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Um Recorde da 
Trajetória das 
Mulheres na 
Computação 
Itana Gimenes 
Departamento de 
Informática 
UEM, PR
Vírginia Wolf(1882-1941) 
... E quando estava escrevendo aquela 
resenha , descobri que, se fosse resenhar livros, 
ia ter de combater um certo fantasma. E o 
fantasma era uma mulher, e quando a conheci 
melhor, dei a ela o nome de “O Anjo do Lar”. 
Era ela que costumava aparecer entre mim e o 
papel enquanto eu fazia as resenhas. Era ela 
que me incomodava, tomava meu tempo e 
me atormentava tanto que no fim matei essa 
mulher ....
Ela era extremamente simpática 
Imensamente encantadora 
Totalmente altruísta 
Excelente nas difíceis artes de convívio 
familiar 
Sacrificava-se todos os dias 
Se o almoço era frango, ela ficava com o 
pé; 
Se havia ar encanado, era ali que ela ia sentar 
– em suma, seu feitio era nunca ter opinião ou 
vontade própria, e preferia sempre concordar 
com as opiniões e vontade dos outros ... 
Profissões para mulheres e outros artigos
Agenda 
› Pioneiras da Computação. 
› Mulheres Brasileiras. 
› Discussões sobre aspectos da mulher na 
computação.
Ada • Nascida em 1815, filha de um 
poeta; 
• Estudou matemática; 
• Em 1834 tomou 
conhecimento das ideas de 
Charles Babbage de criar 
uma nova máquina de 
cálculos; 
• Ela escreveu para Babbage 
um plano de como calcular 
números de Bernoulli (~1843); 
• Este plano é tido como um 
primeiro programa de 
computador. 
• Em 1979, uma linguagem de 
programação foi nomeada 
Ada em sua homenagem.
Programando o Colossous 
› Programação do Colossous, primeiro 
computador eletrônico programável, 1942. 
› Colossous foi utilizado para decodificar 
mensagens na segunda guerra mundial. 
› WRENs (Women Royal’s Nave Service). 
Bletchley Park, Inglaterra
Colossous 
› O computador era enorme, tinha 7ft x 17ft x 11ft; 
pesava 1 tonelada e 8kw de potência. 
› Tinha 2.500 portas lógicas, 100.000 resistores 
conectados por 7 km de fios. 
› Colossous contribuiu para encurtar a guerra 
salvando milhares de vidas. 
› Foi reconstruído em 2007 e está exposto no Bletchley 
Park. 
› Neste mesmo museu está a história de Alan Turing. 
› Ver curso de Internet History, Coursera – Fundação 
Lemann (https://www.coursera.org/course/ 
insidetheinternet)
Foto rara tirada durante a guerra quando fotos eram proíbidas 
Publicada em Mailonline, Maio, 2014
1. Margaret Mortimer. 2. Margaret O-Connel; 3. Lorna Cockayne; 
4.Margaret Kelly; 5. Joanna Chorley; 6. Betty Warwick.
Outras 
› Existem vários outros exemplos de 
mulheres inseridas na computação à 
medida que a ciência e a tecnologia foi 
se popularizando. 
› http://women.cs.cmu.edu/ada/ 
Resources/Women/ 
› Scwartz et al, Mulheres na Informática, 
cadernos pagu (27), julho-dezembro de 
2006: pp.255-278.
Mulheres Brasileiras na Computação 
› Nos anos 1970s, criaram-se cursos de 
formação de técnicos em processamento de 
dados no Brasil (3 anos). 
› Computador era anunciado como uma 
máquina que podia substituir os humanos, 
uma máquina mágica que podia tornar 
nossa vida mais simples. 
› Anuciava-se uma demanda alta por 
profissionais de informática.
Mulheres Brasileiras na Computação 
› Em 1977, a UFBA transformou o curso de 
Técnico (curta duração) para Bacharelado 
em Processamento de Dados. 
› Turma de graduação, em 1977, era dividida 
entre homens e mulheres. 
› Em 1979 quando comecei a trabalhar no 
Banco Econômico tinha aproximadamente 
30% de mulheres. 
› Não havia discriminação perceptível que 
impedisse o desenvolvimento do nosso 
trabalho.
Mulheres Brasileiras na Computação 
› As mulheres eram vistas como excelentes 
programadoras: 
› Pacientes; 
› Cuidadosas com o preenchimento das 
folhas de programação; 
› Eficientes.
Terminais IBM
Mulheres Brasileiras na Computação 
› 1981comecei a trabalhar na Caraíba Metais 
no Departamento de Engenharia de 
Produção da Indústria no polo Petroquímico 
de Camaçari. 
› Única mulher do setor. 
› Dificuldades de relacionamento.
Mulheres Brasileiras na Computação 
› 1983 entrei no mestrado na UNICAMP. 
› 1986 entrei na carreira acadêmica na UEM. 
› Na carreira acadêmica havia um misto de 
homens e mulheres. 
› Por volta de 2005 começou um rápido 
decréscimo com turmas com 1 ou 2 
mulheres. 
› Recentemente o número de mulheres nas 
turmas da UEM tem voltado a crescer 
lentamente com aproximadamente 6 
mulheres por turma.
Mulheres Brasileiras na Computação 
› Liane Tarouco 
› Graduação em 
Física, 1970. 
› Doutorado em 
engenharia elétrica, 
USP, 1990. 
› Professora da UFRGS. 
› Vários prêmios. 
› Prêmio SBRC 
Destaque 2013.
Mulheres Brasileiras na Computação 
› Therezinha Costa, 
professora da PUC-Rio. 
› Foi contratada em 1971 
como analista de 
sistemas pelo então 
diretor da RDC, Luís 
Martins. 
› Trabalhou como 
tesoureira da SBC 
durante anos. 
› Recebeu o Prêmio 
Newton Faller da SBC 
em 2010.
Mulheres Brasileiras na Computação 
› Ana Regina Rocha 
› Graduação em 
matemática, 1971. 
› Doutorado na PUC-Rio, 1983. 
› Mentora da área de 
qualidade de software no 
Brasil. 
› Umas das criadoras do MPS-BR. 
› Muitos prêmos na área de 
qualidade de software. 
› Prêmio de Contribuição 
Relevante em engenharia 
de software, 2009.
Mulheres Brasileiras na Computação 
› Cláudia Maria Bauzer Medeiros 
› Graduação em engenharia 
elétrica, 1976. 
› Doutorado, em ciência da 
computação, U. Waterloo, 
1985. 
› Atua na área de Banco de 
Dados. 
› Prêmio Newton Faller, 2000. 
› Prêmio Ordem Nacional do 
Mérito Científico, classe 
comendador – Ciências 
Tecnológicas, Presidência da 
República, 2008. 
› Presidente da SBC 2003-2007.
Eventos 
› VIII WIT/CSBC 
› Karin Breitman 
› Mirella Moro. 
› CBSOFT, 2013 – 
Painel WIT em 
Software. 
› Vários 
internacionais
Resumo da trajetória 
› 1970 – 1980 formação em matemática ou 
engenharia; 
› 1980 – formação em computação; 
› Participação nos cursos era maior no 
início e caiu novamente (De 36% em 1985 
para 18% em 2012). 
http://www.edudemic.com/girls-computer-science- 
degrees/
Discussões 
› No Brasil 
› Situação social das mulheres em geral é 
ruim, ainda enfrentamos violência contra a 
mulher – Lei Maria da Penha. 
› Em 2013 tivemos uma aluna assassinada 
por um namorado. 
› Últimas eleições – apenas 10% do 
congresso nacional é formado por 
mulheres.
Respeito pela capacidade da mulher 
› “I was told when I was in school that women were 
incapable of understanding math and science,” she 
said. “Today, saying something like that simply isn’t 
socially acceptable. Rebecca Parsons, Harvard, 
2014. 
› “Underrepresentation leads to continued 
underrepresentation,” she said. “We all need to work 
toward making our workplaces and communities 
more welcoming.” Margo Seltzer, Harvard, 2014. 
› “I am sometimes unable to build diverse teams 
because of so many women opting out” of software 
engineering. Kimber Lockart, Havard, 2014. 
http://www.hcs.harvard.edu/~harvardwomenincs/about.php
Nível educacional das mulheres 
› A prevalência das mulheres entre os mais escolarizados 
ocorre a partir do ensino médio e se estende ao 
superior. 
› Em 2007, entre os que têm de 9 a 11 anos de estudo, 
mais da metade são mulheres e entre aqueles que têm 
mais de 12 anos de estudo, 57% são do sexo feminino . 
› Numa outra perspectiva, segundo dados do Censo 
Escolar, em 2006, 54% das matrículas e 58% das 
conclusões no ensino médio eram femininas 
› Segundo informações do Censo do Ensino Superior, em 
2007, mais da metade dos ingressantes e 60% dos 
concluintes do ensino superior são do sexo feminino. 
http://www.fcc.org.br/bdmulheres/serie3.php?area=series
Diferenças salariais 
› “Para atuar em ambientes majoritariamente 
masculinos, as mulheres enfrentam barreiras 
que vão desde simples dificuldades de 
comunicação à remuneração. O Censo 
aponta que em 2010 o salário médio das 
mulheres no setor de TI era 34% menor que o 
dos homens. Nos cargos de chefia a situação 
era pior: eles ganhavam em média R$ 5.478 e 
elas, R$ 1.909, 65% menos.” 
http://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/mulheres-ainda-sao-poucas-no-mercado- 
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Porque as mulheres não estão 
optando por computação? 
› Horas extras necessárias no final dos 
projetos as afastam da família? 
”One reason for this is because women have 
historically chosen lower-paying yet fulfilling 
jobs like teaching or journalism, whereas their 
male counterparts, sometimes considered 
family providers, choose high-paying careers 
like computer science and engineering” 
http://readwrite.com/2014/09/02/women-in-computer- 
science-why-so-few
Cultura 
› “Other contributing factors, according to 
academic experts I interviewed, include a 
culture that encourages young women to 
play with dolls rather than robots and 
pursue traditionally female careers, as 
well as the self-perpetuating stereotype 
that a programmer is a white male. 
Sometimes women can feel like they 
don’t belong in a technical world 
dominated by men.”
Percepção das meninas 
› When girls are told that boys are naturally 
better at computer science, their test 
scores were 75% lower than boys. If they 
were not told this ahead of time, they 
scored the same 
› 90% of girls ‘want to help people’ in their 
careers, and think that ‘computer science 
doesn’t help people’ 
http://www.edudemic.com/girls-computer-science- 
degrees/
Participação no mercado 
› “Among the 
top employers in Silicon Valley, including 
Facebook, Google, Twitter and Apple, 
70% of the workforce is male. In technical 
roles, the disparity is even greater. At 
Twitter, for instance, only 
10% of the technical workforce is female”
Conclusões 
› A motivação para a carreira de 
computação (STEM) caiu em geral, não 
só para mulheres. 
› O número de opções de cursos novos 
aumentou. 
› Ensino médio deficiente. 
› Computação introduzida muito tarde.
Referências 
› (2011) http://www.ted.com/talks/ 
megan_kamerick_women_should_represent_wom 
en_in_media#t-58645; 
› http://www.dailymail.co.uk/news/article-2621807/ 
Last-surviving-women-operated-code-breaking- 
Colossus-computer-Bletchley-Park-Second-World- 
War-reunited-70-years.html

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Mulheres Pioneiras e a Trajetória na Computação

  • 1. Um Recorde da Trajetória das Mulheres na Computação Itana Gimenes Departamento de Informática UEM, PR
  • 2. Vírginia Wolf(1882-1941) ... E quando estava escrevendo aquela resenha , descobri que, se fosse resenhar livros, ia ter de combater um certo fantasma. E o fantasma era uma mulher, e quando a conheci melhor, dei a ela o nome de “O Anjo do Lar”. Era ela que costumava aparecer entre mim e o papel enquanto eu fazia as resenhas. Era ela que me incomodava, tomava meu tempo e me atormentava tanto que no fim matei essa mulher ....
  • 3. Ela era extremamente simpática Imensamente encantadora Totalmente altruísta Excelente nas difíceis artes de convívio familiar Sacrificava-se todos os dias Se o almoço era frango, ela ficava com o pé; Se havia ar encanado, era ali que ela ia sentar – em suma, seu feitio era nunca ter opinião ou vontade própria, e preferia sempre concordar com as opiniões e vontade dos outros ... Profissões para mulheres e outros artigos
  • 4. Agenda › Pioneiras da Computação. › Mulheres Brasileiras. › Discussões sobre aspectos da mulher na computação.
  • 5. Ada • Nascida em 1815, filha de um poeta; • Estudou matemática; • Em 1834 tomou conhecimento das ideas de Charles Babbage de criar uma nova máquina de cálculos; • Ela escreveu para Babbage um plano de como calcular números de Bernoulli (~1843); • Este plano é tido como um primeiro programa de computador. • Em 1979, uma linguagem de programação foi nomeada Ada em sua homenagem.
  • 6. Programando o Colossous › Programação do Colossous, primeiro computador eletrônico programável, 1942. › Colossous foi utilizado para decodificar mensagens na segunda guerra mundial. › WRENs (Women Royal’s Nave Service). Bletchley Park, Inglaterra
  • 7. Colossous › O computador era enorme, tinha 7ft x 17ft x 11ft; pesava 1 tonelada e 8kw de potência. › Tinha 2.500 portas lógicas, 100.000 resistores conectados por 7 km de fios. › Colossous contribuiu para encurtar a guerra salvando milhares de vidas. › Foi reconstruído em 2007 e está exposto no Bletchley Park. › Neste mesmo museu está a história de Alan Turing. › Ver curso de Internet History, Coursera – Fundação Lemann (https://www.coursera.org/course/ insidetheinternet)
  • 8. Foto rara tirada durante a guerra quando fotos eram proíbidas Publicada em Mailonline, Maio, 2014
  • 9. 1. Margaret Mortimer. 2. Margaret O-Connel; 3. Lorna Cockayne; 4.Margaret Kelly; 5. Joanna Chorley; 6. Betty Warwick.
  • 10. Outras › Existem vários outros exemplos de mulheres inseridas na computação à medida que a ciência e a tecnologia foi se popularizando. › http://women.cs.cmu.edu/ada/ Resources/Women/ › Scwartz et al, Mulheres na Informática, cadernos pagu (27), julho-dezembro de 2006: pp.255-278.
  • 11. Mulheres Brasileiras na Computação › Nos anos 1970s, criaram-se cursos de formação de técnicos em processamento de dados no Brasil (3 anos). › Computador era anunciado como uma máquina que podia substituir os humanos, uma máquina mágica que podia tornar nossa vida mais simples. › Anuciava-se uma demanda alta por profissionais de informática.
  • 12. Mulheres Brasileiras na Computação › Em 1977, a UFBA transformou o curso de Técnico (curta duração) para Bacharelado em Processamento de Dados. › Turma de graduação, em 1977, era dividida entre homens e mulheres. › Em 1979 quando comecei a trabalhar no Banco Econômico tinha aproximadamente 30% de mulheres. › Não havia discriminação perceptível que impedisse o desenvolvimento do nosso trabalho.
  • 13. Mulheres Brasileiras na Computação › As mulheres eram vistas como excelentes programadoras: › Pacientes; › Cuidadosas com o preenchimento das folhas de programação; › Eficientes.
  • 15. Mulheres Brasileiras na Computação › 1981comecei a trabalhar na Caraíba Metais no Departamento de Engenharia de Produção da Indústria no polo Petroquímico de Camaçari. › Única mulher do setor. › Dificuldades de relacionamento.
  • 16. Mulheres Brasileiras na Computação › 1983 entrei no mestrado na UNICAMP. › 1986 entrei na carreira acadêmica na UEM. › Na carreira acadêmica havia um misto de homens e mulheres. › Por volta de 2005 começou um rápido decréscimo com turmas com 1 ou 2 mulheres. › Recentemente o número de mulheres nas turmas da UEM tem voltado a crescer lentamente com aproximadamente 6 mulheres por turma.
  • 17. Mulheres Brasileiras na Computação › Liane Tarouco › Graduação em Física, 1970. › Doutorado em engenharia elétrica, USP, 1990. › Professora da UFRGS. › Vários prêmios. › Prêmio SBRC Destaque 2013.
  • 18. Mulheres Brasileiras na Computação › Therezinha Costa, professora da PUC-Rio. › Foi contratada em 1971 como analista de sistemas pelo então diretor da RDC, Luís Martins. › Trabalhou como tesoureira da SBC durante anos. › Recebeu o Prêmio Newton Faller da SBC em 2010.
  • 19. Mulheres Brasileiras na Computação › Ana Regina Rocha › Graduação em matemática, 1971. › Doutorado na PUC-Rio, 1983. › Mentora da área de qualidade de software no Brasil. › Umas das criadoras do MPS-BR. › Muitos prêmos na área de qualidade de software. › Prêmio de Contribuição Relevante em engenharia de software, 2009.
  • 20. Mulheres Brasileiras na Computação › Cláudia Maria Bauzer Medeiros › Graduação em engenharia elétrica, 1976. › Doutorado, em ciência da computação, U. Waterloo, 1985. › Atua na área de Banco de Dados. › Prêmio Newton Faller, 2000. › Prêmio Ordem Nacional do Mérito Científico, classe comendador – Ciências Tecnológicas, Presidência da República, 2008. › Presidente da SBC 2003-2007.
  • 21. Eventos › VIII WIT/CSBC › Karin Breitman › Mirella Moro. › CBSOFT, 2013 – Painel WIT em Software. › Vários internacionais
  • 22. Resumo da trajetória › 1970 – 1980 formação em matemática ou engenharia; › 1980 – formação em computação; › Participação nos cursos era maior no início e caiu novamente (De 36% em 1985 para 18% em 2012). http://www.edudemic.com/girls-computer-science- degrees/
  • 23. Discussões › No Brasil › Situação social das mulheres em geral é ruim, ainda enfrentamos violência contra a mulher – Lei Maria da Penha. › Em 2013 tivemos uma aluna assassinada por um namorado. › Últimas eleições – apenas 10% do congresso nacional é formado por mulheres.
  • 24. Respeito pela capacidade da mulher › “I was told when I was in school that women were incapable of understanding math and science,” she said. “Today, saying something like that simply isn’t socially acceptable. Rebecca Parsons, Harvard, 2014. › “Underrepresentation leads to continued underrepresentation,” she said. “We all need to work toward making our workplaces and communities more welcoming.” Margo Seltzer, Harvard, 2014. › “I am sometimes unable to build diverse teams because of so many women opting out” of software engineering. Kimber Lockart, Havard, 2014. http://www.hcs.harvard.edu/~harvardwomenincs/about.php
  • 25. Nível educacional das mulheres › A prevalência das mulheres entre os mais escolarizados ocorre a partir do ensino médio e se estende ao superior. › Em 2007, entre os que têm de 9 a 11 anos de estudo, mais da metade são mulheres e entre aqueles que têm mais de 12 anos de estudo, 57% são do sexo feminino . › Numa outra perspectiva, segundo dados do Censo Escolar, em 2006, 54% das matrículas e 58% das conclusões no ensino médio eram femininas › Segundo informações do Censo do Ensino Superior, em 2007, mais da metade dos ingressantes e 60% dos concluintes do ensino superior são do sexo feminino. http://www.fcc.org.br/bdmulheres/serie3.php?area=series
  • 26. Diferenças salariais › “Para atuar em ambientes majoritariamente masculinos, as mulheres enfrentam barreiras que vão desde simples dificuldades de comunicação à remuneração. O Censo aponta que em 2010 o salário médio das mulheres no setor de TI era 34% menor que o dos homens. Nos cargos de chefia a situação era pior: eles ganhavam em média R$ 5.478 e elas, R$ 1.909, 65% menos.” http://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/mulheres-ainda-sao-poucas-no-mercado- de-computacao-12242530
  • 27. Porque as mulheres não estão optando por computação? › Horas extras necessárias no final dos projetos as afastam da família? ”One reason for this is because women have historically chosen lower-paying yet fulfilling jobs like teaching or journalism, whereas their male counterparts, sometimes considered family providers, choose high-paying careers like computer science and engineering” http://readwrite.com/2014/09/02/women-in-computer- science-why-so-few
  • 28. Cultura › “Other contributing factors, according to academic experts I interviewed, include a culture that encourages young women to play with dolls rather than robots and pursue traditionally female careers, as well as the self-perpetuating stereotype that a programmer is a white male. Sometimes women can feel like they don’t belong in a technical world dominated by men.”
  • 29. Percepção das meninas › When girls are told that boys are naturally better at computer science, their test scores were 75% lower than boys. If they were not told this ahead of time, they scored the same › 90% of girls ‘want to help people’ in their careers, and think that ‘computer science doesn’t help people’ http://www.edudemic.com/girls-computer-science- degrees/
  • 30. Participação no mercado › “Among the top employers in Silicon Valley, including Facebook, Google, Twitter and Apple, 70% of the workforce is male. In technical roles, the disparity is even greater. At Twitter, for instance, only 10% of the technical workforce is female”
  • 31. Conclusões › A motivação para a carreira de computação (STEM) caiu em geral, não só para mulheres. › O número de opções de cursos novos aumentou. › Ensino médio deficiente. › Computação introduzida muito tarde.
  • 32. Referências › (2011) http://www.ted.com/talks/ megan_kamerick_women_should_represent_wom en_in_media#t-58645; › http://www.dailymail.co.uk/news/article-2621807/ Last-surviving-women-operated-code-breaking- Colossus-computer-Bletchley-Park-Second-World- War-reunited-70-years.html