1. “Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa
Não sou alegre nem sou triste:
Sou poeta “
-Cecília Meireles
2. Vida
Cecília Benevides de Carvalho Meireles, nasceu
em 7 de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de
Janeiro. Foi a única sobrevivente dos quatros filhos
do casal.
Diplomando-se no Curso Normal do Instituto de
Educação do Rio de Janeiro, em 1917, passa a
exercer o magistério primário em escolas oficiais do
antigo Distrito Federal.
Em 1919,com apenas 18 anos publicou seu primeiro
livro “Espectro”.
Vários poemas de caráter simbolista
3. Sua formação como
professora e interesse
pela educação levou-a a
fundar a primeira
biblioteca infantil do Rio
de Janeiro no ano de
1934.
Obras da literatura infantil:
• O cavalinho branco
• Colar de Carolina
• Sonhos de menina
• O menino azul
obras
literatura infantil
5. Amores
No ano de 1922, Cecília casou-se com o pintor Fernando Correia Dias.
Em 1936, após vários anos de sofrimento por depressão aguda seu
marido suicidou-se.
Em 1940,casou-se novamente com o engenheiro agrônomo e professor
Heitor Vinícius da Silveira Grilo, falecido em 1972.
6. Linguagem
Suas obras são marcadas pela musicalidade existente em
seus versos
Algumas vezes parece ser mais importante que o próprio
sentido dos versos
“As palavras mais sugerem do que descrevem”
7. Espectros, 1919 Metal Rosicler, 1960
Criança, meu amor, 1923 Poemas de Israel, 1963
Nunca mais, 1923 Antologia Poética, 1963
Poema dos Poemas, 1923 Solombra, 1963
Baladas para El-Rei, 1925 Ou isto ou Aquilo, 1964
Saudação à menina de Portugal, 1930 Escolha o Seu Sonho, 1964
Batuque, samba e Macumba, 1933 Crônica Trovada da Cidade de San Sebastian do Rio de
O Espírito Vitorioso, 1935 Janeiro, 1965
A Festa das Letras, 1937 O Menino Atrasado, 1966
Viagem, 1939 Poésie (versão francesa), 1967
Vaga Música, 1942 Antologia Poética, 1968
Poetas Novos de Portugal, 1944 Poemas Italianos, 1968
Mar Absoluto, 1945 Poesias (Ou isto ou aquilo& inéditos), 1969
Rute e Alberto, 1945 Flor de Poemas, 1972
Rui — Peq.historia de uma vida, 1948 Poesias Completas, 1973
Retrato Natural, 1949 Elegias, 1974
Problemas de Literatura Infantil, 1950 Flores e Canções, 1979
Amor em Leonoreta, 1952 Poesia Completa, 1994
Doze Noturnos de Holanda e o Aeronauta, 1952 Obra em Prosa - 6 Volumes - Rio de Janeiro, 1998
Romanceiro da Inconfidência, 1953 Canção da Tarde no Campo, 2001
Poemas Escritos na Índia, 1953 Poesia Completa, edição do centenário, 2001, 2 vols.
Batuque, 1953 (Org.: Antonio Carlos Secchin. Rio de Janeiro: Nova
Pequeno Oratório de Santa Clara, 1955 Fronteira)
Pistoia, Cemitério Militar Brasileiro, 1955 Crônicas de educação, 2001, 5 vols. (Org.: Leodegário A.
Panorama Folclórico de Açores, 1955 de Azevedo Filho. Rio de Janeiro: Nova Fronteira)
Canções, 1956 Episódio Humano, 2007)
Giroflê, Giroflá, 1956
Romance de Santa Cecília, 1957
A Bíblia na Literatura Brasileira, 1957
A Rosa, 1957
8. Homenagens
Prémio Machado de Assis (1965)
Sócia honorária do Real Gabinete Português de Leitura
Sócia honorária do Instituto Vasco da Gama (Goa)
Doutora "honoris causa" pela Universidade de Delhi (Índia)
Oficial da Ordem do Mérito (Chile)
Após sua morte, recebeu como homenagem a impressão de uma cédula
de cem cruzados novos
11. Motivo
“Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E sei que um dia estarei mudo:
- mais nada.”
12. Colar de Carolina
“Com seu colar de coral,
Carolina
corre por entre as colunas
da colina
O colar de Carolina
colore o colo de cal,
torna corada a menina.
E o sol, vendo aquela cor
do colar de Carolina,
põe coroas de coral
nas colunas da colina”.
13. Curiosidades
Tinha 9 anos quando escreveu sua primeira poesia.
Na década de 1970, o músico Raimundo Fagner teve
seus discos retirados das lojas por não ter dado crédito
à poetisa na canção Canteiros, poema escrito por
Clarice e musicado pelo cantor.
Ela foi a primeira mulher a ter um livro premiado pela
Academia Brasileira de Letras.
Viagem(1938)
14. Retrato
Eu não tinha este rosto de
hoje,
Assim calmo, assim triste, assim
magro,
Nem estes olhos tão vazios,
Nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem
força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão
fácil:
- Em que espelho ficou perdida
A minha face?