1. Reapropriação da Tecnologia Para a Transformação Social
www.metareciclagem.org
hudsonaugusto@gmail.com
UNISO–Outubro
2. A indústria tecnológica cresce a cada dia, impondo a necessidade de
equipamentos mais potentes.
E o que fazer com os aparelhos antigos?
Qual o destino de um Pentium 233 e seus periféricos?
Para onde vão os videocassetes após a compra de um aparelho de DVD?
Como evitar a proliferação de mouses, teclados, webcams e outros
periféricos estragados que abarrotam os armários?
Após a superação tecnológica haverá ainda alguma utilidade para antigos
aparelhos eletrônicos?
4. MetaReciclagem é uma rede auto-organizada que propõe a desconstrução da
tecnologia para a transformação social, ou seja, apropriar-se das coisas (sejam quot;novasquot; ou
quot;velhasquot;), reestruturando e resignificando tudo (de computadores a sentimentos),
compartilhando a maneira de fazê-lo e assim permitindo que qualquer um possa replicar
ações, produções e experiências (para preservá-las ou transformá-las). a várias mãos ou
não.
A metodologia da metareciclagem é disseminada através da replicação de espaços
independentes por todo o Brasil, permitindo o acesso imediato à tecnologia reciclada. O
objetivo é criar uma cultura da reciclagem de computadores como forma de desenvolvimento
social local por intermédio da criação de redes de troca de informação e da construção
colaborativa de conhecimento.
5. As principais linhas de ação do projeto são: comunicação comunitária,
governo eletrônico, educação ambiental, economia solidária, cultura
livre/software livre, cultura local, direitos humanos, conhecimento livre,
alfabetização e leitura.
A estrutura do projeto poderá conter: telecentro, sala de leitura, auditório,
estúdio multimídia e laboratório de divulgação de ciências e tecnologia.
Essa metodologia serve de apoio para o envolvimento e uso criativo e
crítico dos computadores como ferramentas de conversação e de expressão,
abordando temas relacionados aos processos culturais desenvolvidos por cada
comunidade em particular e sua divulgação em rede como processo de troca de
experiências e vivências por diferentes grupos e da construção da inteligência
coletiva que é a internet.
6. 1 – Infra-estrutura física (hardware);
Formada pelos computadores, cabos, ferramentas, equipamentos de rede. Através
desta camada, as máquinas podem ser livremente abertas pelos participantes das oficinas,
podendo vivenciar um processo de “abertura da caixa preta”, descobrindo as conexões
entre suas partes e os sentidos de sua montagem.
O recurso que permite o desenvolvimento de tais atividades é a utilização da
reciclagem de computadores.
7. 2 - Infra-estrutura lógica (software)
Formada por todo o conjunto de softwares, desde o sistema operacional até
sistemas de editoração de imagem, construção de planilha de cálculo, edição de texto,
entre outros.
O objetivo desta camada é proporcionar vida a infra-estrutura física, permitindo que
os participantes dos projetos possam simplificar soluções de software que venham atender
seus objetivos e suas possibilidades de utilização a partir dos computadores que possuem
para trabalhar.
8. 3 – Sistemas de Gestão (Oficinas, workshops, palestras);
Através deste sistema, a metodologia MetaReciclagem estabelece uma relação com
o participante de projetos, permitindo uma intensa interação através de contínuas
experiências, vivências e práticas utilizando dos recursos oferecidos pela tecnologia.
Estabelecendo ambientes abertos de experimentação tecnológica voltado para
projetos, onde os participantes podem desenvolver idéias, experimentar possibilidades de
conexão e sua própria forma de se expressar através do uso da tecnologia, interagindo com
a arte e novas possibilidades estéticas de apropriação dos equipamentos por sua própria
linguagem.
9. 4 – Desenvolvimento Organizacional
É a camada que busca unificar as ações de Metareciclagem em torno de
comunidades de usuários que tenham interesse em compartilhar e colaborar em torno de
suas idéias e seus projetos.
Basicamente, consiste no apoio a construção e desenvolvimento, bem como de
acompanhamento de comunidades presenciais e virtuais de usuários de MetaReciclagem.
Através dessa camada, a metodologia apresenta uma série de métricas para
avaliação do andamento e dos resultados que podem ser obtidos através do projeto, com o
desenvolvimento, avaliação e produção do conhecimento desta comunidade.
10. Essa metodologia serve de apoio para o envolvimento e uso criativo e crítico dos
computadores como ferramentas de conversação e de expressão, abordando temas
relacionados aos processos culturais desenvolvidos por cada comunidade em particular e
sua divulgação em rede como processo de troca de experiências e vivências por diferentes
grupos e da construção da inteligência coletiva que é a internet.
Enfocamos nos seguintes processos:
11. Enfoque social
O projeto dará oportunidade para que cada comunidade use as ferramentas
tecnológicas necessárias como meio para expressão e valorização de sua cultura e
costumes.
Aqui a arte ou a Meta-arte se adapta a qualquer contexto cultural, onde existem
grafiteiros os micros serão grafitados, onde existe um pessoal que usa xilogravura como
expressão, lá os micros serão gravados, e depois esse micro pode ser usado como matriz
para a divulgação do trabalho em rede, ou seja, quot;quanto mais regional mais universalquot;.
12. Enfoque econômico
A produção de arte no contexto da MetaReciclagem visa além da transformação social,
uma autonomia econômica. Aqui o processo artístico funciona como um veículo para esta
descoberta, onde os micros podem ser reciclados, transformados e vendidos a quantias
justas, criando um ciclo que se retro alimenta.
13. Enfoque ambiental
Todo material reciclado deixa de agredir a natureza, revertendo em benefício da
comunidade no processo de produção de tecnologia. O lixo tecnológico e o software
passam a ser objeto de criação e empowerment.
A desmistificação da máquina e dos discursos associados a ela (colaboração,
fechamento, propriedade intelectual, liberdade) faz aproximar a tecnologia da vida
cotidiana, através do seu conteúdo utilitário, bem como do seu potencial estético e de
transformação social.
14. Enfoque educacional
Todo o processos é educacional em seu sentido mais amplo, estamos falando de
apropriação, estamos subvertendo para construir, ou seja, trabalhamos desconstruindo as
máquinas e ao mesmo tempo desconstruindo conceitos e paradigmas, estamos
reconstruindo, resignificando e transformando maquinas em veículos de expressão.