1. Razão
e
Fé:
o
problema
da
existência
de
Deus
Problema
do
Mal
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Problema
do
Mal|
Professora
Joana
Inês
Pontes
2. Razão
e
Fé:
o
problema
da
existência
de
Deus
1.
Problema
do
Mal
Será
que
a
existência
de
Deus
é
compa:vel
com
a
existência
do
mal?
§ O
Deus
teísta
é
concebido
como
um
ser
sumamente
bom,
omnipontente
e
criador.
Visto
ser
sumamente
bom,
parece
seguir-‐se
que
Deus
quis
criar
um
mundo
sem
males.
§ Todavia,
o
mundo
está
aparentemente
cheio
de
males,
o
que
parece
incompaHvel
com
um
deus
teísta.
Será
possível
resolver
este
problema?
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3. Razão
e
Fé:
o
problema
da
existência
de
Deus
2.
Objecção
clássica
à
existência
de
Deus
P1:
Se
Deus
existe,
então
não
pode
exisLr
mal
no
mundo.
P2:
Existe
mal
no
mundo.
Conclusão:
Logo,
Deus
não
existe.
• Argumento
do
mal
é
uma
prova
da
inexistência
do
Deus
teísta
(omnipotente,
omnisciente
e
perfeitamente
bom).
• Se
este
Deus
exisLsse,
então
não
haveria
mal
no
mundo.
O
mal
existe,
logo,
Deus
não
existe.
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4. Razão
e
Fé:
o
problema
da
existência
de
Deus
2.
Objecção
clássica
à
existência
de
Deus
Este
argumento
é
considerado
por
muitos
como
o
mais
poderoso
argumento
contra
a
existência
de
Deus:
1.
Para
negar
que
o
argumento
seja
aceitável,
os
defensores
da
existência
de
Deus
têm
de
mostrar
que
há
razões
plausíveis
para
considerar
que
todo
o
mal
que
existe
no
mundo
é
necessário.
2.
Para
defender
que
o
argumento
é
aceitável,
os
que
negam
a
existência
de
Deus
têm
de
mostrar
que
há
boas
razões
para
acreditar
que
pelo
menos
algum
mal
existente
no
mundo
é
necessário.
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5. Razão
e
Fé:
o
problema
da
existência
de
Deus
3.
Objecções
ao
argumento
do
mal
3.1)
SANTIDADE
-‐
O
bem
jusPfica
o
mal:
Deus
permite
o
mal
porque
se
não
houvesse
mal,
as
pessoas
não
se
poderiam
aperfeiçoar
moralmente.
§ Algumas
pessoas
argumentam
que
a
presença
de
mal
no
mundo
se
jusLfica,
apesar
de
não
ser
uma
coisa
boa,
pois
conduz
a
uma
maior
virtude
moral.
§ Sem
a
pobreza
e
a
doença,
por
exemplo,
não
seria
possível
a
virtude
moral
que
a
Madre
Teresa
demonstrava
ao
ajudar
os
necessitados.
Sem
guerra
e
crueldade,
os
santos
e
os
heróis
não
poderiam
exisLr.
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6. Razão
e
Fé:
o
problema
da
existência
de
Deus
Objecções
ao
argumento
da
san+dade:
1) O
grau
e
a
dimensão
do
sofrimento
são
muito
maiores
do
que
seria
necessário
para
permiPr
que
santos
e
heróis
desempenhassem
os
seus
atos
de
bem
moral.
2) Não
é
óbvio
que
um
mundo
no
qual
exista
muito
mal
seja
preferível
a
um
mundo
no
qual
exisPsse
menos
mal
e,
consequentemente,
menos
santos
e
heróis.
Ø Iria
realmente
um
deus
sumamente
permiPr
tal
mal
apenas
para
nos
ajudar
a
aperfeiçoar
moralmente?
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7. Razão
e
Fé:
o
problema
da
existência
de
Deus
3.2)
Analogia
Ar5s+ca
3.2.
Analogia
Ar5s+ca
-‐
Deus
é
inefável:
dizer
que
Deus
é
bom
é
diferente
de
dizer
que
alguém
é
bom.
Deus
é
uma
enPdade
misteriosa
que
está
para
lá
da
nossa
compreensão.
E
se
não
O
podemos
compreender,
também
não
podemos
falar
Dele.
§ Algumas
pessoas
defenderam
a
existência
de
uma
analogia
entre
o
mundo
e
uma
obra
de
arte.
§ A
harmonia
geral
de
uma
peça
de
música
inclui
geralmente
dissonâncias
que
são
subsequentemente
converLdas
num
acorde;
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8. Razão
e
Fé:
o
problema
da
existência
de
Deus
3.2)
Analogia
Ar5s+ca
§ Tal
como
uma
pintura
tem,
Lpicamente,
grandes
áreas
de
pigmento
mais
escuro
e
mais
claro,
também
o
mundo
possui
dissonâncias.
§ Este
argumento
defende
que
o
mal
contribui
para
a
harmonia
ou
beleza
geral
do
mundo
e
encontra-‐se
para
lá
da
compreensão
meramente
humana.
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9. Razão
e
Fé:
o
problema
da
existência
de
Deus
Objecções
ao
argumento
da
Analogia
Ar5s+ca:
1) É
diWcil
de
aceitar
que
o
mal
não
pode
ser
saLsfatoriamente
explicado
e
que
a
harmonia
só
pode
ser
observada
e
apreciada
do
ponto
de
vista
de
Deus.
2) Um
deus
que
permite
tal
sofrimento
por
moPvos
meramente
estéPcos
―
para
poder
apreciá-‐lo
―
parece
mais
um
sádico
do
que
sumamente
bom.
Se
o
papel
do
sofrimento
é
este,
Deus
está
desconfortavelmente
próximo
do
psicopata
que
põe
uma
bomba
no
meio
da
mulLdão
de
forma
a
poder
observar
os
belos
padrões
criados
pela
explosão
e
pelo
sangue.
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10. Razão
e
Fé:
o
problema
da
existência
de
Deus
3.3)
Livre
arbítrio
3.
Livre
arbítrio:
Por
bondade,
Deus
deu-‐nos
livre
arbítrio;
e
mais
vale
um
mundo
onde
as
pessoas
tenham
livre
arbítrio,
apesar
de
algumas
delas
poderem
praLcar
o
mal,
do
que
um
mundo
onde
não
exista
livre-‐
arbítrio.Todavia,
o
mundo
está
aparentemente
cheio
de
males,
o
que
parece
incompa:vel
com
um
deus
teísta.
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11. Razão
e
Fé:
o
problema
da
existência
de
Deus
3.3)
Livre
arbítrio
§ A
tentaLva
mais
importante
de
solução
do
problema
do
mal
é
a
defesa
do
livre
arbítrio:
Deus
deu-‐nos
a
capacidade
para
escolhermos
o
que
queremos
fazer.
§ Para
os
defensores
deste
argumento,
um
mundo
no
qual
os
seres
humanos
têm
livre
arbítrio,
apesar
de
poder
conduzir-‐nos
ao
mal,
é
preferível
a
um
mundo
no
qual
a
ação
humana
fosse
predeterminada,
no
qual
seríamos
como
robots,
programados
para
praLcar
apenas
boas
ações.
§ Se
fôssemos
programados
desta
forma,
não
poderíamos
sequer
dizer
que
as
nossas
acções
seriam
moralmente
boa.
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Problema
do
Mal|
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12. Razão
e
Fé:
o
problema
da
existência
de
Deus
3.3)
Objecções
à
defesa
do
livre-‐arbítrio
3.3.1)
Admite
dois
pressupostos
básicos
1)
Será
obviamente
verdade
que
um
mundo
com
livre
arbítrio
e
a
possibilidade
do
mal
é
preferível
a
um
mundo
de
pessoas-‐robots
que
nunca
pra9cam
más
ações?
• sofrimento
pode
ser
tão
terrível
que
muitas
pessoas,
perante
a
possibilidade
de
escolha,
preferiam
que
toda
a
gente
Lvesse
sido
pré-‐programada
para
só
praLcar
o
bem,
em
vez
de
ter
de
passar
por
certos
sofrimentos.
• Estes
seres
pré-‐programados
poderiam
mesmo
ter
sido
feitos
de
maneira
a
acreditarem
ter
livre
arbítrio,
apesar
de
não
terem
Filosofia|
Problema
do
Mal|
Professora
Joana
Inês
Pontes
13. Razão
e
Fé:
o
problema
da
existência
de
Deus
3.3.1)
Admite
dois
pressupostos
básicos
2)
Temos
realmente
livre
arbítrio
e
não
apenas
a
ilusão
de
que
o
temos.
Alguns
psicólogos
pensam
que
podemos
explicar
todas
as
decisões
ou
escolhas
que
uma
pessoa
faz
através
de
um
condicionamento
anterior
que
a
pessoa
sofreu,
de
forma
que,
apesar
de
a
pessoa
se
poder
senLr
livre,
a
sua
ação
é
na
realidade
inteiramente
determinada
por
um
condicionamento
anterior.
Não
podemos
ter
a
certeza
de
que
não
é
assim
que
as
coisas
acontecem...
Filosofia|
Problema
do
Mal|
Professora
Joana
Inês
Pontes
14. Razão
e
Fé:
o
problema
da
existência
de
Deus
3.3)
CríPcas
à
defesa
do
Livre-‐arbítrio
3.3.2)
Livre
arbítrio
sem
mal
§ Se
Deus
é
omnipotente,
é
presumível
que
esteja
dentro
dos
seus
poderes
a
criação
de
um
mundo
no
qual
exisPsse
livre
arbítrio
sem
que
exisPsse
mal
(um
tal
mundo
não
é
muito
diacil
de
imaginar).
§ Apesar
de
a
posse
do
livre
arbítrio
nos
dar
sempre
a
possibilidade
de
fazer
o
mal,
não
há
razão
para
que
esta
possibilidade
se
torne
real.
É
logicamente
possível
que
toda
a
gente
Lvesse
Ldo
livre
arbítrio
mas
Lvesse
decidido
evitar
sempre
a
má
ação.
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Problema
do
Mal|
Professora
Joana
Inês
Pontes
15. Razão
e
Fé:
o
problema
da
existência
de
Deus
3.3)
CríPcas
à
defesa
do
Livre-‐arbítrio
3.3.3)
Deus
poderia
intervir
Os
teístas
acreditam,
Lpicamente,
que
Deus
pode
intervir
e
que
intervém
de
facto
no
mundo
(execução
de
milagres).
Se
Deus
intervém
por
vezes,
por
que
razão
não
interveio
Deus
de
forma
a
prevenir
o
Holocausto,
ou
toda
a
segunda
guerra
mundial
ou
a
epidemia
da
SIDA?
Ø Os
teístas
podem
responder
que,
se
houvesse
intervenção,
não
teríamos
genuíno
livre
arbítrio.
Mas
isto
seria
abandonar
um
aspecto
da
crença
em
Deus
defendido
pela
maioria
dos
teístas,
nomeadamente
que
a
intervenção
divina
ocorre
por
vezes.
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Problema
do
Mal|
Professora
Joana
Inês
Pontes
16. Razão
e
Fé:
o
problema
da
existência
de
Deus
3.3.4)
Não
explica
o
mal
natural
§ Este
argumento
só
poderá,
na
melhor
das
hipóteses,
jusPficar
a
existência
do
mal
moral
(humanos).
§ Não
se
concebe
qualquer
conexão
entre
a
posse
de
livre
arbítrio
e
a
existência
de
males
naturais,
como
terramotos,
doenças,
erupções
vulcânicas,
etc.,
a
não
ser
que
se
aceite
uma
espécie
qualquer
da
doutrina
do
pecado
original
(ex.
Adão
e
Eva)
que
torna
os
seres
humanos
responsáveis
pelo
mal
existente
no
mundo.
Mas,
tal
doutrina
só
seria
aceitável
para
quem
acredita
no
deus
judaico-‐cristão.
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Problema
do
Mal|
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Joana
Inês
Pontes
17. Razão
e
Fé:
o
problema
da
existência
de
Deus
FIM
Professora
Joana
Inês
Pontes
Bibliografia
consultada:
Almeida,
A.,
Murcho,
D.,(org.),
(2006)
Textos
e
Problemas
de
Filosofia.
Lisboa:
Plátano.
Nigel
Warburton,
Elementos
Básicos
de
Filosofia,
Gradiva,
Lisboa,
1998,
pp.
45-‐52.
Filosofia|
Problema
do
Mal|
Professora
Joana
Inês
Pontes