O documento descreve a abordagem humanística da administração e a experiência de Hawthorne. A experiência mostrou que a produtividade é resultado da integração social e que os trabalhadores reagem como membros de grupos, não como indivíduos. Isso levou a enfatizar os aspectos emocionais e as relações humanas no trabalho.
2. Introdução
A Abordagem humanística da
administração representa uma
transferência da ênfase anterior,
colocada nos aspectos técnicos e
formais da administração para os
aspectos sociológicos e psicológicos do
trabalho. Esse estudo compreendeu
dois assuntos distintos:
3. Introdução
A análise do trabalho e adaptação do
trabalhador ao trabalho;
A adaptação do trabalho ao
trabalhador.
4. A Experiência de Hawthorne
Essa experiência aconteceu na fábrica
da Western Eletric Company à partir de
1927 e foi comandada por Elton Mayo.
Seu objetivo: determinar qual a relação
existente entre a intensidade da
iluminação e a eficiência dos operários
(produtividade).
5. A Experiência de Hawthorne
A experiência deu-se em 4 fases:
1a. Fase: Foram estudados dois grupos de
trabalho, que operando em condições
idênticas, tiveram sua produção
constantemente avaliada. Um grupo teve
suas condições ambientais mantidas e
outro teve sua iluminação intensificada.
Nesta fase não foram identificadas
variações significativas de produção.
6. A Experiência de Hawthorne
2a. Fase: Introdução de novas variáveis
(horários de descanso, lanches, reduções
no período de trabalho, sistema de pagto.)
buscando identificar qual a que mais se
relacionava com a produtividade. Após
diversas variações nas condições de
trabalho, obtiveram resultados crescentes
de produtividade.
7. A Experiência de Hawthorne
3a. Fase: Programa de entrevistas
buscando maiores conhecimentos sobre
as atitudes e sentimentos do trabalhador
(foram entrevistados 21.126 operários).
Descobriu-se a existência da organização
informal (grupos informais).
8. A Experiência de Hawthorne
4a. Fase: Separação de um pequeno grupo
experimental para avaliação de sua interferência
no comportamento do grupo maior. Percebeu-se
claramente o sistema de recompensa e punição
dos grupos informais.
A experiência de Hawthorne durou até 1932
e abalou sensivelmente a Teoria Clássica até
então dominante.
9. A Experiência de Hawthorne
Conclusões da Experiência de Hawthorne:
Nível de produção é resultante da integração
social;
Comportamento social dos empregados;
As recompensas e sansões sociais;
Grupos informais;
As relações humanas;
A importância do conteúdo do cargo;
Ênfase nos aspectos emocionais.
10. A Experiência de Hawthorne
Nível de produção é resultante da
integração social
é a capacidade social do trabalhador que
estabelece seu nível de competência e
eficiência e não a sua capacidade de
executar movimentos eficientes dentro de
um tempo previamente estabelecido.
11. A Experiência de Hawthorne
Comportamento social dos empregados
os trabalhadores não agem ou reagem
isoladamente como indivíduos, mas como
membro de grupos. Sua capacidade de
produção é ditada pela sua interação
social e qualquer desvio de
comportamento poderá ser retaliado
simbolicamente pelo grupo que participa.
12. A Experiência de Hawthorne
As recompensas e sansões sociais
As pessoas passam a ser avaliadas pelos
grupos que participam, de acordo com as
normas de comportamento que o grupo
cria para si. Se essas normas são
quebradas há rejeição pelo grupo. Se são
vividas pelo indivíduo existe uma espécie
de recompensa. Essas recompensas são
simbólicas.
13. A Experiência de Hawthorne
Grupos Informais
A empresa passou a ser visualizada como
uma organização social composta de
diversos grupos sociais informais, cuja
estrutura nem sempre coincide com a
organização formal da empresa. Os
grupos informais definem suas regras de
comportamento, suas formas de
recompensas ou sansões sociais.
14. A Experiência de Hawthorne
As relações humanas
Para poder explicar e justificar o
comportamento das pessoas na
organização, a Teoria das Relações
Humanas passou a estudar intensamente
essas interações sociais surgidas dentro
das organizações, em face do grande
número de grupos e às interações
necessariamente resultantes.
15. A Experiência de Hawthorne
A importância do conteúdo do cargo
Somente racionalizar a tarefa não é o
suficiente para conseguir aumentar a
produção. Durante a experiência
percebeu-se que os operários mudavam
de lugar para variar a monotonia. A partir
daí viu-se que é importante haver
conteúdo e sentido no cargo exercido pelo
operário.
16. A Experiência de Hawthorne
Ênfase nos aspectos emocionais
O indivíduo, definitivamente, deixou de ser
considerado uma extensão da máquina
como pregava Taylor. Agora suas
emoções passam a ser consideradas e
tornam-se fator condicionante para uma
produtividade alta.
17. A Civilização Industrializada e
o Homem
Desde que as empresas foram “criadas” a
forma de trabalho sempre busca a
superação, a eficiência material. Todavia a
cooperação não teve a mesma evolução.
Essa baixa cooperação existente nas
organizações levou à mudança de crenças e
valores que fizeram uma revolução na
sociedade moderna, segundo o sociólogo
Durkheim.
18. A Civilização Industrializada e
o Homem
Os métodos de trabalhos existentes
pregam a eficiência e não a
cooperação. Face a isto, Mayo defende
5 pontos nos quais sustenta que o
trabalho tem mais a ver com as
relações humanas do que com a
eficiência material propriamente dita.
19. A Civilização Industrializada e
o Homem
1 – O trabalho é uma atividade
tipicamente grupal: o indivíduo no
seu trabalho não está isolado. Ele é
parte integrante de um grupo. E esse
grupo é o responsável pela sua
eficiência mais do que qualquer tipo de
recompensa material ou salarial.
20. A Civilização Industrializada e
o Homem
2 – O operário não reage como
indivíduo isolado, mas como
membro de um grupo social: os
avanços tecnológicos tendem a
minimizar os laços formados pelas
pessoas nas organizações uma vez
que ficam cada vez mais perto das
máquinas e mais distantes das
pessoas.
21. A Civilização Industrializada e
o Homem
3 – A tarefa básica da Administração é formar
uma elite capaz de compreender e de
comunicar: ao invés de tentar fazer com que o
trabalhador entenda a lógica da empresa, é
importante que o administrador entenda a lógica e as
limitações do empregado. Mayo prega que somos
tecnicamente muito eficientes, porém pouco
evoluímos no que diz respeito à cooperação e nas
relações humanas.
22. A Civilização Industrializada e
o Homem
4 – A pessoa é motivada essencialmente pela
necessidade de “estar junto”, de “ser
reconhecida”, de receber adequada
comunicação: Taylor preconizou que o indivíduo
era motivado pela questão econômica (Homo
economicus) e Mayo que as interações sociais são
mais importantes. Não importa o quão eficiente é a
organização, ela jamais será capaz de ser
completamente eficiente sem que as necessidades
psicológicas de seus membros sejam descobertas e
satisfeitas.
23. A Civilização Industrializada e
o Homem
5 – A civilização industrializada traz
como conseqüência a desintegração
dos grupos primários da sociedade. A
família, a religião os grupos informais são
colocado em segundo plano. As empresas
passam a exercer este papel. Esta “nova
unidade social proporcionará um novo lar, um
local de compreensão e de segurança
emocional para os indivíduos” (CHIAVENATO, 1997,
p. 228)
24. A Civilização Industrializada e
o Homem
Conclusão deste tópico:
Para Mayo “todos os métodos convergem
para a eficiência e não para a cooperação
humana”¹. Isto promove conflitos sociais.
Tais conflitos são responsáveis por
inúmeras mazelas nas sociedade que
deixa à margem os valores da “boa
vizinhança” e preconiza os novos valores
morais: trabalho, produtividade e sucesso.
1 CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. Ed Makron Books. 5a. ed., 1997. p. 229.