Avaliação de Bibliotecas Escolares nos Relatórios da IGE
1. O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de
operacionalização (Conclusão)
Análise e comentário crítico à presença de referências nos relatórios da
IGE a respeito da Biblioteca Escolar
Para efectuar este comentário crítico seleccionei três relatórios de
avaliação externa - 2 relativos ao ano lectivo 2006/07 e 1 ao ano lectivo
2008/09 -, das seguintes escolas/agrupamentos pertencentes à Direcção
Regional de Lisboa:
• Agrupamento de Escolas de Santa Catarina (Caldas da Rainha);
• Escola Secundária com 3.º CEB D. Inês de Castro (Alcobaça);
• Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro (Caldas da Rainha).
A escolha destas escolas/agrupamentos prende-se com o facto de duas
pertencerem ao concelho onde exerço funções (Caldas da Rainha) e outra a
um concelho limítrofe (Alcobaça).
Da análise efectuada, destaco o seguinte:
Agrupamento de Escolas de Santa Catarina (Caldas da Rainha)
Capítulo III, ponto 3. – Organização e gestão escolar -, refere que
“(…) A Escola Sede encontra-se bem equipada, disponibilizando os
seus espaços, designadamente o seu centro de recursos a todas as
crianças e alunos do agrupamento (…);
Capítulo IV, ponto 2. 4. – Abrangência do currículo e valorização dos
saberes e da aprendizagem -, diz que “(…) A Biblioteca é um espaço
muito dinâmico, tanto no desenvolvimento das actividades do Plano
Nacional de Leitura como no desencadear de outras iniciativas
(“Passaporte para a Leitura”, “Semana da Leitura”, “Circulendo”, Feira
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Dezembro/09
2. O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de
operacionalização (Conclusão)
do Livro, dramatizações, peças de teatro, leitura de poemas,
histórias), destinadas às crianças e alunos do Agrupamento, sendo
algumas abertas à comunidade local (…)”;
Capítulo IV, ponto 3.3. – Gestão dos recursos materiais e financeiros
-, menciona que “(…) O centro de recursos é um espaço polivalente e
bem equipado, permitindo que os alunos desenvolvam competências
diversificadas (leitura, escrita, pesquisa em diferentes suportes,
expressões), se realizem actividades lúdicas e outras. Nesse espaço
são guardados registos de actividades e projectos desenvolvidos no
Agrupamento, que vão constituindo a sua memória colectiva e que
podem ser disponibilizados a quem os queira consultar. Os alunos são
acompanhados de forma a utilizar correctamente os recursos
disponíveis. O bom funcionamento deste espaço, integrado na Rede de
Bibliotecas Escolares, está também relacionado com a formação
específica dos responsáveis e da auxiliar de acção educativa que nele
presta serviço (…)”;
Capítulo IV, ponto 3.5. – Equidade e justiça -, refere que “(…) Para de
alguma forma minimizar esta ruptura, que não lhe é imputável, os
órgãos de gestão decidiram trazer esses alunos às actividades
consideradas de maior interesse como, por exemplo, a Semana da
Leitura. Também o projecto Circulendo é uma forma de fazer chegar
às escolas do 1.º ciclo os livros da Biblioteca da Escola Sede (…)”;
Capitulo IV, ponto 4.4. – Parcerias, protocolos e projectos -, diz que
“(…) O Agrupamento dinamiza também actividades diversificadas no
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3. O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de
operacionalização (Conclusão)
âmbito de outros projectos e programas nacionais, entre os quais (…)
Rede de Bibliotecas Escolares (…)”.
Escola Secundária com 3.º CEB D. Inês de Castro (Alcobaça)
Capítulo II – Caracterização da unidade de gestão -, menciona que “A
Biblioteca/Centro de Recursos (BCR) está integrada na Rede de
Bibliotecas Escolares, encontrando-se bem equipada e com
diferentes espaços, que permitem utilizações diversificadas”;
Capítulo IV, ponto 1.4. - Valorização e impacto das aprendizagens -,
refere que “(…) A Escola dá-se a conhecer à comunidade, através de
um leque diversificado de actividades (exposições, concursos,
palestras, torneios de xadrez, laboratório aberto, provas
desportivas, entre outras), organizadas em diferentes espaços –
exterior, ginásio, auditório, salas de aula, salas de informática,
biblioteca, laboratórios – e realizadas no âmbito da “Escola Aberta”;
Capítulo IV, ponto 4.4. - Parcerias, protocolos e projectos – é feita a
referência à integração na Rede de Bibliotecas Escolares.
Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro (Caldas da Rainha)
Capítulo III, ponto 3. - Organização e Gestão Escolar -, refere que
“A Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos é um espaço
de grande dinamismo, com um plano de actividades diversificado”;
Capítulo IV, ponto 3.3. - Gestão dos Recursos Materiais e Financeiros
-, refere que “A BE/CRE faz parte da Rede de Bibliotecas Escolares
e é um espaço de grande dinamismo, com um plano de actividades
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4. O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de
operacionalização (Conclusão)
diversificado, sendo um pólo dinamizador de vários projectos com
impacto na comunidade educativa”;
Capítulo IV, ponto 4.4. - Parcerias, protocolos e projectos – é feita a
referência à integração na Rede de Biblioteca Escolares;
Nas “Considerações Finais”, é apresentado como um dos pontos fortes
da escola: “A coordenação e o funcionamento da Biblioteca Escolar/
Centro de Recursos Educativos”.
Após a análise efectuada, verifica-se que as referências às BEs não são
muito frequentes, surgindo apenas em alguns pontos de alguns capítulos do
relatório de Avaliação Externa das Escolas.
Das três escolas/agrupamentos analisados, constata-se que o
Agrupamento de Escolas de Santa Catarina é aquele que possui maior
número de referências à BE, apesar da sua avaliação corresponder ao ano
lectivo de 2006/07, sendo de referir que o mesmo obteve qualificação de
muito bom nos diversos parâmetros avaliados.
Após a realização da tarefa do cruzamento de dados entre o Modelo de
Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares (RBE) e os Campos e Tópicos
estabelecidos pela Inspecção-Geral da Educação (IGE), conclui-se que há
ainda um longo caminho a percorrer, na medida em que são poucas as
referências às BEs, bem como a inclusão de juízos avaliativos sobre o
trabalho e serviços prestados pelas mesmas.
Sendo a BE um centro nevrálgico de informação e saber no seio da
escola/agrupamento, é fundamental que esta integre o processo de auto-
avaliação da instituição, tendo em conta a estreita relação dos objectivos e
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5. O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de
operacionalização (Conclusão)
missão da BE com os do Projecto Educativo da escola/agrupamento,
nomeadamente o sucesso educativo dos alunos. Assim sendo, devemos exigir
que a BE constitua um dos items da escola/agrupamento a ser avaliado pela
IGE.
Considero que a aplicação do Modelo de Auto-Avaliação da BE constitui
uma mais valia, neste domínio, pois dotará a escola/agrupamento de
meios/evidências, passíveis de serem fornecidos à IGE, aquando da
respectiva avaliação, permitindo, deste modo, a valorização da Biblioteca
Escolar.
Bibliografia:
• Guia da Sessão: O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares:
metodologias de operacionalização (Conclusão);
• O novo Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares, RBE;
• ME/IGE – Tópicos para a apresentação da escola: campos de análise de
desempenho. Documento PDF;
• ME/IGE – Quadros de Referência para a avaliação de escolas e
agrupamentos. Documento PDF;
• ME/GE – Relatórios de Avaliação Externa das Escolas 2006/07,
2007/08 e 2008/09, http://www.ige.min-edu.pt/
content_01.asp?BTreeID=03/01&treeID=03/01/03&newsID=663,
[13/12/09].
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