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Caio Balieiro
                                 Processo de criação em diferentes mídias
Leitura                                 J. Plaza: Tradução Intersemiótica



      O tradutor escolhe e é escolhido.
      Traduz-se aquilo que nos interessa (tradução
       como arte)
          Qualidade de Sentimento

          Primeiridade



          Ser poeta não é dizer grandes coisas, mas ter uma voz
            reconhecível dentre todas as outras. (Mario Quintana)
Caio Balieiro
                            Processo de criação em diferentes mídias
Leitura                            J. Plaza: Tradução Intersemiótica



        O Processo de leitura, como cognição de um
         signo, desenvolve-se de forma dialógica
         mediada pela ação do signo, entre uma mente
         que conhece o objeto conhecível.

        Na leitura do original, atualizamos os
         interpretantes embutidos na leitura, pois a
         tradução “é a forma mais atenta de ler”.
             1º nível: qualidade de sentimento.

             2º nível: choque, ação e reação.

             3º Cognição / Mediação. (ler bula)
Caio Balieiro
                               Processo de criação em diferentes mídias
Leitura                               J. Plaza: Tradução Intersemiótica



        A arte instala um desarranjo nos hábitos,
         crenças, expectativas e convenções instituídas
         como interpretantes estabelecidos.
    O poema essa estranha máscara mais verdadeira do que a
      própria face.


        Não se pressupõe um interpretante final para a
         leitura. Se fosse real estas seriam homogêneas,
         uniformes e objetivas, diferente da realidade.
    A poesia não se entrega a quem a define.
Caio Balieiro
                              Processo de criação em diferentes mídias
Leitura                              J. Plaza: Tradução Intersemiótica



        A leitura para a tradução não visa captar no
         original um interpretante que gere consenso,
         mas ao contrário, visa penetrar no que há de
         mais essencial no signo. (a interpretação)

    Esses que pensam que existem sinônimos, desconfio que
      não sabem distinguir as diferentes nuanças de uma cor.
Caio Balieiro
                                Processo de criação em diferentes mídias
Leitura                                J. Plaza: Tradução Intersemiótica



        Todo traduzir é conceitual, cognitivo, mas sua
         compreensão começa com o sentimento
         espontâneo de uma forma. (Primeiridade)
        Mas o que quer dizer este poema? - perguntou-me
         alarmada a boa senhora.
         E o que quer dizer uma nuvem? - respondi triunfante.
         Uma nuvem - disse ela - umas vezes quer dizer chuva,
         outras vezes bom tempo...
        “Qualquer membro de um todo orgânico,
         quando aparece na consciência com essa
         função tende a restaurar tudo. Essa lei explica a
         lembrança de uma experiência que já era
         organizada.
Caio Balieiro
                                Processo de criação em diferentes mídias
Leitura                                J. Plaza: Tradução Intersemiótica



        Consciências Peirce:

      Sintética dos conjuntos: Experiência. Nos faz
       pensar coisas juntas; associação por
       contiguidade;
      Sintética em 2º grau: Sentimentos diferentes
       como semelhantes ou diferentes. Memória
       involuntária”; Proust.
      Sintética em 3º grau: Sintetizador da mente.
       Artista / Cientista.
Caio Balieiro
                               Processo de criação em diferentes mídias
Leitura                               J. Plaza: Tradução Intersemiótica



        Tradução como organização de conjuntos por
         semelhança.

    Qualquer idéia que te agrade,
     Por isso mesmo... é tua.
     O autor nada mais fez que vestir a verdade
     Que dentro em ti se achava inteiramente nua...
Caio Balieiro
                             Processo de criação em diferentes mídias
Invenção                            J. Plaza: Tradução Intersemiótica



        Traduzir é por a nu o traduzido. Virá-lo pelo
         avesso.

    - Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo! Eu creio em Deus!
       Deus é um absurdo! Eu vou me matar! Eu quero viver!
       - Você é louco?
       - Não, sou poeta.
Caio Balieiro
                              Processo de criação em diferentes mídias
Invenção                             J. Plaza: Tradução Intersemiótica



      Inventar formas estéticas é provocar a aparição
       de qualidades virtuais que nunca aconteceram.
      A introvisão é de caráter espontâneo e aparece

       à mente como epifania (qualidade, devaneio,
       insight, 1ª ) imediatamente e desprendida de
       amarras.

    Que haverá com a lua que sempre que a gente a olha é com
     o súbito espanto da primeira vez?
Caio Balieiro
                              Processo de criação em diferentes mídias
Invenção                             J. Plaza: Tradução Intersemiótica



        Lago sem fundo de Peirce: Muitas idéias
         vagando pela cabeça. Todas presentes à
         consciência. Nenhuma isolada tem a ver com o
         problema. A combinação (“forma”) realmente
         apresenta uma forte analogia com a minha
         dificuldade. O que pode ser isso senão pura e
         fundamental associação por semelhança.

    A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as
      perguntas estejam certas.
Caio Balieiro
                              Processo de criação em diferentes mídias
Invenção                             J. Plaza: Tradução Intersemiótica



        Todo inventor tende a reter, na sua criação,
         esse instante epifânio que não se repete na
         memória. (Presentidade de Peirce).
    Quando abro a cada manhã a janela do meu quarto
     É como se abrisse o mesmo livro
     Numa página nova...


         O Qualissigno, o ícone é o signo da invenção
         por excelência. (uma qualidade que é um signo;
         só é signo quando fiscalizado ( embodied)).

        Mônada para Peirce >> Suchness
Caio Balieiro
                                Processo de criação em diferentes mídias
Invenção                               J. Plaza: Tradução Intersemiótica



        Mônada para Peirce >> Suchness

    Os poetas não são azuis nem nada, como pensam alguns
     supersticiosos, nem sujeitos a ataques súbitos de
     levitação. O de que eles mais gostam é estar em silêncio -
     um silêncio que subjaz a quaisquer escapes motorísticos
     e declamatórios. Um silêncio... Este impoluível silêncio em
     que escrevo e em que tu me lês.
Caio Balieiro
                               Processo de criação em diferentes mídias
Invenção                              J. Plaza: Tradução Intersemiótica



        Similaridade Peirce e Valéry:

        Formações espontâneas: 1º
    Sonho
      Um poema que ao lê-lo, nem sentirias que ele já estivesse
      escrito, mas que fosse brotando, no mesmo instante, de
      teu próprio coração.


        Ato consciente: 2º.
    Quando completei quinze anos, meu compenetrado
     padrinho me escreveu uma carta muito, muito séria: tinha
     até ponto-e-vírgula! Nunca fiquei tão impressionado na
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  • 1. Caio Balieiro Processo de criação em diferentes mídias Leitura J. Plaza: Tradução Intersemiótica   O tradutor escolhe e é escolhido.   Traduz-se aquilo que nos interessa (tradução como arte)   Qualidade de Sentimento   Primeiridade Ser poeta não é dizer grandes coisas, mas ter uma voz reconhecível dentre todas as outras. (Mario Quintana)
  • 2. Caio Balieiro Processo de criação em diferentes mídias Leitura J. Plaza: Tradução Intersemiótica   O Processo de leitura, como cognição de um signo, desenvolve-se de forma dialógica mediada pela ação do signo, entre uma mente que conhece o objeto conhecível.   Na leitura do original, atualizamos os interpretantes embutidos na leitura, pois a tradução “é a forma mais atenta de ler”.   1º nível: qualidade de sentimento.   2º nível: choque, ação e reação.   3º Cognição / Mediação. (ler bula)
  • 3. Caio Balieiro Processo de criação em diferentes mídias Leitura J. Plaza: Tradução Intersemiótica   A arte instala um desarranjo nos hábitos, crenças, expectativas e convenções instituídas como interpretantes estabelecidos. O poema essa estranha máscara mais verdadeira do que a própria face.   Não se pressupõe um interpretante final para a leitura. Se fosse real estas seriam homogêneas, uniformes e objetivas, diferente da realidade. A poesia não se entrega a quem a define.
  • 4. Caio Balieiro Processo de criação em diferentes mídias Leitura J. Plaza: Tradução Intersemiótica   A leitura para a tradução não visa captar no original um interpretante que gere consenso, mas ao contrário, visa penetrar no que há de mais essencial no signo. (a interpretação) Esses que pensam que existem sinônimos, desconfio que não sabem distinguir as diferentes nuanças de uma cor.
  • 5. Caio Balieiro Processo de criação em diferentes mídias Leitura J. Plaza: Tradução Intersemiótica   Todo traduzir é conceitual, cognitivo, mas sua compreensão começa com o sentimento espontâneo de uma forma. (Primeiridade)   Mas o que quer dizer este poema? - perguntou-me alarmada a boa senhora. E o que quer dizer uma nuvem? - respondi triunfante. Uma nuvem - disse ela - umas vezes quer dizer chuva, outras vezes bom tempo...   “Qualquer membro de um todo orgânico, quando aparece na consciência com essa função tende a restaurar tudo. Essa lei explica a lembrança de uma experiência que já era organizada.
  • 6. Caio Balieiro Processo de criação em diferentes mídias Leitura J. Plaza: Tradução Intersemiótica   Consciências Peirce:   Sintética dos conjuntos: Experiência. Nos faz pensar coisas juntas; associação por contiguidade;   Sintética em 2º grau: Sentimentos diferentes como semelhantes ou diferentes. Memória involuntária”; Proust.   Sintética em 3º grau: Sintetizador da mente. Artista / Cientista.
  • 7. Caio Balieiro Processo de criação em diferentes mídias Leitura J. Plaza: Tradução Intersemiótica   Tradução como organização de conjuntos por semelhança. Qualquer idéia que te agrade, Por isso mesmo... é tua. O autor nada mais fez que vestir a verdade Que dentro em ti se achava inteiramente nua...
  • 8. Caio Balieiro Processo de criação em diferentes mídias Invenção J. Plaza: Tradução Intersemiótica   Traduzir é por a nu o traduzido. Virá-lo pelo avesso. - Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo! Eu creio em Deus! Deus é um absurdo! Eu vou me matar! Eu quero viver! - Você é louco? - Não, sou poeta.
  • 9. Caio Balieiro Processo de criação em diferentes mídias Invenção J. Plaza: Tradução Intersemiótica   Inventar formas estéticas é provocar a aparição de qualidades virtuais que nunca aconteceram.   A introvisão é de caráter espontâneo e aparece à mente como epifania (qualidade, devaneio, insight, 1ª ) imediatamente e desprendida de amarras. Que haverá com a lua que sempre que a gente a olha é com o súbito espanto da primeira vez?
  • 10. Caio Balieiro Processo de criação em diferentes mídias Invenção J. Plaza: Tradução Intersemiótica   Lago sem fundo de Peirce: Muitas idéias vagando pela cabeça. Todas presentes à consciência. Nenhuma isolada tem a ver com o problema. A combinação (“forma”) realmente apresenta uma forte analogia com a minha dificuldade. O que pode ser isso senão pura e fundamental associação por semelhança. A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas.
  • 11. Caio Balieiro Processo de criação em diferentes mídias Invenção J. Plaza: Tradução Intersemiótica   Todo inventor tende a reter, na sua criação, esse instante epifânio que não se repete na memória. (Presentidade de Peirce). Quando abro a cada manhã a janela do meu quarto É como se abrisse o mesmo livro Numa página nova...   O Qualissigno, o ícone é o signo da invenção por excelência. (uma qualidade que é um signo; só é signo quando fiscalizado ( embodied)).   Mônada para Peirce >> Suchness
  • 12. Caio Balieiro Processo de criação em diferentes mídias Invenção J. Plaza: Tradução Intersemiótica   Mônada para Peirce >> Suchness Os poetas não são azuis nem nada, como pensam alguns supersticiosos, nem sujeitos a ataques súbitos de levitação. O de que eles mais gostam é estar em silêncio - um silêncio que subjaz a quaisquer escapes motorísticos e declamatórios. Um silêncio... Este impoluível silêncio em que escrevo e em que tu me lês.
  • 13. Caio Balieiro Processo de criação em diferentes mídias Invenção J. Plaza: Tradução Intersemiótica   Similaridade Peirce e Valéry:   Formações espontâneas: 1º Sonho Um poema que ao lê-lo, nem sentirias que ele já estivesse escrito, mas que fosse brotando, no mesmo instante, de teu próprio coração.   Ato consciente: 2º. Quando completei quinze anos, meu compenetrado padrinho me escreveu uma carta muito, muito séria: tinha até ponto-e-vírgula! Nunca fiquei tão impressionado na minha vida.