O psicoterapeuta Vasco Catarino Soares (Clínica INSIGHT-Psicologia e Birras.pt) dá algumas pistas sobre como superar as birras quando estas já estão em fase mais avançada. Começar cedo a criar hábitos é a primeira etapa para evitar as teimas frequentes. A disciplina é importante, desde que aplicada com justiça e tendo em conta a fase de desen-volvimento da criança. No entanto, as regras só fazem sentido quando a relação é marcada pela afectividade. Amar, brincar e valorizar são as três premissas que todos os pais devem utilizar na sua relação com os filhos. E chantagear ou ameaçar a criança é o comportamento a evitar.
1.o passo Primeiro é preciso tempo. A criança precisa do confronto com o adulto para conhecer os seus limites e saber lidar com a frustração de não ter tudo aquilo que quer. E estas duas aquisições (resultantes das birras e do modo como são geridas) vão ser muito importantes para o seu desenvolvimento pessoal.
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2.o passo É preciso fazer uma selecção das birras. A criança deve poder ganhar pequenas batalhas, como, por exemplo, escolher o livro que os pais lhe vão ler antes de ir para a cama ou comer uma banana em vez de morangos. Os educadores podem aceitar esse tipo de recusas ao mesmo tempo que procuram estimular a criança a argumentar sobre as razões da discórdia. Em contrapartida, há que ser firme face a tudo o que a ponha em perigo (andar de carro sem cadeirinha, mexer na gaveta dos talheres), que a prejudique (deitar-se tarde, comer demasiados doces ou usar sandálias no Inverno), e que a faça sentir-se a dona dos pais e da casa (dar pontapés à mãe durante a birra, exigir brinquedos, etc.).
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3.o passo Não entrar em grandes explicações morais sobre a razão por que a criança não pode fazer o que quer, nem apelar aos seus sentimentos. Recorrer à frases como “olha que a mãe fica triste? só enerva mais a criança e dá-lhe mais espaço para aumentar a birra. O sentimento de culpa (sem razão) não desarma a génese do capricho e prejudica a formação do amor-próprio.
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4.o passo Não ceder a meio de uma birra. Se os pais concluem que não devem fazer a vontade, não devem desistir, mas nunca confundir rigidez com agressividade. Os educadores podem até concluir mais tarde que deviam ter cedido, mas têm a possibilidade de o fazer numa próxima ocasião. Alterar as regras a meio da birra provoca uma grande ambivalência e dificulta à criança a apreensão das regras e dos limites.
1. Sete etapas para derrotar as birras do
seu filho
Tempo, persistência e afecto são os trunfos dos pais para lidar com o mau
temperamento dos filhos
O psicoterapeuta Vasco Catarino Soares (Clínica INSIGHT-Psicologia e Birras.pt) dá
algumas pistas sobre como superar as birras quando estas já estão em fase mais
avançada. Começar cedo a criar hábitos é a primeira etapa para evitar as teimas
frequentes. A disciplina é importante, desde que aplicada com justiça e tendo em conta a
fase de desen-volvimento da criança. No entanto, as regras só fazem sentido quando a
relação é marcada pela afectividade. Amar, brincar e valorizar são as três premissas que
todos os pais devem utilizar na sua relação com os filhos. E chantagear ou ameaçar a
criança é o comportamento a evitar.
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1.º passo Primeiro é preciso tempo. A criança precisa do confronto com o adulto para
conhecer os seus limites e saber lidar com a frustração de não ter tudo aquilo que quer. E
estas duas aquisições (resultantes das birras e do modo como são geridas) vão ser muito
importantes para o seu desenvolvimento pessoal.
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2. 2.º passo É preciso fazer uma selecção das birras. A criança deve poder ganhar
pequenas batalhas, como, por exemplo, escolher o livro que os pais lhe vão ler antes de ir
para a cama ou comer uma banana em vez de morangos. Os educadores podem aceitar
esse tipo de recusas ao mesmo tempo que procuram estimular a criança a argumentar
sobre as razões da discórdia. Em contrapartida, há que ser firme face a tudo o que a
ponha em perigo (andar de carro sem cadeirinha, mexer na gaveta dos talheres), que a
prejudique (deitar-se tarde, comer demasiados doces ou usar sandálias no Inverno), e que
a faça sentir-se a dona dos pais e da casa (dar pontapés à mãe durante a birra, exigir
brinquedos, etc.).
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3.º passo Não entrar em grandes explicações morais sobre a razão por que a criança não
pode fazer o que quer, nem apelar aos seus sentimentos. Recorrer à frases como “olha
que a mãe fica triste? só enerva mais a criança e dá-lhe mais espaço para aumentar a
birra. O sentimento de culpa (sem razão) não desarma a génese do capricho e prejudica a
formação do amor-próprio.
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4.º passo Não ceder a meio de uma birra. Se os pais concluem que não devem fazer a
vontade, não devem desistir, mas nunca confundir rigidez com agressividade. Os
educadores podem até concluir mais tarde que deviam ter cedido, mas têm a possibilidade
de o fazer numa próxima ocasião. Alterar as regras a meio da birra provoca uma grande
ambivalência e dificulta à criança a apreensão das regras e dos limites.
Como lidar com crianças que fazem muitas birras
3. 5.º passo É igualmente importante demonstrar à criança que pode chorar (até faz bem),
queixar-se e procurar consolo no seu colo ou com a ajuda de algum objecto de conforto. É
fundamental que os adultos ajudem as crianças a acalmar–se. Não usar o choro para as
diminuir: “És um mariquinhas” ou “olha o bebé chorão” são comentários desnecessários,
que humilham o seu filho. O que se pretende é que a criança vá deixando de fazer birras.
Com tempo e persistência, obtêm-se resultados.
6.º passo Depois de os ânimos serenarem, a criança deve ser valorizada por ter
conseguido acalmar-se sem o seu desejo ter sido satisfeito.
7.º passo Nas birras em contexto escolar é fundamental que pais e educadores estejam
de acordo. Em caso algum devem entrar em desacordo em frente da criança, pois esta vai
tirar partido destas diferenças. Em situações extremas, em que os pais tenham a sensação
de que já não controlam a situação, não hesitar em procurar apoio profissional.
Entrevista a Dr. Vasco Catarino Soares, Publicada pelo Jornal i em 11 de Julho de 2009
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