O documento descreve a história do Reino de Kush e seu sucessor, o Reino de Méroe, localizados no atual Sudão. O Reino de Kush controlou o Egito entre os séculos VIII-VII a.C. e manteve sua independência por cerca de 900 anos, mesmo após o Egito ser conquistado por outros impérios. No século IV d.C., o enfraquecido Reino de Méroe foi conquistado pelo Reino de Axum, localizado na atual Etiópia.

1. O Reino de Kush:

3. • Dentre os reinos núbios, um merece
destaque: Kush (ou Cush). Não se sabe ao
certo quando surgiu o reino de Kush, mas
documentos egípcios já citam os kushitas
desde o século XX(20) a.C.

6. • Em 713 a.C. o rei kushita Shabaka invadiu e
controlou o Egito, iniciando assim a 25ª
Dinastia. No Antigo Testamento, encontramos
várias citações sobre os temíveis guerreiros
negros do império kushita.

10. • Em sua expansão pelo delta do Nilo, os
kushitas entraram em contato com guerreiros
ainda mais poderosos: os assírios (da
Mesopotâmia). Os Assírios tentaram
conquistar o Egito, que era governado pelos
kushitas, mas foram derrotados. O Rei
Assurbanipal, no entanto, ocupou o delta do
Nilo em 663 a.C.

12. • A partir de então os kushitas se retiraram para
o sul e mantiveram o controle sobre a Núbia,
a partir de Napata. A fim de se afastarem
ainda mais dos conflitos do território egípcio,
os kushitas transferiram sua capital para
Méroe (século 6 a.C.), ainda mais ao sul.

13. Napata:

16. Meroé:

20. • Essa cidade era um dos mais importantes
entrepostos comerciais entre a África e o mar
Vermelho, além de possuir ricas minas de
ferro. A tecnologia de fundição do ferro é uma
das principais características dos povos
africanos dessa região.

24. • Enquanto o Egito foi sucessivamente conquistado
por assírios, persas, macedônicos e romanos, o
reino de Kush (a partir de então também
conhecido como reino Meroíta) manteve sua
independência por mais 9 séculos (alguns
historiadores falam em 8 séculos), controlando
várias rotas comerciais que ligavam o interior da
África ao mar Vermelho, e ainda mantiveram
relações amistosas com os faraós da linhagem
macedônica(ptolomaicos).

27. • Quando os romanos conquistaram o Egito e
não conseguiram submeter os kushitas,
cortaram o comércio kushita com o Oriente
Médio e o Mediterrâneo, o que levou Méroe a
uma progressiva crise econômica. No século
IV(4 d.C.), a já decadente Méroe foi
conquistada por povos vindo do Chifre da
África (ou península Somali): os aksumitas.

28. Reino Cristão de Aksum ou Axum:

33. • Os altos Planaltos da Atual Etiópia, na África
oriental com altura média de 2 mil metros,
dão à região um clima fresco com chuvas de
verão. O solo fértil de
origem vulcânica garantia uma agricultura
farta capaz de alimentar uma grande
população.

34. • No início da Era Cristã, ali nasceu o reino de
Aksum ou Axum. Sua riqueza vinha da
agricultura e do comércio realizado no porto
de Adulis, no Mar Vermelho. Em Adulis era
comercializado o ouro, marfim e escravos da
África, vinho romano, incenso da Arábia, seda
da China, corantes e especiarias.

37. Ouro:

38. Seda Chinesa:

39. Escravos:

40. • A Riqueza proporcionada pelo comércio
fortaleceu o reino aksumita que estendeu seu
poder ao sul da Arábia e sobre o reino de Kush. A
cidade de Aksum, capital do reino, tornou-se um
centro cosmopolita com populações de judeus,
cristãos, árabes, indianos, gregos e outros. As
cidades aksumitas se encheram de construções
reais, como castelos e enormes obeliscos
monolíticos possivelmente erguidos em honra
aos soberanos mortos.

41. Obelisco de Aksum:

42. • A Religião original de Aksum era politeísta;eles
ofereciam animais e erguiam tronos de pedra
aos deuses, em agradecimento pelas vitórias
militares. Por volta do ano 300, o cristianismo
começou a se espalhar pelo reino e se tornou
a religião oficial quando o rei Ezana se
converteu e foi batizado. Aksum (Axum) foi o
primeiro reino cristão da História.

48. • No Século VIII, árabes muçulmanos invadiram
o reino destruíram Adulis e passaram a
dominar o comércio; então o reino de Axum
enfraqueceu e empobreceu.

50. • Um novo crescimento voltou a ocorrer nos
séculos XII e XIII durante o governo do rei
Lalibela que procurou restaurar a grandeza de
Axum. Nessa época, floresceram a
arquitetura, a pintura, a escultura e a
literatura com livros ricamente ilustrados.
Lalibela mandou escavar na pedra onze igrejas
cristãs consideradas, atualmente, um dos mais
extraordinários conjunto de templos do
mundo.

53. Patrimônio Cultural da Humanidade:
Igrejas escavadas em Lalibela

54. As Igrejas de Lalibela: