Este documento discute virtudes e como devemos cultivá-las e aplicá-las em nossa vida diária. Também aborda a noção de que cargos de autoridade são dados por Deus para nossa evolução espiritual, não para satisfazer nosso ego, e que devemos tratar todos com igualdade e humildade.
1. Hoje é domingo, 11 de outubro de 2020
Agora mesmo são 15:41 h.
2. Com base no Capítulo XVII – Sede Perfeitos - Itens 8 e 9. Devemos ficar
atentos ao que nos é informado, não simplesmente aos itens que são objetos
desse estudo, mas, também, as ligações desses itens com outros capítulos e
passagens de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
A VIRTUDE
“A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais
que constituem o homem de bem. Ser bom, caritativo, laborioso, sóbrio,
modesto, são qualidades do homem virtuoso. Infelizmente, quase sempre as
acompanham pequenas enfermidades morais que as desornam e atenuam”.
Isto é, tiram os adornos, desfiguram e enfraquecem as qualidades (grifo
nosso). ( François-Nicolas-Madeleine )
3. Com estas palavras, o autor da mensagem quer dizer que nós, mesmo tendo
essas virtudes, ainda estamos sujeitos a pequenos deslizes, que prejudicarão
o brilho dessas mesmas virtudes. Fica bem claro que essa instrução se refere
à pessoas que, supomos, já dispõem de algumas virtudes, e não àquelas que
ainda estão engatinhando no processo evolutivo, e que não são possuidoras
de uma grande quantidade de virtudes. Nós viemos a este mundo para
deixarmos de lado as nossas imperfeições, os nossos erros, e adquirir a
verdadeira riqueza, o verdadeiro bem, que todos nós precisamos para nossa
evolução. E esse bem é a virtude moral. Riqueza que ninguém pode retirar
de nós, porque nos pertence.
4. Nós, que estamos interessados em aprender o Evangelho de Jesus, já
estamos em um nível diferente, porque já demonstramos estar com vontade
de mudar nossa orientação de comportamento, já estamos nos preparando
para sermos verdadeiros homens de bem. É claro que ainda falta muito, mas
já começamos a caminhada. Quando não agimos discretamente, e ficamos
alardeando o nosso feito, tecendo elogios a nós mesmos, que somos isso ou
aquilo, que fizemos tal coisa, não estamos contribuindo para que tal virtude
fique agregada a nós e sim acrescentando mais um defeito, a falta de
modéstia, acentuando o nosso orgulho, comprometendo a nossa escalada
evolutiva.
5. Em casos especiais, no meio de uma conversa, quando não pudermos evitar
de citar um fato de que tenhamos participado, isso deve ser feito da forma
mais natural possível, e não com o sentido de nos engrandecer. Quando
estamos trabalhando no sentido de melhorar as nossas virtudes, com certeza
estamos diminuindo as nossas más tendências. A Doutrina Espírita é uma
via de acesso ao conhecimento das leis divinas. Ela nos dá explicações tão
claras que podemos associar itens de diferentes capítulos, como por
exemplo: vamos fazer uma relação desse assunto (virtude) com a Parábola
dos Talentos. Embora a parábola faça referência a uma coisa monetária,
porque TALENTO era uma moeda naquela época, hoje a palavra talento tem
outra conotação, significa virtude
6. Então, quando nós recebemos virtudes, seja uma, duas, ou cinco como na
parábola, nós temos que multiplicar essas virtudes. Agora, de que maneira
vamos multiplicar essas virtudes? Colocando-as em prática, diariamente.
Temos que investir nessas virtudes a todo momento. Jesus diz na parábola
que o senhor veio um dia cobrar dos seus servos o que eles haviam feito
com os talentos. A maioria das outras religiões e filosofias interpreta essa
cobrança que o senhor fez a seus servos como sendo um dia específico no
futuro, como elas dizem, no juízo final. Mas nós espíritas sabemos que a
cobrança em relação aos talentos que temos e o que estamos fazendo deles,
no caso virtudes, é diária. Por isso não podemos esperar um dia específico
para prestarmos contas. Temos que investir nesses talentos.
7. Não podemos escondê-los. Muitos recebem virtudes e não sabem o que
fazer com elas. E é nesse ponto que se dá a ligação da parábola dos talentos
com o assunto virtude. Outro ensinamento relacionado com esse item é
amar os nossos inimigos. Jesus nos disse que para combatermos o nosso
egoísmo, o nosso orgulho, e a nossa vaidade, a melhor maneira de fazê-lo
seria amar os nossos inimigos. Quem ama o inimigo já está despojado de
orgulho, de vaidade e de egoísmo. Então, nós já podemos avaliar as nossas
virtudes pelo amor que dermos aos nossos inimigos. Jesus não disse que a
aplicação desses talentos teria sempre que ser venturosa. Por isso, ao
tentarmos por em prática a nossa virtude de amar os nossos inimigos
poderemos correr o risco de o plano não dar certo de imediato.
8. O nosso desafeto pode não querer, pode nos responder grosseiramente. Mas
é o risco que temos que correr. Nós temos que fazer a nossa parte, que é
investir. Se der certo, tudo bem. Se não der, tudo bem também, porque nós
fizemos a nossa parte, nós escolhemos o caminho certo. A atitude básica de
amar o nosso inimigo foi tomada. Agora, se o investimento não deu certo,
esse talento investido vai retornar de alguma forma. Com certeza não vamos
perdê-lo, porque fizemos uso daquilo que aprendemos, e fizemos uso
daquilo que estamos pregando. Aqueles que se interessam em cultivar a
prática da Doutrina Espírita, tem que ter isso em mente. Nós sabemos que
não é fácil, mas temos que fazer. Essa é a fundamental prática que nos leva
às virtudes.
9. Daí nós concluirmos que a virtude é o conjunto de todas as qualidades que
caracterizam o homem de bem. Constitui a meta de perfeição que um dia
todos atingiremos. Assim, quando verificarmos que já estamos crescendo
em moralidade num determinado ponto, devemos colocar em prática a nossa
humildade. Devemos utilizar as poucas virtudes que já adquirimos para
trabalharmos, cada vez mais, para a nossa evolução e para a evolução
daqueles que estão à nossa volta, e nunca para nos gloficarmos e nos
elevarmos, em relação aos nossos irmãos. Como nos ensinou Jesus, aquele
que se eleva será rebaixado, e aquele que se abaixa será elevado.
Os Superiores e os inferiores
A autoridade, tanto quanto a riqueza, é uma delegação de que terá de prestar
contas aquele que se ache dela investido.
10. Não julgueis que lhe seja ela conferida para lhe proporcionar o vão prazer
de mandar; nem, conforme o supõe a maioria dos potentados da Terra, como
um direito, uma propriedade. (François-Nicolas-Madeleine) O Espírito
mensageiro nos alerta dizendo que a autoridade tanto quanto a riqueza é um
empréstimo que nos é concedido como ferramenta para a nossa evolução
espiritual. Deus delega ao homem essas condições para que ele as utilize em
favor do próximo. Autoriza a agir, mas cobra atitude correta. Isto é, nos
responsabiliza pelo resultado daquilo que fazemos. A cobrança é tanto
maior, quanto maior for o conhecimento da verdade, que já estiver
desenvolvido em cada um de nós.
11. Por isso, quando estivermos numa situação de mando, de comando, tendo
subordinados, não devemos esquecer que temos almas a nosso cargo, que
somos parcialmente responsáveis pelo mal que eles venham a praticar,
assim como, o bem que venham fazer, pois aprenderam conosco. A
autoridade, que é representada pelo poder temporário, é outra prova difícil
de ser suportada. Pois, às vezes, aqueles que detêm o poder deixam que a
ilusão do orgulho turve sua visão para a sua real destinação. E o uso
indiscriminado do poder aprisiona o homem em grilhões de muito
sofrimento. O poder é conferido por Deus como missão ou prova, para
sermos testados em nossas aquisições de luz, a fim de podermos galgar
patamares mais elevados. Esse poder é para ser usado com humildade, para
a evolução do mundo, e pode ser retirado a qualquer momento.
12. Para Deus não há superiores nem inferiores. As diferenças estão nas virtudes
que possuímos. Nós já sabemos que a destinação do homem é o bem. Por
isto, toda missão, toda prova que ele recebe tem como objetivo a sua
evolução. Se ele se deixar vencer pela vaidade, pelo orgulho, com certeza
ele estará falindo na sua tarefa. Haverá um momento em que todos nós
teremos que prestar contas daquilo que fizemos aqui na Terra. Seja na prova
da riqueza, seja na prova do poder. E a criatura que se deixou iludir pela
condição de mando, não cumprindo sua destinação aqui na Terra, terá que
responder por que não empregou bem o seu dom, no sentido de
proporcionar novas oportunidades de trabalho, distribuindo justiça, gerando
a evolução e o progresso dos outros semelhantes.
13. O superior verdadeiramente superior não teme ombrear-se com os humildes,
seus comandados, e auxilia-os nos trabalhos sempre que for necessário.
Sabe que se algo é necessário fazer deve ser feito, e realiza sem se
preocupar com posto ou conveniência. Este é o verdadeiro servidor de seu
irmão, conforme asseverou Jesus: “O que quiser ser maior no reino dos
céus, seja este o servidor de todos”. Por outro lado, os inferiores também
têm um dever a cumprir, e a sua conduta, seu proceder, deve ser de um
subordinado que ele gostaria de ter caso fosse o chefe. O nosso amanhã será
preenchido com os valores de hoje. Ou seja, seremos tratados amanhã
conforme tratamos hoje aqueles sobre os quais exercemos nossa autoridade.
Hoje nós podemos estar dando ordens, amanhã teremos que obedecer e,
normalmente, na mesma medida que foi exercida a autoridade.
14. Portanto, devemos ensinar aos nossos subordinados que a vida é um
condomínio que compartilhamos com os outros nossos semelhantes, e
estimulá-los com nosso exemplo. Daí nós concluirmos que cargos e funções
de comando são talentos dados por Deus à criatura para seu próprio
crescimento. Em qualquer posição que estejamos na vida, façamos o
melhor. E Deus, que trata a todos com justiça e bondade, nos acrescentará
tudo mais de que necessitamos.
15. Muita Paz!
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