O documento descreve brinquedos e atrações da Feira das Nações de Pederneiras há 25 anos atrás, como o cinema 180°, roda gigante, tobogã e chapéu mexicano. Também comenta sobre a evolução da festa ao longo dos anos, com aumento do público e shows de cantores famosos, embora seja necessário melhorar a questão do espaço físico e dos preços. Por fim, faz uma analogia entre a organização de um churrasco e o sistema político, enfatizando a importância da cooperação para o bem comum.
1. EDIÇÃO 8 PEDERNEIRAS, 10 DE JULHO DE 2012 PG 4-4
JP A FEIRA DAS NAÇÕES DE 25 ANOS ATRÁS
Uma pequena viagem no túnel do tempo com os brinquedos da época
O cinema 180º, que nada mais era que um “bola gigante infláv- A roda gigante já era um brinquedo de namorados adolescentes,
Leandro Campanhã Camara que aproveitavam para namorarem vendo a vista da cidade. Lem-
el” com uma tela interna com vídeos de montanhas russas, heli-
cópteros, e corrida. Todo ano eram os mesmo filmes - talvez por bro eu quando tinha quatro anos, que não conseguia entender
isso caiu no “ibope”. Nas primeiras vezes que íamos até chegáva- como virava e ninguém caía da cadeira, e por mais que meu pai
mos a “bambear”, perdendo o equilíbrio, parecendo estar dentro explicasse eu não aceitava e apenas vi ele com meu irmão na
do filme. haviam pessoas que até vomitavam. roda gigante. Saiu de cena logo pois talvez os costumes de nam-
oro mudaram rápido.
A quantidade de pessoas aumentou pois a população cresceu,
a festa ganhou fama, e mesmo pederneirenses que estão fora
fazem questão de virem.
Os shows ficaram cada vez mais presentes com cantores fa-
mosos atraindo cada vez mais público, e atualmente atrai pes-
soas da região toda. A festa que todos esperam foi novamente
inesquecível, mas não podemos deixar de melhorar a questão do
Lembro-me que nas tardes dos brinquedos há 25 anos atrás, espaço físico e dos preços dos ingressos e produtos. Talvez usar
o prefeito Giácomo em certo momento dava ingressos as crian- outro espaço alternativo para os shows maiores.
ças. Formava-se um aglomerado de crianças impressionante. Era E o Chapéu Mexicano, que ganhou a fama em poucos anos de E deixando os permenores polêmicos nos orgulhamos de ter
em papel mesmo. Hoje as escolas públicas também recebem o sua permanência nos anos da festa e no Brasil, como o brinque- uma festa nos padrões regionais e que cada ano torna-se maior
passaporte nos brinquedos e as crianças divertem-se num dia do mais perigoso, devido a acidentes. Uma estrutura com cadei- e melhor.
especial para elas. ras como de “balanço” fixadas por correntes, enfileiradas, que ao
Lembro da roda gigante e do tobogan, que já não existem mais girar em círculo por um eixo central se deslocava inclinando as
hoje. cadeira em posição até horizontais.
No tobogan subíamos nas escadas e entre os degraus víamos a E as argolas sempre existiram. Mas haviam até motos pendura-
altura aumentar – já fazia parte da enorme sensação. Via muitos das. Mas até hoje não vi ninguém ganhar prêmio nenhum pois
surfarem de pé nos sacos de estopas e muitos tombos no metal como pode uma argola escorregadia entrar justamente e apert-
brilhante pela cera. adamente na cabeça de um “cachorro”?
O vento do outono, como nessa época mesmo, fazia a estrutu-
ra do tobogan balançar aumentando a adrenalina. Os gritinhos
das meninas descendo combinavam com os “surfistas” maiores
nos sacos de estopa.
A visão da cidade era impressionante, e o frio na barriga lá no
topo se combinava com o vento e não sabia se batia o queixo de
frio ou de ansiedade em descer.
Não havia shows como hoje; famosos. A grande sensação eram
as barracas, o almoço com a família e o parque.
O carrinho de tromba a tromba e o telecombate (aviãozinho)
conseguiram preservar nas pretensões das novas gerações. Nada
de surpreendentes. Ser livre e comandar são instintos naturais
humanos, como voar, nadar, e pilotar uma máquina. Aliás, quan-
do adultos precisamos mais querer comandar do que ser livre.
VAMOS FAZER UMA “VAQUINHA”?
Uma analogia ao sistema político geral Quem nunca participou da vaquinha para o churrasco.
Tudo é planejado, dividido, e todos trazem e formam a festa. Marcas vari-
Leandro Campanhã Camara adas, carnes variadas, convidados e tudo se forma numa bagunça de união
gostosa. E o barulho. As mulheres na cozinha, os homens na churrasqueira
e arrumando os gelos das bebidas. Os pratos lavados conforme se usam.
E faltam talheres, as crianças brincam, brigam, bagunçam, e os berros dos
pais surgem, os choros vêm.
O objetivo foi alcançado e pequenas divergências de marcas, de tipos de
carne são deixadas de lado pois caso não forem deixadas de lado sabe-se
que o objetivo não será alcançado devido a tão pequena coisa.
Às vezes para a festa do churrasco definimos em conjunto aqueles que
organizam melhor e tem mais habilidade e todos entram em consenso so-
bre isso, sem maiores problemas. Pois todos sabem que a única vantagem
é o orgulho de organizar a festa.
Mas se para essa festa houvessem disputas para organizar esse churras-
co? Por quê haveria interesse nessa gerência para essa festa se o objetivo
seria comum a todos?
Ego, vaidade, prestígio, lado financeiro, vantagens escusas, ou von-
tade genuína de se fazer a melhor festa?
Como a festa do churrasco, veja aqueles que se preocupam verdadeira-
mente com a alegria da festa do churrasco, sem pensarem em outras
vantagens; pois a festa é coletiva. E que todos participantes e candidatos
O equilíbrio entre os esforços e habilidades é essencial à gerência da festa apresentem idéias, coerência, paz, tolerância, ética
para o objetivo final para que melhore a festa pois ela é de todos e para todos.
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