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ARQUEOLOGIA
PRÉ- HISTÓRIA DO BRASIL
Coleções Pré-História do Brasil
S/data
11,5 x 6 cm; 0,5 x 5,5 cm; 9,5 x 4 cm
Pontas de projétil com pedúnculo e aletas em sílex e quartzo hialino, fabricadas
e utilizadas por grupos caçadores-coletores da pré-história brasileira.
S/data
14,5 x 17 cm; 9 x 17 cm; 17,5 x 9,5 cm; 20 x 16,5 cm; 11,5 x 12,5 cm
Os machados semilunares foram produzidos por grupos horticultores na
pré-história brasileira, em diferentes matérias-primas, para fins
cerimoniais
• SAMBAQUIS
• Ao longo da estreita e recortada faixa costeira do litoral centro-
meridional brasileiro, nos ambientes estuarinos, ricos em peixes,
moluscos e crustáceos, viveram populações pescadoras e coletoras
entre 8 mil anos atrás e o início da era cristã. Seus vestígios podem
ser vistos em grandes montes feitos de areia, terra e conchas - os
chamados sambaquis - onde são encontrados restos alimentares,
ferramentas, armas, adornos e os sepultamentos dos que ali
viveram. Esses montes, com alturas variáveis, têm alta visibilidade e
se destacam na paisagem litorânea. Embora existam desde o Rio
Grande do Sul até a Bahia, é no estado de Santa Catarina que os
sambaquis são mais numerosos. Ali, há sambaquis que alcançam
até 35 metros de altura, o que demonstra que deviam ocorrer
condições extremamente favoráveis ao modo de vida dos seus
construtores. Embora sua cultura material de uso cotidiano seja
bastante simples, no litoral meridional esses grupos produziram
objetos cerimoniais em pedra e osso muito elaborados, com
refinamento estético e sofisticação artística: os chamados zoólitos.
ZOÓLITO EM FORMA DE PEIXE, s/data
Artefato Sambaqui, Santa Catarina; 42,5 x 25 cm
A peça apresenta uma pequena depressão situada quase sempre na região
ventral dos animais representados, que se supõe ter sido destinada ao
processamento de substâncias capazes de produzir estímulos sensoriais,
utilizadas em cerimônias e ritos.
ZOÓLITO EM FORMA DE PEIXE, s/data
Artefato Sambaqui Rio Grande do Sul; 26 x 19 cm
A peça apresenta uma pequena depressão situada quase sempre na
região ventral dos animais representados, que se supõe ter sido
destinada ao processamento de substâncias capazes de produzir
estímulos sensoriais, utilizadas em cerimônias e ritos.
ZOÓLITO EM FORMA DE AVE, s/data
Artefato Sambaqui Santa Catarina; 16 x 14 cm
• CULTURA MARAJOARA
• A cultura Marajoara foi a que alcançou o maior nível de
complexidade social na pré-história brasileira. Essa
complexidade se expressa também na sua produção
cerâmica, tecnicamente elaborada, caracterizada por
uma grande diversidade de formas e decorada com
esmero. As peças exibidas aqui estão relacionadas a
práticas cerimoniais. Algumas foram encontradas em
contextos funerários, outras provavelmente foram
utilizadas em rituais de passagem. A iconografia
Marajoara – fortemente centrada na figura humana e na
representação de animais da floresta tropical revestidos
de significados simbólicos – compõe um intrincado
sistema de comunicação visual que se vale de simetrias,
elementos pareados, repetições rítmicas e oposições
binárias para reafirmar, transmitir e perpetuar uma
determinada visão de mundo.
ESTATUETA FEMININA OCA EM
FORMA DE FALO, 400 a 1400 A.D.
• Cerâmica Marajoara Ilha de
Marajó 23,5 cm
• Esta peça da Coleção
Amazônica do Setor de
Arqueologia sintetiza em uma
mesma representação da figura
humana os princípios feminino
e masculino, um aspecto que
pela sua recorrência parece ter
tido particular relevância na
cosmologia Marajoara.
Apresenta o tronco e os
membros inferiores recobertos
de pintura corporal em motivos
geométricos, na cor vermelha
sobre fundo branco, com duas
pequenas alças laterais e uma
reentrância no pescoço para
amarração e suspensão.
VASO ANTROPOMORFO
400 a 1400 A.D.
• Cerâmica Marajoara Ilha de
Marajó 21 cm
• Nesta peça de uso cerimonial
aparece em relevo o tema das
duas serpentes – recorrente na
iconografia Marajoara talvez
relacionado a algum mito –
conformando uma face humana.
As duas cabeças representam os
olhos. Seus corpos compõem as
típicas sobrancelhas em V. Um
botão na junção das duas
caudas configura o nariz. O
bojo, banhado de branco, é
decorado com formas
geométricas incisas.
URNA FUNERÁRIA
400 a 1400 A.D.
• Cerâmica Marajoara; Ilha de
Marajó; 53 cm
• Com pintura em vermelho sobre
fundo branco, apresenta o corpo
profusamente decorado pela
técnica da excisão, com
variações em torno da figura
humana estilizada e de motivos
geométricos. Urnas funerárias
elaboradas como esta, em geral
contendo objetos de prestígio
em seu interior, provavelmente
destinaram-se a indivíduos de
status social diferenciado na
sociedade Marajoara.
PEÇA ANTROPOMORFA EM FORMA DE FALO
400 a 1400 A.D.
• Cerâmica Marajoara Ilha
de Marajó 13 cm
• O corpo e a cabeça, que
apresenta as típicas
sobrancelhas em T, foram
decorados com motivos
geométricos feitos com a
técnica da excisão.
400 a 1400 A.D.
Cerâmica Marajoara; Ilha de Marajó; Altura média
das três peças entre 11 e 12 cm
• Pintadas em vermelho e preto sobre
fundo branco, estes tapa-sexos
femininos eram modelados
individualmente, acompanhando a
anatomia pubiana de suas
portadoras. Padrões geométricos,
muitos deles correspondendo a
representações estilizadas da figura
humana, preenchem seus quatro
campos decorativos, que em alguns
exemplares são reduzidos a apenas
três. Enquanto a faixa superior varia
pouco, a seguinte e também a
inferior apresentam maior
variabilidade. O campo central,
maior, não se repete nunca.
Apresentam em cada uma das
extremidades orifícios para
amarração, muitos deles
desgastados pelo uso.
PEQUENO RECIPIENTE ANTROPOMORFO
400 a 1400 A.D.
• Cerâmica Marajoara; Ilha
de Marajó; 10,5 x 6,5 cm
• Decorada com formas
geométricas feitas com a
técnica da excisão, esta
peça, de uso cerimonial,
provavelmente servia para
a ingestão ou inalação de
substâncias capazes de
produzir fortes estímulos
sensoriais, utilizadas em
ritos comunais
PARTE SUPERIOR DE ESTATUETA OCA EM FORMA
DE FALO, PROVAVELMENTE FEMININA
400 a 1400 A.D.
• Cerâmica Marajoara; Ilha de
Marajó; 16 cm
• Esta peça cerimonial parece ter
sido quebrada de propósito – o que
era prática frequente na sociedade
Marajoara – talvez para inviabilizar
sua reutilização. Com os olhos em
forma de escorpião, um atributo
recorrente nas figuras
antropomorfas e associado a xamãs,
testa alta e depilada, com o formato
da cabeça sugerindo deformação
craniana, a estatueta foi decorada
com pintura facial e corporal em
motivos geométricos vermelhos
sobre fundo branco. A iconografia
Marajoara, como atestam as
características desta peça, indica
que as mulheres ocuparam posições
de status social elevado, que em
outras culturas são em geral
reservadas aos homens.
VASO GLOBULAR
400 a 1400 A.D.
• Cerâmica Marajoara;
Ilha de Marajó
• Pintado em preto e
branco com motivos
geométricos espiralados
e ondulantes, este vaso
apresenta um padrão
decorativo associado ao
movimento das águas,
que se repete em outros
suportes, como urnas
funerárias e pratos.
URNA
400 a 1400 A.D.
• Cerâmica Marajoara; Ilha de
Marajó; 81 cm
• Peça excepcional por suas
dimensões, esta urna
cerimonial apresenta a
superfície totalmente
recoberta por decoração
plástica feita com a técnica
da excisão, em motivos
geométricos e representações
de seres híbridos que
misturam características
antropomorfas e zoomorfas.
(Ver detalhe abaixo)
VASILHAME
400 a 1400 A.D.
• Cerâmica Marajoara; Ilha de
Marajó; Ø 38,5 cm
• Tigela cerimonial decorada
internamente com pintura
policroma, em vermelho e preto
sobre fundo branco, com
motivos geométricos e
representações estilizadas da
figura humana. A borda, sem
pintura, recebeu decoração em
relevo, com representações de
serpentes e rostos humanos
dispostos alternadamente. No
verso a peça apresenta uma
exuberante decoração plástica
com motivos geométricos feitos
com a técnica da excisão.
CULTURA SANTARÉM
• Na região do baixo rio Tapajós floresceu a chamada cultura
Santarém, que se notabilizou pela produção de uma cerâmica de
estilo muito peculiar, baseado no emprego das técnicas de
modelagem, incisão, ponteado e aplicação. Descrita desde o
século XIX por naturalistas e viajantes que percorreram a área,
suas formas revelam composições elaboradas, contendo uma
profusão de apêndices de animais da floresta tropical, que
constituem verdadeiras esculturas concebidas de maneira
naturalista. Estatuetas antropomorfas também se destacam pelo
naturalismo das representações de homens e mulheres, portando
atributos que permitem identificar emblemas de prestígio e
posições sociais. Na verdade, pouco se sabe sobre essa cultura,
uma vez que escavações arqueológicas sistemáticas só
começaram a ser desenvolvidas nos últimos anos. As peças
existentes em museus provêm em grande parte de coletas e
escavações realizadas sem controle no seu maior sítio
arqueológico, onde hoje está assentada a cidade de Santarém, o
que impede a compreensão de seus contextos. Ainda assim, elas
constituem importante fonte de conhecimento sobre a complexa
sociedade que as produziu, porquanto são testemunho de suas
práticas sociais, formas de construção do corpo e concepções
CABEÇA DE ESTATUETA
ANTROPOMORFA FEMININA
Cerca de 1.000 a 1.400 A.D.
Cerâmica Santarém; Pará 17 cm.
Com olhos fechados em forma de
grãos de café, típicos da cultura
Santarém, esta cabeça, que foi
destacada do seu corpo, apresenta
vários atributos: além de adornos
auriculares, seu cabelo foi
cuidadosamente penteado e ela porta
um elaborado toucado constituído
por um cobre-nuca e uma grinalda
ornada com três cabeças de morcego
de cada lado. Apresenta orifícios
circulares nas narinas e nos ouvidos.
VASO ANTROPOMORFO REPRESENTANDO
UM HOMEM SENTADO
• Cerca de 1.000 a 1.400 A.D.
• Cerâmica Santarém; Pará;
34 cm
• A postura corporal, os
lóbulos perfurados e outros
ornamentos sugerem que
este indivíduo que
apresenta os membros
atrofiados, especialmente
os inferiores, tenha tido
uma posição social
diferenciada. Peça
restaurada, com falo
fraturado e ausente.
MUIRAQUITÃ, ESCULTURA EM FORMA
DE RÃ
• S/data; Pedra verde Óbidos, Pará
• Os muiraquitãs – comuns em forma
de rãs e, mais raramente, de aves,
peixes e outros animais – eram
fabricados quase sempre em pedras
verdes, como jadeítas, nefritas e
amazonitas. Utilizados como
pendentes, aparecem também
adornando toucados femininos em
estatuetas cerâmicas de Santarém.
Envoltos em lendas, os muiraquitãs
são desde longa data considerados
poderosos amuletos contra toda
sorte de malefícios. Ao que tudo
indica, Santarém foi o seu centro de
produção, embora haja uma
dispersão considerável de peças
desse tipo, talvez em consequência
de extensas redes de trocas e de
difusão ideológica. Essas redes
alcançaram a região caribenha onde
são encontrados artefatos
produzidos em Santarém.
ESTATUETA ANTROPOMORFA
FEMININA
• Cerca de 1.000 a 1.400 A.D. Cerâmica
Santarém; Pará 42,5 cm.
• Peça excepcional por suas dimensões,
em se tratando de uma representação
feminina, que em geral tem menor
porte. Os membros inferiores foram
hiperdimensionados, enquanto os
superiores apresentam- se atrofiados.
Com olhos fechados em forma de grãos
de café, e boca com expressão de amuo,
frequente em outras representações
antropomorfas dessa cultura, a figura
porta vários atributos: tapa- sexo em
forma de tanga, lóbulos perfurados,
grinalda nos cabelos penteados, adorno
nos braços e vestígios de pintura
corporal em vermelho e preto, que
permitem supor um status social
diferenciado. Há orifícios circulares em
diferentes pontos do corpo: narinas,
ouvidos, axilas, vagina e sola dos pés.
Peça restaurada, com partes ausentes
VASO ANTROPOMORFO
• Cerca de 1.000 a 1.400 A.
D.
• Cerâmica Santarém;
Pará; 11 cm
• Vaso cerimonial que
representa uma figura
feminina sentada, com
pernas inflectidas,
totalmente recoberta por
pintura corporal com
motivos geométricos em
preto e vermelho sobre
fundo branco
Vaso
• Cerca de 1.000 a 1.400
A.D. Cerâmica
Santarém, Pará Ø 30 x
16 cm
• Vaso cerimonial
decorado com incisões
geométricas e relevos,
com figuras
antropomorfas e
zoomorfas dispostas
alternadamente.
CULTURA KONDURI (Contemporânea da
cultura Santarém)
• Na região dos rios Trombetas e Nhamundá
aparecem numerosos sítios de uma cultura
que, embora mantivesse intenso contato
com Santarém, desenvolveu características
próprias, evidentes em sua cerâmica
exuberante, com decoração incisa e
ponteada e em seus raros artefatos com
pintura policroma.
VASO GLOBULAR
• Cerâmica policroma Konduri; Pará;
28 cm
• Na região dos rios Trombetas e
Nhamundá aparecem numerosos
sítios de uma cultura que, embora
mantivesse intenso contato com
Santarém, desenvolveu
características próprias, evidentes
em sua cerâmica exuberante, com
decoração incisa e ponteada e em
seus raros artefatos com pintura
policroma. Este vaso é uma peça
excepcional por sua intensa
policromia, com motivos
geométricos pintados nas cores
vermelho e preto sobre fundo
branco. Dois apêndices zoomorfos
laterais, representando o urubu- rei,
funcionam como elementos de
preensão.
RIO TROMBETAS
• O rio Trombetas forma uma importante fronteira cultural
com a região de Santarém. De seu entorno provém raros
artefatos esculpidos em pedra polida. Alguns
representam seres da natureza, como peixes, outros
trazem representações de seres híbridos, como homens
sentados à guisa de xamãs, por vezes sobrepostos por
grandes predadores. Os jaguares e outros animais eram
seres míticos para essa cultura, cujos rituais envolviam
processos de transformação. Alguns artefatos de uso
cerimonial exibem concavidades, sugerindo que fossem
utilizados para processar substâncias alucinógenas, o
que confirmaria seu contexto xamânico. Todos eles
apresentam dois grandes orifícios circulares de função
desconhecida.
ALMOFARIZ COM
REPRESENTAÇÕES DE FIGURAS
HUMANAS
S/data; Pedra polida; Ilha de
São João, Rio Trombetas,
Pará; 25,7 x 1,50 cm
Este almofariz, que possui
elementos estilísticos comuns
a culturas mesoamericanas,
apresenta pares de figuras
dispostas simetricamente em
oposição. A peça foi
encontrada por trabalhadores
a serviço do engenheiro João
Henrique Diniz e entregue à
Comissão Rondon, que a
ofertou ao Museu Nacional
em 21 de março de 1929.
ZOÓLITO EM FORMA DE PEIXE
• S/data; Região do Rio
Trombetas, Pará; 19 x 14 cm
• Rara escultura zoomorfa,
provavelmente em filito ou
folhelho, produzida por
populações de horticultores
ceramistas da Amazônia. Os
dois orifícios circulares e
paralelos que aparecem no
centro da peça são
recorrentes nos ídolos de
pedra encontrados na região
do Rio Trombetas.
CULTURA MARACÁ
• No interior de grutas e abrigos-sob-rocha da região do rio
Maracá foram encontrados vários cemitérios que guardam
numerosas urnas funerárias em locais bem visíveis.
Causando impacto e inspirando respeito em quem adentra
esses espaços destinados aos mortos, as urnas atestam o
vigoroso culto aos ancestrais praticado por essa cultura.
Elas reproduzem figuras humanas masculinas e femininas
em posição hierática – sentadas sobre bancos com forma
de animais quadrúpedes – demonstrando tratarem-se de
sepultamentos de indivíduos de status elevado. A cabeça,
em forma de cone truncado, corresponde à tampa da urna,
fixada ao corpo cilíndrico por meio de orifícios de
amarração. Uma de suas mais notáveis características é a
posição extrovertida e antinatural dos cotovelos. Pinturas
faciais e corporais em padrões geométricos nas cores
branco, amarelo, vermelho e preto, bem como adornos na
cabeça e nos membros, expressavam a identidade social do
morto.
URNA FUNERÁRIA ANTROPOMORFA
• Cerca de 1.000 A.D. até o
contato com os
colonizadores europeus
• Cerâmica Maracá Sul do
Amapá; 34 cm.
• A peça aqui apresentada é
uma das menores já
encontradas. Embora as
dimensões de tais urnas
sejam variáveis, oscilando
entre 20 e 85 cm de altura,
esta fica muito aquém do
porte médio
URNA FUNERÁRIA ZOOMORFA
• Cerca de 1.000 A.D. até o contato
com os colonizadores europeus
• Cerâmica Maracá Amapá 24,5 cm
• Nos cemitérios Maracá, além das
urnas antropomorfas há também,
embora em número menor, urnas
funerárias com forma de animais
quadrúpedes similares aos bancos
zoomorfos nos quais sentam-se as
figuras das urnas mais numerosas.
Existem cemitérios exclusivos de
urnas zoomorfas, e também
cemitérios mistos com os dois tipos
de urnas, o que sugere que elas
podem ter sido destinadas a
indivíduos especiais da sociedade
Maracá.

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Arqueologia Pré-História Brasil

  • 2. Coleções Pré-História do Brasil S/data 11,5 x 6 cm; 0,5 x 5,5 cm; 9,5 x 4 cm Pontas de projétil com pedúnculo e aletas em sílex e quartzo hialino, fabricadas e utilizadas por grupos caçadores-coletores da pré-história brasileira.
  • 3. S/data 14,5 x 17 cm; 9 x 17 cm; 17,5 x 9,5 cm; 20 x 16,5 cm; 11,5 x 12,5 cm Os machados semilunares foram produzidos por grupos horticultores na pré-história brasileira, em diferentes matérias-primas, para fins cerimoniais
  • 4. • SAMBAQUIS • Ao longo da estreita e recortada faixa costeira do litoral centro- meridional brasileiro, nos ambientes estuarinos, ricos em peixes, moluscos e crustáceos, viveram populações pescadoras e coletoras entre 8 mil anos atrás e o início da era cristã. Seus vestígios podem ser vistos em grandes montes feitos de areia, terra e conchas - os chamados sambaquis - onde são encontrados restos alimentares, ferramentas, armas, adornos e os sepultamentos dos que ali viveram. Esses montes, com alturas variáveis, têm alta visibilidade e se destacam na paisagem litorânea. Embora existam desde o Rio Grande do Sul até a Bahia, é no estado de Santa Catarina que os sambaquis são mais numerosos. Ali, há sambaquis que alcançam até 35 metros de altura, o que demonstra que deviam ocorrer condições extremamente favoráveis ao modo de vida dos seus construtores. Embora sua cultura material de uso cotidiano seja bastante simples, no litoral meridional esses grupos produziram objetos cerimoniais em pedra e osso muito elaborados, com refinamento estético e sofisticação artística: os chamados zoólitos.
  • 5. ZOÓLITO EM FORMA DE PEIXE, s/data Artefato Sambaqui, Santa Catarina; 42,5 x 25 cm A peça apresenta uma pequena depressão situada quase sempre na região ventral dos animais representados, que se supõe ter sido destinada ao processamento de substâncias capazes de produzir estímulos sensoriais, utilizadas em cerimônias e ritos.
  • 6. ZOÓLITO EM FORMA DE PEIXE, s/data Artefato Sambaqui Rio Grande do Sul; 26 x 19 cm A peça apresenta uma pequena depressão situada quase sempre na região ventral dos animais representados, que se supõe ter sido destinada ao processamento de substâncias capazes de produzir estímulos sensoriais, utilizadas em cerimônias e ritos.
  • 7. ZOÓLITO EM FORMA DE AVE, s/data Artefato Sambaqui Santa Catarina; 16 x 14 cm
  • 8. • CULTURA MARAJOARA • A cultura Marajoara foi a que alcançou o maior nível de complexidade social na pré-história brasileira. Essa complexidade se expressa também na sua produção cerâmica, tecnicamente elaborada, caracterizada por uma grande diversidade de formas e decorada com esmero. As peças exibidas aqui estão relacionadas a práticas cerimoniais. Algumas foram encontradas em contextos funerários, outras provavelmente foram utilizadas em rituais de passagem. A iconografia Marajoara – fortemente centrada na figura humana e na representação de animais da floresta tropical revestidos de significados simbólicos – compõe um intrincado sistema de comunicação visual que se vale de simetrias, elementos pareados, repetições rítmicas e oposições binárias para reafirmar, transmitir e perpetuar uma determinada visão de mundo.
  • 9. ESTATUETA FEMININA OCA EM FORMA DE FALO, 400 a 1400 A.D. • Cerâmica Marajoara Ilha de Marajó 23,5 cm • Esta peça da Coleção Amazônica do Setor de Arqueologia sintetiza em uma mesma representação da figura humana os princípios feminino e masculino, um aspecto que pela sua recorrência parece ter tido particular relevância na cosmologia Marajoara. Apresenta o tronco e os membros inferiores recobertos de pintura corporal em motivos geométricos, na cor vermelha sobre fundo branco, com duas pequenas alças laterais e uma reentrância no pescoço para amarração e suspensão.
  • 10. VASO ANTROPOMORFO 400 a 1400 A.D. • Cerâmica Marajoara Ilha de Marajó 21 cm • Nesta peça de uso cerimonial aparece em relevo o tema das duas serpentes – recorrente na iconografia Marajoara talvez relacionado a algum mito – conformando uma face humana. As duas cabeças representam os olhos. Seus corpos compõem as típicas sobrancelhas em V. Um botão na junção das duas caudas configura o nariz. O bojo, banhado de branco, é decorado com formas geométricas incisas.
  • 11. URNA FUNERÁRIA 400 a 1400 A.D. • Cerâmica Marajoara; Ilha de Marajó; 53 cm • Com pintura em vermelho sobre fundo branco, apresenta o corpo profusamente decorado pela técnica da excisão, com variações em torno da figura humana estilizada e de motivos geométricos. Urnas funerárias elaboradas como esta, em geral contendo objetos de prestígio em seu interior, provavelmente destinaram-se a indivíduos de status social diferenciado na sociedade Marajoara.
  • 12. PEÇA ANTROPOMORFA EM FORMA DE FALO 400 a 1400 A.D. • Cerâmica Marajoara Ilha de Marajó 13 cm • O corpo e a cabeça, que apresenta as típicas sobrancelhas em T, foram decorados com motivos geométricos feitos com a técnica da excisão.
  • 13. 400 a 1400 A.D. Cerâmica Marajoara; Ilha de Marajó; Altura média das três peças entre 11 e 12 cm • Pintadas em vermelho e preto sobre fundo branco, estes tapa-sexos femininos eram modelados individualmente, acompanhando a anatomia pubiana de suas portadoras. Padrões geométricos, muitos deles correspondendo a representações estilizadas da figura humana, preenchem seus quatro campos decorativos, que em alguns exemplares são reduzidos a apenas três. Enquanto a faixa superior varia pouco, a seguinte e também a inferior apresentam maior variabilidade. O campo central, maior, não se repete nunca. Apresentam em cada uma das extremidades orifícios para amarração, muitos deles desgastados pelo uso.
  • 14. PEQUENO RECIPIENTE ANTROPOMORFO 400 a 1400 A.D. • Cerâmica Marajoara; Ilha de Marajó; 10,5 x 6,5 cm • Decorada com formas geométricas feitas com a técnica da excisão, esta peça, de uso cerimonial, provavelmente servia para a ingestão ou inalação de substâncias capazes de produzir fortes estímulos sensoriais, utilizadas em ritos comunais
  • 15. PARTE SUPERIOR DE ESTATUETA OCA EM FORMA DE FALO, PROVAVELMENTE FEMININA 400 a 1400 A.D. • Cerâmica Marajoara; Ilha de Marajó; 16 cm • Esta peça cerimonial parece ter sido quebrada de propósito – o que era prática frequente na sociedade Marajoara – talvez para inviabilizar sua reutilização. Com os olhos em forma de escorpião, um atributo recorrente nas figuras antropomorfas e associado a xamãs, testa alta e depilada, com o formato da cabeça sugerindo deformação craniana, a estatueta foi decorada com pintura facial e corporal em motivos geométricos vermelhos sobre fundo branco. A iconografia Marajoara, como atestam as características desta peça, indica que as mulheres ocuparam posições de status social elevado, que em outras culturas são em geral reservadas aos homens.
  • 16. VASO GLOBULAR 400 a 1400 A.D. • Cerâmica Marajoara; Ilha de Marajó • Pintado em preto e branco com motivos geométricos espiralados e ondulantes, este vaso apresenta um padrão decorativo associado ao movimento das águas, que se repete em outros suportes, como urnas funerárias e pratos.
  • 17. URNA 400 a 1400 A.D. • Cerâmica Marajoara; Ilha de Marajó; 81 cm • Peça excepcional por suas dimensões, esta urna cerimonial apresenta a superfície totalmente recoberta por decoração plástica feita com a técnica da excisão, em motivos geométricos e representações de seres híbridos que misturam características antropomorfas e zoomorfas. (Ver detalhe abaixo)
  • 18. VASILHAME 400 a 1400 A.D. • Cerâmica Marajoara; Ilha de Marajó; Ø 38,5 cm • Tigela cerimonial decorada internamente com pintura policroma, em vermelho e preto sobre fundo branco, com motivos geométricos e representações estilizadas da figura humana. A borda, sem pintura, recebeu decoração em relevo, com representações de serpentes e rostos humanos dispostos alternadamente. No verso a peça apresenta uma exuberante decoração plástica com motivos geométricos feitos com a técnica da excisão.
  • 19. CULTURA SANTARÉM • Na região do baixo rio Tapajós floresceu a chamada cultura Santarém, que se notabilizou pela produção de uma cerâmica de estilo muito peculiar, baseado no emprego das técnicas de modelagem, incisão, ponteado e aplicação. Descrita desde o século XIX por naturalistas e viajantes que percorreram a área, suas formas revelam composições elaboradas, contendo uma profusão de apêndices de animais da floresta tropical, que constituem verdadeiras esculturas concebidas de maneira naturalista. Estatuetas antropomorfas também se destacam pelo naturalismo das representações de homens e mulheres, portando atributos que permitem identificar emblemas de prestígio e posições sociais. Na verdade, pouco se sabe sobre essa cultura, uma vez que escavações arqueológicas sistemáticas só começaram a ser desenvolvidas nos últimos anos. As peças existentes em museus provêm em grande parte de coletas e escavações realizadas sem controle no seu maior sítio arqueológico, onde hoje está assentada a cidade de Santarém, o que impede a compreensão de seus contextos. Ainda assim, elas constituem importante fonte de conhecimento sobre a complexa sociedade que as produziu, porquanto são testemunho de suas práticas sociais, formas de construção do corpo e concepções
  • 20. CABEÇA DE ESTATUETA ANTROPOMORFA FEMININA Cerca de 1.000 a 1.400 A.D. Cerâmica Santarém; Pará 17 cm. Com olhos fechados em forma de grãos de café, típicos da cultura Santarém, esta cabeça, que foi destacada do seu corpo, apresenta vários atributos: além de adornos auriculares, seu cabelo foi cuidadosamente penteado e ela porta um elaborado toucado constituído por um cobre-nuca e uma grinalda ornada com três cabeças de morcego de cada lado. Apresenta orifícios circulares nas narinas e nos ouvidos.
  • 21. VASO ANTROPOMORFO REPRESENTANDO UM HOMEM SENTADO • Cerca de 1.000 a 1.400 A.D. • Cerâmica Santarém; Pará; 34 cm • A postura corporal, os lóbulos perfurados e outros ornamentos sugerem que este indivíduo que apresenta os membros atrofiados, especialmente os inferiores, tenha tido uma posição social diferenciada. Peça restaurada, com falo fraturado e ausente.
  • 22. MUIRAQUITÃ, ESCULTURA EM FORMA DE RÃ • S/data; Pedra verde Óbidos, Pará • Os muiraquitãs – comuns em forma de rãs e, mais raramente, de aves, peixes e outros animais – eram fabricados quase sempre em pedras verdes, como jadeítas, nefritas e amazonitas. Utilizados como pendentes, aparecem também adornando toucados femininos em estatuetas cerâmicas de Santarém. Envoltos em lendas, os muiraquitãs são desde longa data considerados poderosos amuletos contra toda sorte de malefícios. Ao que tudo indica, Santarém foi o seu centro de produção, embora haja uma dispersão considerável de peças desse tipo, talvez em consequência de extensas redes de trocas e de difusão ideológica. Essas redes alcançaram a região caribenha onde são encontrados artefatos produzidos em Santarém.
  • 23. ESTATUETA ANTROPOMORFA FEMININA • Cerca de 1.000 a 1.400 A.D. Cerâmica Santarém; Pará 42,5 cm. • Peça excepcional por suas dimensões, em se tratando de uma representação feminina, que em geral tem menor porte. Os membros inferiores foram hiperdimensionados, enquanto os superiores apresentam- se atrofiados. Com olhos fechados em forma de grãos de café, e boca com expressão de amuo, frequente em outras representações antropomorfas dessa cultura, a figura porta vários atributos: tapa- sexo em forma de tanga, lóbulos perfurados, grinalda nos cabelos penteados, adorno nos braços e vestígios de pintura corporal em vermelho e preto, que permitem supor um status social diferenciado. Há orifícios circulares em diferentes pontos do corpo: narinas, ouvidos, axilas, vagina e sola dos pés. Peça restaurada, com partes ausentes
  • 24. VASO ANTROPOMORFO • Cerca de 1.000 a 1.400 A. D. • Cerâmica Santarém; Pará; 11 cm • Vaso cerimonial que representa uma figura feminina sentada, com pernas inflectidas, totalmente recoberta por pintura corporal com motivos geométricos em preto e vermelho sobre fundo branco
  • 25. Vaso • Cerca de 1.000 a 1.400 A.D. Cerâmica Santarém, Pará Ø 30 x 16 cm • Vaso cerimonial decorado com incisões geométricas e relevos, com figuras antropomorfas e zoomorfas dispostas alternadamente.
  • 26. CULTURA KONDURI (Contemporânea da cultura Santarém) • Na região dos rios Trombetas e Nhamundá aparecem numerosos sítios de uma cultura que, embora mantivesse intenso contato com Santarém, desenvolveu características próprias, evidentes em sua cerâmica exuberante, com decoração incisa e ponteada e em seus raros artefatos com pintura policroma.
  • 27. VASO GLOBULAR • Cerâmica policroma Konduri; Pará; 28 cm • Na região dos rios Trombetas e Nhamundá aparecem numerosos sítios de uma cultura que, embora mantivesse intenso contato com Santarém, desenvolveu características próprias, evidentes em sua cerâmica exuberante, com decoração incisa e ponteada e em seus raros artefatos com pintura policroma. Este vaso é uma peça excepcional por sua intensa policromia, com motivos geométricos pintados nas cores vermelho e preto sobre fundo branco. Dois apêndices zoomorfos laterais, representando o urubu- rei, funcionam como elementos de preensão.
  • 28. RIO TROMBETAS • O rio Trombetas forma uma importante fronteira cultural com a região de Santarém. De seu entorno provém raros artefatos esculpidos em pedra polida. Alguns representam seres da natureza, como peixes, outros trazem representações de seres híbridos, como homens sentados à guisa de xamãs, por vezes sobrepostos por grandes predadores. Os jaguares e outros animais eram seres míticos para essa cultura, cujos rituais envolviam processos de transformação. Alguns artefatos de uso cerimonial exibem concavidades, sugerindo que fossem utilizados para processar substâncias alucinógenas, o que confirmaria seu contexto xamânico. Todos eles apresentam dois grandes orifícios circulares de função desconhecida.
  • 29. ALMOFARIZ COM REPRESENTAÇÕES DE FIGURAS HUMANAS S/data; Pedra polida; Ilha de São João, Rio Trombetas, Pará; 25,7 x 1,50 cm Este almofariz, que possui elementos estilísticos comuns a culturas mesoamericanas, apresenta pares de figuras dispostas simetricamente em oposição. A peça foi encontrada por trabalhadores a serviço do engenheiro João Henrique Diniz e entregue à Comissão Rondon, que a ofertou ao Museu Nacional em 21 de março de 1929.
  • 30. ZOÓLITO EM FORMA DE PEIXE • S/data; Região do Rio Trombetas, Pará; 19 x 14 cm • Rara escultura zoomorfa, provavelmente em filito ou folhelho, produzida por populações de horticultores ceramistas da Amazônia. Os dois orifícios circulares e paralelos que aparecem no centro da peça são recorrentes nos ídolos de pedra encontrados na região do Rio Trombetas.
  • 31. CULTURA MARACÁ • No interior de grutas e abrigos-sob-rocha da região do rio Maracá foram encontrados vários cemitérios que guardam numerosas urnas funerárias em locais bem visíveis. Causando impacto e inspirando respeito em quem adentra esses espaços destinados aos mortos, as urnas atestam o vigoroso culto aos ancestrais praticado por essa cultura. Elas reproduzem figuras humanas masculinas e femininas em posição hierática – sentadas sobre bancos com forma de animais quadrúpedes – demonstrando tratarem-se de sepultamentos de indivíduos de status elevado. A cabeça, em forma de cone truncado, corresponde à tampa da urna, fixada ao corpo cilíndrico por meio de orifícios de amarração. Uma de suas mais notáveis características é a posição extrovertida e antinatural dos cotovelos. Pinturas faciais e corporais em padrões geométricos nas cores branco, amarelo, vermelho e preto, bem como adornos na cabeça e nos membros, expressavam a identidade social do morto.
  • 32. URNA FUNERÁRIA ANTROPOMORFA • Cerca de 1.000 A.D. até o contato com os colonizadores europeus • Cerâmica Maracá Sul do Amapá; 34 cm. • A peça aqui apresentada é uma das menores já encontradas. Embora as dimensões de tais urnas sejam variáveis, oscilando entre 20 e 85 cm de altura, esta fica muito aquém do porte médio
  • 33. URNA FUNERÁRIA ZOOMORFA • Cerca de 1.000 A.D. até o contato com os colonizadores europeus • Cerâmica Maracá Amapá 24,5 cm • Nos cemitérios Maracá, além das urnas antropomorfas há também, embora em número menor, urnas funerárias com forma de animais quadrúpedes similares aos bancos zoomorfos nos quais sentam-se as figuras das urnas mais numerosas. Existem cemitérios exclusivos de urnas zoomorfas, e também cemitérios mistos com os dois tipos de urnas, o que sugere que elas podem ter sido destinadas a indivíduos especiais da sociedade Maracá.