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João Gomes Filho
A forma possui propriedades que a
 consubstanciam de si ou por inteira, ou seja,
 a forma pode se constituir num único
 ponto (singular), ou numa linha (sucessão
 de pontos), ou num plano (sucessão de
 linhas), ou, ainda, num volume (uma forma
 completa, contemplando todas as
 propriedades citadas).
A forma pode ser definida como a figura ou
 a imagem visível do conteúdo. De um modo
 mais prático, ela nos informa sobre a
 natureza da aparência externa de alguma
 coisa. Tudo que vemos possui forma.
 Quando  vemos, fazemos muitas coisas ao
  mesmo tempo. Vemos por meio de um
  movimento de cima para baixo e da esquerda
  para a direita.
 Assim, o design tem que chamar nossa
  atenção e levar ao texto.
 Impomos não apenas eixos implícitos que
 ajustam o equilíbrio, mas também um mapa
 estrutural que registra e mede a ação das
 forças compositivas, tão vitais para o
 conteúdo e, em conseqüência, para o input e
 o output da mensagem.
O   resultado é a idéia difusa de que as artes
  visuais constituem o domínio exclusivo da
  intuição subjetiva, em juízo tão superficial
  quanto o seria a ênfase excessiva no
  significado literal.
 Na verdade, a expressão visual é o produto
  de uma inteligência complexa, da qual temos
  um conhecimento muito reduzido.
 Segundo Gomes Filho (2000, p. 19), a
 ordenação cerebral não acontece em pontos
 isolados, mas por extensão. Não existe, na
 percepção da forma, um processo posterior
 de associação das várias sensações. A
 primeira sensação já é de forma, já é
 global, unificada.
A  leitura de imagens na gestalt possui dois
  tipos de forças, as externas e as internas.
 As forças externas são constituídas pela
  estimulação da retina através da luz
  proveniente do objeto exterior.
 Essas forças têm origem no objeto que
  olhamos, ou melhor, nas condições de luz em
  que ele se encontra.
 Asforças internas são as forças de
 organização que estruturam as formas
 numa ordem determinada, a partir das
 condições dadas de estimulação, ou seja, das
 forças externas.
Portanto,  quanto melhor for
 a organização visual da forma
 do objeto, quanto à
 facilidade de compreensão e
 rapidez de leitura ou
 interpretação, maior será o
 seu grau de pregnância.
 Logo, quanto pior ou mais confusa for a
  organização visual da forma do objeto,
  menor será o seu grau de pregnância.
 Para facilitar o julgamento da pregnância,
  podemos estabelecer um grau ou um índice
  de pontuação como, por exemplo: baixo,
  médio, alto ou uma nota de 1 a 10, no
  sentido da melhor para a pior qualificação
A leitura visual do objeto segundo as leis da
 gestalt possui, conforme Filho (2000, p. 104),
 as seguintes etapas básicas:
   Examinar o objeto e segregá-
 1.

 lo em suas partes ou unidades
 principais.
Decompor estas unidades
 2.

 principais segregadas em suas
 outras unidades compositivas, e
 assim sucessivamente, até um
 nível considerado satisfatório
3. Identificar, analisar e
 interpretar cada uma das leis da
 Gestalt em cada unidade,
 originadas por segregação de
 natureza variada no objeto.
Descrevê-las  caracterizando-as,
 por exemplo, como segregações
 físicas por meio de suas massas
 ou volumes e também por outros
 tipos de segregações como um
 ou mais de um dos seguintes
 elementos: pontos, linhas,
 planos, cores, etc.
 e,ainda, por características de
 acabamento como, brilho, texturas,
 relevos positivos ou negativos, e assim por
 diante.
4. Concluir a leitura visual,
 interpretando a organização formal
 do objeto como um todo,
 atribuindo um índice de qualidade
 para sua pregnância formal como,
 por exemplo, baixo, médio ou alto
 ou, se quiser ser mais preciso,
 atribuir um índice de avaliação de
 1 a 10.
 http://www.revistawide.com.br/index.php/g
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As etapas da leitura visual de objetos segundo a Gestalt

  • 2. A forma possui propriedades que a consubstanciam de si ou por inteira, ou seja, a forma pode se constituir num único ponto (singular), ou numa linha (sucessão de pontos), ou num plano (sucessão de linhas), ou, ainda, num volume (uma forma completa, contemplando todas as propriedades citadas).
  • 3.
  • 4. A forma pode ser definida como a figura ou a imagem visível do conteúdo. De um modo mais prático, ela nos informa sobre a natureza da aparência externa de alguma coisa. Tudo que vemos possui forma.
  • 5.
  • 6.  Quando vemos, fazemos muitas coisas ao mesmo tempo. Vemos por meio de um movimento de cima para baixo e da esquerda para a direita.  Assim, o design tem que chamar nossa atenção e levar ao texto.
  • 7.
  • 8.  Impomos não apenas eixos implícitos que ajustam o equilíbrio, mas também um mapa estrutural que registra e mede a ação das forças compositivas, tão vitais para o conteúdo e, em conseqüência, para o input e o output da mensagem.
  • 9. O resultado é a idéia difusa de que as artes visuais constituem o domínio exclusivo da intuição subjetiva, em juízo tão superficial quanto o seria a ênfase excessiva no significado literal.  Na verdade, a expressão visual é o produto de uma inteligência complexa, da qual temos um conhecimento muito reduzido.
  • 10.  Segundo Gomes Filho (2000, p. 19), a ordenação cerebral não acontece em pontos isolados, mas por extensão. Não existe, na percepção da forma, um processo posterior de associação das várias sensações. A primeira sensação já é de forma, já é global, unificada.
  • 11. A leitura de imagens na gestalt possui dois tipos de forças, as externas e as internas.  As forças externas são constituídas pela estimulação da retina através da luz proveniente do objeto exterior.  Essas forças têm origem no objeto que olhamos, ou melhor, nas condições de luz em que ele se encontra.
  • 12.
  • 13.  Asforças internas são as forças de organização que estruturam as formas numa ordem determinada, a partir das condições dadas de estimulação, ou seja, das forças externas.
  • 14. Portanto, quanto melhor for a organização visual da forma do objeto, quanto à facilidade de compreensão e rapidez de leitura ou interpretação, maior será o seu grau de pregnância.
  • 15.
  • 16.
  • 17.
  • 18.  Logo, quanto pior ou mais confusa for a organização visual da forma do objeto, menor será o seu grau de pregnância.  Para facilitar o julgamento da pregnância, podemos estabelecer um grau ou um índice de pontuação como, por exemplo: baixo, médio, alto ou uma nota de 1 a 10, no sentido da melhor para a pior qualificação
  • 19. A leitura visual do objeto segundo as leis da gestalt possui, conforme Filho (2000, p. 104), as seguintes etapas básicas: Examinar o objeto e segregá-  1. lo em suas partes ou unidades principais.
  • 20. Decompor estas unidades  2. principais segregadas em suas outras unidades compositivas, e assim sucessivamente, até um nível considerado satisfatório
  • 21. 3. Identificar, analisar e interpretar cada uma das leis da Gestalt em cada unidade, originadas por segregação de natureza variada no objeto.
  • 22. Descrevê-las caracterizando-as, por exemplo, como segregações físicas por meio de suas massas ou volumes e também por outros tipos de segregações como um ou mais de um dos seguintes elementos: pontos, linhas, planos, cores, etc.
  • 23.  e,ainda, por características de acabamento como, brilho, texturas, relevos positivos ou negativos, e assim por diante.
  • 24. 4. Concluir a leitura visual, interpretando a organização formal do objeto como um todo, atribuindo um índice de qualidade para sua pregnância formal como, por exemplo, baixo, médio ou alto ou, se quiser ser mais preciso, atribuir um índice de avaliação de 1 a 10.