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Emoções para Viver

   «A comida estava deliciosa. Que lhe parece? Gelado de morango ou de chocolate? Tem uma
reunião importante: o que é que julga que será mais conveniente: calças ou saia? Tem problemas
com o seu marido: solicita a acção de divórcio ou tenta falar e, assim, melhorar a convivência?
Todos os dias tomamos decisões. (...) Podemos acertar ou equivocar-nos em cada uma delas, mas
gostamos de acreditar que cada decisão é o produto de uma análise obejctiva, fria e racional.
Construímos um mundo que favorece a ausência de emoções porque as consideramos um estorvo,
uma espécie de neblina que no impede de ver os factos com clareza... A realidade, porém, é muito
diferente.
    As emoções são o resultado de um conjunto de processos fisiológicos que ocorrem no nosso
organismo: a felicidade, a vergonha ou a culpa são a química no nosso cérebro... são, simplesmente,
mudanças moleculares! Não podemos eliminar as emoções do nosso corpo: elas fazem parte da
nossa biologia.
    A forma como o nosso cérebro percebe essas mudanças é aquilo a que chamamos sentimentos
ou sensações. São essenciais para solucionar problemas que requerem criatividade ou que
precisam de elaborar e processar grandes quantidades de informação.
    As pessoas com lesões numa zona específica do lóbulo frontal do cérebro são aparentemente
normais, falam perfeitamente e seu quociente intelectual é normal, todavia, tomam decisões
erradas. Nestes casos, a zona afectada pelo cérebro responsável pelos sentimentos e pelas emoções
está danificada e as consequências são graves: perdem o seu trabalho, acabam com os seus
matrimónios...parece simplesmente que tudo o que está à sua volta não os afecta emocionalmente.
Sabem que stão a actuar mal, mas não lhes importa: carecem de sentimentos de vergonha e de
culpa.
   Viver é muito mais fácil se tivermos emoções e sentimentos. E, se estes forem os adequados,
ainda será mais agradável e aprazível. Aprender e recordar são também muito mais simples quando
vão acompanhadas de uma emoção. (...)
Decidir sem sentir nada é, talvez, o sonho de um verdugo, mas para a maioria dos mortais é uma
situação que não se deseja. Emoção e sentimento estão ligados à espécie humana e ajudam-nos a
decidir, todos os dias, o que queremos fazer connosco mesmos.
(...)
    As nossas emoções e os nossos sentimentos ajudam-nos a decidir, a conviver, a
sobreviver. Avaliamos o ambiente à nossa volta e julgamos a nossa existência a partir de um
conglomerado de razão e emoção. A alegria, o medo, a repugnância, a empatia, a compaixão ou a
solidariedade são, deste modo, os pilares do nosso pensamento ético e moral. Tudo isto ajuda-nos a
viver. Inclusive a tristeza.
             PUNSET, Edurado, (2006) A Alma está no Cérebro – Uma Radiografia da máquina de pensar.171-174p.
                                              Lisboa: D. Quixote, 171-191pág. (Adaptado por Joana Inês Pontes)

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