Platão acreditava que a virtude e a justiça são conceitos eternos que a alma humana contemplou no Mundo das Ideias antes da encarnação. Ele defendia uma visão dualista da alma humana, composta por parte racional, irascível e concupiscente, com a racional devendo controlar as outras. A virtude é cultivada quando a alma racional domina as outras partes e contempla as ideias de Bem e Justiça.
2. A virtude e a justiça são conceitos eternos que a alma
contemplou no Mundo das Ideias antes de encarnar-se.
Vídeo: Mundo das Ideias
3. Platão é partidário de uma concepção dualista de ser humano,
pois postula como principal virtude o desligamento das
realidades sensíveis para que possamos alcançar as ideias
perfeitas, dentre elas, os valores éticos fundamentais.
À medida que nos aproximamos do mundo das ideias, não
ficamos somente mais sábios, mas ascendemos também em
conduta ética, tornamo-nos mais virtuosos.
Devido à relação entre corpo e
alma, Platão distingue três
diferentes partes para a alma,
cada uma com uma função:
4. ALMA CONCUPISCÍVEL – trata-se de uma parte situada no
baixo ventre, ela é sujeita à corrupção e é responsável pelas
coisas ligadas ao corpo, coordenando as inclinações corporais,
tais como a bebida, comida, etc.
5. ALMA IRASCÍVEL – situa-se no peito, essa parte da alma
apresenta tendência à irritabilidade e está de prontidão contra
qualquer tipo de ameaça ou perigo que possa se abater sobre
nós. Essa parte da alma também está sujeita à corrupção.
6. ALMA RACIONAL – parte responsável pela produção do
conhecimento, situa-se na cabeça. A alma racional não está
sujeita à corrupção, é, pois, imortal, é uma espécie de princípio
divino no interior da pessoa.
7. Agora, o homem, possuidor das almas concupiscente, irascível e
racional, deve deixar que a alma racional controle todo seu
viver.
8. Assim, o homem racional promove a contemplação do Mundo das
Ideias e, captando de lá a ideia de BEM, para que ele possa
viver virtuoso e justo. Assim agindo, ele atingirá a felicidade.
9. Agir bem é agir segundo a alma racional. Agir mal é deixar os
instintos e os sentimentos conduzirem nosso proceder.
10. A distinção entre funções irracionais e a função racional é a base
da estrutura da ética platônica.
Pode haver harmonia ou graves conflitos entre as várias funções
exercidas pela alma.
O perfeito deve governar o imperfeito, a função superior deve
coordenar as funções inferiores.
Sem essa condição não é possível alcançar a excelência (areté)
ética.
Domínio da alma racional Virtudes
Sobre a alma concupiscível A temperança
Sobre a alma irascível A coragem ou a prudência (precaução)
11. O lado ético do ser humano é a continuação de seu lado público.
Não deve haver separação nem entre o modo de viver do
cidadão na polis nem enquanto indivíduo.
12. O homem sábio deverá ter a virtude como base de
vida e o conceito de justiça como o mais elevado,
tanto no público quanto no privado.
Como se adquire a virtude?
13. • Para Platão, a virtude não se adquire, se cultiva, pois é uma
característica de nossa alma racional que já conheceu esse
conceito no Mundo das Ideias.
14. O homem virtuoso é aquele cuja alma racional
controla as almas irascível e concupiscente, quer
dizer, o que se deixa levar pelo lado intelectual
do ser humano, e, assim agindo, conhece a ideia
do Bem.
E como se cultiva a justiça?
15. Vivendo sob o domínio da alma racional, o homem estará
permanentemente lembrando-se do Mundo das Ideias, sempre
voltando a ele, pois, viver de forma justa é a consequência dessa
contemplação do Sumo Bem que o sábio pratica.