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Orientação Educacional
Prof. Dra Maria Clara
Pedagogia-06
Prof.clara@folha.com.br
Significado de Orientar
v.t. Dispor uma coisa de acordo com a
posição-guia ou modelo. Dirigir, guiar,
nortear, encaminhar, esclarecer
dúvidas (informar). Fig. Aconselhar.
O que é “ser Orientador”?
Orientação – ato ou arte de orientar;
dar direção, rumo, guia, impulso.
“Orientadores”
O que é ser Orientador
Educacional?
Ver página 25 da apostila, 1º parágrafo
O contexto de trabalho do
Orientador Educacional
Nenhum país alcança pleno
desenvolvimento, se não garantir a todos
os cidadãos, em todas as etapas de sua
existência, as condições para uma vida
digna, de qualidade física, psicológica,
social e econômica.
A educação tem, nesse cenário, papel
fundamental, sendo a escola o espaço no
qual se deve favorecer, a todos os
cidadãos, o acesso ao conhecimento e o
desenvolvimento de competências, ou
seja, a possibilidade de apreensão do
conhecimento historicamente produzido
pela humanidade e de sua utilização no
exercício efetivo da cidadania.
(ARANHA, Maria Salete Fábio. A Escola. Brasília: Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Especial, 2004).
Nesse contexto, a atividade de
orientação educacional remete a questões
que entrecruzam funções não tão claras
quanto aparentam ser.
Hoje, acima de tudo, o OE é um articulador
do Projeto político-pedagógico da escola.
É o profissional especialista que trabalha
com a SINERGIA do grupo: coesão em
prol de um objetivo comum.
Mas nem sempre foi assim...
• A Orientação Educacional surge não de uma
necessidade da escola. Surge fora do
sistema escolar (1908, nos EUA, com Frank
Parsons) – como Orientação Vocacional – e
só depois (1912, EUA, com Jesse Davis) se
desenvolve no sistema escolar. (Ver p. 25, 2º §)
• A preocupação não estava no
desenvolvimento do aluno, mas sim na
formação profissional.
Histórico da Orientação
Educacional
No Brasil teve início em 1924 em São Paulo no
Liceu de Artes e Ofícios. A finalidade era
vocacional, com a criação do “Serviço de
orientação profissional e educacional” com o
objetivo de guiar o indivíduo na escolha de sua
profissão. (Página 26, 2º §)
Orientação Educacional no
Brasil
Em 1931, Lourenço filho, diretor do
Departamento de Educação do Estado
de São Paulo, criou o Serviço Público de
Orientação profissional, na USP. (P. 26,
3º §)
1940 – O governo federal incentiva a criação
do Serviço de Orientação educacional em
todas as escolas, de acordo com o Decreto
Lei 4.073/42: é a regulamentação legal da
Orientação Educacional. (Ver p. 28, último §)
Influência francesa
Nas décadas seguintes, o OE passa a
ser considerado um “ajustador”: cabia
a ele ajustar o aluno à escola, à
sociedade a partir de parâmetros
considerados satisfatórios.
1942 a 1946 – São marcos no
desenvolvimento da Orientação Educacional
no Brasil: além da preocupação com o
ajustamento comportamental do aluno, a
preocupação com a qualificação profissional
se atrelava à redefinição político-econômica
em curso.
A OE foi legalmente instituída, tornando-se
obrigatória no ensino secundário, primando
pela orientação vocacional.
A Lei 4.024/61 reafirma a necessidade da
Orientação Educacional, entretanto falta
pessoal habilitado. (Ver p. 29, último§)
Em 1968, durante a ditadura militar, a Lei
5564/68 regulamenta o exercício da
profissão de OE. Os cursos de Pedagogia
sofrem reformulações para adequar-se aos
princípios vigentes na época. (Ver p. 30, 3º §)
A Lei 5692/71 instituiu a obrigatoriedade da
OE nos estabelecimentos de ensino de 1º e 2º
graus. (Ver p. 30, último § - crítica)
Influência sociológica
Na década de 1980, a influência de
abordagens marxistas na educação
(Bourdieu, Althusser, Snyders) foram
encaminhando as discussões para o
contexto escolar e o contexto social mais
amplo. A escola passa a ser vista como
reprodutora do sistema social.
(Ver p. 31, 2º §)
A escola passou a ser questionada
quanto a seus objetivos e propósitos.
A exclusão social ganha espaço em termos de
discussão e reflexão.
A OE, vai deixando de lado as questões de
ajustamento comportamental e pouco a pouco o
OE deixa de ser visto como um “terapeuta” que
deveria atender “alunos-problema”, e vai
assumindo seu compromisso político na escola.
(Ver p. 31, último §; p. 33,
2º §)
A lei 9.394/96 – Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional -
não traz mais a obrigatoriedade
legal da orientação educacional
nas escolas.
A Orientação Educacional
hoje
(Ver p. 35, 2º §)
O Orientador Educacional é, por
excelência, um promotor do
desenvolvimento humano por ser um
articulador das relações entre as
pessoas.(Ver p. 37, 2º §)
Ninguém é proprietário de um
conhecimento, mas sim responsável
por um dos fios necessários à
tessitura de unir o tapete de saberes
e fazeres que só existirá com a
troca, no trançado de todos os fios
necessários.
(Alves & Garcia, 1999, p.141).
ALVES, Nilda; GARCIA, Regina Leite.
(orgs). O fazer e o pensar dos
supervisores e orientadores
educacionais. São Paulo: Loyola, 1999.
GRINSPUN, Miriam P. S. Zippin.
Orientação Educacional: conflito de
paradigmas e alternativas para a
escola. São Paulo: Cortez, 2011.
Bibliografia
Questões
1) Qual é a origem histórica da OE, nos EUA?
2) Como tem início a OE no Brasil?
3) Com a regulamentação da OE em 1942, qual
era a função do OE?
4) Com a LDB de 1961, qual era o papel do OE na
escola?
5) Qual é a crítica que se pode fazer à Lei
5692/71, que instituía a obrigatoriedade da
OE nas escolas de 1º e 2º graus?
6) Na década de 1980 que mudanças ocorrem na
OE, no Brasil?
7) Descreva a situação atual da OE no Brasil.
8) Qual é hoje o principal papel da OE?

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  • 1. Orientação Educacional Prof. Dra Maria Clara Pedagogia-06 Prof.clara@folha.com.br
  • 2. Significado de Orientar v.t. Dispor uma coisa de acordo com a posição-guia ou modelo. Dirigir, guiar, nortear, encaminhar, esclarecer dúvidas (informar). Fig. Aconselhar. O que é “ser Orientador”? Orientação – ato ou arte de orientar; dar direção, rumo, guia, impulso.
  • 4. O que é ser Orientador Educacional? Ver página 25 da apostila, 1º parágrafo
  • 5. O contexto de trabalho do Orientador Educacional Nenhum país alcança pleno desenvolvimento, se não garantir a todos os cidadãos, em todas as etapas de sua existência, as condições para uma vida digna, de qualidade física, psicológica, social e econômica.
  • 6. A educação tem, nesse cenário, papel fundamental, sendo a escola o espaço no qual se deve favorecer, a todos os cidadãos, o acesso ao conhecimento e o desenvolvimento de competências, ou seja, a possibilidade de apreensão do conhecimento historicamente produzido pela humanidade e de sua utilização no exercício efetivo da cidadania. (ARANHA, Maria Salete Fábio. A Escola. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2004).
  • 7. Nesse contexto, a atividade de orientação educacional remete a questões que entrecruzam funções não tão claras quanto aparentam ser. Hoje, acima de tudo, o OE é um articulador do Projeto político-pedagógico da escola. É o profissional especialista que trabalha com a SINERGIA do grupo: coesão em prol de um objetivo comum. Mas nem sempre foi assim...
  • 8. • A Orientação Educacional surge não de uma necessidade da escola. Surge fora do sistema escolar (1908, nos EUA, com Frank Parsons) – como Orientação Vocacional – e só depois (1912, EUA, com Jesse Davis) se desenvolve no sistema escolar. (Ver p. 25, 2º §) • A preocupação não estava no desenvolvimento do aluno, mas sim na formação profissional. Histórico da Orientação Educacional
  • 9. No Brasil teve início em 1924 em São Paulo no Liceu de Artes e Ofícios. A finalidade era vocacional, com a criação do “Serviço de orientação profissional e educacional” com o objetivo de guiar o indivíduo na escolha de sua profissão. (Página 26, 2º §) Orientação Educacional no Brasil Em 1931, Lourenço filho, diretor do Departamento de Educação do Estado de São Paulo, criou o Serviço Público de Orientação profissional, na USP. (P. 26, 3º §)
  • 10. 1940 – O governo federal incentiva a criação do Serviço de Orientação educacional em todas as escolas, de acordo com o Decreto Lei 4.073/42: é a regulamentação legal da Orientação Educacional. (Ver p. 28, último §) Influência francesa Nas décadas seguintes, o OE passa a ser considerado um “ajustador”: cabia a ele ajustar o aluno à escola, à sociedade a partir de parâmetros considerados satisfatórios.
  • 11. 1942 a 1946 – São marcos no desenvolvimento da Orientação Educacional no Brasil: além da preocupação com o ajustamento comportamental do aluno, a preocupação com a qualificação profissional se atrelava à redefinição político-econômica em curso. A OE foi legalmente instituída, tornando-se obrigatória no ensino secundário, primando pela orientação vocacional.
  • 12. A Lei 4.024/61 reafirma a necessidade da Orientação Educacional, entretanto falta pessoal habilitado. (Ver p. 29, último§) Em 1968, durante a ditadura militar, a Lei 5564/68 regulamenta o exercício da profissão de OE. Os cursos de Pedagogia sofrem reformulações para adequar-se aos princípios vigentes na época. (Ver p. 30, 3º §) A Lei 5692/71 instituiu a obrigatoriedade da OE nos estabelecimentos de ensino de 1º e 2º graus. (Ver p. 30, último § - crítica)
  • 13. Influência sociológica Na década de 1980, a influência de abordagens marxistas na educação (Bourdieu, Althusser, Snyders) foram encaminhando as discussões para o contexto escolar e o contexto social mais amplo. A escola passa a ser vista como reprodutora do sistema social. (Ver p. 31, 2º §)
  • 14. A escola passou a ser questionada quanto a seus objetivos e propósitos. A exclusão social ganha espaço em termos de discussão e reflexão. A OE, vai deixando de lado as questões de ajustamento comportamental e pouco a pouco o OE deixa de ser visto como um “terapeuta” que deveria atender “alunos-problema”, e vai assumindo seu compromisso político na escola. (Ver p. 31, último §; p. 33, 2º §)
  • 15. A lei 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - não traz mais a obrigatoriedade legal da orientação educacional nas escolas. A Orientação Educacional hoje (Ver p. 35, 2º §)
  • 16. O Orientador Educacional é, por excelência, um promotor do desenvolvimento humano por ser um articulador das relações entre as pessoas.(Ver p. 37, 2º §)
  • 17. Ninguém é proprietário de um conhecimento, mas sim responsável por um dos fios necessários à tessitura de unir o tapete de saberes e fazeres que só existirá com a troca, no trançado de todos os fios necessários. (Alves & Garcia, 1999, p.141).
  • 18. ALVES, Nilda; GARCIA, Regina Leite. (orgs). O fazer e o pensar dos supervisores e orientadores educacionais. São Paulo: Loyola, 1999. GRINSPUN, Miriam P. S. Zippin. Orientação Educacional: conflito de paradigmas e alternativas para a escola. São Paulo: Cortez, 2011. Bibliografia
  • 19. Questões 1) Qual é a origem histórica da OE, nos EUA? 2) Como tem início a OE no Brasil? 3) Com a regulamentação da OE em 1942, qual era a função do OE? 4) Com a LDB de 1961, qual era o papel do OE na escola? 5) Qual é a crítica que se pode fazer à Lei 5692/71, que instituía a obrigatoriedade da OE nas escolas de 1º e 2º graus? 6) Na década de 1980 que mudanças ocorrem na OE, no Brasil? 7) Descreva a situação atual da OE no Brasil. 8) Qual é hoje o principal papel da OE?