível

    Fática: centra-se no contato, no canal.

    Metalinguística: exame do código empregado

    Conativa: manifesta implicação do destinatário no discurso
+




Metalinguagem?



Las Meninas
Diego Velázquez
1656
+
    Imagem protótipo
    Publicidade

        Objeto de observação para semiologia da imagem (anos 60)

        Barthes (1964) – Na publicidade signos de forma franca,
         enfática, intencional. Campo privilegiado de observação

        Semiologia como corpus teórico novo para a publicidade

        Ferramentas teóricas:
             Teorias comportamentais (behaviorismo)
             Pesquisas das motivações
             Eficácia da publicidade
+
     Barthes (1964)
    Cria análise que parte do significado
     para encontrar significantes, os signos
     que compõem a imagem (e serve de
     base para outros desenvolvimentos
     teóricos) p.72

    observação da composição visual
     (pressentimento da existência de
     signos plásticos, codificados socio-
     culturalmente)

    Imagem “pura” remete a costume de
     fazer compras, ideia estereótipo da
     Itália, natureza morta

     MSG literal: compra, massa, molho
     (comida caseira);
     MSG simbólica: compartilha saber
     preexistente
+
    Metodologia proposta (e exemplificada)
        Descrição de diferentes tipos de materiais que constituem a
         mensagem (funções comunicativas, tipos de signos...)

        Transcrever percepções visuais para linguagem verbal –
         parcial, simples, evidente, mas fundamental

        Preferencialmente em grupo (ver o coletivo e pessoal)

        Percebido/nomeado – unidades culturais detectadas
         (semelhança/analogia, recorte do real)

        Nomeado/percebido – fazer publicitário: encontrar um
         equivalente visual para projeto verbal (escolhas)
+
    Diferentes categorias de signos

        Signos icônicos
             Imagens heterogêneas / semelhança

        Signos plásticos
             Compreende cores, formas, texturas, composição interna.

        Signos linguísticos
             Linguagem verbal


         “... a imagem é composta de diferentes tipos de signos: linguísticos,
            icônicos, plásticos, que juntos concorrem para a construção de
            uma significação global e implícita...” (p.50)
+
    Retórica da imagem

        Retórica clássica - arte/técnica de falar bem (em público).
         Expectativa, verossímel ≠ verdadeiro

        Nova retórica – reavaliação como fundamento da literatura e
         arte. Eixos sintagmáticos e paradigmáticos. Autores russos.

        Barthes (1970) – funcionamento da imagem em termos de
         retórica com 2 acepções :
             INVENTIO (invenção) –argumentação, busca de ideias, persuasão
                especificidade da conotação na imagem
             ECOLUTIO (estilo) – figuras de estilo:
                figuras de frase (sintagma) – inversão, elipse, repetição, antítese,
                 litotes, exclamação e gradação
                figuras de palavras (paradigma) – metáfora, metonímia
+
    Leitura da imagem
    Conceitualização e formalização da leitura simbólica da
    imagem por Barthes (1964)
        Retórica da conotação – provocar uma significação segunda a
         partir de uma significação primeira (signo pleno) p.83


                                  significante      significado
                significante      significado


        Qualquer forma de expressão e comunicação é conotativa
        A dinâmica do signo possui evoluções perpétuas de sentido

        A imagem, como signo, participa de uma linguagem diferente
         das próprias coisas
        A conotação não é própria à imagem, mas é constitutiva da
         significação pela imagem
+
    Retórica e publicidade
    Importância de Jacques Durand (1970)

        Análise de mais de mil anúncios publicitários

        Figuras de retórica valem para linguagem verbal e visual

        Inventário e classificação a serviço de projeto analítico

        Classificação segundo:
             Eixos: sintagma (figuras de frase) e paradigmas (figuras de palavras)
             Tipos de operações: adjunção, supressão, substituição, intercâmbio
             Relação entre variantes: identidade, semelhança, diferença, oposição,
              falsa homologia, duplo sentido, paradoxo

         Comuns na publicidade: metáforas visuais e hipérboles
         Estilo (ecolutio) a serviço de uma argumentação específica (inventio)
+ Análise comentada do anúncio
+
    Jogo entre formas e sentidos
    Estratégias e ferramentas
    de estilo, disposição e persuasão                                  (pp.89-114)
    1.          Contexto

    2.          Descrição geral – enumera signos icônicos dispostos no anúncio

    3.          Mensagem plástica: suporte, enquadramento, moldura/ limites,
                composição/ diagramação, ângulo de tomada/ objetiva, formas, cores
                e iluminação, textura

    4.          Mensagem icônica: os motivos, pose do modelo (elipse)

    5.          Mensagem linguística
          1.      Ancoragem (deter sentido/legenda) ou revezamento (suprir carências
                  expressivas das imagens)
          2.      Imagem das palavras (hierarquia, ordem de leitura, tipografia, fonte,
                  cor...)
          3.      Conteúdo linguístico
+
    Considerações

        Texto linear, histórico, mas que às vezes deixa a impressão
         de questões inconclusas

        Leitura com separação marcada entre argumentação da
         autora e relato de teorias / diferentes fontes e tamanhos

        Referência e indicação de leituras mais profundas sobre
         temas abordados

        Texto claro mas leitura difícil, pela própria complexidade
         teórica

        Leitura indispensável para quem quer trabalhar com análise
         de imagem
+
    Bibliografia citada
        BARTHES, R. Réthorique de l´image. In: Communications, n° 4. Paris:
         Seuil, 1964.

        BARTHES, R. L´ancienne réthorique. In: Communications, n° 16,
         Recherches réthoriques. Paris: Seuil, 1970.

        BOURDIEU, P. La photographie, un art moyen. Paris: Minuit, 1965.

        DURAND, J. Réthorique et publicité. In: Communications, n° 15, L´
         analyse des images. Paris: Seuil, 1970.

        JAKOBSON, R. Essais de linguistique générale. Paris: Seuil, 1963.

        JAUSS, H. Pour une esthéthique de la réception. Trad. Franc. Paris:
         Gallimard, 1978.

        PEIRCE, C. Écrits sur le signe. Paris: Seuil, 1978.

        SAUSSURE, F. Cours de linguistique générale. Paris: Payot, 1974.
+
    Referências
    JOLY, Martine. Introdução à análise da imagem. Campinas, SP: Papirus, 1996.

    PERFIL. Martine Joly. Disponível em: http://www.wook.pt/authors/detail/
      id/27942

    Imagens:
    VELÁZQUEZ, Diego. Las Meninas. 1656. Disponível em:
      http://www.oneonta.edu/faculty/farberas/arth/arth200/artist/las_meninas.html

    PICASSO, Pablo. Usina da Horta de Ebro.1909. Disponível em:
       http://www.artchive.com/artchive/P/picasso/factory.jpg.html

    Massas Panzini. Disponível em:
      http://semiotics-for-nerds.blogspot.com/2010/12/anuncio-das-massas-panzani.html

    Marlboro Classic. Disponível em:
      http://ww2.ac-poitiers.fr/arts_app/local/cache-vignettes/L500xH353/marlboro-
      ed92b.jpg

    Gillette antiga. Disponível em:
       http://daycim.blogspot.com/2010/08/anuncios-antigos-de-revistas-e-jornais.html

    Gillette. Disponível em: http://mktsport.wordpress.com/author/mktsport/page/6/
+
    Obrigada!
    E-mail: julofego@gmail.com

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Introdução à análise da imagem

  • 1. + Introdução à análise da imagem Martine Joly Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde - PPGICS Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde - ICICT Fiocruz Disciplina: Teoria e metodologia dos discursos: uma introdução Juliana Lofego Professora: Inesita Araújo Maio /2011
  • 2. + MARTINE JOLY Professora na Universidade Michel de Montaigne – Bordeaux III. Contribui e participa na elaboração de estudos sobre a imagem e o audiovisual, na França e em países estrangeiros. Livros publicados em português: Dicionário de imagem (JOLY et al, 2011) Introdução à análise da imagem (JOLY, 2008) A imagem e os signos (JOLY, 2005) A imagem e a sua interpretação (JOLY, 2003)
  • 3. + Roteiro Da autora, no livro Da apresentação   Definição do objeto: usos e   Princípios teóricos e significações de imagem; definições teoria semiótica   Análise da imagem: premissas, implicações (exemplos,   Análise da imagem: desafios e classificação das funções métodos comunicativas)   Estudo de imagens em   Imagem na publicidade e publicidade e exemplo metodologia de análise (retórica da imagem)   Interação e complementaridade entre   Sugestão de leitura e imagem e palavra considerações A autora parte da abordagem semiótica, e se detém em mensagem visual única e fixa
  • 4. + IMAGEM
  • 5. + Princípios teóricos   Linguística e semiologia   Semiótica Saussure (1857-1913) França Peirce (1839-1914) EUA (estudo de linguagens particulares. - p.30) (filosofia das linguagens - p.30) Teoria dos signos Significado (conceito) Significante (som) Relação do signo com 3 polos: Significado (interpretante) Relação som/sentido é arbitrária Significante Objeto Relação foto/sentido é motivada (representamen) (referente) (pela semelhança) SAUSSURE (1974) PEIRCE (1978)
  • 6. + Tipos de signo – Peirce (1978)   Ícone – relação de analogia entre significante e referente   Índice – relação causal/física com o que representa   Símbolo – relação de convenção com referente A IMAGEM COMO SIGNO PERTENCE A SUBCATEGORIA ÍCONE, PELA ANALOGIA QUALITATIVA ENTRE SIGNIFICANTE E REFERENTE   A imagem não constitui todo o ícone, mas é signo icônico
  • 7. + Signos icônicos - tipos de ícone   Imagem   Desenho, foto, pintura – retoma as qualidades formais do referente (cor, forma, proporção)   Diagrama   Possui analogia de relação, interna ao objeto   Metáfora   Relação a partir de paralelismo qualitativo
  • 8. + Definição teórica de imagem   Peirce (1978)   Não corresponde a todos tipos de ícone   Corresponde à imagem visual (é signo icônico)   Não é apenas visual   Com a semiologia das imagens (meados séc XX):   Imagem como sinônimo de REPRESENTAÇÃO VISUAL   Barthes (1964)   Questões sobre os sentidos e a linguagem das imagens   Pesquisa se imagem contém signos e quais são eles
  • 9. + Imagem como representação imagens visuais, mentais, virtuais que tem semelhança / analogia a outra coisa   Distinção fundamental entre imagens(p.39/40) :   Fabricadas – “imitam mais ou menos corretamente um modelo” ou propõem um modelo. Em imagens científicas, a imitação perfeita provoca ilusão da realidade: imagem virtual.   Gravadas / registradas – se assemelham ao que representam. Foto, vídeo, filme - consideradas perfeitamente semelhantes e confiáveis por partirem da própria coisa.   O esquecimento do caráter representativo causa confusão entre imagem e coisa   Há circulação da imagem entre ícone, índice e símbolo (semelhança – traço – convenção)
  • 10. + Análise da imagem: desafios e métodos Precede à análise considerar recusas ou necessidades, objetivos e funções, para determinar ferramentas   Conduta analítica deve levar em conta:   Função da mensagem   Horizonte de expectativa (publicidade hoje / Anos 50)   Diversos tipos de contexto (produção, emissão, recepção)   Funções da análise:   Pedagógica: escola, universidade, trabalho, mídia   Verificabilidade: marketing, publicidade. Desempenho, eficácia e rentabilidade. “Não existe um método absoluto para análise, mas opções a serem feitas ou inventadas em função dos objetivos” (p.50)
  • 11. + Horizonte de expectativa (p.61) Expectativa ligada a contexto – condiciona a interpretação Interpretação pressupõe interação entre:   Leis internas e externas ao texto   Contexto institucional de produção e recepção   Contexto da experiência e percepção estética (JAUSS, 1970; 1978)
  • 12. + Interpretação   Confusão: percepção e interpretação   “Nova crítica” nos anos 60 - interação autor- obra-público (BARTHES, 1964; JAUSS, 1978; ECO, 1992)   Buscar pontos comuns com outros “leitores”. Mais plausível quando feita em grupo – limites mais razoáveis   Arte – como analisar afetivo e emotivo?   Permutação (princípios da oposição e segmentação): procedimento clássico para pesquisar a natureza dos elementos que compõem a mensagem
  • 13. + Análise de um quadro   Presença / ausência   Imaginação   Associações mentais (sentido, gramaticais, eufônicas, rítmicas)   “Função” explícita / implícita Bourdieu (1965) foto de família Usina da Horta de Ebro – Picasso,1909 p.63
  • 14. + Funcões da imagem (p.56) Imagem: mensagem visual composta de signos, linguagem, ferramenta de expressão e comunicação   JAKOBSON (1963)- seis fatores inalienáveis da comunicação contexto emissário mensagem destinatário contato código   Originam funções linguísticas diferentes denotativa/cognitiva/referencial emotiva ou poética conotativa fática expressiva metalinguística
  • 15. + Classificar tipos de imagens por sua função comunicativa (p.57) Ajuda a questionar e determinar o contexto da análise, mas examinar e criticar caso a caso. Mais de uma por mensagem.   Expressiva/emotiva: subjetiva, centra-se no emissor   Denotativa/cognitiva/referencial: centra-se no conteúdo de que fala   Poética: sonoridade e ritmo da mensagem / perceptível   Fática: centra-se no contato, no canal.   Metalinguística: exame do código empregado   Conativa: manifesta implicação do destinatário no discurso
  • 17. + Imagem protótipo Publicidade   Objeto de observação para semiologia da imagem (anos 60)   Barthes (1964) – Na publicidade signos de forma franca, enfática, intencional. Campo privilegiado de observação   Semiologia como corpus teórico novo para a publicidade   Ferramentas teóricas:   Teorias comportamentais (behaviorismo)   Pesquisas das motivações   Eficácia da publicidade
  • 18. + Barthes (1964)   Cria análise que parte do significado para encontrar significantes, os signos que compõem a imagem (e serve de base para outros desenvolvimentos teóricos) p.72   observação da composição visual (pressentimento da existência de signos plásticos, codificados socio- culturalmente)   Imagem “pura” remete a costume de fazer compras, ideia estereótipo da Itália, natureza morta MSG literal: compra, massa, molho (comida caseira); MSG simbólica: compartilha saber preexistente
  • 19. + Metodologia proposta (e exemplificada)   Descrição de diferentes tipos de materiais que constituem a mensagem (funções comunicativas, tipos de signos...)   Transcrever percepções visuais para linguagem verbal – parcial, simples, evidente, mas fundamental   Preferencialmente em grupo (ver o coletivo e pessoal)   Percebido/nomeado – unidades culturais detectadas (semelhança/analogia, recorte do real)   Nomeado/percebido – fazer publicitário: encontrar um equivalente visual para projeto verbal (escolhas)
  • 20. + Diferentes categorias de signos   Signos icônicos   Imagens heterogêneas / semelhança   Signos plásticos   Compreende cores, formas, texturas, composição interna.   Signos linguísticos   Linguagem verbal “... a imagem é composta de diferentes tipos de signos: linguísticos, icônicos, plásticos, que juntos concorrem para a construção de uma significação global e implícita...” (p.50)
  • 21. + Retórica da imagem   Retórica clássica - arte/técnica de falar bem (em público). Expectativa, verossímel ≠ verdadeiro   Nova retórica – reavaliação como fundamento da literatura e arte. Eixos sintagmáticos e paradigmáticos. Autores russos.   Barthes (1970) – funcionamento da imagem em termos de retórica com 2 acepções :   INVENTIO (invenção) –argumentação, busca de ideias, persuasão   especificidade da conotação na imagem   ECOLUTIO (estilo) – figuras de estilo:   figuras de frase (sintagma) – inversão, elipse, repetição, antítese, litotes, exclamação e gradação   figuras de palavras (paradigma) – metáfora, metonímia
  • 22. + Leitura da imagem Conceitualização e formalização da leitura simbólica da imagem por Barthes (1964)   Retórica da conotação – provocar uma significação segunda a partir de uma significação primeira (signo pleno) p.83 significante significado significante significado   Qualquer forma de expressão e comunicação é conotativa   A dinâmica do signo possui evoluções perpétuas de sentido   A imagem, como signo, participa de uma linguagem diferente das próprias coisas   A conotação não é própria à imagem, mas é constitutiva da significação pela imagem
  • 23. + Retórica e publicidade Importância de Jacques Durand (1970)   Análise de mais de mil anúncios publicitários   Figuras de retórica valem para linguagem verbal e visual   Inventário e classificação a serviço de projeto analítico   Classificação segundo:   Eixos: sintagma (figuras de frase) e paradigmas (figuras de palavras)   Tipos de operações: adjunção, supressão, substituição, intercâmbio   Relação entre variantes: identidade, semelhança, diferença, oposição, falsa homologia, duplo sentido, paradoxo Comuns na publicidade: metáforas visuais e hipérboles Estilo (ecolutio) a serviço de uma argumentação específica (inventio)
  • 24. + Análise comentada do anúncio
  • 25. + Jogo entre formas e sentidos Estratégias e ferramentas de estilo, disposição e persuasão (pp.89-114) 1.  Contexto 2.  Descrição geral – enumera signos icônicos dispostos no anúncio 3.  Mensagem plástica: suporte, enquadramento, moldura/ limites, composição/ diagramação, ângulo de tomada/ objetiva, formas, cores e iluminação, textura 4.  Mensagem icônica: os motivos, pose do modelo (elipse) 5.  Mensagem linguística 1.  Ancoragem (deter sentido/legenda) ou revezamento (suprir carências expressivas das imagens) 2.  Imagem das palavras (hierarquia, ordem de leitura, tipografia, fonte, cor...) 3.  Conteúdo linguístico
  • 26. + Considerações   Texto linear, histórico, mas que às vezes deixa a impressão de questões inconclusas   Leitura com separação marcada entre argumentação da autora e relato de teorias / diferentes fontes e tamanhos   Referência e indicação de leituras mais profundas sobre temas abordados   Texto claro mas leitura difícil, pela própria complexidade teórica   Leitura indispensável para quem quer trabalhar com análise de imagem
  • 27. + Bibliografia citada   BARTHES, R. Réthorique de l´image. In: Communications, n° 4. Paris: Seuil, 1964.   BARTHES, R. L´ancienne réthorique. In: Communications, n° 16, Recherches réthoriques. Paris: Seuil, 1970.   BOURDIEU, P. La photographie, un art moyen. Paris: Minuit, 1965.   DURAND, J. Réthorique et publicité. In: Communications, n° 15, L´ analyse des images. Paris: Seuil, 1970.   JAKOBSON, R. Essais de linguistique générale. Paris: Seuil, 1963.   JAUSS, H. Pour une esthéthique de la réception. Trad. Franc. Paris: Gallimard, 1978.   PEIRCE, C. Écrits sur le signe. Paris: Seuil, 1978.   SAUSSURE, F. Cours de linguistique générale. Paris: Payot, 1974.
  • 28. + Referências JOLY, Martine. Introdução à análise da imagem. Campinas, SP: Papirus, 1996. PERFIL. Martine Joly. Disponível em: http://www.wook.pt/authors/detail/ id/27942 Imagens: VELÁZQUEZ, Diego. Las Meninas. 1656. Disponível em: http://www.oneonta.edu/faculty/farberas/arth/arth200/artist/las_meninas.html PICASSO, Pablo. Usina da Horta de Ebro.1909. Disponível em: http://www.artchive.com/artchive/P/picasso/factory.jpg.html Massas Panzini. Disponível em: http://semiotics-for-nerds.blogspot.com/2010/12/anuncio-das-massas-panzani.html Marlboro Classic. Disponível em: http://ww2.ac-poitiers.fr/arts_app/local/cache-vignettes/L500xH353/marlboro- ed92b.jpg Gillette antiga. Disponível em: http://daycim.blogspot.com/2010/08/anuncios-antigos-de-revistas-e-jornais.html Gillette. Disponível em: http://mktsport.wordpress.com/author/mktsport/page/6/
  • 29. + Obrigada! E-mail: julofego@gmail.com