O documento discute a origem e domesticação dos gansos, mencionando que eles descendem de mais de uma espécie selvagem como o Anser cinereus Meyer. Detalha algumas subespécies domésticas como o ganso de Toulouse e Chinês, e explica que as migrações dos gansos selvagens representam sobrevivência ao voarem entre continentes para escapar do inverno.

1. OS GANSOS – Uma abordagem da origem e domesticação sobre a espécie
Anser anser ( Linnaeus 1758)
Sub-espécies:
Anser domesticus - Anser cinereus Meyer
Anser ferus Temm - Anser canadensis Will - Anser indicus Lathan..
Por: João Felix Vieira
Os Gansos têm uma considerável diversidade taxonômica. Todos os autores são
categóricos ao descreverem em seus estudos a origem dessa espécie. É certo que a
domesticação seja muita antiga, é fato também, que sejam conhecidos em tempos remotos e
sua ocorrência descrevem da época em que os povos arianos viviam na Europa ou na Ásia e já
eram conhecidos dos antigos egípcios (3.500 a.c), dos Gregos e Romanos (1.000 a.c).
Domingues (1968) relata que o Ganso parece descender de mais de uma espécie
selvagem, das quais o Anser cinereus Meyer é a mais importante, e o ganso de Toulouse é
descendente deste, que é de origem européia. O ganso Chinês ou Africano descendem do
Anser cygnoides de origem oriental. O ganso selvagem (Anser cinereus Meyer ou Anser ferus
Temm) é que parece ter dado o Anser domesticus, não contestado por Darwin.
Descrito por Domingues, Castelló (1916) acrescenta duas espécies o Anser
canadensis Will, e o Anser cygnoides como constituintes dos troncos selvagens originários das
raças de Gansos domésticos. São conhecidos mais de 50 espécies de gansos, muitos ainda
selvagens e poucos domesticados. Das espécies selvagens, habitam especialmente ao norte
da Europa, a Ásia e a América e costumam emigrar para o centro sul desses continentes por
ocasião dos grandes invernos.
Uma característica dos gansos selvagens é o voam em formação "V", eles o fazem a
uma velocidade 70% maior do que se estivessem sozinhos, trabalham como equipe. Quando
estão no ápice do "V", o líder quando se cansa, retarda e passa para trás da formação e outro
se adianta para assumir a ponta. Quando algum diminui a velocidade, os que vão atrás
grasnam encorajando os que estão à frente.
Ave palmípede (que tem os dedos dos pés unidos por membrana), os gansos são aves
da família Anatidae, que inclui também os patos e cisnes. Diferem pelo gênero: Anser, Branta,
Cereopsis, Cyanochen, Chloephaga, Neochen, Alopochen e Plectropterus.
Das espécies domésticas, segundo Julio Seabra e outros, incluem-se varias raças em
diferentes partes do globo, muitas dos quais recebem nomes vulgares, tais como: Toulouse,
Poitou, Embdem, Danúbio, Catalunha ou de Gambia, desses resultaram diversas variedades
locais ou regionais. As raças consideradas econômicas e as mais criadas, são as de Toulouse,
de Embden, a africana e a chinesa. Quanto às raças ornamentais, destacam-se os gansos do
Egito, do Canadá ou Gravata e o Frisado.
No Brasil, os mais criados são os gansos comuns, que tem a cor do ganso de
Toulouse, sendo, porém de menor tamanho e mais fino e elegante, sendo rara a fazenda
que não possua alguns exemplares dessas aves soltas, como bois, além das seguintes
raças:
• Ganso Toulouse - É originário da França. É a raça maior, mais pesada e a que
produz a carne de melhor qualidade sendo, por essa razão, a raça mais criada;

2. • Ganso Embden - Também conhecida por Bremem, é uma raça de origem
alemã. As aves são inteiramente brancas, com olhos azuis. Suas penas são as
preferidas para a industrialização;
• Ganso Chinês - Conhecido também por ganso da China, é um animal elegante,
chegando a lembrar o porte dos cisnes. Existem duas variedades: a branca, na
qual as aves são inteiramente brancas, com bico, pernas e pés alaranjados e a
parda.
• Ganso Africano - É um lindo animal, resultante do cruzamento do Toulouse
com o Chinês. Sua plumagem é cinza claro. Tem um pescoço muito comprido,
cinza claro, com uma raia quase preta que vai, por trás, desde a cabeça até as
espáduas. O bico é negro na parte de cima e na sua raiz existe uma
protuberância, uma espécie de chifre grosso e sem ponta, da mesma cor;
• Ganso Frisado - Também conhecido por ganso do Danúbio ou de Sebastopol,
é muito apreciado como ave ornamental, por ter a sua plumagem toda frisada.
• Ganso de gravata - Conhecido ainda por ganso do Canadá, é todo branco com
a cabeça e o pescoço pretos. Possui uma faixa branca no meio do pescoço, o
que dá um aspecto de gravata, originando-se daí o seu nome.
Para os gansos selvagens, as migrações representam sobrevivência e aventura em
altitude elevada. Eles voam entre um continente e outro, para tanto, precisam cruzar essas
altitudes em situações adversas. Sabe-se que eles chegam a atingir altitudes de nove mil
metros.
Bibliografia e fontes de pesquisas
Introdução à Zootecnia – Octavio Domingues – Séria Didática – Serviço de Informação
Agricola – Ministério da Agicultura – 1968, pag.145.
ESTEVE BARTRICK ANTIQUE PRINTS & MAPS – Disponível em:
www.antiqueprints.com/proddetail.php?prod=e9460
Enciclopédia Agrícola Brasileira: S-Z Vol. 6 - Por: Esalq - Escola Superior de Agricultura Luiz de
Queiroz Usp, Aristeu Mendes Peixoto
Portal do Agronegócio - Disponível em: www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?id=7511
Criar e Plantar – Disponível em: www.criareplantar.com.br/pecuaria/ganso/index.php