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Serviços de TI alavancam economia brasileira
1. Serviços de TI alavancam Economia Brasileira
Hélio Lemes Costa Jr
Março de 2012
2. Destaques
• Segmento foi o que mais cresceu em
2011, segundo dados do PIB – Produto Interno
Bruto.
• Mercado saltou de US$ 59 bi em 2008 para US$
95 bi em 2011.
3. Elder, estagiário na Stefanini
O contrato de estágio de Elder Rodrigues, de 18 anos, encerraria em
maio, mas ele já foi comunicado que será efetivado já a partir do
próximo mês como analista júnior. “Entrei como estagiário há 4 meses
e já vou ser efetivado. Não imaginava que tudo iria acontecer tão
rápido”, diz o estudante, que está no 2º ano do curso de sistemas de
informações e acaba de conquistar o seu primeiro emprego com
carteira assinada. “Nem me formei e já tenho emprego. Acho que
acertei ao escolher a área de TI [Tecnologia da Informação]”, avalia.
4. Conjuntura Econômica
De acordo com os números de crescimento do setor e de déficit de
mão de obra especializada na área, Rodrigues acertou em cheio.
Dados do IBGE divulgados nesta terça-feira (6) mostram que o
segmento de serviços de informação avançou 4,9% em 2011, acima da
alta do PIB do país, que ficou em 2,7%, e à frente de atividades de
maior destaque nos últimos anos, como construção civil
(3,6%), indústria da transformação (0,1%) e comércio (3,4%). Em
2010, o setor tinha avançado 3,8%. Em 2009, quando o PIB nacional
teve variação negativa, serviços de informação registraram
crescimento superior a 4%.
5. Serviços de Informção
Os serviços de informação englobam as
atividades de
telecomunicações, internet, serviços
audiovisuais, edição e tecnologia da
informação, que responde pela maioria
das empresas do setor e por cerca de
50% da mão de obra empregada.
6. Salários
Os serviços relacionados à tecnologia
de informação vêm ganhando uma
participação cada vez maior na
economia do país e as perspectivas
para quem investe em uma carreira na
área seguem promissoras.
Atualmente, são cerca de 1,2 milhão
de trabalhadores na área, cujo salário
médio é de R$ 2.950, e o déficit de
profissionais no mercado é estimado
em 115 mil pessoas.
7. Importância do Setor
Segundo dados da Associação Brasileira das Empresas
de Tecnologia da Informação e Comunicação
(Brasscom), o mercado de TI cresceu 61% nos últimos 3
anos. Em 2011, o setor movimentou US$ 96 bilhões, uma
alta de 13% em relação ao ano anterior, representando
4,4% do Produto Interno Bruto (PIB). Considerando
também o mercado de telecomunicações, o total em 2011
chegou a US$ 190 bilhões, ou o equivalente a 8% do
PIB.
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9. Importância do Setor
O avanço do mercado de TI reflete a procura por ganhos
de eficiência e busca por estruturas administrativas mais
enxutas mediante terceirização de serviços e
incorporação de soluções de tecnologia por praticamente
todos os setores da economia, seja
agropecuária, indústria ou comércio. Para 2012, o setor
projeta crescimento de 12% a 13%.
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11. Importância do Setor
“Um dos diferenciais do setor é que não há retração. A
curva de TI é ligeiramente independente do crescimento
econômico do país”, diz Antonio Gil, presidente da
Brasscom. Ele destaca que os serviços de tecnologia são
demandados tanto em projetos de expansão dos
investimentos e inovação como de redução de custos e
ganhos de escala.
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13. Importância do Setor
“Nos últimos anos, tivemos a ascensão de mais de
40 milhões de pessoas para a classe C, um
universo de consumidores emergentes que, além de
eletrodomésticos, querem
saúde, educação, bancarização e segurança, e não
há como aumentar a oferta desses serviços sem
fazer uso de TI”, acrescenta Gil.
14. Importância do Setor
TI pode ter 6,5% do PIB em 2022
O volume de US$ 96 bilhões faz do Brasil o sexto maior
mercado de TI do mundo, segundo a Brasscom. A
entidade prevê que, em 10 anos, o mercado brasileiro
chegará a R$ 220 bilhões, o que pode corresponder a
6,5% do PIB.
“Podemos ser o quarto ou quinto maior mercado. O setor
de TI brasileiro é um dos mais sofisticados do mundo.
Somos bons no que fazemos. Nosso sistema bancário é
um dos mais avançados do mundo e temos uma série de
áreas que ainda não são atendidas efetivamente, como
saúde, educação e segurança”, afirma Gil.
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16. Importância do Setor
Dados do IBGE mostram que, entre 2003 e 2009, o
número de empresas de serviços de informação saltou
de 55 mil para 70 mil. Segundo a Confederação Nacional
de Serviços (CNS), o setor responde por apenas 7,7% do
total das empresas de serviços privados especializados.
Por outro lado, o segmento responde pela maior fatia de
faturamento líquido (28,8%), com uma receita média por
empresa cerca de quatro vezes maior do que o nível de
faturamento das outras empresas de serviços.
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18. Importância do Setor
Segundo a Associação Brasileira das Empresas
de Software (Abes), só o mercado de
desenvolvimento, produção e distribuição de
software e de prestação de serviços é explorado
atualmente por cerca de 9 mil
companhias, sendo 85% delas micro ou
pequenas empresas.
O custo de investimento para a abertura de uma
empresa do gênero é relativamente
baixo, basicamente pessoal e treinamento, o que
estimula o empreendedorismo.
19. Importância do Setor
"O aumento da renda das famílias tem feito crescer a
demanda por serviços voltados para o mercado interno.
O setor é o maior empregador do país e o que mais
cresce. Para 2012, estamos prevendo uma alta em torno
de 5%", diz Luigi Nese, presidente da Confederação
Nacional de Serviços (CNS), destacando que todas as
atividades relacionadas a serviços (incluindo o comércio)
respondem atualmente por 67% do PIB e tendem a
representar mais de 70% do PIB em um prazo de até 5
anos.
20. Importância do Setor
"Na área de tecnologia, a grande vantagem é que diariamente
surge uma nova oportunidade para empreender, seja na criação de
um portal, um software, um sistema de informação, um aplicativo.
E, na maioria dos casos, para começar basta uma ideia e
conseguir juntar uma meia dúzia de profissionais”, acrescenta
Nese.
21. Mão de obra
Déficit de mão de obra e pouca exportação
Com uso de mão de obra intensiva, a área de TI tem sido uma
grande geradora de empregos, e o grande desafio do setor tem sido
justamente suprir toda a demanda por profissionais qualificados. O
gasto com mão de obra representa cerca de 70% dos custos das
empresas de TI. "O país precisa incorporar cerca de 750 mil novos
profissionais até 2020 para alcançar a meta de responder por 6,5%
do PIB", diz o presidente da Brasscom. Entre os entraves para suprir
as demandas do setor, ele cita o baixo percentual de egressos de
nível superior na área de ciências exatas (cerca de 11%), a alta
evasão escolar nos cursos de TI, a falta de base matemática no
ensino fundamental e o baixo índice de profissionais com domínio de
um segundo idioma.
22. Mão de obra
Tais deficiências fazem o setor de TI brasileiro ainda ser
extremamente dependente do mercado interno. As
exportações somaram US$ 2,65 bilhões em
2011, segundo a Brasscom, o que representa uma fatia
de menos de 3% do mercado. O mercado externo
indiano, por exemplo, conhecido por atender localmente
empresas de outros pontos do globo em seus call
centers, é da ordem de US$ 70 bilhões.
23. Mão de obra
O presidente da Abes, Gerson Schmitt, destaca
que, dentro do mercado brasileiro de software, 79% dos
programas ainda são desenvolvidos no exterior. Para
equilibrar essa balança, ele defende não só uma política
de desoneração como também de fomento à proteção da
propriedade intelectual.
24. Mão de obra
"Hoje vendemos apenas serviços e não soluções
replicáveis. Se seguirmos esse modelo, que é o
indiano, seremos apenas colônia tecnológica, de venda
de mão de obra a preço de commodity", diz. Ele alerta
ainda para a forte tendência de internacionalização e
concentração do setor. "São poucas as empresas de
grande porte brasileiras e as que existem estão sendo
assediadas", diz.
25. TI no Brasil
Empresa 100% brasileira está em 28
países
Embora o mercado seja dominado por
multinacionais, algumas empresas
brasileiras também têm se destacado na
área, conseguindo inclusive competir
internacionalmente. “Hoje, 40% da nossa
receita já vem do exterior. Somos a maior
empresa latino-americana de serviços em
TI e estamos entre as cinco maiores do
mercado nacional”, diz Marco
Stefanini, presidente e dono da
Stefanini, empresa 100%
brasileira, presente em 28 países com 14
mil funcionários.
26. TI no Brasil
Após uma série de aquisições no exterior, a companhia
foi apontada em 2011 como segunda empresa nacional
mais internacionalizada, ficando atrás apenas da JBS-
Friboi, segundo ranking da Fundação Dom Cabral.
Formado em geologia, Stefanini entrou na área por
acaso, em 1984, e construiu a partir do zero uma
empresa que em 2011 anunciou um crescimento de
21%, com faturamento de R$ 1,2 bilhão, volume quatro
vezes maior do que o registrado em 2006 (R$ 285
milhões). Para 2012, o grupo prevê crescimento de 35%
e a contratação de pelo menos 2,5 mil funcionários, a
maioria em território brasileiro.
27. Oportunidades
“Vou ser sincero, não apostei. Era o que tinha na
época, mas não vou falar que não gostei", diz o
empresário.
Para driblar a falta de mão de obra, a Stefanini tem
investido em recrutamento e aberto escritórios em
cidades fora dos principais polos econômicos, onde a
oferta de vagas na área é menor. Mesmo assim, a
empresa passou a adotar a estratégia de abrir escritórios
no exterior, para se manter competitiva no mercado
internacional, ainda mais diante da valorização do real.
Atualmente, as exportações responde apenas por cerca
de 5% do faturamento da empresa.
28. Exportando Soluções
"É comum uma concorrência onde uma empresa avalia
vários países da América Latina e opta por serviços do
México ou da Argentina, e não do Brasil”, diz Stefanini.
Entre os mais de 500 clientes da Stefanini no mundo
estão gigantes como
Petrobras, Telefónica, Bradesco, Ford, Dell, Motorola, Joh
nson & Johnson, Pão de Açúcar, Fnac e Compra Fácil.
Mas quais são as soluções e serviços oferecidos pelas
empresas de TI?
29. Stefanini
“A gente desenvolve aplicações que as empresas usam
como base no seu business, seja na área de back office
(programas de gestão interna), logística, e-
commerce, internet móvel, certificação de
compras, desenvolvimento de um portal ou
gerenciamento de infraestrutura e suporte", explica
Stefanini.
30. E o Elder?
Recém ingresso na empresa e no mercado
de TI, o estagiário Rodrigues atua no suporte
da rede de uma companhia aérea. “Trabalho
com login de usuário, arrumo ponto de
rede, tiro dúvida de funcionários, tenho de
resolver um pouco de tudo, só não crio ainda
aplicativos. Mas espaço para crescer é o que
não falta", acredita.
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