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A cecotrofia é uma mecanismo fisiológico típico do coelho, com uma influência
decisiva tanto em suas caracteristicas nutricionais como nos processos patológicos que
se relacionam com o mesmo. O processo digestivo do coelho se efetua em uma segunda
ingestão, a dos alimentos cecotrofos, o excremento mole que o animal consome
diretamente do ânus, nos momentos de máxima quietude durante a noite; os quais
contém alguns aminoácidos e vitaminas do complexo B, sintetizados no intestino ceco,
que são essenciais para a saúde e desenvolvimento do animal.
A ingestão dos cecotrofos permite o melhor aproveitamento de alguns nutrientes,
proteínas e vitaminas do complexo B, que não foram aproveitados pelo organismo do
coelho.
Durante o dia, as fezes expelidas pelos coelhos são duras e grandes, neste caso não
ocorre a coprofagia. As fezes noturnas são moles, menores e contém um revestimento
mucoso, e os coelhos as comem logo após serem expelidas (o que caracteriza a
cecotrofia). Por isso dificilmente é vista em condições fisiológicas, uma vez que o
coelho coloca a cabeça entre as pernas e ingere as fezes antes que as mesmas toquem o
piso.
A necessidade dos coelhos praticarem o hábito de ingerirem suas próprias fezes deve-se
ao fato de a área microbiana intestinal situar-se na parte posterior do aparato digestivo,
diferentemente dos ruminantes ( bovinos), nos quais se situam na parte anterior, esta
parte do intestino age como uma câmara de fermentação e, é nesta área em que é
quebrada a celulose da fibra, onde se obtém os nutrientes essênciais para a vida dos
animais.
Considera-se que ao redor de 15 a 20% da matéria seca por dia ingerida (alimento +
cecotrofo), corresponde a cecotrofos; um rol nutricional que tem mecanismo fisiológico
importante, que permite reter no ceco uma digestão gástrica e entérica a fim de que as
bactérias cecales atuem sintetizando as proteínas, aminoácidos essenciais e vitaminas,
que graças a funcionalidade do cólon podem ser ingeridas e aproveitadas pelo animal.
Se não fosse assim, a capacidade de utilizar os produtos resultantes da atividade dos
microorganismos se perderia com a eliminação das fezes. A incapacidade que por
qualquer motivo impeça o coelho de ingerir suas fezes, leva o animal a várias
deficiências e síndromes.
ecotrofos: É o bolo alimentar fermentado por mais tempo no ceco do coelho que
naturalmente ocorre.
Essa palavra pode ser dividida em duas partes, “ceco” e “trofos”. “Ceco” é primeira
parte anatômica do
intestino grosso e “trofos” é uma derivação de trofia que significa alimento. Então,
podemos entender
cecotrofos como o alimento fermentado por mais tempo e naturalmente no ceco. As
fezes (bosta ou coco no
popular) são as partes não digeríveis dos alimentos pelos animais. Os cecotrofos são e
podem ser
consumidos diretamente do ânus, sem mastigação pelos coelhos, porque são
considerados alimentos
fermentados e enriquecidos pelas bactérias, enquanto as fezes não deveriam ser
reingeridas, pois são os
resíduos indigestíveis de tudo o que o animal se alimentou, caracterizadas pelo mau
cheiro (quase inodora
nos coelhos), alta carga de micróbios impróprios ao re-consumo e com pouquíssimo
valor nutricional.
Cecofagia, ceotrofagia ou cecotrofia: É a reingestão do bolo alimentar fermentado por
mais tempo no
ceco do coelho que naturalmente ocorreu, melhor dizendo, o ato de ingerir os
cecotrofos. Três palavras diferentes, mas com o mesmo significado. Esse processo
melhora a absorção de energia e de diversos nutrientes, sendo consumido,
preferencialmente, à noite. Em coelhos selvagens inicia-se precocemente, enquanto nos
domésticos após o início do consumo de alimentos sólidos, por volta da terceira semana
de vida. Interferem no consumo de cecotrofos iluminação, dieta, manejo, densidade,
ciclo circadiano e lactação. O correto seria dizer que os coelhos FAZEM cecofagia,
ceotrofagia ou cecotrofia e não dizer coelhos TEM cecofagia, ceotrofagia ou cecotrofia.

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A cecotrofia é uma mecanismo fisiológico típico do coelho

  • 1. A cecotrofia é uma mecanismo fisiológico típico do coelho, com uma influência decisiva tanto em suas caracteristicas nutricionais como nos processos patológicos que se relacionam com o mesmo. O processo digestivo do coelho se efetua em uma segunda ingestão, a dos alimentos cecotrofos, o excremento mole que o animal consome diretamente do ânus, nos momentos de máxima quietude durante a noite; os quais contém alguns aminoácidos e vitaminas do complexo B, sintetizados no intestino ceco, que são essenciais para a saúde e desenvolvimento do animal. A ingestão dos cecotrofos permite o melhor aproveitamento de alguns nutrientes, proteínas e vitaminas do complexo B, que não foram aproveitados pelo organismo do coelho. Durante o dia, as fezes expelidas pelos coelhos são duras e grandes, neste caso não ocorre a coprofagia. As fezes noturnas são moles, menores e contém um revestimento mucoso, e os coelhos as comem logo após serem expelidas (o que caracteriza a cecotrofia). Por isso dificilmente é vista em condições fisiológicas, uma vez que o coelho coloca a cabeça entre as pernas e ingere as fezes antes que as mesmas toquem o piso. A necessidade dos coelhos praticarem o hábito de ingerirem suas próprias fezes deve-se ao fato de a área microbiana intestinal situar-se na parte posterior do aparato digestivo, diferentemente dos ruminantes ( bovinos), nos quais se situam na parte anterior, esta parte do intestino age como uma câmara de fermentação e, é nesta área em que é quebrada a celulose da fibra, onde se obtém os nutrientes essênciais para a vida dos animais. Considera-se que ao redor de 15 a 20% da matéria seca por dia ingerida (alimento + cecotrofo), corresponde a cecotrofos; um rol nutricional que tem mecanismo fisiológico importante, que permite reter no ceco uma digestão gástrica e entérica a fim de que as bactérias cecales atuem sintetizando as proteínas, aminoácidos essenciais e vitaminas, que graças a funcionalidade do cólon podem ser ingeridas e aproveitadas pelo animal. Se não fosse assim, a capacidade de utilizar os produtos resultantes da atividade dos microorganismos se perderia com a eliminação das fezes. A incapacidade que por qualquer motivo impeça o coelho de ingerir suas fezes, leva o animal a várias deficiências e síndromes. ecotrofos: É o bolo alimentar fermentado por mais tempo no ceco do coelho que naturalmente ocorre. Essa palavra pode ser dividida em duas partes, “ceco” e “trofos”. “Ceco” é primeira
  • 2. parte anatômica do intestino grosso e “trofos” é uma derivação de trofia que significa alimento. Então, podemos entender cecotrofos como o alimento fermentado por mais tempo e naturalmente no ceco. As fezes (bosta ou coco no popular) são as partes não digeríveis dos alimentos pelos animais. Os cecotrofos são e podem ser consumidos diretamente do ânus, sem mastigação pelos coelhos, porque são considerados alimentos fermentados e enriquecidos pelas bactérias, enquanto as fezes não deveriam ser reingeridas, pois são os resíduos indigestíveis de tudo o que o animal se alimentou, caracterizadas pelo mau cheiro (quase inodora nos coelhos), alta carga de micróbios impróprios ao re-consumo e com pouquíssimo valor nutricional. Cecofagia, ceotrofagia ou cecotrofia: É a reingestão do bolo alimentar fermentado por mais tempo no ceco do coelho que naturalmente ocorreu, melhor dizendo, o ato de ingerir os cecotrofos. Três palavras diferentes, mas com o mesmo significado. Esse processo melhora a absorção de energia e de diversos nutrientes, sendo consumido, preferencialmente, à noite. Em coelhos selvagens inicia-se precocemente, enquanto nos domésticos após o início do consumo de alimentos sólidos, por volta da terceira semana de vida. Interferem no consumo de cecotrofos iluminação, dieta, manejo, densidade, ciclo circadiano e lactação. O correto seria dizer que os coelhos FAZEM cecofagia, ceotrofagia ou cecotrofia e não dizer coelhos TEM cecofagia, ceotrofagia ou cecotrofia.