5. BOCA
A maioria dos mamíferos mastiga o alimento antes desse
atravessar a faringe. Tal ato permite sua diminuição, umidificação
e, em alguns casos, o contato com enzimas digestivas presentes na
saliva (amilase e ptialina), que são responsáveis pela transformação
de glicogênio e amido em maltose. Nessa fase da digestão, a língua
tem um importante papel: além de auxiliar na diminuição e diluição do
alimento, permite a captura de sabores, estimulando a produção de
saliva. Os sais presentes nesta última neutralizam a possível acidez do
alimento.
8. FARINGE e ESÔFAGO
Após a mastigação, o bolo alimentar passa pela faringe e é
direcionado para o esôfago. Lá, movimentos peristálticos permitem que
o bolo seja direcionado ao estômago. Tal processo mecânico
permite, além desta função, misturá-lo aos sucos digestivos. Algumas
aves possuem nesse órgão uma região conhecida popularmente como
papo, onde o alimento é armazenado e amolecido.
10. ESTÔMAGO
No estômago, o suco gástrico – rico em ácido
clorídrico, pepsina, lipase e renina – fragmenta e desnatura proteínas
do bolo alimentar, atua sobre alguns lipídios, favorece a absorção de
cálcio e ferro, e mata bactérias. Este órgão, delimitado pelo esfíncter
da cárdia, entre ele e o esôfago; e pelo esfíncter pilórico, entre o
intestino, permite que o bolo fique retido ali, sem que ocorram refluxos.
Durante, aproximadamente, três horas, água e sais minerais são
absorvidos nesta cavidade. O restante, agora denominado
“quimo”, segue para o intestino delgado.
11. DIGESTÃO NO ESTÔMAGO
No estômago o alimento sofre a ação do suco gástrico que é secretado pelas
glândulas localizadas na parede estomacal. O muco é produzido pelas glândulas pilóricas e
cárdicas do estômago e lubrifica o bolo alimentar, além de proteger a parede do estômago
contra a ação das enzimas gástricas e do HCl.
O HCl apresenta as seguintes funções: facilita a absorção de ferro; proporciona um
pH ótimo para a digestão protéica; ativa o Pepsinogênio à Pepsina; age contra os germes
restringindo a fermentação microbiana (ação germicida).
As enzimas do suco gástrico são: pepsina, lípase gástrica, amilase gástrica.
A pepsina é uma enzima proteolítica (digere proteínas em peptídeos), que atua num
meio altamente ácido (pH = 2,0) e acima de pH = 5,0 apresenta pouca atividade
proteolítica, tornando-se inativa.
A lípase gástrica (tributirase) age sobre a tributirina (um tipo de gordura encontrado
no leite e seus derivados), quase não tem atividade lipolítica sobre as gorduras comuns. A
amilase gástrica não desempenha papel importante na digestão do amido.
A secreção gástrica é regulada por mecanismos nervosos e hormonais. A regulação
hormonal é realizada por meio de dois hormônios: gastrina e enterogastrona. A gastrina é
produzida pela mucosa da região pilórica do próprio estômago e tem ação estimulante sobre a
secreção gástrica. A enterogastrona é produzida no intestino delgado (duodeno) em presença
de gordura e inibe a secreção gástrica.
13. INTESTINO DELGADO
No intestino delgado ocorre a maior parte da digestão e absorção do que foi
ingerido. Este órgão é compreendido pelo duodeno, jejuno e íleo, e o processo se inicia
nessa primeira porção. Lá, com auxílio do suco intestinal, proteínas se transformam em
aminoácidos, e a maltose e alguns outros dissacarídeos são digeridos, graças a enzimas
como a enteroquinase, peptidase e carboidrase.
No duodeno há, também, o suco pancreático, que é lançado do pâncreas
através do canal de Wirsung. Este possui bicarbonato de
sódio, tripsina, quimiotripsina, lipase pancreática e amilopsina em sua constituição, que
permitem com que seja neutralizada a acidez do quimo, proteínas sejam transformadas
em oligopeptídios, lipídios resultem em ácidos graxos e glicerol, carboidratos sejam
reduzidos a maltose e DNA e RNA sejam digeridos. A bile, produzida no fígado, quebra
gorduras para que as lipases pancreáticas executem seu papel de forma mais eficiente.
A digestão se encerra na segunda e terceira porção do intestino delgado, pela
ação do suco intestinal. Suas enzimas:
maltase, sacarase, lactase, aminopeptidases, dipeptidases, tripeptidases, nucleosidades
e nucleotidases; permitem que moléculas se reduzam a nutrientes e estes sejam
absorvidos e lançados no sangue, com auxilio das vilosidades presentes no intestino. O
alimento passa a ter aspecto aquoso, esbranquiçado, e é chamado, agora, de quilo.
15. INTESTINO GROSSO
O quilo se encaminha para o intestino grosso. Esse, dividido
em apêndice, cólon e reto, absorve água e sais minerais e direciona a
parte que não foi digerida do quilo para o reto, a fim de que seja
eliminada pelas fezes. Bactérias da flora intestinal permitem a
produção de vitaminas, como as K e B12.
16. DIGESTÃO NO INTESTINO
As enzimas encontradas no intestino delgado decorrem do suco pancreático, secretado
por um órgão anexo ao aparelho digestivo, o pâncreas.
Suco pancreático: é secretado pelo pâncreas (parte exócrina), seu pH é de 7,8 - 8,2
devido ao alto teor em bicarbonato. As enzimas desse suco são: Tripsina, quimotripsina, carboxi e
amino-peptidase, amilase pancreática, lípase pancreática, ribonuclease e desoxirribonuclease.
* TRIPSINA: é sintetizada nas células pancreáticas na forma do precursor inativo (tripsinogênio). A
ativação do tripsinogênio é, realizada pela enzima enteroquinase (produzida pelo intestino delgado).
O tripsinogênio também pode ser ativado pela própria tripsina (autocatálise). Esta enzima atua sobre
proteínas inteiras ou parcialmente digeridas produzindo frações menores (peptídeos).
* QUIMOTRIPSINA: é produzida pelo pâncreas na forma de quimotripsinogênio que é ativado pela
tripsina, passando, então a quimotripsina. Esta enzima age sobre proteínas inteiras ou parcialmente
digeridas produzindo frações menores (peptídeos).
* CARBOXI e AMINO PEPTIDASE: digerem peptídeos a aminoácidos pela região carboxi e amino
terminal, respectivamente.
* AMILASE PANCREÁTICA: hidrolisa os polissacarídeos a dissacarídeos. OBS: Alguns
polissacarídeos, como a celulose e a quitina, não são hidrolisados pelas amilases humanas.
* LIPASE PANCREÁTICA: hidrolisa as gorduras neutras, ácidos graxos e glicerol.
* NUCLEASES: (ribonuclease e desoxirribonuclease) hidrolisam, respectivamente, o ácido
ribonucléico e
o desoxirribonucléico a frações menores (nucleotídeos).
17. Continuação
A secreção pancreática é regulada por mecanismo nervoso e também hormonal.
A visão, o cheiro, o paladar e também a chegada do bolo alimentar ao estômago
desencadeiam impulsos
parassimpáticos através do nervo vago até o pâncreas, determinando uma secreção moderada do
suco pancreático.
A chegada do alimento ao intestino delgado estimula a mucosa duodenal a produzir os
hormônios secretina e pancreosina, que, por sua vez, estimulam o pâncreas a secretar o suco
pancreático.
A secretina é produzida em resposta à estimulação da acidez do bolo alimentar que chega
ao intestino delgado. O suco pancreático, que chega no duodeno, é altamente rico em bicarbonato
que tem por finalidade neutralizar a acidez do bolo alimentar e, assim, garantir a ação das enzimas
pancreáticas que funcionam em pH ligeiramente alcalino e neutro.
Outro anexo do aparelho digestivo é a vesícula biliar que armazena um líquido
denominado Bile.
A BILE emulsifica as gorduras, é produzida pelo fígado a partir de hemácias velhas e é
armazenada na vesícula biliar. Não apresenta enzimas digestivas. Possui sais biliares (glicolato e
taurocolato de sódio) que emulsionam as gorduras, facilitando a ação das lípases (aumentam a
superfície de ação). Outra função dos sais biliares é solubilizar os produtos finais da digestão
lipídica, facilitando assim a sua absorção através da mucosa intestinal. A presença de gordura no
intestino delgado estimula a mucosa duodenal a produzir o hormônio colecistoquinina, o qual age
determinando a contração da parede da vesícula que, então, elimina a bile para o intestino.
Em sua maior parte os sais biliares são reabsorvidos pelo intestino e a seguir reutilizados
pelo fígado várias vezes, antes de serem transformados em biliverdina (pigmento que da a cor às
fezes)
18. SUCO ENTÉRICO
É produzido pelo epitélio glandular das criptas de
Lieberkuhen, localizadas no intestino delgado.
O suco entérico (intestinal) contém muco, cuja função é proteger
a parede intestinal contra uma autodigestão, e as enzimas:
enteroquinase, erepsina e as enzimas produzidas pelo pâncreas:
lípase, amilase, maltase, lactase e sucrase. Seu pH está na faixa de 6,5 a
7,5.
A enteroquinase, além do papel de ativadora do
tripsinogênio, digere peptídeos a aminoácidos.
Importantes estímulos diretos ou reflexos regulam a secreção do
intestino delgado. A distensão do intestino e estímulos táteis ou irritantes
resultam em intensa secreção do suco intestinal. A secretina um dos
principais hormônios produzidos pelo intestino delgado, tem ação sobre as
células do ducto pancreático e do trato biliar, aumentando a secreção de
bicarbonato, o que produz um suco pancreático aquoso alcalino.
19. Da boca ao estômago
Na boca, a saliva já inicia o processo de digestão. A enzima
amilase salivar (ptialina) "quebra" as grandes moléculas de amido
(existentes nos carboidratos - pão, macarrão, etc.) em moléculas
menores, de maltose. Da boca, o bolo alimentar desce pela faringe, pelo
esôfago e chega ao estômago.
No estômago, onde ocorre produção de suco gástrico, a pepsina
(outra enzima), em meio ácido (presença de ácido clorídrico), inicia a
"quebra" das proteínas. Do estômago, o bolo alimentar passa ao intestino
delgado, onde será banhado por sucos digestivos produzidos pelo
pâncreas, pelo fígado e pela parede do intestino.
A primeira porção do intestino delgado é conhecida como duodeno (por ter
cerca de doze dedos de comprimento). Nessa região a tripsina, uma
enzima produzida pelo pâncreas, continua o processo de "quebra" das
proteínas iniciado no estômago e a amilase pancreática continua o
processo de digestão do amido.
20. Processo Digestivo
No duodeno se processa ainda a digestão das gorduras, onde
a bile (fabricada pelo fígado e armazenada na vesícula biliar) é
despejada e emulsifica a gordura. Ela transforma as "gotas grandes"
de gordura em "gotas menores" (como o detergente faz na louça
engordurada), aumentando a superfície de contato da lípase, uma
enzima produzida pelo pâncreas, com as moléculas de gordura.
Assim, os lipídeos ou gorduras são transformados em
componentes mais simples, os ácidos graxos e o glicerol, os quais
podem passar pelas paredes dos intestinos.
21. CONTINUAÇÃO
A região seguinte do intestino delgado pode ser subdividida em
jejuno (por ser encontrado geralmente vazio) e íleo (palavra de origem
grega que significa voltear - onde o intestino delgado faz
circunvoluções no interior de nosso ventre). Nessa região, as enzimas
conhecidas como peptidases completam a transformação das
proteínas em aminoácidos e a maltase (uma enzima produzida pela
parede do intestino) transforma a maltose em duas moléculas de
glicose. Outros açúcares também são digeridos nessa região.
Na porção final (íleo) ocorre a absorção das moléculas dos
alimentos que já foram quimicamente transformadas pelas enzimas e
assim são capazes de passar pela parede do intestino e ganhar o
sangue, que distribuirá essas moléculas a todas as células do corpo.
Nessa região, grande parte da água existente no bolo alimentar
também é absorvida. Os restos alimentares não digeridos chegam ao
intestino grosso, onde continua ocorrendo a absorção de água, e são
formadas as fezes pastosas que saem do corpo através do ânus.
22. Glândulas Salivares
As GLÂNDULAS SALIVARES estão ao redor da boca humana
e produzem a saliva, cuja função é de transformar amido em produtos
mais simples e inicia o processo digestivo. A saliva também contém
anticorpos protéicos que destroem as bactérias presentes na boca
inclusive as que provocam as cáries dentárias. O próprio fluxo salivar
remove as bactérias e as partículas alimentares que poderiam servir
de substratos para estes organismos patogênicos.
A glândula parótida é a maior das três glândulas salivares
pares. Localiza-se entre o ângulo da mandíbula e à base do cranio.A
maior parte da saliva serosa é produzida pela parótida.
A glândula submandibular é uma glândula salivar que localiza-
se abaixo da mandíbula. Produz a maior parte da saliva total liberada
na boca.
As glândulas sublinguais são glândulas salivares que têm
forma de uma pequena amêndoa, situada no o assoalho da boca. É
uma glândula de secreção puramente mucosa e morfologicamente é
uma glândula mista.
23. FÍGADO
O fígado, que pesa cerca de 1.400g, armazena
substâncias, como glicose (convertida em glicogênio), ferro e
vitaminas; sintetiza proteínas; inativa produtos tóxicos; metaboliza e
elimina resíduos gerados no próprio corpo (como a uréia , o ácido úrico
e o ácido lácteo). Bile ou Bílis, é um fluido produzido pelo
fígado, armazena-se na vesícula biliar e atua na digestão de
gorduras, de alguns alimentos e na absorção de substâncias nutritivas
da dieta ao passarem pelo intestino. A bile é excretada pelo
fígado, segue pelos ductos biliares, passa à vesícula, indo ao
intestino, onde emulsiona as gorduras; sua coloração geralmente é
amarela, apresentando uma tonalidade esverdeada.
24. PÂNCREAS
O pâncreas produz o suco pancreático, lançando no interior do
intestino delgado, além de hormônios, como a insulina e o glucagon. O
suco pancreático é uma secreção produzida pelo pâncreas que atua
no processo digestivo e, através do ducto pancreático é lançado na
cavidade do duodeno. O pH do suco pancreático oscila entre 8 e 8,3.
Sua secreção digestiva é responsável pela hidrólise da maioria das
moléculas de alimento, como carboidratos, proteínas, gorduras e
ácidos nucléicos.
25. ABSORÇÃO DOS ALIMENTOS
A absorção dos alimentos ocorre principalmente no intestino
delgado, que possui microvilosidades, estruturas responsáveis pelo
aumento da superfície de absorção. Ao nível do jejuno-íleo há uma
grande absorção de glicose, aminoácidos, etc. O estômago e o
intestino grosso também participam da absorção, principalmente de
água. Algumas substâncias são absorvidas por pinocitose, porém a
maior parte da absorção ocorre por difusão e transporte ativo.
Uma população bacteriana está presente no intestino
grosso, sendo responsável pela produção de
vitaminas: k, B12, tianina, riboflavina e vários gases.