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Geografia do Brasil - 4. Brasil – Território e Sociedade no Inicio do Século XXI, Milton Santos & Maria Laura Silveira. Capítulos I e II
1. LEITURA 4
SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. Brasil – território e sociedade no inicio do século XXI,
2001, pág. 19 a 53 (capítulos I e II).
- No primeiro capítulo uso do território é a noção central
-No segundo, três conceitos estruturantes para análise das transformações do Brasil são
apresentados: o meio natural (hoje quase inexistente); os sucessivos meios técnicos e o
advento do meio técnico científico - informacional.
-Na quarta e quinta partes, os autores aprofundam o papel da informação e do conhecimento
na reorganização produtiva do território e suas especializações.
Inicialmente, no texto, o uso do território é a noção central onde, se discute a ambigüidade
dos significados das palavras “espaço” e “território”. Por fim, conclui-se que o território é um
nome político para o espaço de um país. Em outras palavras, a existência de um país supõe um
território. Mas a existência de uma nação nem sempre é acompanhada da posse de um
território e nem sempre supõe a existência de um Estado. Pode-se falar tanto, de
territorialidade sem Estado, mas é praticamente impossível referirmos a um Estado sem
território.
Para que se possa discutir o uso do “espaço territorial”, é necessária a periodização, que por
sua vez é caracterizada por diversas extensões de formas de uso (manifestações,
comportamento do Estado e da nação e as feições regionais).
O território é uma questão central da historia humana e de cada país, e constitui o pano de
fundo do estudo das suas diversas etapas e do momento atual. Sendo assim, os sistemas
técnicos e os meios técnicos - cientifico informacional das épocas históricas, servem como
base para uma proposta de método, que constitui a base material da vida da sociedade e o
desenvolvimento.
As configurações das funções do espaço geográfico são definidas pela implantação de infraestrutura e pelo dinamismo da economia e da sociedade. Busca-se compreender sobre esse
novo espaço geográfico o papel das formas geográficas materiais e o pape das formas sociais,
jurídicas e políticas, todas empregadas, hoje, de ciência, técnica e informação.
O estudo do povoamento, da urbanização como fator dos resultados de fluidez aumentada do
território, da regulação política do território e uma regulação desta pelo mercado,
reconstroem os contextos da evolução das bases materiais geográficas e também da própria
regulação.
Como já foi citada, a periodização é necessária para se discutir a dinâmica do “território” e
“espaço”. Com isso, os conceitos estruturantes para analise das transformações no Brasil vêm
sendo proposto por vários autores. Os conceitos de periodização das transformações no
território brasileiro variam desde surtos industriais; fase exportadora; ciclos longos; ações do
Estado; historia do território; formação econômica, entre outros.
2. Vale citar a critica de Manuel Correira de Andrade com relação á periodização em ciclos,
proposta discutida por vários historiadores, dizendo que não é realista, pois a exportação de
um produto menos expressivo. Por sua vez, o geógrafo propõe interpretar a historia do Brasil
usando conceitos ligados a formação econômica social.
Por fim, os autores do texto propõem uma periodização do território brasileiro unindo três
conceitos: economia (Celso Furtado), povo (Darcy Ribeiro) e cultura (Florestan Fernandes),
pretendendo considerar o território como a fala privilegiado da nação.
Contudo, o propósito é apresentar a sucessão dos meios geográficos no Brasil. Assim, ao longo
da historia da organização do território brasileiro, três grandes momentos poderiam ser
identificados: os meios “naturais”, os meios técnicos e o meio técnico-cientificoinformacional.
O primeiro período é marcado pelos tempos lentos da natureza comandando as nações
humanas de diversos grupos indígenas e pela instalação dos europeus, empenhados todos em
amansar esses ritmos. A unidade era dada e pela natureza, e a presença humana buscava
adaptar-se aos sistemas naturais. Num período pré-técnico, a escassez era a dos instrumentos
artificiais necessários ao domínio desse mundo natural.
Uma segunda fase é a dos diversos meios técnicos, que gradualmente buscam atenuar o
império da natureza. A mecanização seletiva desse verdadeiro conjunto de “ilhas” que era o
território exige que se identifiquem subperíodos. As técnicas pré-máquina e, depois, as
técnicas da maquina definem o Brasil como um arquipélago de mecanização incompleta. Mais
tarde, com a incorporação das maquinas ao território (ferrovias, portos, telegrafo), estaríamos
autorizados a apontar um meio técnico da circulação mecanizada e da industrialização
balbuciante, caracterizado também pelos primórdios da urbanização interior e pela formação
da Região Concentrada. No pós-guerra sobrevém a integração nacional, graças a construção de
estradas de rodagem, à continuação do estabelecimento das ferrovias e a uma nova
industrialização. Dá-se uma integração do território e do mercado, com uma significativa
hegemonia paulista.
O terceiro grande período é a construção e a difusão do meio técnico-científico informacional.
Cabe, todavia, diferenciar uma primeira fase, um período técnico-científico que, no Brasil dos
anos 70, caracterizou-se, entre outros aspectos, por uma revolução das telecomunicações. É,
sobretudo, nesse momento que, ultrapassando seu estagio de pontos e manchas, o meio
técnico realmente se difunde. Mas o novo meio geográfico permanece circunscrito a algumas
áreas. Já com a globalização, informação e finanças passam a configurar a nova geografia,
distinguindo os lugares segundo a presença ou a escassez das novas variáveis-chave. Com o
meio técnico-cientifico-informacional, agravam-se as diferenças regionais paulista, mas
também a partir da ocupação de áreas periféricas com produções modernas.