Novena de Pentecostes com textos de São João Eudes
Aula De Cartografia Completa 1218159438610909 9
1. Representação
do espaço geográfico
A imagem acima mostra um mapa elaborado pelos habitantes das
ilhas Marshall, arquipélago localizado no oceano Pacífico. Com suas em-
barcações, eles se deslocavam entre as várias ilhas, utilizando um mapa
feito de varetas e conchas, amarradas com fibras de coco. As varetas
indicavam a direção dos ventos e das correntes marítimas, enquanto
as conchas representavam a localização das várias ilhas. De acordo com
estudiosos, esse tipo de mapa já era utilizado há cerca de 3 000 anos.
Quando aprendemos a nos orientar, a nos localizar e a interpretar uma informação em um mapa,
podemos conhecer particularidades de diversos lugares, mesmo sem nunca ter estado neles. Que
lugares do mundo você gostaria de conhecer? Você saberia localizar esses lugares em um mapa?
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2. Orientação e localização
Em geral, conhecemos bem o lugar onde moramos. Sabemos como chegar à
escola, à casa de um vizinho ou de um amigo. Ou seja, sabemos que direção tomar
para ir a esses locais e como voltar para casa. Mas o que aconteceria se estivésse-
mos em uma cidade desconhecida? Ou em um deserto? Ou num barco, em alto-
mar? Como poderíamos nos localizar?
Como se orientar na superfície terrestre
Quando se deseja chegar a um lugar pela Mas como se orientar quando não se dispõe
primeira vez, tanto na cidade quanto no campo, desses recursos? No ar, no mar, nos desertos ou nas
deve-se saber o endereço do local para onde se vai florestas, não existem ruas ou placas de sinaliza-
e estar atento à sinalização que indica o nome das ção indicando que direção tomar, nem é fácil en-
ruas, avenidas ou estradas que se deve seguir. É im- contrar pessoas a quem possamos pedir informa-
portante, também, pedir informações para pessoas ções. Nesses casos, podem ser utilizados dois
que conheçam o local e, quando possível, ter um modos práticos de orientação: a orientação pelos
mapa da área. astros ou a orientação por instrumentos.
Orientação pelos astros
A observação dos astros tem sido um meio de Nas grandes cidades, por sua vez, é comum
orientação muito utilizado através dos tempos. No alguns bairros serem identificados pela localiza-
passado, viajantes de todas as partes da Terra ba- ção em que se encontram em relação à área cen-
seavam-se na observação do Sol, da Lua e das es- tral, como bairro da Zona Norte ou da Zona Sul.
trelas para chegar ao seu destino. Embora menos Normalmente, as pessoas não se encontram mu-
precisa que a orientação por instrumentos, a orien- nidas de bússola ou mapa em seu dia-a-dia. En-
tação por meio da observação dos astros pode ser tretanto, se souberem que o Sol e a Lua nascem
de grande valia em algumas situações. a leste e se põem a oeste, facilmente poderão lo-
Ainda hoje, por exemplo, tripulantes de em- calizar os demais pontos cardeais. Nesse caso, a
barcações de pesca desprovidas de instrumentos de orientação pelos astros pode ser útil a quem não
localização, como a bússola, precisam se orien- conhece muito bem uma cidade e quer se direcio-
tar observando as posições do Sol, da Lua e até nar a um bairro localizado, por exemplo, na Zona
mesmo das estrelas. Norte.
A ilustração ao lado mostra uma cidade onde
o Sol acaba de surgir no horizonte, dando início
a um novo dia. Observando essa ilustração, lo-
calize os pontos cardeais orientando-se pela po-
sição do Sol. Em que direção segue o avião que
está em pleno ar? A embarcação segue em que
direção? Quem estiver no teatro e quiser chegar
ao restaurante deve seguir em que direção? Se
a ilustração mostrasse esse mesmo lugar à noi-
te e, no lugar do Sol, a Lua estivesse aparecendo,
como ficariam as localizações pedidas acima? E
se o céu estivesse nublado, como as pessoas
conseguiriam se orientar? Explique.
Lembrar os alunos do conteúdo sobre pontos cardeais e colaterais já visto nas séries anteriores.
Utilizar o tema Maquete: um espaço em miniatura do Caderno de projetos e temas especiais, página 180, para ampliar o estudo do conteúdo
desta unidade. 21
3. Orientação por instrumentos
Com o objetivo de tornar a orientação no es-
paço mais precisa, diversos instrumentos foram in-
ventados.
O instrumento de orientação mais comumente
utilizado é a bússola. Esse instrumento é constituí-
do por uma agulha imantada*, que gira sobre uma
rosa-dos-ventos, indicando sempre a direção norte.
A bússola está presente em aviões e navios, auxi-
liando a tripulação a manter corretamente o trajeto
da viagem. Além disso, muitas pessoas se orientam
por esse instrumento para não se perder, por exem-
plo, ao explorar cavernas, florestas, desertos ou o
fundo do mar.
Você sabe como se orientar através de
uma bússola? Explique para seus colegas
os procedimentos a serem seguidos.
Entretanto, existem aparelhos de orientação
bem mais precisos que a bússola, que funcionam
por meio de sinais de radar ou satélite. Entre eles
está o GPS — sigla que, em português, significa
Sistema de Posicionamento Global. Esse aparelho
possui um receptor que capta sinais de pelo me-
nos três satélites para definir sua posição. Os si-
nais informam a localização e a altitude de qual-
quer ponto na superfície terrestre.
O GPS tem sido muito útil para o mapeamento de regiões
de difícil acesso como os desertos, as zonas polares ou as
florestas tropicais. Também auxilia na orientação de aviões e
embarcações que trafegam, muitas vezes, com pouca
visibilidade devido a nevoeiros, evitando, assim, a ocorrência
de acidentes.
É assim que eles acham o caminho
Em determinados tipos de rali, os pilotos dispensam o uso de
bússolas, GPS ou de qualquer tipo de mapa, sendo necessário
apenas um painel codificado. Veja como eles se orientam.
Distâncias — Todas as marcações são feitas em quilômetros, tomando por
base os hodômetros* dos veículos. “17,30”, por exemplo, significa “17 qui-
lômetros e 300 metros após a partida”.
Símbolos — Sempre em forma de seta e desenhos, apontando a direção a ser
seguida e indicando obstáculos e perigos do caminho. A bolinha no come-
ço da seta é onde o veículo estará ao atingir a quilometragem ao lado, que
sempre assinala alguma referência do caminho, como uma ponte, curva,
casa, etc. Já a seta mostra para onde ele deverá ir depois de superada a
referência.
Explicações — Cifradas e abreviadas para facilitar a leitura em alta velocidade:
p.t significa “ponte”; p.m, “ponte de madeira”; m.b.v.c, “mata-burro com
vão central”, ou seja, com um buraco no meio. Os trechos mais perigosos
são indicados com caveiras: de uma a quatro, conforme o risco.
Jorge de Souza. “A caravana da aventura”. In: Os Caminhos da Terra,
ano 7, n. 10. São Paulo, Abril, outubro/1998.
imantada: que possui a propriedade do ímã de atrair o ferro Lembrar aos alunos que algumas bússolas trazem a direção leste indicada pela
letra E (inicial de east, em inglês) e a direção oeste indicada pela letra W (inicial
22 hodômetro: instrumento que mede as distâncias percorridas de west, em inglês).
4. Como se localizar na superfície terrestre
Como determinar a localização exata de um lu- Para localizar com exatidão continentes, paí-
gar na vastidão do nosso planeta? A superfície da ses, cidades, ilhas ou qualquer outro ponto sobre a
Terra possui aproximadamente 510 milhões de face da Terra, o ser humano criou os paralelos e as
quilômetros quadrados (km2), o que corresponde a latitudes, assim como os meridianos e as longitudes
cerca de sessenta vezes o tamanho do Brasil. terrestres.
Paralelos e latitudes N
90º
Os paralelos são circunferências imaginárias Círculo Polar Ártico
60º
dispostas paralelamente em torno do planeta, cir-
cundando-o no sentido leste–oeste. A Linha do
Equador envolve a Terra em sua porção mais lar- 40º
ga, dividindo o planeta em dois hemisférios, o
Trópico de Câncer
Norte e o Sul. Existem outros quatro paralelos
20º
importantes: o Trópico de Câncer, o Trópico HEMISFÉRIO NORTE
de Capricórnio, o Círculo Polar Ártico e o Cír-
culo Polar Antártico. Equador
0º
Todos os pontos situados num mesmo
paralelo possuem a mesma latitude.
Latitude é a distância medida em graus a 20º
HEMISFÉRIO SUL
partir de qualquer ponto da superfície terrestre Trópico de Capricórnio
até a Linha do Equador. As latitudes variam de
0o, na Linha do Equador, até 90o norte e 90o sul, 40º
nos pólos.
As circunferências imaginárias que indicam as latitudes 60º
são todas paralelas ao plano da Linha do Equador. Círculo Polar Antártico
90º
S
Meridianos e longitudes N
Os meridianos são semicircunferências
imaginárias, que se estendem de um pólo ao outro,
dividindo a Terra como se ela fosse uma laranja
e seus gomos.
O único meridiano que recebe nome especial
é o de Greenwich, em referência à cidade de mes-
mo nome, na Inglaterra. Também é chamado de HEMISFÉRIO HEMISFÉRIO
Meridiano de Greenwich
meridiano inicial ou de referência, pois é usado OCIDENTAL ORIENTAL
como referência para dividir a Terra nos hemis-
férios Oriental e Ocidental. Cada meridiano pos-
80º 60º 40º 20º 0º 20º 40º 60º 80º
sui um antimeridiano, que é a sua linha corres-
pondente no lado oposto da esfera terrestre.
Todos os pontos situados num mesmo meri-
diano possuem a mesma longitude.
Longitude é a distância medida em graus a
partir de qualquer ponto da superfície terrestre até
o Meridiano de Greenwich. As longitudes variam
de 0o, no Meridiano de Greenwich, até 180o leste
e 180o oeste.
Os meridianos, que se estendem de um pólo ao S
outro, indicam as longitudes.
Explicar aos alunos que grau é a fração de 1/360 de uma circunferência.
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5. Coordenadas geográficas
Conhecendo-se a latitude e a longitude de das em graus de cada ponto da superfície terrestre,
um lugar é possível determinar as suas coorde- indicadas pela latitude e pela longitude do lugar. É
nadas geográficas, isto é, a sua exata localização através das coordenadas geográficas que o aparelho
na imensidão da superfície da Terra. Coor- GPS, por exemplo, determina a localização de quem
denadas geográficas são, portanto, as medi- o está utilizando.
Coordenadas geográficas e localização de algumas cidades do mundo
0 2360 4720 km
Brasília está a 16o ao sul da Linha do Nova Iorque está a 43o ao norte da Li- Moscou está a 56o ao norte da Linha do
Equador e a 48o a oeste do Meridiano de nha do Equador e a 74 o a oeste de Equador e a 37o a leste de Greenwich.
Greenwich. Greenwich. Sydney, na Austrália, está a 33o ao sul
Manaus está a 4o ao sul da Linha do Paris está a 48o ao norte da Linha do da Linha do Equador e a 150o a leste de
Equador e a 60o a oeste de Greenwich. Equador e a 2o a leste de Greenwich. Greenwich.
Um jogo de coordenadas
Utilizar as coordenadas geográ- ção dos objetos do outro e vice- tudes. Por meio do mesmo princípio
ficas para localizar um ponto sobre versa. Para isso, cada um deve dizer do jogo, podemos localizar qualquer
a superfície terrestre assemelha-se o endereço dos elementos da folha ponto da superfície terrestre em um
a um jogo que você pode brincar em do adversário, como, por exemplo, mapa.
dupla com seus colegas. Nele, cada 1E, 2D e assim por diante. Ganha o
participante utiliza uma folha qua- jogador que acertar primeiro a loca-
driculada em que as linhas, codifi- lização de todos os objetos da folha
cadas por números, e as colunas, do adversário.
codificadas por letras, possibilitam Observando atentamente o jogo
encontrar as coordenadas de certos e comparando-o a um mapa, você
elementos. perceberá que as linhas equivalem
Antes de iniciar o jogo, os par- aos paralelos e as colunas aos me-
ticipantes devem localizar alguns ridianos. Assim, os códigos utiliza-
objetos, como bolas, navios, árvo- dos para identificar as linhas e as
res ou aviões, desenhando-os nos colunas correspondem às coorde-
quadrinhos que desejar. É importan- nadas geográficas que aparecem
te que um jogador não veja onde nos mapas. Nesse caso, os núme-
seu adversário localizou os objetos, ros, que identificam as linhas, seriam
pois o jogo consiste na tentativa de as latitudes e as letras, que iden- Os aviões estão localizados em:
um participante adivinhar a localiza- tificam as colunas, seriam as longi- 1C, 2A, 2I, 4D, 4J, 5B, 6F, 8H, 9B e 10E.
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6. Questões de compreensão
1. Crie uma pequena história em quadrinhos que os principais paralelos terrestres e o Meridiano de
destaque a importância da orientação pelos as- Greenwich.
tros.
4. Utilizando um mapa-múndi que contenha o traça-
2. Um grupo de jovens resolveu explorar uma reser- do dos paralelos e meridianos e seus respectivos
va florestal sem um guia especializado e sem ma- números de graus, localize duas ou três cidades
teriais de orientação e localização. Em conse- do Brasil ou do mundo que você gostaria de co-
nhecer. Dê as coordenadas geográficas aproxima-
qüência disso ficaram perdidos na selva e foram
das dessas cidades e descreva os procedimentos
encontrados somente no dia seguinte, com a aju-
que você utilizou para encontrá-las no mapa.
da de uma equipe de resgate. Além da necessi-
dade de um guia para esse tipo de passeio, que 5. A Austrália é um país localizado ao sul da Linha do
instrumentos de orientação e localização o gru- Equador e a leste do Meridiano de Greenwich. Já
po poderia ter utilizado? o Canadá é um país que se localiza ao norte da
Linha do Equador e a oeste do meridiano principal.
3. Transfira para seu caderno o desenho de um Quais são os hemisférios em que esses dois países
mapa-múndi, destaque nele a Linha do Equador, estão localizados?
Análise de mapa
Observe o mapa do Brasil abaixo. Nele está indicada a localização
de algumas das mais belas paisagens naturais do país.
Ponta
do Seixas
Pico da Neblina
0 550 km
Chapada Diamantina
Ilha do Bananal
Pico da Bandeira
Bonito
Cânion do Itaimbezinho
Agora, imagine que um concurso oferecerá uma viagem a um desses
lugares a quem conseguir identificá-lo. Para descobrir o lugar de destino
da viagem e o estado em que ele se encontra, siga as pistas abaixo:
1. o estado em que se encontra esse lugar pertence totalmente ao hemisfério Sul;
2. nenhum dos pontos extremos do Brasil está localizado nesse estado;
3. esse lugar está a norte do Trópico de Capricórnio;
Qual é o lugar que
4. o lugar não está na porção leste do país; você descobriu e em que
5. o estado onde se encontra essa beleza natural está a oeste estado ele se localiza?
da Bahia e faz divisa com o estado do Mato Grosso;
6. o lugar procurado está a norte de Goiás.
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7. A bússola das aves
A migração de algumas espécies de animais, isto
é, o deslocamento que eles realizam na superfície ter-
restre, é um fato há muito tempo observado pelo ser
humano. Diferentes espécies do reino animal procuram
ambientes mais propícios para sua sobrevivência. Para
tanto, deslocam-se de um lugar a outro, percorrendo,
às vezes, longas distâncias. Entre as espécies migra- A migração
tórias, as aves são as que melhor representam esse de alguns
grupo de “viajantes”: aproximadamente um terço das pássaros
aves de todo o mundo praticam a migração. nas Américas
Durante as últimas décadas, as pesquisas 1
sobre a migração das aves tornaram-se Batuíra-
cada vez mais aprofundadas. Até en- de-rabo-
tão, esse fato era algo misterioso, que branco
gerava muitas dúvidas para os cientistas.
Atualmente, os estudos mostram que, em ge-
ral, as aves migram à procura de áreas onde a
alimentação é farta, de locais onde o clima é
mais apropriado à espécie, e de regiões onde
2
os dias são mais longos, para que a busca de Tesourinha
alimentos e a procriação sejam feitas com o
auxílio da claridade.
Entretanto, o que mais desperta curiosi-
dade sobre as aves migratórias é o seu notável
senso de orientação. O que faz com que sigam
seus destinos através de rotas tão precisas?
1
É claro que as aves não utilizam, como nós,
equipamentos para se localizar e se orientar.
Depois de sucessivas experiências com aves
migratórias, os cientistas descobriram que
algumas delas viajam durante o dia e
orientam-se pelo Sol, outras viajam à noi- 2
te e orientam-se pelas estrelas. É possí-
vel que as aves migratórias façam uso, tam- 3
3
bém, de referências visuais como montanhas, rios Andorinha-
e litorais. pequena-de-casa
Utilizando-se de radares, os cientistas verificaram
que, em noites sem nuvens, as aves migratórias notur-
nas viajam traçando roteiros claros e precisos. Se a noite
estiver nublada, elas projetam um itinerário confuso na
tela do radar, como se estivessem perdidas.
Outras formas de orientação utilizadas pelas aves
também estão sendo seriamente investigadas, porém
ainda não foram comprovadas cientificamente. Con- Algumas espécies de pássaros per-
tudo, já se sabe que elas são exímias navegadoras dos correm milhares de quilômetros em suas
ares, utilizando-se de suas “bússolas naturais”. rotas migratórias.
Mapa baseado em: A migração das aves nas Américas.
Washington, National Geographic Society, 1983.
26
8. Os mapas
Muitas vezes ouvimos falar de países, rios, montanhas e outros tan-
tos lugares que nem imaginamos onde ficam. No entanto, por meio de
mapas é possível conhecer a localização de qualquer lugar sobre a face
da Terra. Você já necessitou utilizar algum mapa? Com que finalidade?
Você sabe como um mapa é elaborado?
A importância dos mapas
A necessidade de conhecer melhor o mundo O mapa constitui a representação gráfica de
levou o ser humano a descobrir maneiras de um espaço real, em uma superfície plana. Nele
representar, de forma simbólica, as principais podemos representar todo nosso planeta ou ape-
características de lugares e de paisagens. Dessa nas parte dele, como as ruas de uma cidade, os rios
maneira, ele começou a registrar, por meio de de um país ou os continentes e oceanos da Terra.
desenhos e outras linguagens gráficas, a disposi- As estrelas e constelações que são vistas no céu,
ção, no espaço, de rios, mares, montanhas, deser- os outros planetas do Sistema Solar e as galáxias
tos e aldeias. Isso era feito em materiais como cerâ- também podem ser representados em um mapa.
mica, pergaminho* e, mais tarde, papel. Essas A partir da análise de um mapa é possível co-
representações receberam o nome de mapas, e o nhecer detalhes de lugares próximos ou distantes,
conjunto de técnicas, métodos e arte desenvolvi- planejar ações, compreender o espaço geográfi-
do para a elaboração desses mapas passou a ser co e suas alterações, assim como a relação exis-
denominado Cartografia. tente entre este e os seres humanos.
Usamos os mapas para os
mais diversos fins. Por exemplo,
quando queremos localizar uma
rua ou avenida, examinamos um
guia da cidade, ou então, quando
estamos em uma viagem, faze-
mos uso de um mapa rodoviário
para saber que estrada seguir.
Um mapa rodoviário nos permite
conhecer a localização das cidades
e as estradas que fazem as ligações
entre elas.
O mapa é também um instru-
mento importante para o geógrafo,
o geólogo, o engenheiro, o arquite-
to e o corretor de imóveis, entre
outros profissionais que necessi-
tam conhecer melhor o lugar em
que estão trabalhando.
Os tipos de rocha que formam os
terrenos são representados em um
mapa geológico.
Explicar aos alunos a função de cada profissional
pergaminho: pele de animal preparada para servir de base para a escrita de textos e a citado: geógrafo, geólogo, engenheiro, arquiteto
elaboração de mapas e corretor de imóveis. 27
9. A produção dos mapas
A precisão alcançada pela Cartografia em Os mapas elaborados pelos cartógrafos utili-
nossos dias é resultado de um avanço tecnológico zam informações obtidas por meio de fotografias
conseguido pela humanidade ao longo dos sé- aéreas e imagens de satélites. Além desses recur-
culos. sos, o cartógrafo, muitas vezes, percorre pessoal-
A evolução das técnicas cartográficas tem mente os locais a serem mapeados, verificando ou
possibilitado a produção de representações gráfi- coletando informações para que a representação
cas cada vez mais precisas. se torne a mais correta possível.
Em terra, utilizando instrumen- Munidos de máquinas fotográ- Satélites artificiais giram em tor-
tos como o teodolito, cartógrafos ficas especiais, pequenos aviões no da Terra em grandes altitudes,
e topógrafos* coletam dados, sobrevoam as áreas que se dese- captando imagens de extensas
como a altitude* e as distâncias ja mapear. regiões do planeta.
entre os elementos da paisagem.
Fotografia aérea
A fotografia aérea é utilizada para levantar
informações sobre uma área que se deseja mapear.
Nesse processo, câmeras especiais instaladas em
aviões registram em fotografias as características
de uma região.
Embora a fotografia aérea seja um recurso
mais antigo do que a imagem de satélite, ela é
igualmente importante, pois permite a elaboração
de mapas com informações precisas e detalhadas
do espaço geográfico, como os tipos de lavoura
de uma área e até o tamanho dos lotes de um
bairro numa cidade.
Empresas especializadas em cartografia utili-
zam aparelhos sofisticados, como o aviógrafo,
para elaborar mapas e cartas a partir de fotogra-
fias aéreas.
Observe a fotografia aérea ao lado.
Quais os elementos de maior destaque que
você pode observar na foto? Relacione-os
em seu caderno. De acordo com os ele-
mentos que você relacionou, esta é uma
área urbana ou uma área rural?
topógrafo: profissional responsável por registrar no papel as formas
do relevo e os elementos de determinada área da superfície terrestre
28 altitude: distância vertical medida a partir do nível do mar (0 metro)
10. Imagens de satélite
As imagens de satélite são representações do de cidades, às atividades do espaço rural, às di-
da superfície terrestre obtidas por satélites artifi- ferentes formas de poluição do ar e das águas e,
ciais especiais, que giram em torno da Terra a ainda, à proteção de áreas com diferentes tipos de
grandes altitudes. Esses satélites possuem senso- vegetação. Além disso, as imagens de satélite per-
res* que captam a energia refletida pela superfí- mitem localizar com precisão certos recursos na-
cie terrestre, transformando-a em imagens. Essas
turais, como as jazidas minerais, e também obter
imagens são, muitas vezes, as principais fontes de
informações para a elaboração dos mapas. dados meteorológicos.
Por meio da observação das imagens de sa- Dessa forma, essas imagens são cada vez mais
télite é possível, por exemplo, planejar ações a se- importantes para que possamos conhecer e pla-
rem tomadas em relação ao crescimento acelera- nejar o espaço geográfico.
Esta é uma imagem da cidade de São Paulo
e municípios vizinhos, captada pelo satélite
Landsat 5. Nela é possível notar a grande aglo-
meração urbana. Para melhor compreender a
imagem, veja o que representa cada uma das
cores que foram atribuídas à imagem.
O azul indica a área urbanizada. Os
tons mais escuros indicam uma con-
centração maior de construções, com
destaque para a região central da cida-
de, onde existem muitos edifícios. Os
tons mais claros indicam uma quan-
tidade menor de construções, justa-
mente na área periférica onde a cida-
de está se expandindo.
As áreas em preto são leitos de rios
ou de reservatórios, como as duas
grandes manchas escuras ao sul.
A cor vermelha serve para indicar a
vegetação: pastagens, plantações e
florestas ou mesmo áreas verdes,
como praças e parques.
INPE, 20/8/1997.
A superfície terrestre vista de cima
Os seres humanos sempre No entanto, o desenvolvimento aviões e naves espaciais revelam
procuraram compreender melhor tecnológico permitiu que ima- aspectos da superfície dos luga-
o espaço que os cerca obser- gens cada vez mais precisas da res onde vivemos, assim como
vando-o do alto. Na Antiguidade, superfície terrestre nos fossem de lugares muito distantes de
viam-se obstáculos no terreno de apresentadas. Atualmente, má- onde estamos.
cima de uma torre ou de um quinas fotográficas acopladas a
morro. Já a partir do século XIX,
com a invenção de diferentes
aparelhos, foi possível obter foto-
grafias aéreas a bordo de balões,
como fez o francês Gaspar Félix Em 1903, o fotógrafo
Tournachon em 1858, produzin- alemão Julius Neubronner
do fotos de Paris, a capital da realizou algumas das pri-
França. meiras fotografias aéreas
Além dos balões, pipas e até da história, acoplando pe-
quenas máquinas fotográ-
mesmo pombos foram utilizados
ficas em pombos-correio.
para registrar imagens aéreas.
sensor: aparelho utilizado para captar, registrar e medir a forma de um objeto, terreno ou fenômeno, a partir da
energia refletida por eles
29
11. Questões de compreensão
1. Elabore uma narrativa contando uma situação em 3. Aponte as principais diferenças entre as fotogra-
que a utilização de um mapa seria imprescindível. fias aéreas e as imagens de satélite.
2. Escreva sobre a importância que um mapa pode 4. Faça um comentário sobre o que você achou
ter no trabalho dos seguintes profissionais: na- mais interessante com relação às técnicas utili-
vegador, taxista, corretor de imóveis e caminho- zadas na produção dos mapas, explicando por
neiro. que esse aspecto chamou a sua atenção.
Análise de texto
Leia o texto abaixo com atenção:
Os satélites artificiais, cada vez mais, fazem parte do dia- 1. Além de serem importantes na
a-dia da vida moderna. Por meio deles, que estão equipados elaboração de mapas, para
com sensores de alta tecnologia, recebemos imagens e notí- que outros fins os satélites são
cias do mundo inteiro e nos comunicamos através da usados hoje em dia?
Internet e de chamadas telefônicas de longa distância. 2. Por que os satélites são im-
A maior parte dos satélites artificiais é lançada em portantes para as pesquisas
órbita através de foguetes, também conhecidos como desenvolvidas sobre a Terra?
veículos lançadores não recuperáveis, porque, após o
lançamento, eles não são recuperados pois ou se desintegram ou fi- 3. Descreva algumas das dife-
cam perdidos no espaço. rentes maneiras que os saté-
Existem vários tipos de satélites artificiais: os satélites de lites estão presentes em seu
comunicações, em maior número, os satélites de televisão, os satélites cotidiano.
científicos, os satélites espiões ou para fins militares, os satélites
meteorológicos e de sensoriamento remoto de recursos terrestres. 4. Na sua opinião, o Brasil deve
ter seus próprios satélites?
Explique.
Teresa G. Florenzano. Imagens de satélite para estudos ambientais.
São Paulo, Oficina de Textos, 2002.
Análise de mapa
O mapa do Brasil ao lado, desenhado por
Luís Teixeira no final do século XVI, mostra a
divisão das Capitanias Hereditárias e a linha do
Tratado de Tordesilhas, que limitava as terras
pertencentes a Portugual na América do Sul.
Observe-o atentamente.
Agora, consulte um mapa atual da Améri-
ca do Sul (que contenha a hidrografia e a divi-
são política). Aponte as principais semelhanças
e diferenças entre eles, observando, principal-
mente, a representação da forma do continente
e da sua hidrografia. Troque idéias com seus
colegas.
30
12. í A linguagem dos mapas
e dos gráficos
Assim como fotografias e textos, os mapas são fontes de informação para as pessoas.
Porém, os mapas possuem uma linguagem própria que precisamos conhecer para melhor
compreendê-los. Você sabe interpretar as informações que um mapa apresenta? Como é
possível representar uma cidade, um país ou mesmo todo o espaço terrestre em um mapa
do tamanho de uma folha de papel? Converse com seus colegas a respeito.
Convenções cartográficas
A necessidade de reproduzir com fidelidade em
um mapa as características de determinado espa-
Exemplos de convenções cartográficas
ço levou os cartógrafos a desenvolverem uma sé-
rie de códigos ou convenções, que são aceitos
internacionalmente. Por isso, um mapa geralmen-
te pode ser compreendido independentemente do
país em que foi produzido.
Os símbolos (figuras, desenhos, cores, linhas ou
hachuras) dispostos no mapa têm a finalidade de
reproduzir as características de um determinado lu-
gar. Os rios, lagos, mares e oceanos, por exemplo,
são representadas na cor azul; os aeroportos, com
desenhos de avião; as florestas e matas, em geral,
na cor verde; as rodovias, com linhas e traços. Os
significados desses símbolos, ou seja, dessas con-
venções, são explicados no mapa por meio de uma
relação chamada legenda. Observe algumas
convenções no quadro ao lado.
Principais vias de transporte na região Sul
N
O L Observe as convenções utilizadas
Porto Ourinhos S no mapa ao lado e responda as
São José
Londrina
questões a seguir.
Maringá
• Quantos e quais são os estados
Guaíra Itararé
da região Sul?
PR
Cascavel • Cite o nome das capitais e de al-
Ponta Grossa Curitiba gumas cidades importantes de
Guarapuava Paranaguá
Foz do Iguaçu cada estado.
• Quantos são e onde estão loca-
São Miguel Joinville
D´Oeste lizados os principais portos e
Itajaí
Chapecó SC aeroportos dessa região?
Erechim • Em qual estado da região Sul
Lages Florianópolis
está a maior parte da extensão
Passo Fundo Criciúma Tubarão de rodovias em pista dupla?
São Borja
RS Caxias do Sul
Santa Maria Porto Alegre
Uruguaiana
Capital de estado
Santana do Cidade principal
Livramento
Bagé Pelotas
Rodovia
Rio Grande Rodovia — pista dupla
Jaguarão
OCEANO Ferrovias principais
0 130 km ATLÂNTICO Aeroportos principais
Chuí
Portos principais
Guia 4 Rodas Brasil. São Paulo, Abril, 2004. 31
13. Escala
Quando se deseja conhecer a distância entre papel corresponde a 100 cm na realidade, ou seja,
dois pontos ou o tamanho real da área que está a 1 metro. Isso quer dizer que a medida linear do
sendo representada em um mapa, deve-se obser- quarto será reduzida 100 vezes.
var a sua escala. Estabelecendo essa relação de proporção é
A escala é uma relação de proporção estabe- possível agora desenhar sem problemas o quarto
lecida por quem elaborou o mapa. Imagine, por na folha de papel.
exemplo, que se queira representar em uma folha
de papel o quarto de uma casa com 3 metros de
largura por 5 metros de comprimento, mantendo
as mesmas proporções. Para que isso seja possí-
vel, estabelece-se uma relação de proporção, isto
é, uma escala entre a medida real e a que será uti-
lizada na representação. Neste exemplo, a escala
estabelecida é a de que 1 metro na realidade equi-
vale a 1 centímetro na representação.
Meça com sua régua os lados do quarto mostrado
Como se sabe, 1 metro é igual a 100 centíme- na figura e comprove se as proporções estão corretas,
tros; então, de acordo com essa escala, 1 cm no de acordo com a escala apresentada no texto.
Escala numérica e escala gráfica
A indicação da escala em um mapa pode ser Escala gráfica é aquela indicada no mapa sob
feita de duas maneiras: a escala numérica e a a forma de uma linha reta horizontal, dividida em
escala gráfica. partes iguais, como se fosse uma régua. Nela estão
indicadas as distâncias reais do mapa. A escala
Escala numérica é aquela indicada no mapa gráfica permite a visualização imediata do tama-
sob a forma de fração, como, por exemplo, 1/100 nho e das distâncias entre os elementos de um
(lê-se 1 sobre 100), ou, como é comumente usa- mapa.
da, na forma de razão*, 1:100 (lê-se 1 para 100); 0 1 2 3m
o numerador da escala numérica
indica a medida no mapa ou
1cm : 100cm 0 1 2 3m
ou
1cm / 100cm
a escala gráfica acima mostra que
o denominador indica um centímetro na representação
a medida na realidade equivale a um metro na realidade
Principais cidades do Rio Grande do Sul
Usando como referência o mapa do estado
do Rio Grande do Sul ao lado, podemos cons-
tatar que:
a ) a escala gráfica indica que cada centí-
metro no mapa equivale a 10 000 000 de
centímetros, ou 100 000 metros, ou ain-
da 100 quilômetros no terreno, isto é, na
realidade;
b ) a distância entre Porto Alegre e São Ga-
briel no mapa é de 3 centímetros, o que
corresponde a uma distância real em li-
nha reta de 300 quilômetros;
c ) a distância entre Passo Fundo e Santa
Maria no mapa é de 2 centímetros, o
que corresponde a uma distância real
1 : 100
10.000.000 km em linha reta de 200 quilômetros.
0 200
32 razão: a relação entre dois números
14. Variação da escala
As escalas dos mapas permitem representar a variação da escala, mapas de tamanhos iguais
um espaço qualquer em tamanho reduzido, inde- podem representar áreas maiores ou menores da
pendentemente de sua extensão real. superfície terrestre. Essa variação da escala resul-
Os mapas abaixo representam partes da cida- ta, também, em níveis diferentes de detalhe das
de do Rio de Janeiro e áreas vizinhas. Nesses informações representadas.
exemplos podemos perceber que, de acordo com Observe atentamente os mapas A, B e C.
Mapa A
O mapa A está na escala aproximada de 1:25 000;
isso quer dizer que cada centímetro no mapa correspon-
de a 25 mil centímetros na superfície terrestre. Ou en-
tão, simplificando a razão, teremos que cada centíme-
tro representa 250 metros na realidade.
Mapa B
0 250 m
Mapa C
1:150 000
A quantos metros corresponderá na
realidade cada centímetro representado
no mapa B? E no mapa C?
Agora, utilizando-se das escalas dos
mapas, descubra:
• no mapa A: a extensão aproximada da
pista principal do aeroporto Santos
Dumont;
• no mapa B: a extensão aproximada,
1:900 000
em linha reta, da ponte Rio—Niterói
sobre o mar;
• no mapa C: a distância, em linha reta,
Guia Quatro Rodas Ruas—Rio de Janeiro. São Paulo, Abril, 2003.
entre Itaboraí e Nova Iguaçu.
Explicar aos alunos que, para simplificar o denominador da escala que está em centímetros e
transformar esse valor em quilômetros, devemos cortar cinco casas decimais partindo da direita
para a esquerda. Por exemplo: 900 000 cm = 9 km ou 150 000 cm = 1,5 km.
33
15. Mapas temáticos
As características existentes em uma determi- • mapas econômicos: representam a distri-
nada porção do espaço geográfico podem ser re- buição das riquezas de determinado lugar,
presentadas em um mapa. Entretanto, se muitas das como a localização de recursos minerais, das
características de um espaço forem mostradas em indústrias e da produção agropecuária;
uma mesma representação, sua compreensão tor- • mapas históricos: mostram, por exemplo,
na-se difícil. Por isso, determinados mapas repre- como era a distribuição da população e a ex-
sentam especificamente um tema e são chamados tensão dos domínios de determinado povo,
mapas temáticos. Conheça a seguir alguns tipos: em épocas passadas.
• mapas físicos: representam os aspectos
naturais de determinada área, como o re-
levo, a hidrografia, o clima e a vegetação;
N
PR O L
S
Rio Peperi-Guaçu
ó
ec
ap
Ch e Rio Itajaí-Açu
o ix
Ri Pe
do
o
Ri
Rio Urugua
i Rio Canoas
Florianópolis
0 150 km
Arroz Aves
RS
AGRIDATA—Secretaria do
s
ta
Café Bovinos
lo
Rio
Pe
Tub Estado da Agricultura,
o
arão
Ri
Pecuária e Abastecimento, Soja Suínos
Minas Gerais, 2004. Feijão
OCEANO
ATLÂNTICO
Campos 0 40 km
Milho
Mata Atlântica Cana-de-açúcar
Adaptado de Seplan—SC. Atlas Escolar
Mata de Araucária de Santa Catarina. Rio de Janeiro,
Floresta Subtropical Aerofoto Cruzeiro, 1991.
Vegetação Litorânea
Os mapas acima e ao lado são
exemplos de mapas temáticos
citados no texto. Identifique
cada um deles e especifique os
temas que estão representando.
Atual limite
do território
brasileiro
Limite imposto
pelo Tratado de
Tordesilhas - 1494
Terras
pertencentes
à Espanha 0 550 km
Terras
pertencentes
a Portugal Adaptado do Atlas Histórico e Geográfico
Brasileiro. Rio de Janeiro,
Fename — MEC, 1967.
34
16. Planta, planisfério e globo geográfico
Os mapas também diferenciam-se de acordo fério Oriental, oposto ao do Brasil. Porém, nos
com a escala e a função que desempenham. Quando planisférios, muitas vezes não é possível perceber
representamos uma área restrita, como uma casa, como determinados pontos da superfície terres-
um bairro ou uma cidade, recorremos às plantas. tre são bem mais próximos do que parecem. Um
Em geral, as plantas são produzidas em uma es- planisfério em que a Europa apareça representa-
cala grande (1:20, 1:100, 1:5 000), em que po- da no centro, por exemplo, mostra a América do
dem ser incluídos um maior número de detalhes. Norte e a Ásia separadas, cada qual em um extre-
Por outro lado, quando se deseja representar mo do mapa. No entanto, quando se observa um
uma grande extensão de terras, como toda a su- globo geográfico, percebe-se que, em uma deter-
perfície terrestre, utiliza-se o planisfério ou minada área, esses dois continentes estão muito
mapa-múndi. Esse tipo de mapa é muito utilizado próximos, separados apenas por um pequeno es-
nas escolas, pois com ele é possível visualizar treito, denominado estreito de Bering.
todos os continentes, oceanos e países ao mesmo Dessa maneira, um globo geográfico repre-
tempo. O Brasil, por exemplo, pode ser visto ao senta a forma e a superfície da Terra com maior
mesmo tempo que o Japão, a China e a Austrália, fidelidade que um mapa, sendo um instrumento
ainda que esses países estejam situados no hemis- didático amplamente utilizado.
Sabendo das particularidades e das diferenças de
escala existentes entre as plantas e os planisférios,
responda: em quais tipos de trabalho e para quais
profissionais cada uma dessas representações pode
ter maior utilidade?
Planta
Planisfério
Imagine que você precisa estabelecer uma rota de
navegação marítima, a mais curta possível, entre o
Brasil e a Austrália. Qual representação você usaria:
um planisfério ou um globo geográfico? Explique o
motivo de sua escolha.
Esclarecer aos alunos que o globo geográfico também é comumente denominado
globo terrestre. Ver explicações em Orientações e propostas para o trabalho de
Globo geográfico cada capítulo no caderno de Orientações ao Professor, na página 19.
35
17. Como interpretar um mapa
A interpretação de um mapa exige certos pro- presentado. Assim, nossa visão será abrangente e
cedimentos e alguns cuidados. É preciso colocar o teremos uma importante noção do conjunto. Para
mapa aberto sobre uma mesa e observar atenta- interpretar o mapa, também devemos tomar conhe-
mente o que ele expressa. Dispondo-o horizontal- cimento dos importantes elementos que o com-
mente sobre uma superfície plana, temos a impres- põem, como título, legenda, escala, orientação e
são de que estamos sobrevoando o espaço ali re- fonte, e relacioná-los ao que está representado.
Quando contemplamos uma paisagem ao nível do chão, estamos observando-a
de um ponto de vista horizontal. Se estivermos em posições mais elevadas,
podemos também observá-la de pontos de vista oblíquo ou vertical.
Um mapa mostra os elementos de um determinado lugar como se os obser-
vássemos de um ponto de vista vertical. Veja a seguir.
Ponto de vista horizontal Ponto de vista oblíquo
Ponto de vista vertical Mapa (resultado do ponto de vista vertical)
0 4 8m
Vegetação
Áreas cultivadas
Construções
Escolha alguns objetos da sala de aula ou de sua
casa e observe-os dos pontos de vista horizontal, Lagoa
oblíquo e vertical. Desenhe esses objetos como
você os vê, de acordo com os diferentes pontos de
vista. Procure ver os desenhos produzidos pelos
seus colegas.
36
18. Gráficos
Assim como os mapas, os gráficos são recur-
sos visuais muito utilizados para facilitar a leitura
e a compreensão de informações sobre fenô-
menos e processos naturais, sociais e econômicos.
No nosso dia-a-dia, basta abrirmos as páginas dos
jornais, revistas e livros ou mesmo assistirmos aos
telejornais e programas educativos para perce-
bermos o quanto esse recurso é explorado pelos
meios de comunicação.
O gráfico é uma representação com forma
geométrica construída de maneira exata e
precisa a partir de informações numéricas obtidas
através de pesquisas e organizadas em uma
tabela. Existem vários tipos de gráficos e os
Os gráficos são muito utilizados para representar dados e in-
mais utilizados são os de colunas, os de linhas e formações estudados pela Geografia, pela Economia, pela
os circulares. Sociologia, entre outras ciências.
Gráfico de colunas
O gráfico de colunas é composto por duas caso do exemplo abaixo, 0,7 cm) e a distância en-
linhas ou eixos, um vertical e outro horizontal. No tre elas deve ser constante (no caso, 0,3 cm).
eixo horizontal são construídas as colunas que A tabela abaixo especifica o percentual que
representam a variação de um fenômeno ou de um cada grande região brasileira ocupa em relação ao
processo de acordo com sua intensidade. Essa total da área do território nacional. A partir dos
intensidade é indicada pelo eixo vertical. As colu- dados da tabela foi possível construir o gráfico de
nas devem sempre possuir a mesma largura (no colunas a seguir.
Área ocupada pelas regiões brasileiras
%
50
40
Regiões %
Norte 45
Nordeste 18 30
Sudeste 11
Sul 7
Centro-Oeste 19 20
Anuário Estatístico do Brasil.
Rio de Janeiro, IBGE, 2003.
10
0 Regiões
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Segundo o gráfico, qual região brasi-
leira ocupa uma área maior? Com qual
porcentagem? E qual região ocupa uma
área menor? Com qual porcentagem?
Em qual região você vive? Qual porcen-
tagem de área ela ocupa?
37
19. Gráfico circular
Os gráficos circulares são representa- A tabela a seguir mostra como os trabalha-
dos por círculos divididos proporcionalmente dores infanto-juvenis (com idades entre 10 e 15
de acordo com os dados do fenômeno ou do anos) estão distribuídos, proporcionalmente,
processo a ser representado. Os valores são por atividades econômicas no Brasil. Com os
expressos em números totais ou em percen- dados da tabela foi possível construir o gráfico
tuais (%). circular que está ao lado dela. Observe.
Distribuição do trabalho infanto-juvenil (10 a 15 anos) no Brasil
(por atividades econômicas)
Atividade %
agrícola 56
serviços 21
comércio 13
indústria 6
construção civil 3
outras 1
Simon Schwartzman. Trabalho Infantil
no Brasil. Brasília, OIT, 2001.
Depois de ter observado a tabela e o gráfico circular, responda: em que setor de atividade econômica a maioria
dos jovens está empregada? Com qual percentual? Qual dos setores emprega menos trabalhadores infanto-juve-
nis? Você tem colegas que, além de estudar, também trabalham? Em que setor de atividade?
Gráfico de linha
O gráfico de linha é composto por dois ei- taxas de analfabetismo no Brasil, ou seja, o percen-
xos, um vertical e outro horizontal, e por uma li- tual de pessoas acima de 15 anos que não sabem
nha que mostra a evolução de um fenômeno ou ler e escrever em relacão ao total da população bra-
processo, isto é, o seu crescimento ou diminuição sileira, entre 1950 e 1999. A partir dos dados da
no decorrer de determinado período. tabela pôde-se construir o gráfico linear que está ao
A tabela a seguir mostra como evoluíram as lado dela.
Evolução da taxa de analfabetismo no Brasil
(%)
60
População 50,6%
Ano analfabeta 50
(em %)
39,7%
40
1950 50,6 33,7%
1960 39,7
30 25,9%
1970 33,7
1980 25,9
20,1%
20
1991 20,1 11,2%
2003 11,2 10
0
1950 1960 1970 1980 1991 2003
Almanaque Brasil 97/98. Rio de Janeiro, Terceiro Mundo, 1997.
PNAD. Rio de Janeiro, IBGE, 1999 e 2003.
Com base na tabela e no gráfico de linha, responda: de 1950 a 2003, a taxa de analfabetismo
aumentou ou diminuiu? Quanto? Quais eram os percentuais de analfabetos nestes anos? Na
sua opinião, qual a importância dos estudos para as pessoas? Converse com seus colegas a
respeito e procurem saber a taxa atual de analfabetismo no Brasil.
38
20. Questões de compreensão
1. Imagine que lhe pedissem para produzir um mapa dade de detalhes, e que o vendedor lhe mostre
onde 1 centímetro no papel seria equivalente a dois mapas: um com escala 1:10 000 e outro
600 quilômetros na realidade. Como seria a es- na escala 1:1 000 000. De acordo com a sua
cala numérica e gráfica desse mapa? E se a pro- necessidade, qual deles você compraria? Por
porção fosse de 1 centímetro na representação quê?
para 10 quilômetros na realidade?
4. Cite duas características que diferenciam as
2. Em um mapa que possui escala 1:500 000, a dis-
plantas dos planisférios.
tância em linha reta entre duas cidades no papel
é de 4 centímetros. Qual é a distância real entre
as duas cidades em quilômetros? 5. “Com um mapa-múndi, pode-se ver o mundo in-
teiro de uma só vez!” Comente essa afirmação e
3. Suponha que você precise comprar um mapa de cite dois casos em que a utilização do mapa-
uma cidade que apresente uma grande quanti- múndi é necessária.
Construção de mapa
Em uma folha de papel, produza um
mapa que indique o caminho de sua casa
até a escola. Com o auxílio de uma bússola
ou da posição do Sol, tomando como
referência a sua casa, localize os quatro
pontos cardeais. Não esqueça de traçar as
ruas, as avenidas ou as estradas com seus
respectivos nomes. Indique também, por
meio de símbolos, alguns pontos de referên-
cia existentes no percurso, como estabele-
cimentos comerciais, igrejas, pontos de ôni-
bus, etc. Organize, no canto do mapa, uma
legenda explicativa para os símbolos que
você desenhou.
Apresente seu mapa a alguns colegas
da sala e peça para que eles verifiquem se,
com o auxílio de sua representação, seria
possível ir de sua casa até a escola, ou vice-
versa. Faça o mesmo com o mapa deles e
troquem sugestões para aperfeiçoar o tra-
balho de cada um.
Pesquisa e análise de gráficos
Pesquise, em revistas, jornais e livros, alguns Escolha, entre os gráficos que pesquisou, aquele
exemplos de gráficos de linhas, circulares, de colunas que você considerou de fácil compreensão ou aquele
e de outros tipos que encontrar. cujo tema representado tenha lhe chamado a atenção.
Traga os gráficos para a sala de aula e, com o au- Veja o resultado da pesquisa de seus colegas,
xílio do professor, analise-os. Procure identificar o seu observe como os gráficos foram analisados e conhe-
tipo e a informação que apresentam. ça os gráficos que eles escolheram.
Para completar a atividade de construção de mapa, ver sugestão em Construção de Atlas em Orientações
para atividades complementares no caderno Orientações ao Professor, na página 20.
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