1. Caio Balieiro
Processo de criação em diferentes mídias
Leitura J. Plaza: Tradução Intersemiótica
O tradutor escolhe e é escolhido.
Traduz-se aquilo que nos interessa (tradução
como arte)
Qualidade de Sentimento
Primeiridade
Ser poeta não é dizer grandes coisas, mas ter uma voz
reconhecível dentre todas as outras. (Mario Quintana)
2. Caio Balieiro
Processo de criação em diferentes mídias
Leitura J. Plaza: Tradução Intersemiótica
O Processo de leitura, como cognição de um
signo, desenvolve-se de forma dialógica
mediada pela ação do signo, entre uma mente
que conhece o objeto conhecível.
Na leitura do original, atualizamos os
interpretantes embutidos na leitura, pois a
tradução “é a forma mais atenta de ler”.
1º nível: qualidade de sentimento.
2º nível: choque, ação e reação.
3º Cognição / Mediação. (ler bula)
3. Caio Balieiro
Processo de criação em diferentes mídias
Leitura J. Plaza: Tradução Intersemiótica
A arte instala um desarranjo nos hábitos,
crenças, expectativas e convenções instituídas
como interpretantes estabelecidos.
O poema essa estranha máscara mais verdadeira do que a
própria face.
Não se pressupõe um interpretante final para a
leitura. Se fosse real estas seriam homogêneas,
uniformes e objetivas, diferente da realidade.
A poesia não se entrega a quem a define.
4. Caio Balieiro
Processo de criação em diferentes mídias
Leitura J. Plaza: Tradução Intersemiótica
A leitura para a tradução não visa captar no
original um interpretante que gere consenso,
mas ao contrário, visa penetrar no que há de
mais essencial no signo. (a interpretação)
Esses que pensam que existem sinônimos, desconfio que
não sabem distinguir as diferentes nuanças de uma cor.
5. Caio Balieiro
Processo de criação em diferentes mídias
Leitura J. Plaza: Tradução Intersemiótica
Todo traduzir é conceitual, cognitivo, mas sua
compreensão começa com o sentimento
espontâneo de uma forma. (Primeiridade)
Mas o que quer dizer este poema? - perguntou-me
alarmada a boa senhora.
E o que quer dizer uma nuvem? - respondi triunfante.
Uma nuvem - disse ela - umas vezes quer dizer chuva,
outras vezes bom tempo...
“Qualquer membro de um todo orgânico,
quando aparece na consciência com essa
função tende a restaurar tudo. Essa lei explica a
lembrança de uma experiência que já era
organizada.
6. Caio Balieiro
Processo de criação em diferentes mídias
Leitura J. Plaza: Tradução Intersemiótica
Consciências Peirce:
Sintética dos conjuntos: Experiência. Nos faz
pensar coisas juntas; associação por
contiguidade;
Sintética em 2º grau: Sentimentos diferentes
como semelhantes ou diferentes. Memória
involuntária”; Proust.
Sintética em 3º grau: Sintetizador da mente.
Artista / Cientista.
7. Caio Balieiro
Processo de criação em diferentes mídias
Leitura J. Plaza: Tradução Intersemiótica
Tradução como organização de conjuntos por
semelhança.
Qualquer idéia que te agrade,
Por isso mesmo... é tua.
O autor nada mais fez que vestir a verdade
Que dentro em ti se achava inteiramente nua...
8. Caio Balieiro
Processo de criação em diferentes mídias
Invenção J. Plaza: Tradução Intersemiótica
Traduzir é por a nu o traduzido. Virá-lo pelo
avesso.
- Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo! Eu creio em Deus!
Deus é um absurdo! Eu vou me matar! Eu quero viver!
- Você é louco?
- Não, sou poeta.
9. Caio Balieiro
Processo de criação em diferentes mídias
Invenção J. Plaza: Tradução Intersemiótica
Inventar formas estéticas é provocar a aparição
de qualidades virtuais que nunca aconteceram.
A introvisão é de caráter espontâneo e aparece
à mente como epifania (qualidade, devaneio,
insight, 1ª ) imediatamente e desprendida de
amarras.
Que haverá com a lua que sempre que a gente a olha é com
o súbito espanto da primeira vez?
10. Caio Balieiro
Processo de criação em diferentes mídias
Invenção J. Plaza: Tradução Intersemiótica
Lago sem fundo de Peirce: Muitas idéias
vagando pela cabeça. Todas presentes à
consciência. Nenhuma isolada tem a ver com o
problema. A combinação (“forma”) realmente
apresenta uma forte analogia com a minha
dificuldade. O que pode ser isso senão pura e
fundamental associação por semelhança.
A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as
perguntas estejam certas.
11. Caio Balieiro
Processo de criação em diferentes mídias
Invenção J. Plaza: Tradução Intersemiótica
Todo inventor tende a reter, na sua criação,
esse instante epifânio que não se repete na
memória. (Presentidade de Peirce).
Quando abro a cada manhã a janela do meu quarto
É como se abrisse o mesmo livro
Numa página nova...
O Qualissigno, o ícone é o signo da invenção
por excelência. (uma qualidade que é um signo;
só é signo quando fiscalizado ( embodied)).
Mônada para Peirce >> Suchness
12. Caio Balieiro
Processo de criação em diferentes mídias
Invenção J. Plaza: Tradução Intersemiótica
Mônada para Peirce >> Suchness
Os poetas não são azuis nem nada, como pensam alguns
supersticiosos, nem sujeitos a ataques súbitos de
levitação. O de que eles mais gostam é estar em silêncio -
um silêncio que subjaz a quaisquer escapes motorísticos
e declamatórios. Um silêncio... Este impoluível silêncio em
que escrevo e em que tu me lês.
13. Caio Balieiro
Processo de criação em diferentes mídias
Invenção J. Plaza: Tradução Intersemiótica
Similaridade Peirce e Valéry:
Formações espontâneas: 1º
Sonho
Um poema que ao lê-lo, nem sentirias que ele já estivesse
escrito, mas que fosse brotando, no mesmo instante, de
teu próprio coração.
Ato consciente: 2º.
Quando completei quinze anos, meu compenetrado
padrinho me escreveu uma carta muito, muito séria: tinha
até ponto-e-vírgula! Nunca fiquei tão impressionado na
minha vida.