SlideShare a Scribd company logo
1 of 48
Download to read offline
Profa. Dra. Catarina Argolo
Antropologia em imagens
Modo de Comunicação visual
Profa. Dra. Catarina Argolo
“O conceito de “antropologia visual” representa
uma forma bastante recente de expressar a
vontade de enriquecer o discurso antropológico
fundamentalmente atrelado ao verbal escrito.
A expressão “antropologia visual”, todavia, é
redundante e não passa de uma “etiqueta” se
lembrarmos que a antropologia, enquanto
ciência da observação, nasceu com a descoberta
da fotografia na primeira metade do século XIX”.
(Étienne Samain)
Profa. Dra. Catarina Argolo
Étienne Samain
Profa. Dra. Catarina Argolo
PERÍODO:
Segunda metade do século XIX com a Revolução
industrial e a “era da reprodutibilidade técnica” :
invenção da fotografia e do cinema.
Surgimento como ‘auxiliar’ das pesquisas de
campo, como também de registro e
documentação de grupos étnicos e práticas
culturais ameaçadas de desaparecimento pelo
avanço da política neocolonial.
No princípio, garantia a objetividade do olhar do
antropólogo diante de outros povos e costumes.
Profa. Dra. Catarina Argolo
Captar dados
Possibilitar a comunicação-interação sujeito-
objeto
Promover o desencadeamento de diálogos
Ilustrar um texto argumentativo
Profa. Dra. Catarina Argolo
Ser instrumento de divulgação didático-
acadêmica e/ou social.
Determinar e analisar as propriedades dos
sistemas visuais e suas estratégias
discursivas, as condições da sua
interpretação, relacionando esses sistemas
particulares com as complexidades dos
processos políticos e sociais dos quais são
parte.
Profa. Dra. Catarina Argolo
Estudar o uso dos meios visuais na
disseminação do conhecimento antropológico.
Apreender os sentidos ou significação de
determinado fato social, desvendar a sua
complexidade conceitual e entender como os
próprios atores interpretam e problematizam
as suas práticas e valores.
Profa. Dra. Catarina Argolo
Interpretar o fato social como um passo
intermediário entre a compreensão e a
explicação, e com atitude de um
“tradutor”, posto que as representações
antropológicas geralmente são feitas de
uma cultura para outra.
Profa. Dra. Catarina Argolo
Profa. Dra. Catarina Argolo
“As imagens nos fazem pensar, carregam e
veiculam pensamentos. [...] As imagens têm
uma vida própria, elas conversam e dialogam
entre si. (É preciso) desvendar [...] o que elas
pensam, [...] como elas pensam e [...] o que se
recusam a dizer” (Étienne Samain).
Profa. Dra. Catarina Argolo
Profa. Dra. Catarina Argolo
O discurso antropológico é um processo
representacional e comunicativo, em sua
dimensão epistemológica ou de produção de
conhecimento, no qual os elementos
imagéticos estáticos (fotografia) e dinâmicos
(filme, vídeo), e/ou a sua combinação nos
suportes multimídia, constituem importantes
recursos descritivos para a reflexão
antropológica (Parés, 2004).
Profa. Dra. Catarina Argolo
• O estudo do uso dos meios visuais na
disseminação do conhecimento
antropológico.
Profa. Dra. Catarina Argolo
Japão
Profa. Dra. Catarina Argolo
Profa. Dra. Catarina Argolo
• Análise das imagens como um meio
privilegiado na compreensão simbólica da vida
em sociedade.
• Estudo das imagens como meio de expressar a
concepção individual e grupal de pessoa
humana.
• Análise das manifestações estéticas e
artísticas como parte da história e das
experiências de uma sociedade, da sua
especificidade, autonomia e valor estético.
Profa. Dra. Catarina Argolo
• A interface com áreas como, as artes, a
tecnologia e a comunicação social gera um
repertório aberto, renovado com novas
perguntas ou formulações, e produz um
movimento espiralado de construção do
pensamento social.
• A interface com outras áreas e autores
possibilita a transformação, construção e
reconstrução de novos conceitos para a
produção científica.
Profa. Dra. Catarina Argolo
Danças circulares sagradas
A dança (1909-1910), tela a óleo
do pintor francês Henri Matisse
exposta no Museu Hermitage de
São Petersburgo, na Rússia.
Profa. Dra. Catarina Argolo
Coleção de calçados para a marca
Melissa, criada pelo estilista
Alexandre Herchcovitch, inspirada
na tribo africana Ndebele.
Exemplo de pesquisa ‘etnográfica’
(cultura material de um grupo
étnico) para fins de criação e
comércio.
Profa. Dra. Catarina Argolo
O uso de imagens
conhecidas do público em
contexto distinto do qual foi
concebida, gera um novo
significado da imagem.
Profa. Dra. Catarina Argolo
A Antropologia visual não é uma disciplina
independente, nem mesmo uma subárea como a
Antropologia política ou uma Antropologia do
Cinema. Trata-se sim, da mesma e velha Antropologia
de sempre, mas apresentada sobre este outro
continente que é a comunicação visual (Rodolpho,
1995, p. 225).
Profa. Dra. Catarina Argolo
Captar dados (dado bruto para posterior
avaliação)
Possibilitar a comunicação-interação sujeito-
objeto
Servir de instrumento de divulgação didático-
acadêmica e/ou social.
A seleção e edição constituem modos de interpretação
prévia, um recorte subjetivo do fato analisado.
As imagens podem funcionar, não como representações
fieis da realidade fenomenológica, mas como uma janela
aberta para aceder à realidade invisível que se oculta por
trás da aparência sensível (Parés, 2004).
Profa. Dra. Catarina Argolo
Ambos atuam num mesmo processo de
observação científica.
O surgimento ocorre na mesma época, durante
a expansão industrial e diante de uma atitude
mais analítica perante os fatos científicos.
No século XIX, o objeto de observação tanto do
cinema e da antropologia era o “outro”, o tipo
“exótico”, a realidade distante.
Profa. Dra. Catarina Argolo
Ao longo do século XX, ocorreram diversas
reestruturações a partir das dinâmicas
sociohistóricas que influenciaram o
posicionamento da antropologia visual e do
cinema diante dos modelos globais.
“As tendências visualizantes do discurso
antropológico abririam também o caminho à
representação cinematográfica das culturas”
(José da Silva Ribeiro).
Profa. Dra. Catarina Argolo
• A modernidade se concretizou no cinema e
através dele, nos primeiros filmes, instituições
cinematográficas, ascensão da linguagem
visual como discurso social e cultural.
Profa. Dra. Catarina Argolo
“Como antropólogo, penso que se deve dar uma prioridade
às imagens que interpelam e questionam. São essas imagens
que podemos chamar de verdadeiramente artísticas na
medida em que procedem de um duplo pensamento
científico: o primeiro, aproximadamente ajustado ao da
percepção e da imaginação, e o outro mais afastado desta
intuição sensível. É na intersecção desses “dois níveis
estratégicos” do pensamento humano que Claude Lévi-
Strauss situava a arte, epicentro de uma antropologia a ser
redefinida” (Étienne Samain).
Profa. Dra. Catarina Argolo
• A documentação visual pode constituir-se numa
“meta-realidade”, acessível e permanente, a partir
e em torno da qual se desenvolve o exercício
interpretativo (Parés, 2004).
• A Antropologia utilizou a experiência de fotógrafos
para produção de vários filmes etnográficos com o
objetivo de capturar aspectos da vida do nativo e
compreender melhor a cultura de determinada
comunidade.
Profa. Dra. Catarina Argolo
Profa. Dra. Catarina Argolo
Profa. Dra. Catarina Argolo
•Margareth Mead
•Gregory Bateson
•Franz Boas
Profa. Dra. Catarina Argolo
Os antropólogos culturalistas, Margareth Mead
e Gregory Bateson, realizaram valiosos registros
sobre o modo de vida balinês e documentaram
diversos aspectos do cotidiano dos seus
habitantes.
Profa. Dra. Catarina Argolo
Bronislaw Malinowski é considerado o criador
do método do trabalho de campo, seus
registros visuais no Pacífico Sul enriquecem a
sua Etnologia.
Profa. Dra. Catarina Argolo
Profa. Dra. Catarina Argolo
Franz Boas pesquisando entre os Inuit,
realizou documentários curtos com os nativos,
registrando suas danças e festas.
Boas utilizou
a fotografia
em todas sua
temporadas de
trabalho de campo.
Profa. Dra. Catarina Argolo
Redefinição da Antropologia visual para uma
Antropologia da comunicação visual.
Segundo CANEVACCI (2001), “ (...) o visual leva
a multiplicar as tramas da comunicação
dentro de suas respectivas culturas”.
Profa. Dra. Catarina Argolo
Os nativos negam-se o papel de simples
objetos observados e participam ativamente
da renovação da Antropologia visual
apresentando os seus próprios pontos de vista
a partir de suas dinâmicas sociais.
A Antropologia visual é usada como recurso
de afirmação identitária e reconhecimento
cultural pelos povos nativos.
Profa. Dra. Catarina Argolo
Desenvolveu pesquisas junto aos Caiapós
(Kayapós) nas quais os recursos visuais são
explorados pelos próprios nativos, dando
outros significados para as suas práticas,
diferentes dos sentidos dados pelo
antropólogo.
Profa. Dra. Catarina Argolo
Os xavantes do Vale do Xingu desenvolvem
projetos de produção visual e discutem seus
pontos de vista a partir de uma visão que
elaboram de si mesmos e das suas
especificidades culturais.
Documentário sobre a tribo
ETENHIRITIPÁ:
Cada gesto e cada som têm
um significado especial,
para pedir a proteção dos
ancestrais.
Profa. Dra. Catarina Argolo
Antropologia visual da “era da
reprodutibilidade técnica” e da expansão
industrial à era da globalização e da
transformação digital.
Profa. Dra. Catarina Argolo
Segundo o antropólogo italiano Massimo Canevacci
(1992):
a antropologia da comunicação visual, se
encarrega de estudar as características da
comunicação visual humana, como a fotografia e
o cinema;
a antropologia visual, por sua vez, se ocupa do
processo de documentação visual das realidades
sociais estudadas.
Profa. Dra. Catarina Argolo
Grupos urbanos - Antropologia visual urbana
Não restam dúvidas que as roupas e acessórios, utilizados
por um indivíduo, carregam signos que mostram
características sobre sua personalidade e estilo de vida.
Também é interessante refletir sobre a formação dos
grupos urbanos e os seus tipos particulares de se vestir e
se comportar. Compreendendo a história de cada grupo
urbano, pode-se perceber, primeiramente, a diversidade
visual que separa e qualifica cada um deles.
Profa. Dra. Catarina Argolo
Mas, além da questão visual, é necessário observar que
essa distinção visual se dá por conta das diferentes
visões de mundo encontradas na urbe.
“A roupa torna-se, portanto, uma expressão, apresentação,
comunicação em diversas instâncias ou maneira de
produzir a diferenciação de indivíduos ou grupos, assim
como a interação entre estes.” (Brandini, 2007, p. 26).
Profa. Dra. Catarina Argolo
A Antropologia visual é um terreno fértil para as
ações afirmativas e a prática do relativismo
cultural.
O processo de emergências étnicas vem
beneficiando-se das tecnologias visuais para
apresentar seus projetos de reforço identitário.
Segundo CANEVACCI (2001), os nativos recusam
serem vistos enquanto objetos museificados e
catalogados, apontando mudanças na visão de si
e dos outros.
Profa. Dra. Catarina Argolo
• AOKI, Shoichi. Fruits. Londres: Phaidon, 2001.
• COLLIER JR., John. Antropologia visual: a fotografia como método de pesquisa. São Paulo: EDUSP,
1973.
• Encontro dançar em círculo. OVƎRMUNDO: artigos, entrevistas e críticas sobre cultura do Brasil.
Disponível em: <http://www.overmundo.com.br/uploAds/agenda/img/421x272x117
6743845_danca_medittativa.jpg.pagespeed.ic.IIRjI4F5-7.jpg> Acesso em> 17 mar 2013.
• HERCHOVITCH, Alexandre. Sandália Melissa 1. Fonte: <http://artesvisuaisnaescolaclasse4>
Disponível em:< http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/fotos.php?evento=1> Acesso em:
17 mar 2013.
• MATISSE, Henri. “A dança”. Fonte: http://collecta.blogspot.com. Disponível em:<
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/fotos.php?evento=1> Acesso em: 17 mar 2013.
• Mona Lisa Mon Bijou (Bombril) – 1998. Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/-
_wQYtbqX2u4/Uml4psRTFDI/AAAAAAAAY1E/q9sANnlo_c/s1600/mon+bijou+bombril+carlos+more
no+monalisa+em+1998.jpg> Acesso em: 17 mar 2013.
• PARÉS, Luís Nicolau. Algumas considerações em torno da Antropologia visual. Coluna. dez - jan
2000/2001. Disponível em: <http://www.antropologia.com.br/colu/colu3.html> Acesso em: 18 mar
2013.
• SAMAIN, Étienne. Muito além da ilustração. Jornal da Unicamp. Disponível em:
< http://www.unicamp.br/unicamp/ju/550/muito-alem-da-ilustracao > Acesso em: 17 mar 2013.
Profa. Dra. Catarina Argolo

More Related Content

What's hot

Fundamentos de psicopatologia
Fundamentos de psicopatologiaFundamentos de psicopatologia
Fundamentos de psicopatologia
UNICEP
 
Psicopatologia I - Aula 1: Introdução aos Conceitos da Psicopatologia.
Psicopatologia I - Aula 1: Introdução aos Conceitos da Psicopatologia.Psicopatologia I - Aula 1: Introdução aos Conceitos da Psicopatologia.
Psicopatologia I - Aula 1: Introdução aos Conceitos da Psicopatologia.
Alexandre Simoes
 

What's hot (20)

Existencialismo
ExistencialismoExistencialismo
Existencialismo
 
Slide Ana Bock 2.pdf
Slide Ana Bock 2.pdfSlide Ana Bock 2.pdf
Slide Ana Bock 2.pdf
 
1 Resumo: cultura, um conceito antropológico (LARAIA)
1 Resumo: cultura, um conceito antropológico (LARAIA)1 Resumo: cultura, um conceito antropológico (LARAIA)
1 Resumo: cultura, um conceito antropológico (LARAIA)
 
Psicanalise Ontem Psicanalise Hoje
Psicanalise Ontem Psicanalise HojePsicanalise Ontem Psicanalise Hoje
Psicanalise Ontem Psicanalise Hoje
 
Psicanálise
PsicanálisePsicanálise
Psicanálise
 
Multiculturalismo
MulticulturalismoMulticulturalismo
Multiculturalismo
 
Slide Ética e Moral
Slide Ética e MoralSlide Ética e Moral
Slide Ética e Moral
 
Fundamentos de psicopatologia
Fundamentos de psicopatologiaFundamentos de psicopatologia
Fundamentos de psicopatologia
 
Fenomenologia
FenomenologiaFenomenologia
Fenomenologia
 
Psicopatologia I - Aula 1: Introdução aos Conceitos da Psicopatologia.
Psicopatologia I - Aula 1: Introdução aos Conceitos da Psicopatologia.Psicopatologia I - Aula 1: Introdução aos Conceitos da Psicopatologia.
Psicopatologia I - Aula 1: Introdução aos Conceitos da Psicopatologia.
 
Fenomenologia - uma breve introdução
Fenomenologia - uma breve introduçãoFenomenologia - uma breve introdução
Fenomenologia - uma breve introdução
 
Fenomenologia de Husserl
Fenomenologia de HusserlFenomenologia de Husserl
Fenomenologia de Husserl
 
Sexo e temperamento
Sexo e temperamentoSexo e temperamento
Sexo e temperamento
 
Antropologia.
Antropologia.Antropologia.
Antropologia.
 
Escolas da Psicologia 1a. Aula
Escolas da Psicologia 1a. AulaEscolas da Psicologia 1a. Aula
Escolas da Psicologia 1a. Aula
 
ética e psicanálise
ética e psicanáliseética e psicanálise
ética e psicanálise
 
slides da história da psicologia
slides da história da psicologiaslides da história da psicologia
slides da história da psicologia
 
Introdução À Psicanálise
Introdução À PsicanáliseIntrodução À Psicanálise
Introdução À Psicanálise
 
Psicologia social
Psicologia socialPsicologia social
Psicologia social
 
Aula 1 - Introdução à Psicologia
Aula 1 - Introdução à PsicologiaAula 1 - Introdução à Psicologia
Aula 1 - Introdução à Psicologia
 

Similar to Antropologia visual

Novos espaços, novas etnografias: o “novo” objeto da Antropologia_23Nov2012
Novos espaços, novas etnografias: o “novo” objeto da Antropologia_23Nov2012Novos espaços, novas etnografias: o “novo” objeto da Antropologia_23Nov2012
Novos espaços, novas etnografias: o “novo” objeto da Antropologia_23Nov2012
Adelina Silva
 
ksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksks
ksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksks
ksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksks
JoseAugustoAragao
 
orientação e técnica para o uso da fotografia como instrumento de pesquisa em...
orientação e técnica para o uso da fotografia como instrumento de pesquisa em...orientação e técnica para o uso da fotografia como instrumento de pesquisa em...
orientação e técnica para o uso da fotografia como instrumento de pesquisa em...
Carlos Recuero
 

Similar to Antropologia visual (20)

Palestra antropologia visual
Palestra antropologia visual Palestra antropologia visual
Palestra antropologia visual
 
Etografia com imagens
Etografia com imagensEtografia com imagens
Etografia com imagens
 
Anthropologicas
AnthropologicasAnthropologicas
Anthropologicas
 
pesquisa antropologica
pesquisa antropologicapesquisa antropologica
pesquisa antropologica
 
A noção de iconologia de Erwin Panofsky
A noção de iconologia de Erwin PanofskyA noção de iconologia de Erwin Panofsky
A noção de iconologia de Erwin Panofsky
 
Novos espaços, novas etnografias: o “novo” objeto da Antropologia_23Nov2012
Novos espaços, novas etnografias: o “novo” objeto da Antropologia_23Nov2012Novos espaços, novas etnografias: o “novo” objeto da Antropologia_23Nov2012
Novos espaços, novas etnografias: o “novo” objeto da Antropologia_23Nov2012
 
A escrita e imagem
A escrita e imagemA escrita e imagem
A escrita e imagem
 
Etnografia e Marketing por Paulo Abdala
Etnografia e Marketing por Paulo AbdalaEtnografia e Marketing por Paulo Abdala
Etnografia e Marketing por Paulo Abdala
 
Breve história da antropologia visual
Breve história da antropologia visualBreve história da antropologia visual
Breve história da antropologia visual
 
Antropologia da religião 2
Antropologia da religião 2Antropologia da religião 2
Antropologia da religião 2
 
Antropologia introdução
Antropologia introduçãoAntropologia introdução
Antropologia introdução
 
ksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksks
ksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksks
ksksksksksksksksksksksksksksksksksksksksks
 
orientação e técnica para o uso da fotografia como instrumento de pesquisa em...
orientação e técnica para o uso da fotografia como instrumento de pesquisa em...orientação e técnica para o uso da fotografia como instrumento de pesquisa em...
orientação e técnica para o uso da fotografia como instrumento de pesquisa em...
 
Atropologia e cultura pricila farfan barroso
Atropologia e cultura   pricila farfan barrosoAtropologia e cultura   pricila farfan barroso
Atropologia e cultura pricila farfan barroso
 
Aula 3
Aula 3Aula 3
Aula 3
 
obrigações de Axé
obrigações de Axé obrigações de Axé
obrigações de Axé
 
Etnografia deficientes visuais
Etnografia deficientes visuaisEtnografia deficientes visuais
Etnografia deficientes visuais
 
Fabiene Gama RBSE
Fabiene Gama RBSEFabiene Gama RBSE
Fabiene Gama RBSE
 
Cempi – aula antropologia cultural 1
Cempi – aula antropologia cultural  1Cempi – aula antropologia cultural  1
Cempi – aula antropologia cultural 1
 
Estudos culturais e antropologicos
Estudos culturais e antropologicosEstudos culturais e antropologicos
Estudos culturais e antropologicos
 

More from Catarina Argolo

More from Catarina Argolo (19)

"A cor do traje da baiana e suas leituras contemporâneas"
"A cor do traje da baiana e suas leituras contemporâneas""A cor do traje da baiana e suas leituras contemporâneas"
"A cor do traje da baiana e suas leituras contemporâneas"
 
"Traje e imaginário na moda e Festa de Dois de julho: consonâncias entre ambo...
"Traje e imaginário na moda e Festa de Dois de julho: consonâncias entre ambo..."Traje e imaginário na moda e Festa de Dois de julho: consonâncias entre ambo...
"Traje e imaginário na moda e Festa de Dois de julho: consonâncias entre ambo...
 
Estetica vestimentar no espaço urbano de Salvador (Bahia)
Estetica vestimentar no espaço urbano de Salvador (Bahia)Estetica vestimentar no espaço urbano de Salvador (Bahia)
Estetica vestimentar no espaço urbano de Salvador (Bahia)
 
Possibilidades do suporte têxtil na arte contemporânea
Possibilidades do suporte têxtil na arte contemporânea Possibilidades do suporte têxtil na arte contemporânea
Possibilidades do suporte têxtil na arte contemporânea
 
Gravura, cidade e intervenções artísticas
Gravura, cidade e intervenções artísticasGravura, cidade e intervenções artísticas
Gravura, cidade e intervenções artísticas
 
O tempo e os tempos da gravura
O tempo e os tempos da gravuraO tempo e os tempos da gravura
O tempo e os tempos da gravura
 
As especificidades das linguagens artísticas
As especificidades das linguagens artísticasAs especificidades das linguagens artísticas
As especificidades das linguagens artísticas
 
Natureza-morta:conceitos e interpretações
Natureza-morta:conceitos e interpretaçõesNatureza-morta:conceitos e interpretações
Natureza-morta:conceitos e interpretações
 
Procedimentos pictóricos: pinturas de base, aguadas, alla prima, camada sobre...
Procedimentos pictóricos: pinturas de base, aguadas, alla prima, camada sobre...Procedimentos pictóricos: pinturas de base, aguadas, alla prima, camada sobre...
Procedimentos pictóricos: pinturas de base, aguadas, alla prima, camada sobre...
 
Os principais suportes para a pintura
Os principais suportes para a pinturaOs principais suportes para a pintura
Os principais suportes para a pintura
 
Figuração e abstração na arte contemporânea
Figuração e abstração na arte contemporânea Figuração e abstração na arte contemporânea
Figuração e abstração na arte contemporânea
 
A pintura contemporânea e sua relação com a fotografia
A pintura contemporânea e sua relação com a fotografia A pintura contemporânea e sua relação com a fotografia
A pintura contemporânea e sua relação com a fotografia
 
Marchands,curadores e galerias de arte_II Parte
Marchands,curadores e galerias de arte_II ParteMarchands,curadores e galerias de arte_II Parte
Marchands,curadores e galerias de arte_II Parte
 
Marchands, curadores e galerias de arte_I Parte
Marchands, curadores e galerias de arte_I ParteMarchands, curadores e galerias de arte_I Parte
Marchands, curadores e galerias de arte_I Parte
 
A teoria da visibilidade pura
A teoria da visibilidade puraA teoria da visibilidade pura
A teoria da visibilidade pura
 
O Positivismo e os museus no Século XIX
O Positivismo e os museus no Século XIXO Positivismo e os museus no Século XIX
O Positivismo e os museus no Século XIX
 
Analise da imagem
Analise da imagemAnalise da imagem
Analise da imagem
 
O nao-verbal como linguagem em design
O nao-verbal como linguagem em designO nao-verbal como linguagem em design
O nao-verbal como linguagem em design
 
Ergonomia visual
Ergonomia visualErgonomia visual
Ergonomia visual
 

Recently uploaded

Recently uploaded (20)

Apresentação sobre Robots e processos educativos
Apresentação sobre Robots e processos educativosApresentação sobre Robots e processos educativos
Apresentação sobre Robots e processos educativos
 
Sismologia_7ºano_causas e consequencias.pptx
Sismologia_7ºano_causas e consequencias.pptxSismologia_7ºano_causas e consequencias.pptx
Sismologia_7ºano_causas e consequencias.pptx
 
Nós Propomos! Canil/Gatil na Sertã - Amigos dos Animais
Nós Propomos! Canil/Gatil na Sertã - Amigos dos AnimaisNós Propomos! Canil/Gatil na Sertã - Amigos dos Animais
Nós Propomos! Canil/Gatil na Sertã - Amigos dos Animais
 
Enunciado_da_Avaliacao_1__Sistemas_de_Informacoes_Gerenciais_(IL60106).pdf
Enunciado_da_Avaliacao_1__Sistemas_de_Informacoes_Gerenciais_(IL60106).pdfEnunciado_da_Avaliacao_1__Sistemas_de_Informacoes_Gerenciais_(IL60106).pdf
Enunciado_da_Avaliacao_1__Sistemas_de_Informacoes_Gerenciais_(IL60106).pdf
 
MARCHA HUMANA. UM ESTUDO SOBRE AS MARCHAS
MARCHA HUMANA. UM ESTUDO SOBRE AS MARCHASMARCHA HUMANA. UM ESTUDO SOBRE AS MARCHAS
MARCHA HUMANA. UM ESTUDO SOBRE AS MARCHAS
 
Slides Lição 8, CPAD, Confessando e Abandonando o Pecado.pptx
Slides Lição 8, CPAD, Confessando e Abandonando o Pecado.pptxSlides Lição 8, CPAD, Confessando e Abandonando o Pecado.pptx
Slides Lição 8, CPAD, Confessando e Abandonando o Pecado.pptx
 
"Nós Propomos! Mobilidade sustentável na Sertã"
"Nós Propomos! Mobilidade sustentável na Sertã""Nós Propomos! Mobilidade sustentável na Sertã"
"Nós Propomos! Mobilidade sustentável na Sertã"
 
Meu corpo - Ruth Rocha e Anna Flora livro
Meu corpo - Ruth Rocha e Anna Flora livroMeu corpo - Ruth Rocha e Anna Flora livro
Meu corpo - Ruth Rocha e Anna Flora livro
 
HISTORIA DA XILOGRAVURA A SUA IMPORTANCIA
HISTORIA DA XILOGRAVURA A SUA IMPORTANCIAHISTORIA DA XILOGRAVURA A SUA IMPORTANCIA
HISTORIA DA XILOGRAVURA A SUA IMPORTANCIA
 
Produção de poemas - Reciclar é preciso
Produção  de  poemas  -  Reciclar é precisoProdução  de  poemas  -  Reciclar é preciso
Produção de poemas - Reciclar é preciso
 
Slides Lição 07, Central Gospel, As Duas Testemunhas Do Final Dos Tempos.pptx
Slides Lição 07, Central Gospel, As Duas Testemunhas Do Final Dos Tempos.pptxSlides Lição 07, Central Gospel, As Duas Testemunhas Do Final Dos Tempos.pptx
Slides Lição 07, Central Gospel, As Duas Testemunhas Do Final Dos Tempos.pptx
 
Slides Lição 8, Central Gospel, Os 144 Mil Que Não Se Curvarão Ao Anticristo....
Slides Lição 8, Central Gospel, Os 144 Mil Que Não Se Curvarão Ao Anticristo....Slides Lição 8, Central Gospel, Os 144 Mil Que Não Se Curvarão Ao Anticristo....
Slides Lição 8, Central Gospel, Os 144 Mil Que Não Se Curvarão Ao Anticristo....
 
Abuso Sexual da Criança e do adolescente
Abuso Sexual da Criança e do adolescenteAbuso Sexual da Criança e do adolescente
Abuso Sexual da Criança e do adolescente
 
o-homem-que-calculava-malba-tahan-1_123516.pdf
o-homem-que-calculava-malba-tahan-1_123516.pdfo-homem-que-calculava-malba-tahan-1_123516.pdf
o-homem-que-calculava-malba-tahan-1_123516.pdf
 
Movimento Negro Unificado , slide completo.pptx
Movimento Negro Unificado , slide completo.pptxMovimento Negro Unificado , slide completo.pptx
Movimento Negro Unificado , slide completo.pptx
 
Semana Interna de Prevenção de Acidentes SIPAT/2024
Semana Interna de Prevenção de Acidentes SIPAT/2024Semana Interna de Prevenção de Acidentes SIPAT/2024
Semana Interna de Prevenção de Acidentes SIPAT/2024
 
O que é uma Revolução Solar. tecnica preditiva
O que é uma Revolução Solar. tecnica preditivaO que é uma Revolução Solar. tecnica preditiva
O que é uma Revolução Solar. tecnica preditiva
 
Campanha 18 de. Maio laranja dds.pptx
Campanha 18 de.    Maio laranja dds.pptxCampanha 18 de.    Maio laranja dds.pptx
Campanha 18 de. Maio laranja dds.pptx
 
Nós Propomos! Sertã 2024 - Geografia C - 12º ano
Nós Propomos! Sertã 2024 - Geografia C - 12º anoNós Propomos! Sertã 2024 - Geografia C - 12º ano
Nós Propomos! Sertã 2024 - Geografia C - 12º ano
 
ROTINA DE ESTUDO-APOSTILA ESTUDO ORIENTADO.pdf
ROTINA DE ESTUDO-APOSTILA ESTUDO ORIENTADO.pdfROTINA DE ESTUDO-APOSTILA ESTUDO ORIENTADO.pdf
ROTINA DE ESTUDO-APOSTILA ESTUDO ORIENTADO.pdf
 

Antropologia visual

  • 2. Antropologia em imagens Modo de Comunicação visual Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 3. “O conceito de “antropologia visual” representa uma forma bastante recente de expressar a vontade de enriquecer o discurso antropológico fundamentalmente atrelado ao verbal escrito. A expressão “antropologia visual”, todavia, é redundante e não passa de uma “etiqueta” se lembrarmos que a antropologia, enquanto ciência da observação, nasceu com a descoberta da fotografia na primeira metade do século XIX”. (Étienne Samain) Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 4. Étienne Samain Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 5. PERÍODO: Segunda metade do século XIX com a Revolução industrial e a “era da reprodutibilidade técnica” : invenção da fotografia e do cinema. Surgimento como ‘auxiliar’ das pesquisas de campo, como também de registro e documentação de grupos étnicos e práticas culturais ameaçadas de desaparecimento pelo avanço da política neocolonial. No princípio, garantia a objetividade do olhar do antropólogo diante de outros povos e costumes. Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 6. Captar dados Possibilitar a comunicação-interação sujeito- objeto Promover o desencadeamento de diálogos Ilustrar um texto argumentativo Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 7. Ser instrumento de divulgação didático- acadêmica e/ou social. Determinar e analisar as propriedades dos sistemas visuais e suas estratégias discursivas, as condições da sua interpretação, relacionando esses sistemas particulares com as complexidades dos processos políticos e sociais dos quais são parte. Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 8. Estudar o uso dos meios visuais na disseminação do conhecimento antropológico. Apreender os sentidos ou significação de determinado fato social, desvendar a sua complexidade conceitual e entender como os próprios atores interpretam e problematizam as suas práticas e valores. Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 9. Interpretar o fato social como um passo intermediário entre a compreensão e a explicação, e com atitude de um “tradutor”, posto que as representações antropológicas geralmente são feitas de uma cultura para outra. Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 11. “As imagens nos fazem pensar, carregam e veiculam pensamentos. [...] As imagens têm uma vida própria, elas conversam e dialogam entre si. (É preciso) desvendar [...] o que elas pensam, [...] como elas pensam e [...] o que se recusam a dizer” (Étienne Samain). Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 13. O discurso antropológico é um processo representacional e comunicativo, em sua dimensão epistemológica ou de produção de conhecimento, no qual os elementos imagéticos estáticos (fotografia) e dinâmicos (filme, vídeo), e/ou a sua combinação nos suportes multimídia, constituem importantes recursos descritivos para a reflexão antropológica (Parés, 2004). Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 14. • O estudo do uso dos meios visuais na disseminação do conhecimento antropológico. Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 17. • Análise das imagens como um meio privilegiado na compreensão simbólica da vida em sociedade. • Estudo das imagens como meio de expressar a concepção individual e grupal de pessoa humana.
  • 18. • Análise das manifestações estéticas e artísticas como parte da história e das experiências de uma sociedade, da sua especificidade, autonomia e valor estético. Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 19. • A interface com áreas como, as artes, a tecnologia e a comunicação social gera um repertório aberto, renovado com novas perguntas ou formulações, e produz um movimento espiralado de construção do pensamento social.
  • 20. • A interface com outras áreas e autores possibilita a transformação, construção e reconstrução de novos conceitos para a produção científica. Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 21. Danças circulares sagradas A dança (1909-1910), tela a óleo do pintor francês Henri Matisse exposta no Museu Hermitage de São Petersburgo, na Rússia. Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 22. Coleção de calçados para a marca Melissa, criada pelo estilista Alexandre Herchcovitch, inspirada na tribo africana Ndebele. Exemplo de pesquisa ‘etnográfica’ (cultura material de um grupo étnico) para fins de criação e comércio. Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 23. O uso de imagens conhecidas do público em contexto distinto do qual foi concebida, gera um novo significado da imagem. Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 24. A Antropologia visual não é uma disciplina independente, nem mesmo uma subárea como a Antropologia política ou uma Antropologia do Cinema. Trata-se sim, da mesma e velha Antropologia de sempre, mas apresentada sobre este outro continente que é a comunicação visual (Rodolpho, 1995, p. 225). Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 25. Captar dados (dado bruto para posterior avaliação) Possibilitar a comunicação-interação sujeito- objeto Servir de instrumento de divulgação didático- acadêmica e/ou social.
  • 26. A seleção e edição constituem modos de interpretação prévia, um recorte subjetivo do fato analisado. As imagens podem funcionar, não como representações fieis da realidade fenomenológica, mas como uma janela aberta para aceder à realidade invisível que se oculta por trás da aparência sensível (Parés, 2004). Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 27. Ambos atuam num mesmo processo de observação científica. O surgimento ocorre na mesma época, durante a expansão industrial e diante de uma atitude mais analítica perante os fatos científicos. No século XIX, o objeto de observação tanto do cinema e da antropologia era o “outro”, o tipo “exótico”, a realidade distante. Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 28. Ao longo do século XX, ocorreram diversas reestruturações a partir das dinâmicas sociohistóricas que influenciaram o posicionamento da antropologia visual e do cinema diante dos modelos globais. “As tendências visualizantes do discurso antropológico abririam também o caminho à representação cinematográfica das culturas” (José da Silva Ribeiro). Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 29. • A modernidade se concretizou no cinema e através dele, nos primeiros filmes, instituições cinematográficas, ascensão da linguagem visual como discurso social e cultural. Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 30. “Como antropólogo, penso que se deve dar uma prioridade às imagens que interpelam e questionam. São essas imagens que podemos chamar de verdadeiramente artísticas na medida em que procedem de um duplo pensamento científico: o primeiro, aproximadamente ajustado ao da percepção e da imaginação, e o outro mais afastado desta intuição sensível. É na intersecção desses “dois níveis estratégicos” do pensamento humano que Claude Lévi- Strauss situava a arte, epicentro de uma antropologia a ser redefinida” (Étienne Samain). Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 31. • A documentação visual pode constituir-se numa “meta-realidade”, acessível e permanente, a partir e em torno da qual se desenvolve o exercício interpretativo (Parés, 2004). • A Antropologia utilizou a experiência de fotógrafos para produção de vários filmes etnográficos com o objetivo de capturar aspectos da vida do nativo e compreender melhor a cultura de determinada comunidade. Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 34. •Margareth Mead •Gregory Bateson •Franz Boas Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 35. Os antropólogos culturalistas, Margareth Mead e Gregory Bateson, realizaram valiosos registros sobre o modo de vida balinês e documentaram diversos aspectos do cotidiano dos seus habitantes. Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 36. Bronislaw Malinowski é considerado o criador do método do trabalho de campo, seus registros visuais no Pacífico Sul enriquecem a sua Etnologia. Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 38. Franz Boas pesquisando entre os Inuit, realizou documentários curtos com os nativos, registrando suas danças e festas. Boas utilizou a fotografia em todas sua temporadas de trabalho de campo. Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 39. Redefinição da Antropologia visual para uma Antropologia da comunicação visual. Segundo CANEVACCI (2001), “ (...) o visual leva a multiplicar as tramas da comunicação dentro de suas respectivas culturas”. Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 40. Os nativos negam-se o papel de simples objetos observados e participam ativamente da renovação da Antropologia visual apresentando os seus próprios pontos de vista a partir de suas dinâmicas sociais. A Antropologia visual é usada como recurso de afirmação identitária e reconhecimento cultural pelos povos nativos. Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 41. Desenvolveu pesquisas junto aos Caiapós (Kayapós) nas quais os recursos visuais são explorados pelos próprios nativos, dando outros significados para as suas práticas, diferentes dos sentidos dados pelo antropólogo. Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 42. Os xavantes do Vale do Xingu desenvolvem projetos de produção visual e discutem seus pontos de vista a partir de uma visão que elaboram de si mesmos e das suas especificidades culturais. Documentário sobre a tribo ETENHIRITIPÁ: Cada gesto e cada som têm um significado especial, para pedir a proteção dos ancestrais. Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 43. Antropologia visual da “era da reprodutibilidade técnica” e da expansão industrial à era da globalização e da transformação digital. Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 44. Segundo o antropólogo italiano Massimo Canevacci (1992): a antropologia da comunicação visual, se encarrega de estudar as características da comunicação visual humana, como a fotografia e o cinema; a antropologia visual, por sua vez, se ocupa do processo de documentação visual das realidades sociais estudadas. Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 45. Grupos urbanos - Antropologia visual urbana Não restam dúvidas que as roupas e acessórios, utilizados por um indivíduo, carregam signos que mostram características sobre sua personalidade e estilo de vida. Também é interessante refletir sobre a formação dos grupos urbanos e os seus tipos particulares de se vestir e se comportar. Compreendendo a história de cada grupo urbano, pode-se perceber, primeiramente, a diversidade visual que separa e qualifica cada um deles. Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 46. Mas, além da questão visual, é necessário observar que essa distinção visual se dá por conta das diferentes visões de mundo encontradas na urbe. “A roupa torna-se, portanto, uma expressão, apresentação, comunicação em diversas instâncias ou maneira de produzir a diferenciação de indivíduos ou grupos, assim como a interação entre estes.” (Brandini, 2007, p. 26). Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 47. A Antropologia visual é um terreno fértil para as ações afirmativas e a prática do relativismo cultural. O processo de emergências étnicas vem beneficiando-se das tecnologias visuais para apresentar seus projetos de reforço identitário. Segundo CANEVACCI (2001), os nativos recusam serem vistos enquanto objetos museificados e catalogados, apontando mudanças na visão de si e dos outros. Profa. Dra. Catarina Argolo
  • 48. • AOKI, Shoichi. Fruits. Londres: Phaidon, 2001. • COLLIER JR., John. Antropologia visual: a fotografia como método de pesquisa. São Paulo: EDUSP, 1973. • Encontro dançar em círculo. OVƎRMUNDO: artigos, entrevistas e críticas sobre cultura do Brasil. Disponível em: <http://www.overmundo.com.br/uploAds/agenda/img/421x272x117 6743845_danca_medittativa.jpg.pagespeed.ic.IIRjI4F5-7.jpg> Acesso em> 17 mar 2013. • HERCHOVITCH, Alexandre. Sandália Melissa 1. Fonte: <http://artesvisuaisnaescolaclasse4> Disponível em:< http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/fotos.php?evento=1> Acesso em: 17 mar 2013. • MATISSE, Henri. “A dança”. Fonte: http://collecta.blogspot.com. Disponível em:< http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/fotos.php?evento=1> Acesso em: 17 mar 2013. • Mona Lisa Mon Bijou (Bombril) – 1998. Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/- _wQYtbqX2u4/Uml4psRTFDI/AAAAAAAAY1E/q9sANnlo_c/s1600/mon+bijou+bombril+carlos+more no+monalisa+em+1998.jpg> Acesso em: 17 mar 2013. • PARÉS, Luís Nicolau. Algumas considerações em torno da Antropologia visual. Coluna. dez - jan 2000/2001. Disponível em: <http://www.antropologia.com.br/colu/colu3.html> Acesso em: 18 mar 2013. • SAMAIN, Étienne. Muito além da ilustração. Jornal da Unicamp. Disponível em: < http://www.unicamp.br/unicamp/ju/550/muito-alem-da-ilustracao > Acesso em: 17 mar 2013. Profa. Dra. Catarina Argolo