1) Os preços da soja subiram na terceira semana de março devido a expectativas de aumento da área plantada nos EUA e falta de chuvas na América do Sul.
2) Os preços internos no Brasil não acompanharam a alta em Chicago devido à desvalorização do dólar e aumento da oferta com a nova safra.
3) A tendência é de queda nos preços no Brasil até o final de maio, com o mercado se estabilizando entre R$35-45/saco dependendo da região.
1. DECon Departamento de Economia e Contabilidade da UNIJUÍ
Comentários referentes ao período entre 13/03 a 19/03/2009
Prof. Dr. Argemiro Luís Brum1
Daniel Claudy da Silveira2
1
Professor do DECon/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris-França,
coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2
Acadêmico de Economia da UNIJUI, auxiliar administrativo junto ao DECon/UNIJUI.
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2. Cotações na Bolsa Cereais de Chicago - CBOT
Produto
GRÃO DE SOJA FARELO DE SOJA ÓLEO DE SOJA
TRIGO (US$/bushel) MILHO (US$/bushel)
(US$/bushel) (US$/ton. curta) (cents/libra peso)
Data
13/3/2009 8,82 286,00 29,80 5,06 3,75
16/3/2009 9,11 288,40 30,86 5,44 3,91
17/3/2009 9,13 286,00 31,31 5,52 3,90
18/3/2009 9,15 289,50 30,92 5,30 3,88
19/3/2009 9,40 296,30 31,89 5,55 3,96
Média 9,12 289,24 30,96 5,37 3,88
Bushel de soja e de trigo = 27,21 quilos bushel de milho= 25,40 quilos
Libra peso = 0,45359 quilo tonelada curta = 907,18 quilos
Fonte: CEEMA com base em informações da CBOT.
Médias semanais* (compra e venda)
Média semanal dos preços recebidos
no mercado de lotes brasileiro - em
pelos produtores do Rio Grande do
praças selecionadas (em R$/Saco)
Sul
Var. % relação
SOJA média anterior
milho soja trigo
RS - Passo Fundo 44,90 -1,54 Produto
(saco 60 Kg) (saco 60 Kg) (saco 60 Kg)
RS - Santa Rosa 44,40 -1,55
RS - Ijuí 44,40 -1,55
R$ 17,24 41,85 24,29
PR - Cascavel 43,72 0,16
Fonte: CEEMA, com base em informações da
MT - Rondonópolis 39,75 1,66 EMATER-RS.
MS - Ponta Porã 40,10 1,01
GO - Rio Verde (CIF) 40,50 -0,98 Preços de outros produtos no RS
BA - Barreiras (CIF) 38,20 1,33
Média semanal dos preços recebidos
Var. % relação
MILHO média anterior
pelos produtores do Rio Grande do Sul
Argentina (FOB)** 152,00 0,26
Paraguai (CIF)** 110,00 0,00
Produto 19/03/2009
Paraguai (FOB)** 145,00 0,00
RS - Erechim 17,85 -6,05
SC - Chapecó 20,38 -3,00 Arroz em casca
PR - Cascavel 17,50 0,86 (saco 60 Kg) 28,96
PR - Maringá 17,28 -2,10
MT - Rondonópolis 14,75 0,00
Feijão (saco 60 Kg) 85,42
MS - Dourados 16,77 -1,76
SP - Mogiana 18,42 -0,38
Sorgo (saco 60 Kg) 15,00
SP - Campinas (CIF) 20,17 -0,05
Suíno tipo carne
GO - Goiânia 19,30 -1,78
(Kg vivo) 1,64
MG - Uberlândia 18,35 -3,17
Leite (litro) cota-
Var. % relação
TRIGO*** média anterior consumo (valor bruto) 0,55
RS - Carazinho 486,00 -1,82
RS – Santa Rosa 486,00 -1,82
Boi gordo (Kg vivo)* 2,57
PR - Maringá 556,00 -2,46
(*) compreende preços para pagamento em
PR - Cascavel 546,00 -2,50 10 e 20 dias
* Período entre 13/03 e 19/03/09 Fonte: CEEMA, com base em informações da
Fonte: CEEMA com base em dados da Safras EMATER-RS.
& Mercado. ** Preço médio em US$ por
tonelada. *** Em Reais por tonelada
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3. MERCADO DA SOJA:
As cotações da soja, nesta terceira semana de março, voltaram a subir. Entre o
primeiro dia de março e o fechamento de quinta-feira (19), que alcançou US$
9,40/bushel, o ganho chega a um dólar por bushel.
Tal comportamento se explica pela antecipação de movimentos especulativos antes do
relatório de intenção de plantio dos EUA, previsto para o dia 31/03, o qual deverá
indicar um aumento importante na área semeada com soja naquele país, a julgar pelas
estimativas privadas (32,55 milhões de hectares ou quase 8% acima do registrado no
ano anterior). Outro fator altista no momento é novamente a falta de chuvas em boa
parte das regiões produtoras do sul do Brasil e da Argentina. No Rio Grande do Sul, no
mês de março, choveu apenas 19 milímetros em média, contra um volume normal
superior a 100 milímetros. No vizinho país, algumas regiões tiveram o retorno das
chuvas, o que aliviou as lavouras de soja, porém, esse não é um quadro geral no país.
Além disso, o anúncio de medidas anti-crise nos EUA (o governo local anunciou um
programa de compras de títulos do tesouro e expandiu o programa de compras de
ativos lastreados em hipotecas, estimulando o mercado, já que o dólar voltou a
enfraquecer, fato que auxilia as vendas externas).
Ao mesmo tempo, os registros de exportação da safra 2008/09, na semana encerrada
em 12/03, ficaram apenas em 143.400 toneladas, contra 837.000 toneladas na semana
anterior. Todavia, no acumulado do ano o volume alcança 28,07 milhões de toneladas,
contra 26,5 milhões em igual período do ano anterior.
Por sua vez, o esmagamento de soja nos EUA, no mês de fevereiro, chegou a 3,5
milhões de toneladas, contra 3,8 milhões no mês anterior e 3,8 milhões em fevereiro de
2008. No acumulado do ano comercial (setembro/fevereiro) o volume chega a 21,9
milhões de toneladas, contra 24,2 milhões em igual período do ano anterior.
Quanto aos embarques, na semana do dia 12/03 os mesmos somaram 610.100
toneladas, contra 839.700 toneladas registradas na semana anterior.
Já os prêmios no Golfo do México encerraram a semana entre 60 e 63 centavos de
dólar por bushel.
No fundo, o mercado continua com tendência baixista na medida em que a safra sul-
americana entrar com intensidade em abril e o plantio nos EUA se confirmar
importante. A partir daí, o clima nos EUA ditará o comportamento dos preços em
Chicago, além das medidas visando equacionar a crise econômica mundial.
Na Argentina, o mercado se manteve praticamente parado, com o país vivendo uma
intensa crise, agravada pela quebra de safras em função do clima e pela política
econômica interna. O prêmio em Rosário ficou entre 45 e 60 centavos de dólar por
bushel.
No mercado europeu, o pellets de soja, no CIF Rotterdam, para março, ficou cotado a
US$ 365,00/tonelada tanto para o produto brasileiro quanto para o argentino. Para o
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4. período de maio a setembro tais preços baixam, ficando em US$ 349,00 para o produto
brasileiro e US$ 342,00 para o produto argentino.
Ainda em termos mundiais, tem-se que os estoques de óleo de palma na Malásia, nos
últimos três meses, recuaram em 700.000 toneladas, graças a uma política de redução
dos impostos de exportação promovida pelo governo daquele país.
Na União Européia, o farelo de colza deverá incrementar sua participação no conjunto
dos farelos consumidos em torno de 18% em relação ao ano anterior. A participação
deste farelo no conjunto dos farelos consumidos dobraria em relação a 2003/04.
No Brasil, mesmo com a melhoria em Chicago, os preços internos acabaram não se
recuperando já que o dólar voltou a perder força, fechando a quinta-feira (19) em R$
2,23. Além disso, a entrada da nova safra continua aumentando, pressionando a oferta
interna. Assim, a média gaúcha no balcão ficou em R$ 41,85/saco, enquanto os lotes
recuaram para R$ 44,00 e R$ 44,50/saco. Nas demais praças do país, a semana
fechou com os lotes valendo entre R$ 38,50/saco em Barreiras (BA) e R$ 43,60/saco
em Cascavel (PR). Nestas condições, quem fechou contratos antecipados em dólares,
ainda no final do ano passado e mesmo em janeiro, está ganhando.
Quanto a colheita, até o dia 13/03 a mesma chegava a 35% no país, contra 29% na
média histórica. No Paraná a mesma atingia a 45%, no Mato Grosso 64%, no Mato
Grosso do Sul 46%, em Goiás 48%, em São Paulo 40%, em Minas Gerais 15% e em
Santa Catarina 1%. Nos demais Estados, não havia ainda movimento significativo.
A tendência, até o final de maio, continua sendo de preços em recuo, devendo o
mercado se estabelecer, no balcão, num parâmetro entre R$ 35,00 e R$ 45,00/saco,
dependendo da região do país. Nesse momento, os preços só não baixam mais porque
muitas empresas estão segurando as cotações via redução de margens. Mas isso
tende a se inverter logo mais. Além disso, os produtores têm necessidade de caixa e
irão pressionar cada vez mais o mercado vendendo sua produção.
Os prêmios nos portos, por enquanto, se mantêm elevados, sendo que para março os
mesmos oscilam entre 55 e 70 centavos de dólar por bushel, dependendo do porto. Em
Rio Grande, por exemplo, os mesmos estão entre 60 e 70 centavos. Já em Paranaguá
registra-se valores entre 55 e 60 centavos de dólar.
Espera-se que a realidade da atual safra não se modifique para pior, tanto em colheita
quanto em preço, pois os produtores estão muito descapitalizados. No Mato Grosso,
por exemplo, a falta de crédito bancário obrigou os produtores a lançarem mão dos
recursos próprios. Com o custo da lavoura subindo para R$ 6,8 bilhões (R$ 2 bilhões a
mais do que no ano anterior), cerca de 40% saiu de recursos próprios. No ano anterior,
apenas 6% haviam lançado mão de recursos próprios. A parte das tradings no
financiamento local caiu de 52% para 25% do total entre o ano passado e a atual safra.
Na prática, houve um recuo generalizado na oferta de crédito. Indústrias de
fertilizantes, que emprestaram 7% dos R$ 4,8 bilhões em 2007/08, forneceram 6% do
total na safra atual. A fatia dos bancos saiu de 13% para 11%, na mesma comparação,
e da indústria de defensivos, de 19% para 16%. A fatia do segmento de sementes
recuou de 3% para 2% (cf. Agroconsult).
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5. Paralelamente, embora o forte recuo nos preços do petróleo no mercado mundial, o
frete da soja entre Sorriso (nortão mato-grossense e o porto de Paranaguá) subiu 20%.
A carga de impostos e a demanda maior por caminhões nesta época elevam sempre
os custos do transporte, penalizando os produtores.
Enfim, a falta de crédito continua a preocupar os produtores, particularmente os do
Centro-Oeste que já estão em final de colheita e planejam os próximos plantios. Isso
diminuiu consideravelmente as compras antecipadas, impedindo que os produtores, em
muitos casos, aproveitassem os melhores preços, que ficaram para trás. Por outro
lado, os produtores que conseguiram negócios antecipados temem que as empresas
privadas não consigam honrar os contratos, diante da forte queda nos preços em
relação ao momento em que os contratos foram assinados.
MERCADO DO MILHO:
As cotações do milho em Chicago também subiram, fechando a quinta-feira (19) em
US$ 3,96/bushel, contra US$ 3,76 uma semana antes. Contraditoriamente, embora se
fale em redução na área a ser semeada com o cereal nos EUA, a elevação
proporcional à soja, em Chicago ficou muito aquém já que a cotação do início de março
era de US$ 3,43/bushel. Isso confirma o aspecto particularmente especulativo do
movimento ocorrido na bolsa nesta semana, particularmente na soja.
Quanto a possível área a ser semeada com milho nos EUA, há divergências entre os
diferentes analistas. A Informa indica área de 32,94 milhões de hectares. Por sua vez,
a Allendale aponta 34,56 milhões de hectares. A média seria de 33,79 milhões de
hectares, considerada relevante e que, se confirmada, inibiria fortes altas nas cotações
do milho em Chicago.
Em outras palavras, o mercado busca se posicionar diante da proximidade do anúncio
do relatório de intenção de plantio, a ser divulgado pelo USDA no dia 31/03.
Enfim, a exportação semanal dos EUA foi considerada baixa, ficando em 440.000
toneladas nesta semana. Paralelamente, nova desvalorização do dólar acabou
puxando para cima os preços das commodities, com o petróleo chegando a US$
52,00/barril para abril, fato que fortaleceu o milho devido ao seu potencial de produção
de etanol.
Na Argentina e no Paraguai os preços do cereal se mantiveram praticamente estáveis,
com a tonelada FOB valendo respectivamente US$ 152,00 e US$ 110,00.
No mercado brasileiro, os preços recuaram para o nível do mínimo oficial de forma
definitiva no sul do Brasil e abaixo disso no Centro-Oeste e outras regiões, em termos
de balcão. A média gaúcha, nessa condição, ficou em R$ 17,24/saco, embora em
muitos locais haja preços abaixo do mínimo. Nos lotes, o norte do Estado praticou a
média de R$ 17,75/saco. Nas demais praças, os preços oscilaram entre R$ 14,75/saco
em Rondonópolis (MT) e R$ 20,35/saco em Chapecó (SC). Na exportação, o mercado
trabalha voltado para a safrinha futura, oferecendo preços entre US$ 165,00 e US$
170,00/tonelada após o mês de julho. Nota-se, em termos médios, que houve recuos
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6. expressivos em algumas localidades, como o norte gaúcho e a região de Uberlândia
(MG), por exemplo (cf. tabela no início deste boletim).
Na prática, o mercado continua baixista diante da entrada da nova safra de verão, com
a quebra ocorrida no sul do país não mais fazendo efeito sobre os preços nesse
momento.
Enfim, houve novo leilão de opções de venda no dia 19/03, com o mesmo negociando
729.351 toneladas de um total oferecido de 792.234 toneladas.
A semana terminou com a importação, no CIF indústrias brasileiras, valendo R$
34,49/saco para março, ao produto dos EUA, e R$ 29,56/saco para o produto
argentino. Já para abril o produto argentino ficou em R$ 30,11/saco. Na exportação, no
transferido via Paranaguá, o mês de março ficou em R$ 20,90/saco, abril em R$ 21,07,
maio em R$ 21,26 e junho em R$ 21,75/saco.
Vale ainda destacar que o 1º Fórum Nacional do Milho, ocorrido por ocasião da
Expodireto em Não-Me-Toque (RS), nesta semana, apontou um aumento na área de
milho transgênico. A mesma deve crescer 20% para a safra 2009/2010. Para separar o
produto transgênico do não-transgênico, os custos oscilariam entre 8% e 25%, o que,
se não vier acompanhado de um preço mais interessante ao produtor, não motivará o
mesmo a segregar o produto, podendo o milho transgênico seguir os passos da soja
em termos de crescimento de área semeada no país.
MERCADO DO TRIGO:
As cotações do trigo em igualmente melhoraram durante esta semana, com a quinta-
feira (19) fechando em US$ 5,55/bushel.
Na prática, o mercado do trigo parece, no momento, ser o mais fraco em poder de
recuperação de preços, mesmo havendo preocupações com áreas de seca nas
planícies produtoras dos EUA. A fraqueza do dólar tem favorecido um pouco a
retomada das cotações, porém, em níveis menores do que a soja.
O mercado está muito voltado aos fatores técnicos no momento. Na semana, compras
de trigo russo por parte do Egito seguraram um pouco as cotações em Chicago. No
FOB, o preço pago foi de US$ 164,00 a US$ 166,00/tonelada, sendo mais competitivo
do que o trigo estadunidense, que bate ao redor de US$ 186,00/tonelada, no momento.
Na Argentina, ganha força a ideia de que o governo local não irá liberar novos registros
de exportação de trigo, diante da péssima safra desse ano. Por enquanto, os preços
giram entre US$ 220,00 e US$ 225,00/tonelada, subindo paulatinamente e
preocupando o governo, pois a inflação local é muito forte e vem desestabilizando a
economia, agora atingida pela crise global.
Além disso, cálculos recentes dão conta de que os produtores, em termos de
rentabilidade, estariam perdendo 48% em relação a 2008, fato que deverá desestimular
o plantio para a safra 2009/2010. Além disso, há uma descapitalização importante junto
aos produtores do vizinho país. Apesar da falta de informações oficiais, já que desde
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7. outubro o governo local não divulga mais os volumes embarcados, calcula-se que a
Argentina tenha apenas um saldo de 1,6 milhão de toneladas de trigo no momento.
Para muitos analistas, tal número impede novas exportações até a próxima colheita.
Salvo se o país se sujeitar a importar o cereal para o seu consumo próprio.
Neste contexto, o mercado interno brasileiro ainda está bastante tímido quanto a
recuperação de preços. Esperava-se, já para esse momento, preços um tanto mais
elevados. Pelo contrário, houve mesmo recuo nos preços médios desta semana, coisa
rara nos últimos meses no mercado do cereal.
Assim, o preço médio de balcão no Rio Grande do Sul ficou em R$ 24,29/saco,
enquanto os lotes recuaram para R$ 480,00/tonelada (preço mínimo). No Paraná, os
lotes caíram para valores entre R$ 540,00 e R$ 550,00/tonelada.
Na prática, a tendência de alta se mantém, porém, conjunturalmente o mercado está
muito pouco agressivo, com muitos moinhos bem abastecidos. Por outro lado, como os
preços internacionais mantém tendência de baixa, e o governo aponta para a
possibilidade de zerar novamente a tarifa externa comum (TEC), de 10%, oriunda das
regras do Mercosul, os moinhos ficam cautelosos quanto a realização de negócios
substanciais, preferindo compras “da mão para a boca”.
Nesse sentido, e visando favorecer ao setor, embora o impacto seja pequeno, o
governo gaúcho prorrogou a redução do ICMS do trigo nas vendas para outros
Estados, de 12% para 2%, até fins de maio próximo. O problema é que tal medida vale
apenas para os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
No fundo a questão está na reação dos moinhos, cujo cálculo é o seguinte: sem a
retirada das tarifas TEC (Mercosul) e do frete, o preço do cereal paranaense, por
exemplo, chegaria no Sudeste do país a R$ 645,00/tonelada. Isentadas as tarifas, tal
preço cairia para R$ 575,00/tonelada, fato que leva as indústrias a esperarem. Nos dois
casos o preço ainda poderia melhorar, sem dúvida, porém, a diferença entre um e outro
é grande e vem travando o mercado no momento, enquanto o governo não se define.
Obviamente, os produtores estão contra a isenção das tarifas. Resta saber se o seu
poder de pressão terá consistência desta vez.
Enfim, para o Rio Grande do Sul está previsto um leilão de PEP para o dia 26/03.
A semana terminou com as cotações na importação, no CIF Sudeste brasileiro, valendo
US$ 330,78/tonelada para o produto dos EUA, US$ 257,76/tonelada para o produto da
Argentina, e US$ 269,19/tonelada para o produto oriundo do norte do Paraná.
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