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TENDÊNCIAS
2016
THE INSIGHT POINT
8 tendências
T1. Polaridade extrema
T2. Neocelebridades
T3. Novas maiorias
T4. Padrões de trabalho flexíveis
T5. Legalmente ilícito
T6. Pós-humano
T7. Solteiros/famílias
T8. Sobrevivência simples
TENDÊNCIAS
2016
THE INSIGHT POINT
Relatório de 2016.
Como acontece com frequência, muitas das tendências que identificamos para este ano são
uma progressão natural das tendências que haviam sido identificadas nos anos anteriores. Em
2015, falamos da bipolaridade resultante dessa nova “guerra fria”, que é um termo adequado
para descrever todos os desenvolvimentos que ocorreram ao longo do ano, inclusive o
terrorismo, os acordos nucleares e as campanhas das candidaturas presidenciais nos EUA. Da
mesma forma, nós testemunhamos o poder dos cidadãos na exigência por transparência e
autenticidade, que se desenrolou nos escândalos que ocorreram dentro de algumas das
empresas e instituições mais consagradas do mundo.
Em 2015, finalmente entendemos o que significa viver sem intermediários ao mudar a forma como vemos televisão e começar a olhar para o
conteúdo através de outros meios diretos como nunca havia sido feito antes. Vimos muitos exemplos desse mundo no qual cruzar as fronteiras
tornou-se cada vez mais difícil. O tema do transgenerismo e sua exposição na opinião pública foi talvez um dos exemplos mais claros. A
popularidade das plataformas de cursos on-line - que de acordo com algumas fontes cresceram 50% em alguns países como a Índia - nos mostra
o quanto as pessoas estão ansiosas à procura de instalações de treinamento e “coaching”.
No entanto, o que talvez foi mais evidente para todos nós foi a velocidade com a qual testemunhamos os avanços da tecnologia; os avanços na
realidade virtual ou algoritmos de previsão têm nos ajudado a entender até onde podemos chegar como seres humanos quando vemos o mundo
a partir da tela de nossos celulares.
Em 2016, muitos desses mesmos temas continuarão a ter proeminência. Espero que este
relatório seja útil tanto para indivíduos como para as marcas anunciantes. E como o seu
objetivo principal, espero que ele consiga reunir e tornar mais digeríveis todos os fatores
culturais que vão moldar o nosso mundo durante o próximo ano.
T1. Polaridade extrema
O tema da bipolaridade no mundo, o qual é debatida entre extremos opostos, continuará a
estar muito presente ao longo deste ano. A campanha eleitoral presidencial dos EUA e os seus
extremos ideológicos se estenderão por todo o mundo. Veremos muitas pessoas -
especialmente entre os jovens – que continuarão a gritar uma palavra que incomoda e enche
de indignação a muitas outras pessoas: desigualdade.
O mais interessante sobre as ideologias opostas em 2016 é que elas vão mostrar como tal polaridade pode ser incrivelmente flexível. Conceitos como
“terrorismo”, “corrupção” e “imigração”, por exemplo, serão utilizados em muitos países como uma forma de demarcar linhas entre “eles” e “nós”. Nós
veremos cada vez menos o uso de conceitos antigos, tradicionais e desgastados de esquerda e de direita. Os novos nomes da política (como Trump e Putin)
estão mostrando que nada é para sempre e que os eixos ideológicos de hoje são maleáveis.
No entanto, embora os eixos possam se deslocar e os líderes possam mudar, este ano será aquele em que nós nos posicionaremos de um lado ou do outro.
Vai ser muito difícil para qualquer pessoa se classificar como “independente” ou definir sua posição como estando no “centro”. A questão da imigração e dos
refugiados - principalmente na Europa e nos EUA - vai ocupar um espaço significativo na opinião pública. Aqueles a favor e contra usarão todos os meios de
comunicação para convencer a opinião pública a adotar as suas posições, oferecendo até mesmo suas casas para acomodá-los.
A noção da desigualdade continuará a provocar protestos e campanhas de tamanhos variados. Enquanto algumas pessoas vão fazer de tudo para reunir
fundos no Indiegogo para salvar a Grécia, outras vão expressar sua indignação com a quantidade desproporcional de poder que algumas pessoas têm e o
acesso limitado de outras. Elas vão desafiar as empresas e seus excessos. Embora para muitas empresas isso possa parecer uma questão sem qualquer
significância, a realidade vai mostrar-lhes que é muito importante, já que isso é uma clara afronta aos jovens da geração do milênio.
Outra questão que levantará muitos debates será a corrupção - tanto em nível público como privado. Ela vetará governos e afetará candidatos. No entanto,
ela também será revelada dentro de algumas grandes corporações, com os expurgos de alto perfil resultantes, como estão acontecendo na FIFA, o que se
estenderá para outras instituições relacionadas com os esportes - ainda mais por ser um ano de Jogos Olímpicos no Brasil, um país onde o problema da
corrupção tem sido um tema permanente na opinião pública.
E por último, a decisão do Reino Unido de sair ou permanecer na União Europeia, os controles nas fronteiras entre os países, referendos de alterações na
constituição e as reações públicas a ataques terroristas, tudo isso vai reforçar a ideia da necessidade de se posicionar em um dos polos ideológicos. Este
será um ano em que as pessoas precisarão se posicionar, mesmo contra a sua própria vontade.
PARA AS MARCAS: Em um mundo polarizado, talvez o maior erro que qualquer marca anunciante pode cometer é não se posicionar.
Isso não significa que eles precisam se posicionar em seus países em relação a assuntos políticos e econômicos. Isso significa que as
marcas anunciantes devem ter uma ideologia e um ponto de vista e estarem comprometidas com os mesmos. A era da imparcialidade
neutra das marcas anunciantes acabou. Seja em resposta a um ataque terrorista ou na aprovação do casamento gay, as pessoas
estarão de olho nas marcas anunciantes para verificar quais são as suas opiniões. As marcas anunciantes sem um posicionamento
claro serão relegadas a uma posição de irrelevância extrema.
T2. Neocelebridades
Este pode ser o ano em que o conceito de celebridade será redefinido para sempre. Em 2016
falaremos mais do que nunca sobre marketing pessoal. Os indivíduos serão considerados
como marcas em si. Das avaliações que recebemos cada vez que nos hospedamos em um
lugar através da Airbnb à influência real que o nosso conteúdo tem sobre os outros meios de
comunicação tradicionais.
Talvez tenham sido os Youtubers os primeiros a nos mostrar que há outras maneiras de se tornar uma celebridade. Sua única proposta era uma ideia na
cabeça e a capacidade de criar um conteúdo que realmente os conectasse com o público. Em 2016 veremos mais influenciadores em redes sociais
tornando-se estrelas públicas que lançam os seus próprios livros ou até mesmo criam os seus próprios produtos. Vale a pena destacar iniciativas como as
da DBP (Digital Brand Products), uma plataforma que permite que blogueiros possam criar e lançar seus próprios produtos, capitalizando o seu poder de
influência.
A Trendwatching usa o termo SIP (pessoas socialmente importantes), o que nos mostra qual será o impacto da influência social dos indivíduos. Existem
diversos exemplos, tais como: A plataforma Victorious, que permite que as novas estrelas do YouTube possam se conectar com seus fãs através da criação
de seu próprio aplicativo, ou com o uso do Fansino, um aplicativo para que os artistas possam gerenciar sua relação com os fãs.
Segundo dados recentes divulgados pelo Google, existem cerca de 18.000 Youtubers com mais de 100 mil assinantes de seus canais, um nível que os
estabelece como verdadeiros campeões em matéria de conteúdo. Veremos novas séries, programas e espaços na mídia tradicional baseada no talento
dessas novas estrelas.
A “marca” pessoal vai se tornar um conceito cada vez mais democrático. Enquanto os usuários estiverem tirando o máximo proveito da “economia
colaborativa” em plataformas como Uber e Airbnb, eles estarão criando um capital social e de reputação que vai carregar um valor inegável. As marcas vão
avaliar os usuários, algo que vai substituir o conceito de “o cliente tem sempre razão”, na medida em que os clientes vão se tornar marcas. Vamos ver
exemplos como a cadeia de sanduíches e café Pret-a-manger no Reino Unido, que oferece aos seus funcionários um orçamento a partir do qual eles podem
recompensar os clientes que considerarem amigáveis ou que se comportarem de uma forma mais agradável.
Por outro lado, também será esperado mais das celebridades tradicionais do que somente os escândalos habituais e revelações sobre seus assuntos
pessoais e de negócios. Haverá pressão social sobre os novos “unicórnios” para que sigam o exemplo de Zuckerberg de dedicar grande parte de suas
fortunas para o bem social.
PARA AS MARCAS:Estarão falando mais sobre conteúdo local. O motivo principal será devido ao aumento dos sistemas de bloqueio de
anúncios, especialmente em telefones celulares. Marcas vão intensificar sua busca por espaços onde os seus produtos e serviços
possam aparecer de uma forma neutra. Pode ser que as novas celebridades do conteúdo possam muito bem se tornar o meio mais
interessante para a realização dessas buscas
T3. Novas maiorias
O ano de 2016 é o ano dos “outros”. As chamadas “minorias” são a nova maioria. Este será o
ano das mulheres, da diversidade sexual, dos afro-americanos, dos idosos, das pessoas com
deficiência e dos imigrantes. Ninguém vai querer ficar de fora dos novos agrupamentos
majoritários. Muitos vão acabar se convencendo de que as variáveis demográficas não são
capazes de refletir a realidade com precisão.
Na verdade, muito em breve os dois indivíduos mais poderosos do mundo podem ser mulheres: Hillary Clinton (no caso dela ser eleita a primeira mulher
presidente dos EUA) e Angela Merkel. Além disso, este também poderá ser o primeiro ano na história em que uma mulher ocupará a função de Secretário-
Geral das Nações Unidas. Para atingir esses objetivos, as campanhas promocionais e os movimentos estão cada vez mais fortes.
No que diz respeito à diversidade sexual, a LSN Global analisou a neutralidade de gênero sexual e prevê que veremos cada vez mais coisas nos espaços
de varejo, como a cadeia Selfridges, que tem uma seção sem distinções entre sexos. Isso se conecta de maneira muito direta com o sentimento geral da
sociedade. Em um estudo publicado pela YouGov no Reino Unido, somente metade das pessoas entre 18 e 24 anos de idade
entrevistadas se definiram como 100% heterossexuais. O tema dos transgêneros vai continuar a ganhar ainda mais relevância entre as letras da sigla
LGBTI.
Agora, se há um grupo entre aqueles que são normalmente excluídos e que vai mostrar a sua força em 2016, será o dos idosos e sua popularidade
surpreendente graças às iniciativas que lhes permitem acessar ferramentas de conectividade. Um exemplo é a Teeniors, uma ideia de startup que pretende
conectar os jovens aos adultos com objetivo de ajudá-los no acesso à tecnologia.
Graças a essa conectividade, vamos ouvir falar sobre Shirley Curry, uma jogadora de videogame de 80 anos de idade com mais de 100.000 assinantes no
YouTube, e Helen Ruth van Winkle com 1,7 milhão de seguidores no Instagram aos 86 anos de idade. E assim Iris Apfel - que em 2015 teve um dos
documentários mais populares do ano - não estará sozinha em provar que idade não tem nenhuma correlação com liderança no mundo da moda,
entretenimento ou tecnologia.
Também vamos ouvir falar muito sobre o tema dos afro-americanos. O Museu Afro-Americano será aberto no National Mall em Washington, e eles estão
esperando que o presidente Obama possa inaugurá-lo antes de deixar o cargo. O debate sobre as injustiças raciais e abusos por parte das autoridades
continuará, assim como as restrições de acesso às oportunidades.
Parece que há um movimento global em busca de perfis não tradicionais. Para muitos, as aptidões nas artes ou em design serão as características mais
procuradas em candidatos a vagas em áreas tradicionalmente relacionadas com engenharia ou economia. Como uma força motriz da inovação, a
diversidade fará com que as empresas precisem reforçar as suas políticas de igualdade de oportunidades. Por todos esses motivos, fazer parte das minorias
tradicionais significará em breve ser parte da nova maioria.
PARA AS MARCAS: As marcas anunciantes precisam entender que enxergar a vida dos consumidores com base em fases como
adolescência, faculdade, casamento, paternidade, aposentadoria, etc. não é mais relevante. As marcas anunciantes que entenderem
que não há caminhos definidos para viver a vida e que em vez disso entregarem o poder a seus clientes para que eles possam trilhar
seus caminhos na vida do seu próprio modo, conquistarão um espaço em seus corações e em seus bolsos.
T4. Padrões de trabalho flexíveis
Trabalhar no escritório pela manhã, fazer freelance na parte da tarde e ser motorista da Uber à
noite é o novo “9h às 17h”. Isso não significa necessariamente que as pessoas vão trabalhar
mais horas. Mas a maioria definitivamente trabalhará de forma diferente. Conceitos como
postos de trabalho permanentes ou estabilidade no emprego terão de ser reinventados em um
mundo onde cada indivíduo gerencia de forma independente o seu próprio trabalho.
Aqueles que pensavam que a maior revolução da Uber estava no transporte urbano verão em 2016 como estavam enganados. A Uber mostrou que usar o
carro da família e investir algumas horas por semana pode fazer uma diferença significativa em seu rendimento global. Poucas pessoas sabem que 60% dos
motoristas da Uber nos EUA têm um emprego regular e que 50% deles trabalham menos de 10 horas por semana. Essa é a grande revolução nos padrões
de trabalho flexíveis, que muitos já estão chamando de “gig economy“, pegando emprestado o termo usado pelos artistas para se referir a trabalhos
individuais.
Os padrões de trabalho flexíveis afetarão até mesmo as empresas tradicionais. Os funcionários da Uniqlo em Tóquio, por exemplo, agora podem optar por
trabalhar 40 horas em 4 dias em vez de 5 dias. Isso permite que as pessoas possam ter um dia extra
para estudar, passar tempo com a sua família ou mesmo trabalhar como motorista da Uber e complementar assim a sua renda familiar.
O “salário” também será composto de projetos, para os quais os novos empresários buscarão financiamento através do Kickstarter ou de alguma outra
plataforma de “crowdsourcing”. Sapatos, como os do Shiftwear gerarão receitas para todos aqueles que querem vender seus designs para usuários que
querem transformar o seu “look” sem precisar comprar pares adicionais. E por isso que o trabalho criativo, ligado à geração de propriedade intelectual, e
referido como Economia laranja pelos seus autores, será um desenvolvimento para aumentar o valor e conduzir a legislação para a sua promoção e
proteção, especialmente nos países da América Latina.
A força motriz por trás da revolução nos padrões de trabalho pode ser claramente atribuída à geração dos jovens do novo milênio, que estão determinados a
descartar a ideia de que eles são trabalhadores sem ética. Em 2016, muitas empresas vão finalmente compreender que não se trata de comprometer os
interesses da empresa, mas sim que eles próprios são a empresa e que essa será a empresa à qual eles serão eternamente leais. A aptidão mais
importante será a capacidade de se reinventar, e a atividade das pessoas serão definidas pelos lugares e tempo específicos naquele momento: Aqui onde
estou agora, o que eu posso oferecer de valor (uma entrega, um registro, um transporte), algo que muda completamente os padrões de trabalho rígidos a
que estávamos acostumados.
PARA AS MARCAS: A nova forma de trabalhar também implicará em um questionamento mais profundo dos motivos para trabalhar, ou
seja, o objetivo de ganhar e ter dinheiro. No ano passado vimos alguns protestos que demonstraram o descontentamento com o
processo inteiro de compra e acúmulo de bens materiais. Os fabricantes que entenderem essa mudança de padrões de consumo e
conseguirem se reinventar como empresas que oferecem serviços em vez de somente produtos terão acesso a oportunidades e
modelos de negócios muito interessantes.
T5. Legalmente ilícito
Mais cedo ou mais tarde, o mundo está começando a colocar pontos de interrogação em
muitos temas que até pouco tempo atrás eram verdades inquestionáveis sobre a legalidade. O
carro-chefe nessa área é o tema das drogas, mas isso está começando a se estender a outros
setores. Se algo é feito com convicção e com o respeito das outras pessoas, por que diabos
deveria ser estigmatizado como “ilegal”?
O exemplo mais claro dessa tendência está no uso da maconha, que em 2016 vai consolidar a sua evolução em usos medicinais e recreativos, muito longe
do mundo da criminalidade e da ilegalidade. Vamos começar a ver as primeiras marcas de maconha “saírem das sombras” e começarem a ganhar status e
reputação entre seus usuários assim como entre não usuários. Será um importante tópico de conversas, com serviços como o Bund and Breakfast, um tipo
de serviço nos moldes da Airbnb que oferece lugares para alojamento onde o consumo de maconha é permitido.
O assunto começará a se estender a outras drogas que estão entrando pela porta da frente para estabelecer o seu lugar - sem tabus - dentro do mundo
corporativo. Esse é o caso do uso de quantidades de LSD muito pequenas, que é cada vez mais aceito nas empresas de tecnologia no Vale do Silício como
uma forma de inspiração e para ajudar os funcionários a acompanhar seu ritmo de trabalho exigente.
A noção de legalidade está sendo redefinida por critérios estabelecidos pelo indivíduo. As pessoas vão sentir que as suas ações - desde que não envolvam
nenhum tipo de “injustiça” às outras pessoas - são “legais”, independentemente do que diz a legislação. Nós vamos começar a ver isso ocorrendo quando os
indivíduos podem optar por utilizar serviços de economias compartilhadas mesmo que eles não sejam regulamentados ou mesmo se eles forem proibidos
expressamente pela legislação. Veremos a proliferação de serviços como o Go-Jek na Indonésia transformando a economia não oficial ou economia sombra
em “oficial”, com serviços como mototáxis, limpeza e execução de tarefas, entre outros.
O que aconteceu no final de 2015 com o artista chinês Ai Weiwei e a empresa Lego mostra que as pessoas estão prontas para impor a sua própria lei.
Quando a Lego se recusou a fornecer peças para uma obra de arte que considerava como sendo de conteúdo político, centenas de pessoas de todo o
mundo ofereceram blocos de construção para o artista para que ele pudesse terminá-la.
Finalmente, o ato de reinventar o conceito de legalidade também será retomado pelo bitcoin e pelas criptomoedas, que vão se afastar de qualquer
associação com a ilegalidade, sendo até mesmo reconhecidos agora por diversas legislações, e continuarão a inspirar formas alternativas de controle e
organização com o uso da tecnologia blockchain. A mudança dos bancos centrais para participantes múltiplos ou nós de compartilhamento de informações
será espelhada em muitos outros cenários. Estamos entrando em um mundo baseado em cortar intermediários, que pouco a pouco também vai significar
que precisaremos redefinir o papel do Estado e desse modo a definição do que é permitido e do que é ilegal.
PARA AS MARCAS: Este ano veremos um crescente interesse em pessoas que querem exercer o papel que tradicionalmente tem sido
ocupado pelo Estado em lidar com as empresas: fiscalizar, denunciar e “punir” as marcas que não estejam em conformidade com as
normas de cuidados com fornecedores, com a sociedade e com o meio ambiente. É por esse motivo que as marcas anunciantes que
entregam mais poder aos cidadãos serão recompensadas. Ações como as adotadas pela Everlane de permitir que o consumidor possa
determinar o quanto vão pagar pelos produtos continuarão a despertar interesse e admiração entre a população.
T6. Pós-humano
A disputa entre o que é humano e o que é tecnologia está finalmente chegando ao seu
desfecho. Os seres humanos são reforçados pela tecnologia, às vezes em conjunto com ela e
às vezes em seu lugar. Da ajuda de um aplicativo em nosso celular ou com apoio de um robô,
as máquinas nos ajudam a sentir que a vida real não tem fronteiras.
Em 2016 vamos ouvir falar muito sobre robôs e Assistentes pessoais virtuais (APV) - dois temas que nos ajudarão a entender em grande medida como será
a nossa interação com o mundo. Começando pela capacidade de adivinhar o nosso provável destino em uma rota ou prever qual aplicativo usaremos em
um determinado momento, os assistentes pessoais virtuais - como Siri no iPhone – vão começar a gerenciar a nossa relação com o mundo ao nosso redor,
com a missão de trabalhar em nosso favor, por exemplo: Aproveitando uma oferta especial, analisando o produto que é mais adequado para nós ou mesmo
respondendo a chamadas telefônicas para nós.
Tecnologia - e realidade virtual em particular - nos tornam seres humanos melhores com aplicativos como o NYTVR criado pelo New York Times, que
demonstra o que acontece quando você tem uma experiência imersiva que merece destaque nos noticiários, e esta tecnologia de filmagem em 360 graus
permite um sentido muito mais apurado do local e dos eventos que estão sendo filmados. Outro exemplo é a Cerevrum, uma empresa canadense que
oferece produtos de realidade virtual desenhados para permitir que as pessoas adquiram uma memória melhorada, uma percepção mais rápida e aptidões
“multitarefa” aperfeiçoadas. Haverá também ferramentas que permitirão que adolescentes possam se tornar motoristas melhores, como na experiência de
realidade virtual lançada pela Toyota há um ano atrás.
O fortalecimento das capacidades dos seres humanos começará nos primeiros anos da infância. Cognitoys é um brinquedo em desenvolvimento que usa a
tecnologia de inteligência artificial Watson da IBM para interagir com as crianças, atuando como um tutor que consegue responder às suas perguntas,
acompanhar a conversa deles e ensinar gramática ou matemática. É interessante notar que já não estamos falando mais de uma tela, nem mesmo de um
aplicativo de iPad; ele é um pequeno dinossauro e toda a interação é realizada por controles de voz. Mas a tecnologia também pode fazer o que nós
humanos não podemos fazer ou que preferimos não fazer. No recente evento DARPA, onde são concedidos prêmios para robôs que mudarão o futuro do
mundo, foi mostrado como um robô pode fazer um trabalho muito melhor do que qualquer humano poderia fazer em desastres naturais.
Se há algo que vai caracterizar a nossa relação com a tecnologia, será o termo
“sem atrito”, o qual é usado para descrever uma vida em que viveremos em ambientes conectados que nos permitem “navegar” facilmente entre telas e
objetos sem barreiras. Vamos ouvir falar bastante sobre a célebre startup Magic Leap e seu dispositivo visual que “sobrepõe” imagens ao mundo real. Outro
exemplo interessante é a tecnologia encontrada na “criatividade construtiva”, um processo para o desenho de provadores de roupa que traduzem os
movimentos do corpo em padrões de desenho. Mais e melhores aplicativos nos mostrarão que o celular, o computador, a casa, o carro e a geladeira estão
todos localizados em uma única nuvem onde eles podem dialogar uns com os outros de uma maneira muito maior do que jamais poderíamos imaginar.
PARA AS MARCAS: As experiências imersivas se tornarão um desafio difícil para as marcas anunciantes que continuarem a ver o seu
relacionamento com o consumidor como sendo estágios fragmentados (o produto, o ponto de venda, as redes sociais, a transação,
etc.). No início de 2015, um exemplo muito inspirador pode ser visto na empresa japonesa Cup Noodles, que criou um vídeo para
acompanhar o consumo do seu produto. A interação - hoje com um vídeo, mas no futuro com elementos de realidade aumentada -
levanta questões para as marcas anunciantes sobre a capacidade de criar experiências integradas podem demonstrar que um ambiente
“sem atrito” já é uma possibilidade real.
T7. Solteiros/famílias
Estar sozinho ou não estar sozinho? Ir de um estilo de vida para o outro é muito fácil com a
cumplicidade do mundo em que vivemos e com a tecnologia disponível atualmente. As
questões sobre relacionamentos e famílias serão levantadas em 2016 com mais força do que
nunca. Além da explosão de aplicativos de busca de parceiros observada ao longo dos últimos
anos, existe agora o desejo adicional de obter o melhor dos dois mundos: a vida de solteiro e
a vida em família.
Muito já foi dito sobre a relação entre as novas gerações e a vida com um parceiro, com tendências como os jovens da geração do milênio adiando o
casamento e optando por novas alternativas na condução de uma vida única. E para todos aqueles que ainda não conseguiram resolver esse dilema, estão
surgindo novos arranjos tais como “repúblicas” e dormitórios que, longe de ser um fenômeno da vida universitária, estão começando a ganhar popularidade
em diversas cidades em todo o mundo. Assim como nós havíamos observado no desenvolvimento de lugares de “co-trabalho” em anos anteriores. O termo
usado agora é “co-vivência“ e acomoda todos os tipos de padrões de trabalho e estilos de vida.
Algumas plataformas como a Trendwatching falam sobre o fenômeno do “Bloco do eu sozinho”. Os números mostram que o número de reservas em
restaurantes dos EUA para uma única pessoa aumentaram em 62% nos últimos dois anos, de acordo com o Opentable. Essa explosão no número de
pessoas que vão a restaurantes sozinhas ou viajam sozinhas gerou um aumento em muitas publicações e websites para turistas. Em Tóquio há o site Book
and Bed que oferece alojamentos onde os turistas podem “dormir” ao lado de estantes de livros extensas. Os jovens da geração do milênio parecem estar
interessados em “viagens solitárias“ como a sua maneira de explorar o mundo.
Até agora, parecia que o mundo estava caminhando inevitavelmente para um número maior de pessoas solteiras. Mas na verdade estamos vendo
atualmente que o casamento está recuperando a sua relevância na sociedade. O livro “The New I Do“, publicado há pouco mais de um ano atrás e
classificado como um dos livros do ano pela Amazon, convida os céticos, os realistas e os rebeldes a se unirem para redefinir o que é o casamento.
Empresas como a Unilever têm feito esforços no sentido de incentivar as famílias a crescer. Há alguns anos, essa empresa de produtos de consumo de
massa lançou o vídeo “Por que trazer uma criança a este mundo“ com o objetivo de incentivar pessoas com receios sobre ter um filho. E os números
mostram que as buscas no Google relacionadas a ter um filho triplicaram nos últimos 5 anos.
No entanto, a escolha de ter filhos não é necessariamente ligada diretamente à escolha de viver com um parceiro. Em um mundo que celebra a vida de
solteiro, existem aplicativos e serviços como o SupportPay, que ajuda as pessoas a desenvolver um arranjo de “co-paternidade” que facilita ter e manter
filhos. À medida que surgem novos arranjos familiares e de co-paternidade, também começamos a ver formas de adoção de crianças apoiadas pela
legislação. E assim, quem quiser viver como solteiro ou ter um companheiro pode ter a certeza de encontrar um aplicativo móvel para ajudá-lo.
PARA AS MARCAS: Se há algum tempo atrás os consumidores aplaudiam as iniciativas de marcas anunciantes que eram ousadas o
suficiente para mostrar famílias não convencionais em suas propagandas, hoje em dia eles consideram isso como sendo o padrão,
com graves consequências para todas as marcas anunciantes que não entenderem ou não reconhecerem isto, porque isso
mostra que eles estão fora de contato com a realidade. Ainda há mercados em que as marcas anunciantes podem diferenciar-se ao
mostrar o seu reconhecimento dessas novas famílias. Principalmente nos países em desenvolvimento, as marcas anunciantes tem uma
grande oportunidade de mostrar que a sua publicidade reflete a diversidade da vida real, longe dos estereótipos habituais.
T8. Sobrevivência simples
A complexidade dos algoritmos e o acúmulo de grandes volumes de dados chegou a um ponto
em que as pessoas estão sobrecarregadas e, consequentemente, buscam o que é simples,
básico e local. Todas as advertências sobre o impacto das mudanças climáticas estão
começando a tornar-se muito mais do que somente previsões distantes e finalmente estão
fazendo muitas pessoas entenderem que a sobrevivência do planeta nos forçará a simplificar
nosso estilo de vida.
O mundo continua a apontar para três grandes inimigos: Coisas complicadas, coisas processadas e coisas complexas. Veremos uma luta contra tudo o que implica
qualquer tipo de falsidade. De aplicativos como o BEME - que permite criar imagens e vídeos que não podem ser retocados ou ter quaisquer filtros aplicados a eles e que
não podem ser revisados antes de serem enviados - à legislação recente na França que requer que imagens públicas de modelos que foram retocadas com Photoshop
declarem este fato.
O natural, no entanto, não se opõe à tecnologia. Ao contrário, talvez a coisa mais interessante sobre toda essa autenticidade que veremos em 2016 é que a perspectiva do
que é artesanal e rústico está sendo abandonada. A tecnologia está nos ajudando a encontrar alternativas para o uso de substâncias químicas, tanto em alimentos como
em áreas da saúde. A escova de dentes desenhada por Kosho Ueshima utiliza a nanotecnologia para evitar a necessidade de usar os (cada vez mais) questionáveis
cremes dentais. Vamos usar a tecnologia para diagnosticar o que está acontecendo dentro do nosso corpo sem envolver procedimentos complexos, mas em vez disso ela
vai permitir menos consultas médicas ou menos necessidade de tratamentos médicos para condições clínicas mais avançadas.
Também veremos a preferência por opções mais simples na área de nutrição e beleza. Mais pessoas vão estar buscando substitutos para o consumo de carne devido ao
impacto sobre a sua saúde e sobre o meio ambiente. Alimentos muito antigos como a lúcuma, ou canistel, serão utilizados para complementar superalimentos como quinoa
ou amaranto. Com relação à beleza, existem muitas marcas como a britânica Liha, que está se afastando cada vez mais dos produtos processados e usando em seu lugar
os métodos tradicionais da cultura Yorubá para produzir seus produtos.
Nós vamos ouvir falar de prazeres simples. Colocar o seu celular em modo de voo ou dormir como um bebê são os novos confortos de luxo. Veremos mais e mais pessoas
se voltando para formas simples de se desligar da realidade, tais como os livros de colorir. Algumas pessoas as usarão em ajudas terapêuticas como as mandalas, outras
como uma maneira de fazer uma pausa e se afastar de qualquer tipo de tecnologia.
Os benefícios de atuar em nível local serão outra forma de recompensar a nós mesmos com a simplicidade. A relevância das marcas globais será colocada à prova entre
as comunidades. Vale a pena mencionar o caso das lojas de comunidades da Nike, cuja missão é construir e fortalecer as comunidades locais em diversas cidades dos
EUA através de atividades esportivas. Os turistas vão procurar descobrir a essência de cada bairro. É por esse motivo que as estratégias de marketing das cidades
também vão se concentrar no marketing de áreas específicas da cidade. Veremos mais guias para viajantes que desejam descobrir os sabores e aromas de cada bairro -
mais uma prova de como os conceitos de proximidade, autenticidade e simplicidade são essenciais para o tipo de mundo em que queremos viver.
PARA AS MARCAS: Talvez a maior oportunidade de todas está na simplificação de processos que atualmente são demorados e
complicados. A pergunta é: O relacionamento com a sua marca anunciante conseguirá ser tão simples que tudo poderá ser acionado
com o toque de um botão? Os melhores exemplos disso são o “Dash button” da Amazon, que agora permite que um pedido de compra
para mais de 20 produtos possa ser feito de maneira automática sem o uso de nenhuma forma de tela e a famosa ideia do The Switch
criado pela Netflix, que permite que a televisão possa ser ligada, as luzes possam ser diminuídas e o jantar possa ser encomendado com
o toque de um único botão.
Fontes de informação
www.iconoculture.com
www.trendhunter.com
www.thecoolhunter.net
www.trendoriginal.com
www.trendwatching.com
www.buzzfeed.com
www.lsnglobal.com
www.sparksandhoney.com
www.economist.com
www.forrester.com
www.springwise.com
www.time.com
www.npr.org
www.huffingtonpost.com
www.psfk.com
www.emarketer.com
www.thefuturescompany.com
www.leonardo1452.com
www.coolhuntermx.com
www.trendcentral.com
www.techspot.com
www.trendland.com
www.wired.com
www.digitaltrends.com
www.brandchannel.com
www.hbr.com TENDÊNCIAS
2016
THE INSIGHT POINT
Autor
Juan Isaza
Vice-Presidente de Planejamento Estratégico da DDB Latina,  divisão DDB Worldwide, que inclui América Latina, Espanha e o mercado hispânico
nos EUA; escreve regularmente para seu blog https://juanisaza.wordpress.com/ e constantemente faz palestras para empresários e estudantes
sobre marketing, publicidade, networking e tendências sociais.
 
Relatórios anteriores, de até dois anos, estão disponíveis no site: www.slideshare.net/juanisaza
 
Este documento pode ser reproduzido totalmente ou parcialmente, desde que a fonte e link para o site sejam citados.
 
Projeto e edição gráfica: Rafael Medina - Brandia (www.brandia.com.mx)
 
 
Facebook: https://www.facebook.com/juanisazaplanner/
Twitter: @juanisaza
TENDÊNCIAS
2016
THE INSIGHT POINT

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Tendências 2016 | Juan Isaza | The Insight Point

  • 2. 8 tendências T1. Polaridade extrema T2. Neocelebridades T3. Novas maiorias T4. Padrões de trabalho flexíveis T5. Legalmente ilícito T6. Pós-humano T7. Solteiros/famílias T8. Sobrevivência simples TENDÊNCIAS 2016 THE INSIGHT POINT
  • 3. Relatório de 2016. Como acontece com frequência, muitas das tendências que identificamos para este ano são uma progressão natural das tendências que haviam sido identificadas nos anos anteriores. Em 2015, falamos da bipolaridade resultante dessa nova “guerra fria”, que é um termo adequado para descrever todos os desenvolvimentos que ocorreram ao longo do ano, inclusive o terrorismo, os acordos nucleares e as campanhas das candidaturas presidenciais nos EUA. Da mesma forma, nós testemunhamos o poder dos cidadãos na exigência por transparência e autenticidade, que se desenrolou nos escândalos que ocorreram dentro de algumas das empresas e instituições mais consagradas do mundo. Em 2015, finalmente entendemos o que significa viver sem intermediários ao mudar a forma como vemos televisão e começar a olhar para o conteúdo através de outros meios diretos como nunca havia sido feito antes. Vimos muitos exemplos desse mundo no qual cruzar as fronteiras tornou-se cada vez mais difícil. O tema do transgenerismo e sua exposição na opinião pública foi talvez um dos exemplos mais claros. A popularidade das plataformas de cursos on-line - que de acordo com algumas fontes cresceram 50% em alguns países como a Índia - nos mostra o quanto as pessoas estão ansiosas à procura de instalações de treinamento e “coaching”. No entanto, o que talvez foi mais evidente para todos nós foi a velocidade com a qual testemunhamos os avanços da tecnologia; os avanços na realidade virtual ou algoritmos de previsão têm nos ajudado a entender até onde podemos chegar como seres humanos quando vemos o mundo a partir da tela de nossos celulares. Em 2016, muitos desses mesmos temas continuarão a ter proeminência. Espero que este relatório seja útil tanto para indivíduos como para as marcas anunciantes. E como o seu objetivo principal, espero que ele consiga reunir e tornar mais digeríveis todos os fatores culturais que vão moldar o nosso mundo durante o próximo ano.
  • 4. T1. Polaridade extrema O tema da bipolaridade no mundo, o qual é debatida entre extremos opostos, continuará a estar muito presente ao longo deste ano. A campanha eleitoral presidencial dos EUA e os seus extremos ideológicos se estenderão por todo o mundo. Veremos muitas pessoas - especialmente entre os jovens – que continuarão a gritar uma palavra que incomoda e enche de indignação a muitas outras pessoas: desigualdade. O mais interessante sobre as ideologias opostas em 2016 é que elas vão mostrar como tal polaridade pode ser incrivelmente flexível. Conceitos como “terrorismo”, “corrupção” e “imigração”, por exemplo, serão utilizados em muitos países como uma forma de demarcar linhas entre “eles” e “nós”. Nós veremos cada vez menos o uso de conceitos antigos, tradicionais e desgastados de esquerda e de direita. Os novos nomes da política (como Trump e Putin) estão mostrando que nada é para sempre e que os eixos ideológicos de hoje são maleáveis. No entanto, embora os eixos possam se deslocar e os líderes possam mudar, este ano será aquele em que nós nos posicionaremos de um lado ou do outro. Vai ser muito difícil para qualquer pessoa se classificar como “independente” ou definir sua posição como estando no “centro”. A questão da imigração e dos refugiados - principalmente na Europa e nos EUA - vai ocupar um espaço significativo na opinião pública. Aqueles a favor e contra usarão todos os meios de comunicação para convencer a opinião pública a adotar as suas posições, oferecendo até mesmo suas casas para acomodá-los. A noção da desigualdade continuará a provocar protestos e campanhas de tamanhos variados. Enquanto algumas pessoas vão fazer de tudo para reunir fundos no Indiegogo para salvar a Grécia, outras vão expressar sua indignação com a quantidade desproporcional de poder que algumas pessoas têm e o acesso limitado de outras. Elas vão desafiar as empresas e seus excessos. Embora para muitas empresas isso possa parecer uma questão sem qualquer significância, a realidade vai mostrar-lhes que é muito importante, já que isso é uma clara afronta aos jovens da geração do milênio. Outra questão que levantará muitos debates será a corrupção - tanto em nível público como privado. Ela vetará governos e afetará candidatos. No entanto, ela também será revelada dentro de algumas grandes corporações, com os expurgos de alto perfil resultantes, como estão acontecendo na FIFA, o que se estenderá para outras instituições relacionadas com os esportes - ainda mais por ser um ano de Jogos Olímpicos no Brasil, um país onde o problema da corrupção tem sido um tema permanente na opinião pública. E por último, a decisão do Reino Unido de sair ou permanecer na União Europeia, os controles nas fronteiras entre os países, referendos de alterações na constituição e as reações públicas a ataques terroristas, tudo isso vai reforçar a ideia da necessidade de se posicionar em um dos polos ideológicos. Este será um ano em que as pessoas precisarão se posicionar, mesmo contra a sua própria vontade. PARA AS MARCAS: Em um mundo polarizado, talvez o maior erro que qualquer marca anunciante pode cometer é não se posicionar. Isso não significa que eles precisam se posicionar em seus países em relação a assuntos políticos e econômicos. Isso significa que as marcas anunciantes devem ter uma ideologia e um ponto de vista e estarem comprometidas com os mesmos. A era da imparcialidade neutra das marcas anunciantes acabou. Seja em resposta a um ataque terrorista ou na aprovação do casamento gay, as pessoas estarão de olho nas marcas anunciantes para verificar quais são as suas opiniões. As marcas anunciantes sem um posicionamento claro serão relegadas a uma posição de irrelevância extrema.
  • 5. T2. Neocelebridades Este pode ser o ano em que o conceito de celebridade será redefinido para sempre. Em 2016 falaremos mais do que nunca sobre marketing pessoal. Os indivíduos serão considerados como marcas em si. Das avaliações que recebemos cada vez que nos hospedamos em um lugar através da Airbnb à influência real que o nosso conteúdo tem sobre os outros meios de comunicação tradicionais. Talvez tenham sido os Youtubers os primeiros a nos mostrar que há outras maneiras de se tornar uma celebridade. Sua única proposta era uma ideia na cabeça e a capacidade de criar um conteúdo que realmente os conectasse com o público. Em 2016 veremos mais influenciadores em redes sociais tornando-se estrelas públicas que lançam os seus próprios livros ou até mesmo criam os seus próprios produtos. Vale a pena destacar iniciativas como as da DBP (Digital Brand Products), uma plataforma que permite que blogueiros possam criar e lançar seus próprios produtos, capitalizando o seu poder de influência. A Trendwatching usa o termo SIP (pessoas socialmente importantes), o que nos mostra qual será o impacto da influência social dos indivíduos. Existem diversos exemplos, tais como: A plataforma Victorious, que permite que as novas estrelas do YouTube possam se conectar com seus fãs através da criação de seu próprio aplicativo, ou com o uso do Fansino, um aplicativo para que os artistas possam gerenciar sua relação com os fãs. Segundo dados recentes divulgados pelo Google, existem cerca de 18.000 Youtubers com mais de 100 mil assinantes de seus canais, um nível que os estabelece como verdadeiros campeões em matéria de conteúdo. Veremos novas séries, programas e espaços na mídia tradicional baseada no talento dessas novas estrelas. A “marca” pessoal vai se tornar um conceito cada vez mais democrático. Enquanto os usuários estiverem tirando o máximo proveito da “economia colaborativa” em plataformas como Uber e Airbnb, eles estarão criando um capital social e de reputação que vai carregar um valor inegável. As marcas vão avaliar os usuários, algo que vai substituir o conceito de “o cliente tem sempre razão”, na medida em que os clientes vão se tornar marcas. Vamos ver exemplos como a cadeia de sanduíches e café Pret-a-manger no Reino Unido, que oferece aos seus funcionários um orçamento a partir do qual eles podem recompensar os clientes que considerarem amigáveis ou que se comportarem de uma forma mais agradável. Por outro lado, também será esperado mais das celebridades tradicionais do que somente os escândalos habituais e revelações sobre seus assuntos pessoais e de negócios. Haverá pressão social sobre os novos “unicórnios” para que sigam o exemplo de Zuckerberg de dedicar grande parte de suas fortunas para o bem social. PARA AS MARCAS:Estarão falando mais sobre conteúdo local. O motivo principal será devido ao aumento dos sistemas de bloqueio de anúncios, especialmente em telefones celulares. Marcas vão intensificar sua busca por espaços onde os seus produtos e serviços possam aparecer de uma forma neutra. Pode ser que as novas celebridades do conteúdo possam muito bem se tornar o meio mais interessante para a realização dessas buscas
  • 6. T3. Novas maiorias O ano de 2016 é o ano dos “outros”. As chamadas “minorias” são a nova maioria. Este será o ano das mulheres, da diversidade sexual, dos afro-americanos, dos idosos, das pessoas com deficiência e dos imigrantes. Ninguém vai querer ficar de fora dos novos agrupamentos majoritários. Muitos vão acabar se convencendo de que as variáveis demográficas não são capazes de refletir a realidade com precisão. Na verdade, muito em breve os dois indivíduos mais poderosos do mundo podem ser mulheres: Hillary Clinton (no caso dela ser eleita a primeira mulher presidente dos EUA) e Angela Merkel. Além disso, este também poderá ser o primeiro ano na história em que uma mulher ocupará a função de Secretário- Geral das Nações Unidas. Para atingir esses objetivos, as campanhas promocionais e os movimentos estão cada vez mais fortes. No que diz respeito à diversidade sexual, a LSN Global analisou a neutralidade de gênero sexual e prevê que veremos cada vez mais coisas nos espaços de varejo, como a cadeia Selfridges, que tem uma seção sem distinções entre sexos. Isso se conecta de maneira muito direta com o sentimento geral da sociedade. Em um estudo publicado pela YouGov no Reino Unido, somente metade das pessoas entre 18 e 24 anos de idade entrevistadas se definiram como 100% heterossexuais. O tema dos transgêneros vai continuar a ganhar ainda mais relevância entre as letras da sigla LGBTI. Agora, se há um grupo entre aqueles que são normalmente excluídos e que vai mostrar a sua força em 2016, será o dos idosos e sua popularidade surpreendente graças às iniciativas que lhes permitem acessar ferramentas de conectividade. Um exemplo é a Teeniors, uma ideia de startup que pretende conectar os jovens aos adultos com objetivo de ajudá-los no acesso à tecnologia. Graças a essa conectividade, vamos ouvir falar sobre Shirley Curry, uma jogadora de videogame de 80 anos de idade com mais de 100.000 assinantes no YouTube, e Helen Ruth van Winkle com 1,7 milhão de seguidores no Instagram aos 86 anos de idade. E assim Iris Apfel - que em 2015 teve um dos documentários mais populares do ano - não estará sozinha em provar que idade não tem nenhuma correlação com liderança no mundo da moda, entretenimento ou tecnologia. Também vamos ouvir falar muito sobre o tema dos afro-americanos. O Museu Afro-Americano será aberto no National Mall em Washington, e eles estão esperando que o presidente Obama possa inaugurá-lo antes de deixar o cargo. O debate sobre as injustiças raciais e abusos por parte das autoridades continuará, assim como as restrições de acesso às oportunidades. Parece que há um movimento global em busca de perfis não tradicionais. Para muitos, as aptidões nas artes ou em design serão as características mais procuradas em candidatos a vagas em áreas tradicionalmente relacionadas com engenharia ou economia. Como uma força motriz da inovação, a diversidade fará com que as empresas precisem reforçar as suas políticas de igualdade de oportunidades. Por todos esses motivos, fazer parte das minorias tradicionais significará em breve ser parte da nova maioria. PARA AS MARCAS: As marcas anunciantes precisam entender que enxergar a vida dos consumidores com base em fases como adolescência, faculdade, casamento, paternidade, aposentadoria, etc. não é mais relevante. As marcas anunciantes que entenderem que não há caminhos definidos para viver a vida e que em vez disso entregarem o poder a seus clientes para que eles possam trilhar seus caminhos na vida do seu próprio modo, conquistarão um espaço em seus corações e em seus bolsos.
  • 7. T4. Padrões de trabalho flexíveis Trabalhar no escritório pela manhã, fazer freelance na parte da tarde e ser motorista da Uber à noite é o novo “9h às 17h”. Isso não significa necessariamente que as pessoas vão trabalhar mais horas. Mas a maioria definitivamente trabalhará de forma diferente. Conceitos como postos de trabalho permanentes ou estabilidade no emprego terão de ser reinventados em um mundo onde cada indivíduo gerencia de forma independente o seu próprio trabalho. Aqueles que pensavam que a maior revolução da Uber estava no transporte urbano verão em 2016 como estavam enganados. A Uber mostrou que usar o carro da família e investir algumas horas por semana pode fazer uma diferença significativa em seu rendimento global. Poucas pessoas sabem que 60% dos motoristas da Uber nos EUA têm um emprego regular e que 50% deles trabalham menos de 10 horas por semana. Essa é a grande revolução nos padrões de trabalho flexíveis, que muitos já estão chamando de “gig economy“, pegando emprestado o termo usado pelos artistas para se referir a trabalhos individuais. Os padrões de trabalho flexíveis afetarão até mesmo as empresas tradicionais. Os funcionários da Uniqlo em Tóquio, por exemplo, agora podem optar por trabalhar 40 horas em 4 dias em vez de 5 dias. Isso permite que as pessoas possam ter um dia extra para estudar, passar tempo com a sua família ou mesmo trabalhar como motorista da Uber e complementar assim a sua renda familiar. O “salário” também será composto de projetos, para os quais os novos empresários buscarão financiamento através do Kickstarter ou de alguma outra plataforma de “crowdsourcing”. Sapatos, como os do Shiftwear gerarão receitas para todos aqueles que querem vender seus designs para usuários que querem transformar o seu “look” sem precisar comprar pares adicionais. E por isso que o trabalho criativo, ligado à geração de propriedade intelectual, e referido como Economia laranja pelos seus autores, será um desenvolvimento para aumentar o valor e conduzir a legislação para a sua promoção e proteção, especialmente nos países da América Latina. A força motriz por trás da revolução nos padrões de trabalho pode ser claramente atribuída à geração dos jovens do novo milênio, que estão determinados a descartar a ideia de que eles são trabalhadores sem ética. Em 2016, muitas empresas vão finalmente compreender que não se trata de comprometer os interesses da empresa, mas sim que eles próprios são a empresa e que essa será a empresa à qual eles serão eternamente leais. A aptidão mais importante será a capacidade de se reinventar, e a atividade das pessoas serão definidas pelos lugares e tempo específicos naquele momento: Aqui onde estou agora, o que eu posso oferecer de valor (uma entrega, um registro, um transporte), algo que muda completamente os padrões de trabalho rígidos a que estávamos acostumados. PARA AS MARCAS: A nova forma de trabalhar também implicará em um questionamento mais profundo dos motivos para trabalhar, ou seja, o objetivo de ganhar e ter dinheiro. No ano passado vimos alguns protestos que demonstraram o descontentamento com o processo inteiro de compra e acúmulo de bens materiais. Os fabricantes que entenderem essa mudança de padrões de consumo e conseguirem se reinventar como empresas que oferecem serviços em vez de somente produtos terão acesso a oportunidades e modelos de negócios muito interessantes.
  • 8. T5. Legalmente ilícito Mais cedo ou mais tarde, o mundo está começando a colocar pontos de interrogação em muitos temas que até pouco tempo atrás eram verdades inquestionáveis sobre a legalidade. O carro-chefe nessa área é o tema das drogas, mas isso está começando a se estender a outros setores. Se algo é feito com convicção e com o respeito das outras pessoas, por que diabos deveria ser estigmatizado como “ilegal”? O exemplo mais claro dessa tendência está no uso da maconha, que em 2016 vai consolidar a sua evolução em usos medicinais e recreativos, muito longe do mundo da criminalidade e da ilegalidade. Vamos começar a ver as primeiras marcas de maconha “saírem das sombras” e começarem a ganhar status e reputação entre seus usuários assim como entre não usuários. Será um importante tópico de conversas, com serviços como o Bund and Breakfast, um tipo de serviço nos moldes da Airbnb que oferece lugares para alojamento onde o consumo de maconha é permitido. O assunto começará a se estender a outras drogas que estão entrando pela porta da frente para estabelecer o seu lugar - sem tabus - dentro do mundo corporativo. Esse é o caso do uso de quantidades de LSD muito pequenas, que é cada vez mais aceito nas empresas de tecnologia no Vale do Silício como uma forma de inspiração e para ajudar os funcionários a acompanhar seu ritmo de trabalho exigente. A noção de legalidade está sendo redefinida por critérios estabelecidos pelo indivíduo. As pessoas vão sentir que as suas ações - desde que não envolvam nenhum tipo de “injustiça” às outras pessoas - são “legais”, independentemente do que diz a legislação. Nós vamos começar a ver isso ocorrendo quando os indivíduos podem optar por utilizar serviços de economias compartilhadas mesmo que eles não sejam regulamentados ou mesmo se eles forem proibidos expressamente pela legislação. Veremos a proliferação de serviços como o Go-Jek na Indonésia transformando a economia não oficial ou economia sombra em “oficial”, com serviços como mototáxis, limpeza e execução de tarefas, entre outros. O que aconteceu no final de 2015 com o artista chinês Ai Weiwei e a empresa Lego mostra que as pessoas estão prontas para impor a sua própria lei. Quando a Lego se recusou a fornecer peças para uma obra de arte que considerava como sendo de conteúdo político, centenas de pessoas de todo o mundo ofereceram blocos de construção para o artista para que ele pudesse terminá-la. Finalmente, o ato de reinventar o conceito de legalidade também será retomado pelo bitcoin e pelas criptomoedas, que vão se afastar de qualquer associação com a ilegalidade, sendo até mesmo reconhecidos agora por diversas legislações, e continuarão a inspirar formas alternativas de controle e organização com o uso da tecnologia blockchain. A mudança dos bancos centrais para participantes múltiplos ou nós de compartilhamento de informações será espelhada em muitos outros cenários. Estamos entrando em um mundo baseado em cortar intermediários, que pouco a pouco também vai significar que precisaremos redefinir o papel do Estado e desse modo a definição do que é permitido e do que é ilegal. PARA AS MARCAS: Este ano veremos um crescente interesse em pessoas que querem exercer o papel que tradicionalmente tem sido ocupado pelo Estado em lidar com as empresas: fiscalizar, denunciar e “punir” as marcas que não estejam em conformidade com as normas de cuidados com fornecedores, com a sociedade e com o meio ambiente. É por esse motivo que as marcas anunciantes que entregam mais poder aos cidadãos serão recompensadas. Ações como as adotadas pela Everlane de permitir que o consumidor possa determinar o quanto vão pagar pelos produtos continuarão a despertar interesse e admiração entre a população.
  • 9. T6. Pós-humano A disputa entre o que é humano e o que é tecnologia está finalmente chegando ao seu desfecho. Os seres humanos são reforçados pela tecnologia, às vezes em conjunto com ela e às vezes em seu lugar. Da ajuda de um aplicativo em nosso celular ou com apoio de um robô, as máquinas nos ajudam a sentir que a vida real não tem fronteiras. Em 2016 vamos ouvir falar muito sobre robôs e Assistentes pessoais virtuais (APV) - dois temas que nos ajudarão a entender em grande medida como será a nossa interação com o mundo. Começando pela capacidade de adivinhar o nosso provável destino em uma rota ou prever qual aplicativo usaremos em um determinado momento, os assistentes pessoais virtuais - como Siri no iPhone – vão começar a gerenciar a nossa relação com o mundo ao nosso redor, com a missão de trabalhar em nosso favor, por exemplo: Aproveitando uma oferta especial, analisando o produto que é mais adequado para nós ou mesmo respondendo a chamadas telefônicas para nós. Tecnologia - e realidade virtual em particular - nos tornam seres humanos melhores com aplicativos como o NYTVR criado pelo New York Times, que demonstra o que acontece quando você tem uma experiência imersiva que merece destaque nos noticiários, e esta tecnologia de filmagem em 360 graus permite um sentido muito mais apurado do local e dos eventos que estão sendo filmados. Outro exemplo é a Cerevrum, uma empresa canadense que oferece produtos de realidade virtual desenhados para permitir que as pessoas adquiram uma memória melhorada, uma percepção mais rápida e aptidões “multitarefa” aperfeiçoadas. Haverá também ferramentas que permitirão que adolescentes possam se tornar motoristas melhores, como na experiência de realidade virtual lançada pela Toyota há um ano atrás. O fortalecimento das capacidades dos seres humanos começará nos primeiros anos da infância. Cognitoys é um brinquedo em desenvolvimento que usa a tecnologia de inteligência artificial Watson da IBM para interagir com as crianças, atuando como um tutor que consegue responder às suas perguntas, acompanhar a conversa deles e ensinar gramática ou matemática. É interessante notar que já não estamos falando mais de uma tela, nem mesmo de um aplicativo de iPad; ele é um pequeno dinossauro e toda a interação é realizada por controles de voz. Mas a tecnologia também pode fazer o que nós humanos não podemos fazer ou que preferimos não fazer. No recente evento DARPA, onde são concedidos prêmios para robôs que mudarão o futuro do mundo, foi mostrado como um robô pode fazer um trabalho muito melhor do que qualquer humano poderia fazer em desastres naturais. Se há algo que vai caracterizar a nossa relação com a tecnologia, será o termo “sem atrito”, o qual é usado para descrever uma vida em que viveremos em ambientes conectados que nos permitem “navegar” facilmente entre telas e objetos sem barreiras. Vamos ouvir falar bastante sobre a célebre startup Magic Leap e seu dispositivo visual que “sobrepõe” imagens ao mundo real. Outro exemplo interessante é a tecnologia encontrada na “criatividade construtiva”, um processo para o desenho de provadores de roupa que traduzem os movimentos do corpo em padrões de desenho. Mais e melhores aplicativos nos mostrarão que o celular, o computador, a casa, o carro e a geladeira estão todos localizados em uma única nuvem onde eles podem dialogar uns com os outros de uma maneira muito maior do que jamais poderíamos imaginar. PARA AS MARCAS: As experiências imersivas se tornarão um desafio difícil para as marcas anunciantes que continuarem a ver o seu relacionamento com o consumidor como sendo estágios fragmentados (o produto, o ponto de venda, as redes sociais, a transação, etc.). No início de 2015, um exemplo muito inspirador pode ser visto na empresa japonesa Cup Noodles, que criou um vídeo para acompanhar o consumo do seu produto. A interação - hoje com um vídeo, mas no futuro com elementos de realidade aumentada - levanta questões para as marcas anunciantes sobre a capacidade de criar experiências integradas podem demonstrar que um ambiente “sem atrito” já é uma possibilidade real.
  • 10. T7. Solteiros/famílias Estar sozinho ou não estar sozinho? Ir de um estilo de vida para o outro é muito fácil com a cumplicidade do mundo em que vivemos e com a tecnologia disponível atualmente. As questões sobre relacionamentos e famílias serão levantadas em 2016 com mais força do que nunca. Além da explosão de aplicativos de busca de parceiros observada ao longo dos últimos anos, existe agora o desejo adicional de obter o melhor dos dois mundos: a vida de solteiro e a vida em família. Muito já foi dito sobre a relação entre as novas gerações e a vida com um parceiro, com tendências como os jovens da geração do milênio adiando o casamento e optando por novas alternativas na condução de uma vida única. E para todos aqueles que ainda não conseguiram resolver esse dilema, estão surgindo novos arranjos tais como “repúblicas” e dormitórios que, longe de ser um fenômeno da vida universitária, estão começando a ganhar popularidade em diversas cidades em todo o mundo. Assim como nós havíamos observado no desenvolvimento de lugares de “co-trabalho” em anos anteriores. O termo usado agora é “co-vivência“ e acomoda todos os tipos de padrões de trabalho e estilos de vida. Algumas plataformas como a Trendwatching falam sobre o fenômeno do “Bloco do eu sozinho”. Os números mostram que o número de reservas em restaurantes dos EUA para uma única pessoa aumentaram em 62% nos últimos dois anos, de acordo com o Opentable. Essa explosão no número de pessoas que vão a restaurantes sozinhas ou viajam sozinhas gerou um aumento em muitas publicações e websites para turistas. Em Tóquio há o site Book and Bed que oferece alojamentos onde os turistas podem “dormir” ao lado de estantes de livros extensas. Os jovens da geração do milênio parecem estar interessados em “viagens solitárias“ como a sua maneira de explorar o mundo. Até agora, parecia que o mundo estava caminhando inevitavelmente para um número maior de pessoas solteiras. Mas na verdade estamos vendo atualmente que o casamento está recuperando a sua relevância na sociedade. O livro “The New I Do“, publicado há pouco mais de um ano atrás e classificado como um dos livros do ano pela Amazon, convida os céticos, os realistas e os rebeldes a se unirem para redefinir o que é o casamento. Empresas como a Unilever têm feito esforços no sentido de incentivar as famílias a crescer. Há alguns anos, essa empresa de produtos de consumo de massa lançou o vídeo “Por que trazer uma criança a este mundo“ com o objetivo de incentivar pessoas com receios sobre ter um filho. E os números mostram que as buscas no Google relacionadas a ter um filho triplicaram nos últimos 5 anos. No entanto, a escolha de ter filhos não é necessariamente ligada diretamente à escolha de viver com um parceiro. Em um mundo que celebra a vida de solteiro, existem aplicativos e serviços como o SupportPay, que ajuda as pessoas a desenvolver um arranjo de “co-paternidade” que facilita ter e manter filhos. À medida que surgem novos arranjos familiares e de co-paternidade, também começamos a ver formas de adoção de crianças apoiadas pela legislação. E assim, quem quiser viver como solteiro ou ter um companheiro pode ter a certeza de encontrar um aplicativo móvel para ajudá-lo. PARA AS MARCAS: Se há algum tempo atrás os consumidores aplaudiam as iniciativas de marcas anunciantes que eram ousadas o suficiente para mostrar famílias não convencionais em suas propagandas, hoje em dia eles consideram isso como sendo o padrão, com graves consequências para todas as marcas anunciantes que não entenderem ou não reconhecerem isto, porque isso mostra que eles estão fora de contato com a realidade. Ainda há mercados em que as marcas anunciantes podem diferenciar-se ao mostrar o seu reconhecimento dessas novas famílias. Principalmente nos países em desenvolvimento, as marcas anunciantes tem uma grande oportunidade de mostrar que a sua publicidade reflete a diversidade da vida real, longe dos estereótipos habituais.
  • 11. T8. Sobrevivência simples A complexidade dos algoritmos e o acúmulo de grandes volumes de dados chegou a um ponto em que as pessoas estão sobrecarregadas e, consequentemente, buscam o que é simples, básico e local. Todas as advertências sobre o impacto das mudanças climáticas estão começando a tornar-se muito mais do que somente previsões distantes e finalmente estão fazendo muitas pessoas entenderem que a sobrevivência do planeta nos forçará a simplificar nosso estilo de vida. O mundo continua a apontar para três grandes inimigos: Coisas complicadas, coisas processadas e coisas complexas. Veremos uma luta contra tudo o que implica qualquer tipo de falsidade. De aplicativos como o BEME - que permite criar imagens e vídeos que não podem ser retocados ou ter quaisquer filtros aplicados a eles e que não podem ser revisados antes de serem enviados - à legislação recente na França que requer que imagens públicas de modelos que foram retocadas com Photoshop declarem este fato. O natural, no entanto, não se opõe à tecnologia. Ao contrário, talvez a coisa mais interessante sobre toda essa autenticidade que veremos em 2016 é que a perspectiva do que é artesanal e rústico está sendo abandonada. A tecnologia está nos ajudando a encontrar alternativas para o uso de substâncias químicas, tanto em alimentos como em áreas da saúde. A escova de dentes desenhada por Kosho Ueshima utiliza a nanotecnologia para evitar a necessidade de usar os (cada vez mais) questionáveis cremes dentais. Vamos usar a tecnologia para diagnosticar o que está acontecendo dentro do nosso corpo sem envolver procedimentos complexos, mas em vez disso ela vai permitir menos consultas médicas ou menos necessidade de tratamentos médicos para condições clínicas mais avançadas. Também veremos a preferência por opções mais simples na área de nutrição e beleza. Mais pessoas vão estar buscando substitutos para o consumo de carne devido ao impacto sobre a sua saúde e sobre o meio ambiente. Alimentos muito antigos como a lúcuma, ou canistel, serão utilizados para complementar superalimentos como quinoa ou amaranto. Com relação à beleza, existem muitas marcas como a britânica Liha, que está se afastando cada vez mais dos produtos processados e usando em seu lugar os métodos tradicionais da cultura Yorubá para produzir seus produtos. Nós vamos ouvir falar de prazeres simples. Colocar o seu celular em modo de voo ou dormir como um bebê são os novos confortos de luxo. Veremos mais e mais pessoas se voltando para formas simples de se desligar da realidade, tais como os livros de colorir. Algumas pessoas as usarão em ajudas terapêuticas como as mandalas, outras como uma maneira de fazer uma pausa e se afastar de qualquer tipo de tecnologia. Os benefícios de atuar em nível local serão outra forma de recompensar a nós mesmos com a simplicidade. A relevância das marcas globais será colocada à prova entre as comunidades. Vale a pena mencionar o caso das lojas de comunidades da Nike, cuja missão é construir e fortalecer as comunidades locais em diversas cidades dos EUA através de atividades esportivas. Os turistas vão procurar descobrir a essência de cada bairro. É por esse motivo que as estratégias de marketing das cidades também vão se concentrar no marketing de áreas específicas da cidade. Veremos mais guias para viajantes que desejam descobrir os sabores e aromas de cada bairro - mais uma prova de como os conceitos de proximidade, autenticidade e simplicidade são essenciais para o tipo de mundo em que queremos viver. PARA AS MARCAS: Talvez a maior oportunidade de todas está na simplificação de processos que atualmente são demorados e complicados. A pergunta é: O relacionamento com a sua marca anunciante conseguirá ser tão simples que tudo poderá ser acionado com o toque de um botão? Os melhores exemplos disso são o “Dash button” da Amazon, que agora permite que um pedido de compra para mais de 20 produtos possa ser feito de maneira automática sem o uso de nenhuma forma de tela e a famosa ideia do The Switch criado pela Netflix, que permite que a televisão possa ser ligada, as luzes possam ser diminuídas e o jantar possa ser encomendado com o toque de um único botão.
  • 13. Autor Juan Isaza Vice-Presidente de Planejamento Estratégico da DDB Latina,  divisão DDB Worldwide, que inclui América Latina, Espanha e o mercado hispânico nos EUA; escreve regularmente para seu blog https://juanisaza.wordpress.com/ e constantemente faz palestras para empresários e estudantes sobre marketing, publicidade, networking e tendências sociais.   Relatórios anteriores, de até dois anos, estão disponíveis no site: www.slideshare.net/juanisaza   Este documento pode ser reproduzido totalmente ou parcialmente, desde que a fonte e link para o site sejam citados.   Projeto e edição gráfica: Rafael Medina - Brandia (www.brandia.com.mx)     Facebook: https://www.facebook.com/juanisazaplanner/ Twitter: @juanisaza TENDÊNCIAS 2016 THE INSIGHT POINT